Revista Natureza

A BÍBLIA DO USO DE Vasos

Ocultivo em vasos revolucionou a relação com as plantas, permitindo que pudessem ser facilmente movidas e trazidas para bem pertinho. Só faltava um guia amplo de tudo o que você precisa saber para tirar o melhor proveito dessa modalidade. Bom, agora não falta mais!

Do ponto de vista tecnológico, um vaso para plantas é aquela ideia sobre a qual a humanidade já tinha tudo o que precisava há milênios. Porém, demorou um tempão para juntar as coisas e pensar neste uso específico. O fato é que a produção de vasos de cerâmica foi desenvolvida na China há uns 20 mil anos, mas tornou-se amplamente difundida há uns 9 mil anos, no Oriente Médio.

Só que o uso da cerâmica para vasos de plantas só foi detectado pela história no último milênio, antes da era cristã. Ou seja, os vasos já estavam por ali há muito tempo quando alguém teve a brilhante ideia de plantar algo neles.

O curioso é que a grande sacada, a inovação genial, o que faria a grande diferença para que os vasos para alimentos ou bebidas virassem vasos para plantas, era fazer um buraco no fundo para drenar a água. Pensando dessa forma, não faltava acrescentar nada, apenas retirar um pedacinho! E essa é a grande lição que a humanidade descobriu para ter um jardim portátil: a água que entrou precisa sair, mais ou menos como acontece no solo. Radicalizando um pouco: o vaso que não tiver furo não serve para cultivar plantas. Mas claro que tem mais umas coisinhas. Quando se fala de plantas em vasos, quatro aspectos precisam estar contemplados:

• O primeiro é essa questão da drenagem, que precisa ser adequada para as necessidades da planta em questão.

• O segundo é que o substrato precisa realmente substituir o solo onde as plantas costumam crescer.

• O terceiro é a matéria-prima do vaso, que também tem que estar bem alinhada, tanto com a tarefa de segurar e interagir com o substrato e com a planta, quanto com as necessidades estéticas.

• A última coisa que não faz parte da estrutura do vaso, mas é igualmente importante, é saber responder: onde o vaso será posicionado? Afinal, você pode acertar em todos os aspectos da montagem do vaso e ainda assim matar a planta por colocá-la no lugar errado.

Tamanho importa?

A grande ideia do vaso é simular uma porção do solo onde as plantas vivem na natureza, mas uma simulação é sempre uma versão simplória da realidade. Ao limitar o tamanho máximo que um conjunto de raízes pode ter, isso certamente interfere negativamente na qualidade total do crescimento.

O vaso não só vai ter quantidades limitantes de espaço, água e nutrientes, mas também vai ser um ambiente mais instável. Ele pode esquentar, esfriar ou mesmo secar mais rápido do que aquela mesma quantidade de substrato faria se estivesse, por exemplo, imersa no chão.

Ao falar de plantas em vasos, tamanho é documento, mas só até certo ponto. Por um lado, não existem dúvidas de que, quanto maior o vaso, menor será a limitação, tanto de nutrientes quanto de espaço físico para as raízes. Entretanto, o bom senso não pode ser esquecido. Será mesmo que, sob este ponto de vista, um vaso do tamanho de uma caixa d´água de 5.000 litros seria o vaso dos sonhos para uma violeta-africana (Streptocarpus ionanthus) de 14 cm de altura?

Não é bem assim. Primeiro por razões práticas: se uma das principais qualidades do vaso é ter uma planta que pode ser movida, quem iria querer um item “portátil” pesando 3 toneladas? Aliás, é só imaginar o custo e o trabalho de colecionar plantas em vasos assim... Contudo, não é só pela completa falta de praticidade que o tamanho do vaso deve ser limitado.

Na natureza, muitas plantas que usamos como ornamentais crescem em porções limitadas de substrato, sobre as folhas secas do

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