Q uando saiu da pequena Janaúba, norte de Minas Gerais, quase na divisa com a Bahia, orlando Péricles Brito de oliveira encontrou uma Brasília ainda em construção, onde cimento, areia, vergalhões, poeira (muita poeira) e a mão de obra de gente de várias partes do Brasil ali se juntavam para realizar o sonho do também mineiro Juscelino Kubitschek de oliveira, então presidente da república. De calças curtas, pés descalços, aquele menino de 6 anos jamais poderia imaginar que um dia, diante do seu olhar através do visor de uma câmera, iriam desfilar nove presidentes democraticamente eleitos, como Juscelino, e cinco da época da ditadura militar.
Aos 14 anos, o emprego de contínuo no laboratório da sucursal do então combativo diário deu-lhe a chance de um contato precoce com o fotojornalismo, Brito aprendeu muita coisa. A mais importante foi manusear uma câmera alemã Rolleiflex: colocar o filme, ajustar a exposição, fazer o foco e apertar o botão de disparo. A etapa seguinte, a de domar a luz, ele foi descobrindo aos poucos.