Bacula (2ª edição): Ferramenta Livre de Backup
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Bacula (2ª edição) - Heitor Medrado de Faria
Copyright© 2014 por Brasport Livros e Multimídia Ltda.
1ª edição: 2010
Reimpressão: 2012
2ª edição: 2014
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, sob
qualquer meio, especialmente em fotocópia (xerox), sem a permissão, por escrito,
da Editora.
Editor: Sergio Martins de Oliveira
Diretora: Rosa Maria Oliveira de Queiroz
Gerente Editorial: Marina dos Anjos Martins de Oliveira
Revisão de Texto: Maria Inês Galvão
Editoração Eletrônica: Michelle Paula
Capa: Paulo Vermelho
Produção de ebook: S2 Books
Técnica e muita atenção foram empregadas na produção deste livro. Porém, erros de digitação e/ou impressão podem ocorrer. Qualquer dúvida, inclusive de conceito, solicitamos enviar mensagem para brasport@brasport.com.br, para que nossa equipe, juntamente com o autor, possa esclarecer. A Brasport e o(s) autor(es) não assumem qualquer responsabilidade por eventuais danos ou perdas a pessoas ou bens, originados do uso deste livro.
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e-mail: filialsp@brasport.com.br
Agradecimentos
Agradecimentos
A Deus.
Aos meus amigos (aqueles do ISBA), bem
como colegas do Serpro (Maxlen, Pascal,
Eugênio, Vianey, Virgílio, Durval etc.) e
especialmente aos meus pais e ao meu irmão.
Aos meus parceiros de Software Livre (Julio
Neves, Anahuac, Izabel Valverde,
Alexandre Aguiar etc.).
Aos meus irmãos da Comunidade
Brasileira de Usuários do Bacula.
Sumário
Capa
Folha de rosto
Créditos
Agradecimentos
Sumário
Capítulo 1 - Conceitos de Backup
1.1. O futuro do backup
1.2. Mitos do backup
1.2.1. O ROI do serviço de backup
1.2.2. Backup não se confunde com o Gerenciamento do Ciclo de Vida da Informação (ILM – Information Lifecycle Management)
1.2.3. O serviço de backup versus sistemas de tolerância a falhas
1.2.4. Relação riscos × custos dos backups
1.2.5. As ferramentas de backup nativas dos sistemas operacionais seriam suficientes e/ou mais confiáveis que as ferramentas específicas para este serviço?
1.2.6. Scripts bem elaborados para backup podem suprir a necessidade de uma ferramenta específica?
1.3. Conceitos
1.3.1. Diagrama backup incremental e diferencial
1.4. Tipos de backup
1.5. Mídias de backup
1.5.1. Tipos
1.5.2. Quanto ao local de armazenamento
Capítulo 2 - Projetar um Sistema de Backup
2.1. Prospecção sobre a existência/elaboração de uma política de backup
2.2. Levantamento da natureza dos serviços e dados que serão protegidos
2.3. Levantamento dos sistemas operacionais envolvidos
2.4. Levantamento da quantidade de dados a serem armazenados e gerência de capacidade
2.5. Prospectar o CMDB (Banco de Dados de Configuração) na procura por equipamentos que possam ser alocados para o sistema de backups
2.6. Escolha e aquisição de software para a realização dos backups
2.7. Eventual escolha e aquisição dos hardwares de armazenamento e servidor de backup
2.8. Levantamento e preservação do legado de backup de antiga ferramenta (em caso de migração)
Capítulo 3 - Políticas e Melhores Práticas
3.1. Políticas de backup
3.1.1. Modelo de política de backup
3.2. Melhores práticas de backup
Capítulo 4 - Estratégias de Backup e o Esquema GFS
4.1. Vantagens de um sistema de backup centralizado
4.2. Esquema GFS (grandfather-father-son backup)
Capítulo 5 - O que é Bacula?
5.1. Como ele funciona?
5.2. Principais características do Bacula
5.3. O que há de novo na versão 7.0?
5.3.1 Melhorias Gerais (nativas)
5.3.2 Novas funcionalidades opcionais
Capítulo 6 - Instalar o Bacula
6.1. Instalar o banco de dados
6.2. Instalar o Bacula
6.2.1. Por pacotes
6.2.2 Instalando por compilação
6.2.2.1. Compilar com Suporte ao Readline
6.2.2.2. Compilar apenas o cliente Bacula
6.2.2.3. Compilar apenas um dos daemons do Bacula
Capítulo 7 - Configurar o Bacula
7.1. Configurar o Bacula pela primeira vez
7.1.1. Diagrama de iteração entre as configurações dos serviços do Bacula
7.2. bacula-dir.conf
7.3. bacula-sd.conf
7.4. bacula-fd.conf
7.5. bconsole.conf
7.6. Novos clientes Bacula
7.7. Envio de mensagens pelo Bacula
7.7.1 Envio Email Autenticado Postfix Gmail
7.8. ACL do bconsole
7.9. Backup de máquinas com IP dinâmico
7.10. Utilizando Include para organizar os arquivos de configuração do Bacula
7.11. Ciclo de vida dos volumes
7.11.1. Reciclagem bruta
7.11.2. Reciclagem por tempos de retenção
7.12. Exemplo de GFS no Bacula
7.12.1. Ao menos três pools distintas (no bacula-dir.conf)
7.12.2. Agendamento
7.13. Retenções do Bacula
7.13.1. File e Job Retention no Bacula
7.14. Compressão dos backups
7.15. Migração e cópia de volumes
7.16. Label automático de volumes no Bacula
7.17. Desduplicação de arquivos
7.18. Criptografia das comunicações do Bacula (TLS)
7.18.1. Criando um certificado autoassinado
7.19. Criptografia dos dados gravados no storage
7.20. A função da pool scratch
7.21. Bacula em múltiplos segmentos de rede/VLANs
Capítulo 8 - Storage em Sistemas de Discos Rígidos
8.1. Acrescentar storage para gravação em disco
8.2. Múltiplos discos como um único storage
8.3. Storage Amazon S3 como storage de disco do Bacula
Capítulo 9 - Storage em Fitas Magnéticas
9.1. Os dispositivos de fita magnética
9.2. Operações com fitas
9.2.1 O mt
9.3. Automatizando a operação de drives manuais
9.4. Manipulando robôs de fitas
9.4.1. O mtx-changer
9.5. Usando robôs com múltiplos drives gravando simultaneamente
9.6. Spooling de dados[8]
9.7. Imprimir novos códigos de barra para fitas
Capítulo 10 - Instalar Interfaces Gráficas
10.1. BAT – Bacula Administration Tool (desktop)
10.2. Webacula 5.x
10.2.1. Procedimentos manuais para instalação do Webacula (GUI)
10.2.2. Download e cópia dos pacotes:
10.2.3. Instalação do Webacula
10.2.4. Configuração do Bacula
10.2.5. Configuração PHP
10.2.6. Configuração Apache
10.2.7. Configurando permissões
10.2.8. Dica: erro conhecido – versão do banco do Bacula não confere
10.3. Webmin (permite configurar o Bacula graficamente)
10.3.1. Instalação do Webmin
10.4. Bacula-web no CentOS 5.x
10.4.1. Instalar e configurar
10.5. Variados
10.5.1. Jbacula
10.5.2. ddrescue
10.6. Monitoração
10.6.1. Bacuview
Capítulo 11 - Comandos do Bacula
11.1. Lista alfabética dos comandos do bconsole
11.2. Comandos especiais com arroba (@)
11.3. Executando o bconsole por shell script
11.4. Redirecionar comandos do bash para o bconsole
Capítulo 12 - Restaurar Arquivos
12.1. Comandos do prompt do restore
12.2. Restauração cruzada
Capítulo 13 - Recuperar Desastres no Servidor de Backup
13.1. Restaurando o catálogo
13.2. bscan
13.3. bextract
Capítulo 14 - Atualizar Versões do Bacula
14.1. Considerações gerais
14.2. Atualizando o Director e o storage (servidor Bacula que inclui também seu próprio file daemon)
14.3. Atualizando um cliente
Capítulo 15 - Backup de Aplicações Específicas
15.1. Backup de máquinas virtuais
15.1.1. Backup de máquinas virtuais VirtualBox
15.1.2. Backup de máquinas virtuais Xen
15.1.3. Backup de máquinas virtuais do VMWare
15.2. Backup de bancos de dados
15.2.1. Backup do banco PostgreSQL[12]
15.2.2. Backup do banco MySQL
15.2.2.1. mysqlhotbackup
15.2.3. Backup do banco Oracle
15.3. Servidores web
15.4. Serviços de email
15.4.1. Backup do Microsoft Exchange (2003/2007)
15.4.2. Restaurando emails/mailboxes individuais no Cyrus/Expresso
15.4.3. Backup do Zimbra
15.5. Serviços de diretório
Capítulo 16 - Bacula no Windows
16.1. Instalar servidor Bacula no Windows[17]
16.2. Botar para funcionar
16.3. Configurar o Bacula
16.3.1. Agendamento e pools
16.3.2. Storage
16.4. Operar o Bacula
16.5. Clientes Windows
16.6. Modificações no servidor específicas para os clientes Windows
16.7. Disaster recovery no Windows
16.7.1. Versão longa
16.7.2. Versão curta
Referências Bibliográficas
Anexo 1 - Códigos de Status do Bacula
Anexo 2 - Guia Rápido de Operação do Bacula
Anexo 3 - Comparativo entre as Ferramentas de Backup
Anexo 4 - Questões sobre Backups em Concursos
Anexo 5 - Guia Expresso Instalação/Operação Bacula e Webmin CentOS 6 com PostgreSQL
Anexo 6 - Variáveis do Bacula
Capítulo 1 - Conceitos de Backup
Conceitos de Backup
O backup (ou cópia de segurança) consiste na cópia de dados específicos (redundância) para serem restaurados no caso da perda dos originais.
A cópia pode ser realizada para o mesmo computador, para um dispositivo de armazenamento ou, ainda, em outro prédio ou localidade, protegendo, desta forma, os dados também contra acidentes que possam acometer fisicamente a estrutura.
Independentemente de como os dados forem perdidos (apagamentos acidentais, corrupção dos dados, etc.), um backup eficiente consiste naquele que minimiza os impactos desta perda, possibilitando a restauração do arquivo ou serviço no menor tempo possível e com o mínimo de defasagem em termos de alteração das informações.
Os dispositivos de armazenamento mais comuns são DVD, disco rígido, disco rígido externo, fitas magnéticas e a cópia de segurança externa. Esta última transporta os dados por uma rede como a Internet para outro ambiente, geralmente para equipamentos mais sofisticados, de grande porte e segurança.
As cópias de segurança podem variar de acordo com a natureza dos arquivos, com as necessidades empresariais e com a infraestrutura disponível. Ainda, algumas métricas devem ser observadas: tempo de execução (janela de backup), a periodicidade, a quantidade de exemplares das cópias armazenadas, o tempo que as cópias devem ser mantidas, a capacidade de armazenamento, o método de rotatividade entre os dispositivos, a compressão e a encriptação dos dados.
Quanto à topologia, os backups podem ser classificados entre centralizados
ou descentralizados
. Na modalidade centralizada
, geralmente há um servidor que comanda a realização de cópias de segurança, conferindo uma maior praticidade na administração e economicidade pelo armazenamento dos dados em poucos dispositivos, ocorrendo aí um ganho pela escalabilidade.
Geralmente o backup é realizado pela noite, para que haja mínima possibilidade de impacto nos serviços utilizados em horário administrativo.
1.1. O futuro do backup
Os cenários atuais indicam um aumento na complexidade dos ambientes e no tamanho dos volumes que necessitam de proteção. Também por isso, muitas empresas têm investido em soluções alternativas, como snapshot e espelhamento de dados. 65% das empresas entrevistadas em pesquisa conduzida pela consultoria Gartner tendem a aumentar o uso desses artifícios nos próximos anos.
Ocorre que a grande maioria das empresas questionadas pretende continuar utilizando sistemas tradicionais de backup. Projeções indicam que, até 2015, apenas 10% das grandes empresas deixarão de utilizar ferramentas de backup e restore convencionais em prol de soluções alternativas (snapshot e espelhamento). Segundo o mesmo relatório, dificilmente as ferramentas de backup (da maneira que conhecemos) deverão desaparecer, e aplicações específicas (hypervisors, bancos, etc.) desempenharão um papel mais ativo e aprimorado nos backups, com uma natural integração ao serviço de cópias de segurança.
Outro ponto que estimula o aprendizado e indica a continuidade do Bacula consiste na informação de que em 2014 ao menos 30% das organizações trocaram o fornecedor do software de backup por conta de frustrações relativas a custo, complexidade ou capacidade.
1.2. Mitos do backup
1.2.1. O ROI do serviço de backup
Em se tratando de um serviço relativo à área da Segurança em Tecnologia da Informação, o serviço de backup não poderia faltar à regra: trata-se de um aspecto cujo retorno de investimento se mostra praticamente impossível de ser quantificado.
Os benefícios são muito teóricos e incertos para que as empresas possam levá-los a sério como justificativa de investimento por si só. Para a maioria dos projetos em segurança da informação, é simplesmente impossível quantificar antecipadamente um ROI financeiro. Portanto, as organizações devem reagir com ceticismo a cálculos ou modelos de ROI divulgados por vendedores de soluções em segurança que não sejam substanciados por uma rigorosa pesquisa anterior, personalizada de acordo com o contexto de cada organização.[1]
Ao longo do tempo, algumas companhias que experimentam um número limitado de falhas tendem a reduzir a atenção e o orçamento para backup, considerando eles, de certa forma, menos necessários. Ou, ainda, simplesmente, deixam de fazer as devidas expansões indicadas pela Gerência de Capacidade, fazendo com que o sistema não atenda adequadamente à demanda.
Necessário ter em mente que backups e contratos de seguro não possuem muita diferença: similar às apólices de seguro, são um investimento no qual é preferível deixar de precisar do que usá-los
, conforme as palavras do autor Preston de Guise[2].
Portanto, a não ocorrência de demandas para a restauração de arquivos não pode, de forma alguma, constituir uma justificativa para que o serviço de cópias de segurança seja realizado de maneira precária – ou pior: que se deixe de fazê-lo.
Uma vantagem das soluções em software livre consiste no fato de poderem ser testadas e, dessa forma, obter uma flutuação menor na estimativa do ROI.
1.2.2. Backup não se confunde com o Gerenciamento do Ciclo de Vida da Informação (ILM – Information Lifecycle Management)
Muito tem se falado sobre o ILM atualmente – inclusive, alguns desenvolvedores de ferramentas para backup têm advogado no sentido de que seria um dos seus papéis.
Ocorre que o Gerenciamento do Ciclo de Vida da Informação consiste em um processo que abrange muito mais elementos, como: auditoria, indexação, criação, atualização, deleção, aspectos de armazenamento e de acesso.
Portanto, o backup estaria dentro, ainda, de uma subdisciplina do ILM, que seria o ILP (Information Lifecycle Protection
– ou Proteção do Ciclo de Vida da Informação), que também conteria uma série de outros fatores:
a)