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Panorama Histórico: do Antigo Testamento
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Panorama Histórico: do Antigo Testamento
E-book508 páginas8 horas

Panorama Histórico: do Antigo Testamento

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Sobre este e-book

Conhecer a História é fundamental. Conhecer a Bíblia e a História dos povos da Bíblia e da Igreja é, simplesmente, indispensável à vida humana nesta terra e, especialmente, para a Eternidade. Dr. Newton empenhou todos os esforços, cuidado e sabedoria em reunir dados vitais e reais da História nesse volume do Panorama Histórico do Antigo Testamento
IdiomaPortuguês
EditoraAbba Press
Data de lançamento11 de out. de 2019
ISBN9788578570552
Panorama Histórico: do Antigo Testamento

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    Panorama Histórico - Newton Bernardi

    Nova

    Nosso Antigo Testamento é composto por 39 livros, embora nas Bíblias das Igrejas Católica Romana e Ortodoxas sejam acrescentados mais alguns, os chamados livros apócrifos ou deuterocanônicos. Esses 39 livros estão agrupados em apenas 24 no texto sagrado dos judeus, onde Samuel, Reis, Crônicas e Esdras-Neemias, não eram divididos, cada um deles, em dois livros. Além disso, os doze Profetas Menores constituíam um único livro chamado Livro dos Doze. Assim sendo, o cânon hebraico continha quinze livros a menos que o AT atual, embora ambos apresentem o mesmo material (¹).

    Algumas citações antigas referentes ao cânon hebraico* mencionam apenas 22 livros, em lugar de 24. Orígenes de Alexandria (c. 185-253) assim se refere a eles: Deve-se observar que os livros canônicos, conforme transmitidos pelos hebreus, são vinte e dois, de acordo com o número das letras em seu alfabeto (²).

    Flávio Josefo**, falando a respeito das Escrituras judaicas, diz que só se aprova o que os profetas escreveram há vários séculos, segundo a verdade pura, por inspiração e por movimento do Espírito de Deus… Temos somente vinte e dois (livros) que compreendem tudo o que se passou, e que se referem a nós, desde o começo do mundo até agora, e aos quais somos obrigados a prestar fé. Cinco são de Moisés, que se refere a tudo o que aconteceu até sua morte, durante perto de três mil anos e a sequência dos descendentes de Adão. Os profetas que sucederam a esse admirável legislador escreveram, em treze outros livros, tudo o que se passou depois de sua morte até o reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos persas, e os quatro outros livros contêm hinos e cânticos feitos em louvor de Deus e preceitos para os costumes. Escreveu-se também tudo o que se passou desde Artaxerxes até os nossos dias, mas como não se teve, como antes, uma sequência de profetas não se lhes dá o mesmo crédito que aos outros livros de que acabo de falar e pelos quais temos tal respeito, que ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo modificar-lhes a mínima coisa (³).

    Como vimos, Josefo, que foi um dos primeiros a falar a respeito de um conjunto de escritos sagrados, também menciona apenas 22 livros. Ele diz que cinco são de Moisés, treze outros dos profetas que o sucederam e quatro outros livros que continham hinos, cânticos e preceitos. Essa divisão em apenas 22 livros, provavelmente, apresenta o mesmo material contido na usual divisão em 24, sendo que Lamentações estaria acoplado a Jeremias, e Rute a Juízes (⁴).

    Notemos, também, que Josefo fala que os profetas escreveram tudo o que se passou até o reinado de Artaxerxes, filho de Xerxes, rei dos persas e que, depois disso, não se teve, como antes, uma sequência de profetas. Ele afirma que ao que foi escrito depois da época de Artaxerxes não se lhes dá o mesmo crédito que aos outros livros, acerca dos quais, diz ele, ninguém jamais foi tão atrevido para tentar tirar ou acrescentar, ou mesmo modificar-lhes a mínima coisa.

    Com essas afirmações Josefo mostra que os chamados livros apócrifos, escritos basicamente entre os séculos III e I a. C. (⁵), nunca foram considerados canônicos pelos judeus. Xerxes, o rei Assuero com quem foi casada a rainha Ester (Et 1.1; 2.16,17), governou a Pérsia de 486 a 465 a. C. (⁶) e seu filho Artaxerxes a governou de 465 a 424 a. C. Portanto, de acordo com Josefo, os judeus não consideravam como sendo canônico nenhum dos livros escritos depois dessa época. Na realidade, mesmo levando-se em conta que o livro de Ester possa ter sido escrito durante o reinado de Artaxerxes, ou que se considerem as datas mais recentes para Malaquias, o último escritor do Antigo Testamento (em torno de 430 ou, até, segundo alguns, 425 a. C. (⁷,⁸)), vê-se que depois disso não houve mais nenhum livro inspirado até que foram escritos aqueles que vieram a formar o Novo Testamento.

    Melito (morto ca. 180), escrevendo a seu irmão Onésimo, já separa o livro de Rute daquele de Juízes e menciona 25 livros, quando diz: Verifiquei com precisão os livros do Antigo Testamento, e os envio a ti, conforme abaixo. Os nomes são os seguintes: de Moisés, cinco livros, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Jesus, filho de Num, Juízes, Rute, Quatro de Reis, Dois de Paralipômenos (Crônicas), Salmos de Davi, Provérbios de Salomão, também chamado Sabedoria, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Jó. Dos Profetas, Isaías, Jeremias. Dos doze profetas, um livro, Daniel, Ezequiel, Esdras. (⁹).

    Devemos notar que esse Jesus, filho de Num é Josué (Heb.: Yehowshua, que deu origem a Iesous, no grego). Na Septuaginta, os dois livros de Samuel estão juntos com os dois dos Reis (¹⁰), por isso, são mencionados Quatro de Reis e, nas Escrituras hebraicas, os livros de Esdras e Neemias constituíam um volume único, daí a menção apenas de Esdras.

    Existem duas formas pelas quais se apresenta o Antigo Testamento: o da Bíblia hebraica e o da cristã. Na Bíblia hebraica ele está disposto em 24 livros e na cristã protestante em 39. A Bíblia hebraica é dividida em três partes: (1) a Lei (Heb.: Tôrâh) — Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio; (2) os Profetas (Heb.: Nebyim, plural de nâbîy): anteriores — Josué, Juízes, Samuel e Reis; posteriores — Isaías, Jeremias, Ezequiel e o Livro dos Doze (os profetas menores); (3) os Escritos (Heb.: Kethubim, plural de kâthâb; Gr.: Hagiographa ou escritos sagrados, hagios + graphe) — Salmos, Provérbios, Jó, Cântico de Salomão, Rute, Lamentações, Ester, Daniel, Esdras-Neemias, I e II Crônicas (¹¹). Essas três divisões das Escrituras hebraicas são chamadas, no judaísmo atual, de Tanakh: T de Tôrâh, N de Nebyim e K de Kethubim (¹²).

    O reconhecimento do cânon da Bíblia hebraica foi gradual (¹³). O Pentateuco ou a Lei (Torah) foi a primeira porção das Escrituras a ganhar reconhecimento como sendo canônica, ainda durante o período pré-exílico. Os Profetas são divididos em duas partes, os profetas anteriores (que são conhecidos como livros históricos) e os posteriores (englobando os profetas maiores, exceto Daniel, e os doze menores). Provavelmente o reconhecimento da seção dos Profetas como sendo canônica tenha ocorrido após o retorno do exílio, mas parece claro que em torno de 200 a. C. esse fato já estava bem estabelecido.

    Na verdade, embora tenha havido grande homogeneidade em relação ao conteúdo da Lei e dos Profetas, os Escritos incluíam uma grande variedade de textos originários de períodos bastante distintos da história do povo e, aparentemente, o reconhecimento de sua canonicidade ocorreu um pouco mais tardiamente. Mesmo assim, ao que parece, sua canonicidade também já não era objeto de dúvidas ou questionamentos em torno do século II a. C. Provavelmente os Salmos foram os primeiros a serem reconhecidos como tal e Jesus, inclusive, os menciona como englobando todos os Escritos (Lc 24.44). Embora não de forma absoluta, quando, no século III a. C., foi feita a tradução do Antigo Testamento do hebraico para o grego (Septuaginta), os livros que ora o compõem pareciam já ser razoavelmente reconhecidos por todo o povo.

    Embora alguns ainda entendam que o Antigo Testamento, tal como o temos nas Bíblias protestantes hoje, tenha sido definitivamente reconhecido pelos judeus no Concílio de Jâmnia, no primeiro século da nossa era (¹⁴,¹⁵), praticamente não há dúvida de que ele já estava bem estabelecido muito antes disso.

    Acreditava-se que o conselho rabínico realizado em Jâmnia ou Yavne (por volta de 90 a. C.) fixou o número e a ordem do cânon hebraico. Reconheceu-se, no entanto, que o Concílio de Yavne não debateu nem solucionou a questão do cânon; em vez disso, debateu a interpretação de dois livros em particular, Cântico dos Cânticos e Eclesiastes (¹⁶). De qualquer forma, aparentemente após esse Concílio não houve mais nenhum importante questionamento a respeito de qualquer porção do cânon da Bíblia hebraica.

    Como vimos, desde a época do rei Artaxerxes e dos profetas pós-exílicos, Ageu, Zacarias e Malaquias, até a vinda de João Batista, Deus não enviou nenhum profeta para que, em Seu nome, falasse ao povo. Esse intervalo de cerca de quatrocentos anos na história de Israel é conhecido como período do silêncio profético. Além dos livros apócrifos, durante esse período de silêncio surgiram também outros escritos religiosos que eram utilizados pelo povo judeu, mas que nada têm a ver com as Escrituras cristãs.

    No período pós-exílico surgiram os Targuns, que eram versões livres das Escrituras do hebraico para o aramaico. Foram preservados oralmente desde Esdras até a época de Jesus, sendo transmitidos por escrito depois disso. O Talmude era um compêndio de leis civis e religiosas de Israel, que começou a ser escrito em torno de 300 a. C. e, na realidade, continuou a ser ampliado até cerca de 500 d. C. É constituído de uma condensação do pensamento rabínico desse período. Existem dois Talmudes, o da Babilônia e o de Jerusalém. O Talmude é dividido na Mishná, que é a lei oral tradicional oriunda da Lei de Moisés, e na Gemara, que são comentários dessas antigas tradições legais. Mais tarde surgiu o Midrash, muito ligado ao Talmude, que é constituído por sermões e comentários feitos nas sinagogas, em hebraico e aramaico, entre os anos 100 e 300 d. C. (¹⁷,¹⁸).

    É importante ter em mente que após cerca de mil anos, durante os quais o Senhor Se comunicou com o Seu povo através dos profetas, Ele passa cerca de quatro séculos sem fazê-lo, e somente volta a falar-lhe outra vez por meio dos autores inspirados dos livros do Novo Testamento, que foram escritos durante o século I d. C.

    NOTAS DE FIM

    I — COMPOSIÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO

    1. Hill, A.E. & Walton, J.H.; Panorama do Antigo Testamento , Editora Vida, São Paulo, SP, 2006, pág. 434.

    2. Origenes, apud Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica , Casa Publicadora das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro, RJ, 2007, pág. 225.

    3. Josefo, T.F.; História dos Hebreus , Casa Publicadora das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro, RJ, 2007, págs. 1432, 1433.

    4. Sizemore Jr., B.A.; The Canon and Text of the Old Testament , in: The Broadman Bible Commentary , vol. 1, Broadman Press, Nashville, Tenn, USA, 1973, pág. 50.

    5. Halley, H.H.; Manual Bíblico de Halley , Editora Vida, São Paulo, SP, 2001, pág. 854.

    6. Böhm, P.G.; O Antigo Testamento — Uma Visão ao Seu Alcance , Gráfica e Editora Photo & Cia Ltda., Porto Alegre, RS, 2003, pág. 157.

    7. Manual Bíblico de Mapas e Gráficos , Editora Cultura Cristã, São Paulo, SP, 2003, pág. 226.

    8. Böhm, P.G.; O Antigo Testamento — Uma Visão ao Seu Alcance , Gráfica e Editora Photo & Cia Ltda., Porto Alegre, RS, 2003, pág. 297.

    9. Melito apud Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica, Casa Publicadora das Assembleias de Deus, Rio de Janeiro, RJ, 2007, págs. 152,153.

    10. Hill, A.E. & Walton, J.H.; Panorama do Antigo Testamento , Editora Vida, São Paulo, SP, 2006, pág. 227.

    11. Sizemore Jr., B.A.; The Canon and Text of the Old Testament , in: The Broadman Bible Commentary , vol. 1, Broadman Press, Nashville, Tenn, USA, 1973, pág. 49.

    12. Hill, A.E. & Walton, J.H.; Panorama do Antigo Testamento , Editora Vida, São Paulo, SP, 2006, pág. 434.

    13. Sizemore Jr., B.A.; The Canon and Text of the Old Testament , in: The Broadman Bible Commentary , vol. 1, Broadman Press, Nashville, Tenn, USA, 1973, págs. 50-52.

    14. Böhm, P.G.; O Antigo Testamento — Uma Visão ao Seu Alcance , Gráfica e Editora Photo & Cia Ltda., Porto Alegre, RS, 2003, pág. 17.

    15. Tidwell, J.B.; Visão Panorâmica da Bíblia , Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1991, pág. 29.

    16. Hill, A.E. & Walton, J.H.; Panorama do Antigo Testamento , Editora Vida, São Paulo, SP, 2006, pág. 436.

    17. Unger, M.F.; Manual Bíblico Unger , Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 2009, págs. 362, 363.

    18. Ellisen, S.A.; Conheça Melhor o Antigo Testamento , Editora Vida, São Paulo, SP, 2003, págs. 360, 364, 368.

    * A ordem dos livros canônicos hebraicos é atribuída a Esdras (Ellisen, S.A.; Conheça Melhor o Antigo Testamento, Editora Vida, São Paulo, SP, 2003, pág. 120).

    ** Josephus ben Matthias, que ficou conhecido como Flávio Josefo (35-100 d. C.), foi um sacerdote judeu e líder militar que veio a tornar-se um dos mais importantes historiadores da antiguidade. Participou da revolta dos judeus contra Roma, iniciada em 66 d. C., ficou preso na capital romana e acabou sendo intérprete das tropas do general Tito durante o cerco de Jerusalém. (Ferguson, E., McHugh, M.P. & Norris, F.W.; Encyclopedia of Early Christianity, Garland Publishing Inc., New York and London, 1990, l pág. 501).

    Ahistória do povo de Israel começa a ser narrada, na Bíblia, no final do capítulo 11 de Gênesis, que fala da descendência de Sem até Abrão e, depois, da saída da família deste de Ur até Harã (Gn 11.10-32). Mais tarde, Deus chama Abrão, para sair da sua terra e ir para uma outra que lhe seria mostrada, com a promessa de que uma grande nação seria formada a partir dele e de que nele seriam benditas todas as famílias da terra (Gn 12.1-3).

    Nos onze primeiros capítulos de Gênesis são relatados, de modo relativamente breve, fatos de extrema importância, que estão relacionados com todo o restante do conteúdo da Bíblia: a criação, a queda, o dilúvio e a torre de Babel. Vamos, de maneira bastante sucinta, ver alguns aspectos de cada um desses acontecimentos.

    1.

    A CRIAÇÃO

    Basicamente, existem três grupos bastante amplos de visões diferentes em relação à origem do Universo. Cada um desses grupos apresenta variantes que dependem das premissas e crenças de quem as adota. Todavia, poderíamos agrupar todas essas variantes nos seguintes grupos principais: os panteístas, que acreditam que todas as coisas foram criadas a partir de Deus (ex Deo), isto é, que não há diferença real entre o Criador e a criação; os materialistas, que creem numa criação a partir de matéria preexistente (ex materia)*, ou seja, acreditam na eternidade da matéria e da energia físicas; e os teístas, que dizem que todas as coisas foram criadas a partir do nada (ex nihilo) (¹).

    A Bíblia é clara ao afirmar que Deus criou todas as coisas, isto é, que tudo o que existe além de Deus foi criado por Ele (Gn 1.1). Ele criou tudo a partir do nada (ex nihilo), uma vez que nada existia fora Dele antes que Ele criasse. A Bíblia diz que Deus criou todas as coisas (Ef 3.9), que Ele chama à existência as coisas que não existem (Rm 4.17) e que o universo foi formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem (Hb 11.3).

    Deus não apenas criou, mas também sustenta tudo o que existe fora Dele. Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis… Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste (Cl 1.16,17). Deus fez o mundo e tudo o que nele existe… nele vivemos e nos movemos e existimos (At 17.24, 28). A matéria e a energia não são eternas, absolutamente nada no universo é eterno, somente Deus o é. Antes da criação somente Deus existia e tudo o que existe foi criado por Ele. Ele é antes de todas as coisas e todas as coisas vieram a existir unicamente por Sua vontade (Ap 4.11).

    Existem, porém, maneiras diversas de se interpretarem os primeiros capítulos de Gênesis. Por certo, não caberia aqui comentá-las ou tentar expor os motivos pelos quais seria ou não adequado que algumas delas fossem levadas em consideração e outras não. Não creio que este seja o lugar para se argumentar a respeito de assunto tão complexo. Apenas chamo a atenção para alguns cuidados que devem ser tomados ao se defenderem determinadas teorias ou interpretações. Creio, porém, que alguns limites gerais e amplos possam ser estabelecidos para que haja coerência em relação à maneira de interpretarmos o restante das Escrituras.

    As posturas em relação à descrição da criação em Gênesis, entre cristãos e não cristãos, são as mais variadas, indo de um extremo a outro com inúmeras posições intermediárias. Por um lado, podemos ver posições como: "Esta descrição da criação dos céus e da terra por Deus é entendida como sendo: (1) recente, i. e., há milhares e não milhões de anos atrás; (2) ex nihilo, i. e., a partir do nada; e (3) especial, i. e., em seis períodos consecutivos de vinte e quatro horas chamados ‘dias’" (²). E, por outro lado, podemos, também, ver posições extremadas que consideram a mesma descrição como sendo apenas mito*. Por exemplo: "A narrativa da criação, em Gênesis, é apenas uma dentre muitas lendas antigas que procuram adivinhar como as coisas tiveram início. Por esse motivo, a narrativa não é, de fato, uma fonte informativa sobre a criação, mas tão somente uma lenda religiosa dotada de valores morais, religiosos e simbólicos" (ênfase acrescentada) (³).

    Todavia, mesmo a primeira citação, que é indubitavelmente teísta, não goza de consenso entre os teístas. Há quem pense que os períodos não sejam dias de vinte e quatro horas, e que a criação tenha ocorrido há milhões, ou bilhões, de anos atrás. Como exemplos de posturas diversas temos as teorias correntes do evolucionismo teísta e do hiato ou do intervalo, ambas, provavelmente, podendo ser consideradas como tentativas de harmonização entre o que dizem a Bíblia e as propostas científicas atuais.

    O evolucionismo teísta não nega que Deus tenha criado todas as coisas, mas tenta mostrar como Ele o fez. Essa teoria afirma que Deus criou os seres vivos por meio da evolução biológica, ou seja, que esta foi a maneira de que Deus Se utilizou para criá-los. Certamente, Deus teria criado as primeiras criaturas a partir das quais as demais teriam evoluído. Há quem afirme que essa teoria contradiga tanto a Bíblia como a teoria da evolução natural. A Bíblia mostra que Deus criou cada grupo animal e vegetal, e não dá a menor ideia de que um seja proveniente do outro. A evolução diz que ela mesma foi direcionada pelo acaso, por meio de mutações e seleção natural ao longo do tempo, e não por algum Ser inteligente.

    O evolucionismo teísta tenta conciliar a verdade bíblica com a teoria da evolução dos seres vivos. Esta, todavia, embora sendo uma teoria digna de ser estudada e de ser pesquisada, como uma hipótese de trabalho, não deveria ser considerada como verdade indiscutível, como é tida por muitos, geralmente sem razoável conhecimento daquilo que defendem. Há muitas observações que não podem ser explicadas por ela e que apontam na direção de uma criação especial dos seres vivos e não de uma evolução dos mesmos. Por exemplo, um fato comumente ignorado é o da completa inexistência de evidências de que haja ocorrido evolução dos vegetais*.

    Geralmente são também apontados os casos em que foram encontrados troncos de árvores dispostos na diagonal ou perpendicularmente em relação aos estratos de solo empregados para o estabelecimento das diferentes eras geológicas. Isso só poderia ser explicado por alguma catástrofe e não pela deposição lenta e gradual de camadas de material mineral e orgânico ao longo de muito tempo, fato este que seria indispensável à hipótese de ocorrência de evolução (⁴).

    É interessante, também, pensar em afirmações como a do famoso biólogo britânico Richard Dawkins, que ativamente combate as religiões, e que diz que a biologia é o estudo de coisas complicadas que dão a impressão de terem sido planejadas para um propósito (⁵). Quando ele diz concluir que as coisas complicadas estudadas pela biologia dão a impressão de terem sido planejadas para um propósito, ele está, na verdade, dizendo que, até onde é capaz de ver, todas as evidências de que dispõe apontam na direção de que tenha havido um planejamento. Todavia, mesmo diante daquilo que dizem as evidências, ele parece ter decidido que essa seja somente uma impressão, aparentemente apenas pelo fato de que ele gostaria muito que não tivesse havido nenhum planejamento. Mas, essa atitude é claramente anticientífica, uma vez que o objetivo da Ciência é exatamente o de procurar evidências a partir das quais possam ser tiradas conclusões. Ignorá-las não é uma atitude esperada por parte dos cientistas.

    Já a teoria do intervalo, que certamente não nega o criacionismo, mas admite uma criação e uma reconstrução, como dois estágios distintos, postula ter havido um longo período de tempo (de milhões ou bilhões de anos) entre os versículos 1.1 e 1.2 de Gênesis. É preciso, todavia, que se atente para a existência de conceitos diferentes em relação a essa teoria.

    Uma das ideias fala de uma criação original do céu e da terra, provavelmente com Satanás e os anjos habitando neles. Então sobreveio uma calamidade e uma destruição em consequência da queda dos anjos, e o versículo 2 fala da obra de reconstituição e reconstrução. Essa interpretação visa apenas explicar o problema do estrato geológico (⁶) e, nesse caso, não seria necessária a admissão de morte de seres vivos semelhantes aos que hoje existem, uma vez que, aparentemente, não haveria homem nem animais na criação original, antes dessa reconstituição. Nesse caso, a descrição de Gênesis referir-se-ia apenas ao mundo material como hoje o conhecemos, obviamente, antes das consequências ocasionadas pela queda.

    Uma outra postura, na realidade, é uma tentativa de explicar a existência tanto dos fósseis como das supostas longas eras defendidas pela cronologia naturalista. De acordo com essa teoria, também teria havido uma criação anterior àquela descrita em Gênesis, de 1.2 em diante. Todavia, nessa época a terra teria sido povoada por uma raça de humanos sem alma*. Há quem entenda que esse primeiro ato de criação se refere ao mais remoto passado, cuja cronologia é uma incógnita, e a revelação divina deixa aqui margem para todas as eras geológicas (⁷).

    Em relação a essa teoria, para alguns estudiosos da Bíblia… a criação original teria sido destruída por ocasião da queda de Satanás no pecado, e até aí ela é semelhante à que foi exposta anteriormente. Todavia, admitem que o relato que temos em Gênesis referir-se-ia apenas "à presente criação e não a uma criação anterior, da qual é possível identificarmos as evidências nos fósseis e na história geológica" (ênfase acrescentada) (⁸).

    Todavia, talvez seja difícil falar em duas criações e dizer, ainda, que os fósseis seriam uma comprovação da primeira, quando constatamos a existência dos chamados fósseis vivos. Essa comprovação é de extrema dificuldade quando vemos, por exemplo, que o celacanto* já existia havia muitos milhões de anos antes dos dinossauros que viveram, segundo os paleontólogos, desde mais de 200 até pouco mais de 60 milhões de anos atrás. Todavia, o celacanto continua a habitar os mares da Terra até hoje. Essa constatação mostra continuidade da vida na Terra e não duas criações com descontinuidade entre elas. Assim sendo, os chamados fósseis vivos, cujos antepassados são encontrados em extratos onde também estão os demais fósseis conhecidos, pertencem a grupos zoológicos hoje existentes e, longe de serem evidências de uma criação anterior, na verdade, apontam para a realidade de uma criação única.

    Creio que as teorias tanto do evolucionismo teísta como a do intervalo que admite a existência de animais antes de Gn 1.2, da maneira como acabaram de ser resumidas, não se sustentem por serem absolutamente incompatíveis com verdades bíblicas fundamentais e indiscutíveis. A existência de animais antes de Gn 1.2 admite a presença da morte na criação ainda antes de Adão. Em Rm 5.12, Deus diz que por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte…. Portanto, a morte entrou no mundo através da queda de Adão. Deus criou tudo muito bom (Gn 1.31) e o pecado corrompeu a boa criação de Deus. Quando o último inimigo estiver destruído (I Co 15.26), não haverá morte, sofrimento, luto, pranto ou dor (Ap 21.4), já que tudo isso é consequência da entrada do pecado no mundo.

    Tanto a teoria do evolucionismo teísta quanto a do intervalo requerem que haja morte antes da queda de Adão. A própria ideia de evolução implica em que haja seleção de características que seriam transmitidas às gerações seguintes. Sem morte não há evolução natural de seres complexos. Quanto à teoria do intervalo, no mínimo, seria necessário assumir que apenas a morte dos seres humanos entrou no mundo pelo pecado de Adão e que a dos animais já existiria antes disso. Creio que essa ideia seja difícil de sustentar se considerarmos que Rm 8.21,22 fala a respeito da esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção e que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora. Toda a criação (e não apenas os seres humanos) foi corrompida pelo pecado e contaminada pelas suas inevitáveis consequências.

    Parece difícil sustentar que a morte (tanto do homem como de todos os demais seres vivos), como parte da corrupção do pecado, não tenha entrado no mundo por ocasião da queda (Gn 2.17; 3.17). Em comentários a respeito de Rm 8.19-22 é comum que se interprete que a criação inteira está afetada (⁹) pela corrupção oriunda do pecado, e que essa condição se refere aos animais, aos pássaros, às flores, à vegetação, a tudo quanto conhecemos da criação visível (¹⁰). A entrada do pecado no mundo afetou não apenas a humanidade, mas também toda a criação com seus seres animados e inanimados (¹¹).

    Como vimos, há muitas interpretações diferentes e mesmo conflitantes a respeito da criação descrita em Gênesis. Dependendo dos seus pressupostos e da sua cosmovisão, cada pessoa irá interpretar os primeiros capítulos de Gênesis da maneira que considera ser a mais apropriada. Entendo, porém, que certos limites devam ser estabelecidos, para que seja possível uma avaliação equilibrada e coerente por parte dos cristãos, a fim de que não se infira algo incompatível com o restante das Escrituras.

    Assim sendo, pelo que foi dito até aqui, se o objetivo for o de harmonizar a interpretação de Gênesis com as supostas longas eras defendidas por muitos cientistas, talvez seja incoerente a postura de se interpretarem os dias ali mencionados como sendo enormes períodos de tempo. Essa interpretação requereria a existência da morte antes da Queda. Há, todavia, quem argumente que a morte entrou apenas na humanidade após o pecado de Adão, e que ela já existia no mundo animal. Porém, é necessária cautela para que não se assuma um posicionamento intransigente em relação a algo que não está suficientemente claro nas Escrituras. Vale a pena procurar se informar a respeito e analisar as várias posições existentes, sem, contudo, radicalizar nas próprias convicções e criar alguma animosidade em relação aos que pensam de modo diferente (¹²).

    Há, também, a possibilidade de que muitos considerem que, pela grandiosidade, pela enorme diversidade e pela inimaginável complexidade do universo, as coisas criadas não poderiam ter surgido em um espaço de tempo tão curto como o de apenas alguns dias. Assim sendo, entendem que seria necessário presumir que um período exageradamente grande de tempo fosse requerido para que a criação chegasse a ser como é. Embora Deus seja onipotente e pudesse ter criado todas as coisas num instante, há quem veja a criação de outra maneira.

    Por outro lado, parece que muitos não consideram estranha a hipótese de que, durante a chamada inflação cosmológica, tudo o que existe no universo tenha se expandido a uma velocidade absurda e inimaginavelmente grande. Dizem que, comparativamente, é como se uma moeda de um centímetro de diâmetro, numa fração inconcebivelmente pequena de segundo, atingisse um diâmetro de dez milhões de vezes aquele da Via Láctea (¹³). Isso é o que se diz que teria ocorrido na singularidade do início do universo segundo a, popularmente propagada como fato, teoria do Big Bang. Esse aspecto já foi abordado em outra oportunidade (¹⁴).

    É, portanto, interessante observar como, dependendo da posição assumida, as posturas variem desde a que considera possível e absolutamente razoável que o universo todo tenha vindo à existência numa ínfima fração de segundo, até aquela que considera impossível que Deus o tivesse criado em alguns dias. Por essas diferentes posturas podemos ver como são fundamentais as premissas das quais partimos.

    Além de uma interpretação diferente para os espaços de tempo conforme o relato de Gênesis, é muito importante que se tome bastante cuidado ao se dar sentido figurado a toda a narrativa do livro, a fim de que não se contradigam outros ensinos bíblicos. A maneira pela qual Jesus e os autores do Novo Testamento interpretaram Gênesis, obrigatoriamente, deve ser o parâmetro para a nossa interpretação desse livro. Por exemplo, eles interpretaram Adão (I Co 15.22), Eva (I Tm 2.13), Caim (Hb 11.4) e Abel* (Mt 23.35) como sendo personagens históricos, que realmente aqui viveram como nós, da mesma forma como também interpretaram outros personagens que vieram mais tarde, como Noé (Lc 17.26,27), Jó (Tg 5.11), Abraão (Jo 8.58), Sansão (Hb 11.32), Davi (Rm 4.6) ou Salomão (Mt 12.42).

    É preciso cuidado, também, ao simplesmente considerar como não verdadeiras as idades avançadas das épocas antigas, principalmente entre Adão e Noé, pelo fato de que os seres humanos vivem bem menos nos dias de hoje. Quem assim o faz precisa estabelecer o limite, em Gênesis, onde os números de anos registrados devam passar a ser entendidos como equivalentes aos de hoje. E explicar o porquê disso. Desde Adão até Noé as idades variavam em torno dos 900 anos. Depois de Noé ficaram, por algumas gerações entre 400 e 500 anos e, em seguida, foram paulatinamente decrescendo até que, na época de Abraão (em torno de 2.000 a. C.), estavam variando entre 150 e 200 anos. Tempos depois, Moisés (+/- 1.500 a. C.) viveu 120 anos, Davi (+/- 1.000 a. C.), 70 e, na época dele, Barzilai foi considerado muito velho com 80 anos (II Sm 19.32).

    Em resumo, é importante que se tenha muito cuidado para não interpretar apressada ou superficialmente qualquer porção de Gênesis, para que não se termine por contradizer afirmações claras de outras porções das Escrituras. É de fundamental importância mantermos coerência em nossa interpretação, levando-se em conta que a Bíblia, embora tenha sido escrita por muitos homens ao longo de muito tempo, na verdade, tem como único Autor o Espírito Santo. Isso significa que o seu conteúdo não teve origem na mente de seus autores humanos, mas que estes, ao escreverem, foram inspirados por Ele.

    NOTAS

    1. A CRIAÇÃO

    1. Geisler, N.; Enciclopédia de Apologética , Editora Vida, São Paulo, SP, 2002, págs. 189-196.

    2. MacArthur, J.; The MacArthur Bible Commentary , Thomas Nelson, Inc., Nashville, TN, 2005, pág. 8.

    3. Champlin, R.N.; O Antigo Testamento Interpretado , Vol.6, Editora e Distribuidora Candeia, São Paulo, SP, 2000, pág. 3795.

    4. Hennigan, T. & Bergman, J.; The Origin of Trees , Creation Research Society Quarterly, vol. 46, pág. 267, 2011.

    5. Dawkins, R.; The Blind Watchmaker , [1986], Penguim, London, 1991, pág. 6, apud Lourenço, A.; Como Tudo Começou, Editora Fiel, São José dos Campos, SP, 2007, pág. 51.

    6. Lloyd-Jones, M.; Grandes Doutrinas Bíblicas, Vol. I, Deus o Pai, Deus o Filho , Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo, SP, 1997, págs. 169, 170.

    7. Bíblia Anotada de Scofield , Spanish Publications, Inc., Miami, FL, USA, 1966, pág. 1.

    8. A Bíblia Vida Nova , Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1976, pág. 7.

    9. Murray, J.; Romanos , Editora Fiel, São José dos Campos, SP, 2003, pág. 330.

    10. Lloyd-Jones, M.; Romanos , Publicações Evangélicas Selecionadas, São Paulo, SP, 2002, pág. 74.

    11. Mac Donald, W.; Comentário Bíblico Popular — Novo Testamento , Editora Mundo Cristão, São Paulo, SP, 2008, pág. 446.

    12. Grudem, W.; Teologia Sistemática , Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 2000, págs. 198-246.

    13. Hawking, S. & Mlodinow, L.; The Grand Design , Bantam Books Trade Paperbacks, New York, USA, 2012, pág. 129.

    14. Bernardi, N.; O Sentido da Vida , ABBA Press Editora Ltda., São Paulo, SP, 2015, págs. 29-53.

    * Atualmente, creio que poderíamos colocar entre os materialistas também aqueles que não creem na eternidade da matéria e da energia, mas acreditam que porque existe uma lei como a gravidade, o universo pode e vai criar-se a si mesmo a partir do nada (Hawking, S.W. & Mlodinov, L; The Grand Design, Bantam Books Trade Paperbacks, New York, 2012, pág.180). Embora considerando que aquilo a que esses autores se referem como nada, não seja a absoluta ausência de qualquer coisa, mas, sim, o chamado vácuo quântico, e mesmo considerando a não razoabilidade e a absoluta insustentabilidade filosófica desse posicionamento (ver Bernardi, N.; O Sentido da Vida, Abba Press, 2015, págs. 42, 43, 64-66), creio que os que assim pensam poderiam ser enquadrados no grupo de "ex materia".

    * Estejamos atentos à importância fundamental de que, em hipótese alguma, venhamos a cair na tentação de ponderar que os fatos e acontecimentos narrados em Gênesis ou nos demais textos bíblicos sejam mitológicos, romantizados ou meramente ilustrativos. Evidentemente o texto bíblico é repleto de metáforas e outras figuras de linguagem, mas isso não afeta a realidade dos fatos quando apresentados como tal (Bíblia King James Atualizada, Abba Press & Sociedade Bíblica Ibero Americana, São Paulo, SP, 2012, pág. 35).

    * Afirmações como as que estão a seguir mostram a dificuldade de se encontrarem evidências de evolução entre as plantas: um relatório da NASA Science concluiu que como e quando as plantas com flores surgiram na Terra permanece um mistério, uma pergunta não respondida pelos cientistas evolucionistas por mais de um século. (Solving Charles Darwin’s ‘Abominable Mystery’, NASA Science News , 17 April 2001). As plantas com flores aparecem repentinamente, completamente formadas e em abundância no registro fóssil. Darwin referiu-se à origem das plantas com flores como ‘um abominável mistério’. Mais de um século mais tarde alguns dos mais importantes paleontologistas (Axelrod, Bold, Knoll e Rothwell) ainda classificam o problema como ‘abominável’. (Roth, A., Origins, Review and Herald, Hagerstown, pp. 184–185, 1998).

    Ver tembém: https://creation.com/images/pdfs/tj/j16_2/j16_2_118-127.pdf

    * Essa expressão é do físico Adauto Lourenço, criacionista científico que combate firmemente as teorias da evolução teísta e do intervalo (Lourenço, A.; Gênesis 1 & 2, Editora Fiel, São José dos Campos, SP, 2011, pág. 94).

    * Fóssil vivo é uma expressão informal, não científica, que se refere a um animal ou vegetal hoje existente, morfologicamente semelhante a algum organismo fóssil do mesmo grupo. Existem seres vivos atualmente, os chamados fósseis vivos, extremamente semelhantes a organismos fossilizados, que mostram praticamente não haver ocorrido modificações ao longo de grandes períodos de tempo (assim considerados pela cronologia naturalista). Um dos exemplos mais conhecidos é o Celacanto (Latimeria chalumnae), que era considerado como estando extinto havia 70 milhões de anos, quando, em 1938 foi encontrado um exemplar vivo no Oceano Índico. Desde então os espécimes desse peixe, capturados ou avistados, chegam a mais de 300.

    * É importante notar que Jesus Cristo Se refere a Abel e a Zacarias, que constituem a primeira e a última menções no Antigo Testamento de servos

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