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Lumen: No princípio da vida espiritual
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E-book177 páginas3 horas

Lumen: No princípio da vida espiritual

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Sobre este e-book

Com esta obra, o autor Jonathan Ferreira tem por objetivo ajudar os jovens e todas as pessoas que necessitem e estejam dispostas a conhecer a espiritualidade católica e trilhar um caminho de santidade. Com um conteúdo claro e assertivo, ele coloca quais seriam os primeiros passos de uma pessoa que deseja progredir numa intimidade com Deus, para futuramente chegar à perfeição da caridade. O autor traz ainda, neste livro, sua experiência de vida, como forma de corresponder a colaboração que Deus o convocava a dar. Por isso, o nome "Lumen", que é traduzida como "Luz" ou "algo que ilumina". A intenção é que esta obra ilumine a todos os cristãos, que trazem em seu coração o desejo de amadurecer na fé e crescer na vida espiritual.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de ago. de 2021
ISBN9786588451540
Lumen: No princípio da vida espiritual

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    Um livro que ensina muito, mas ao mesmo tempo nos direciona a buscar uma mudança de vida e uma profundidade na fé.

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Lumen - Jonathan Ferreira

Introdução

O fruto da minha insônia

D

urante um bom tempo

da minha vida missionária, viajei pelo Brasil afora para pregar retiros para jovens. E alguns nem eram para jovens, mas para pessoas adultas e mais experientes na fé que já caminhavam na Igreja há um tempo. Em muitas dessas cidades e regiões por onde passei, acontecia algo que eu posso considerar como sendo um drama comum, pois todas as regiões partilhavam deste drama. Que fique claro: este drama não era a minha presença! Mas como se daria o próximo passo após terem vivido uma experiência autêntica com Deus.

Os jovens, que nunca tinham feito uma experiência com Deus, quando passavam por isso, choravam torrencialmente e abriam seus corações relatando o que tinham vivido até então, suas lutas e como desejavam viver o restante de suas vidas. As pessoas que organizavam o retiro, também tendo passado por uma experiência transformadora, se propunham a mudar de vida, faziam firmes propósitos e perguntavam: E agora, como podemos dar continuidade na nossa formação e na formação desses jovens?. Em vários lugares por onde passei, em retiros dos quais participei, escutei esse tipo de pergunta. Pessoas com bons anos dentro da Igreja também se questionavam sobre a possibilidade de conhecerem mais a fé da Igreja; bem lá no fundo, elas reconheciam que passaram muito tempo sem orientação.

Inquieto com tudo isso, voltava para casa após cada retiro realizado, e me questionava: como colaborar, tanto para aqueles jovens que acabaram de se converter como para aquelas pessoas que já estão há certo tempo caminhando na Igreja?. Essa inquietação não era somente algo da minha humanidade, mas Deus que me fazia ver uma realidade concreta, à qual Ele mesmo me chamava para colaborar para sua melhora, ainda que fosse numa pequena parcela. Na medida em que eu via toda essa realidade, com suas circunstâncias próprias, sentia-me vocacionado, responsabilizado para fazer algo.

O fato é que, durante muito tempo, eu mesmo não tinha ideia sobre como trabalhar de tal maneira que viesse a ajudar essas pessoas. Eu até dava algumas dicas, porém reconheço que eram insuficientes, eram, até de certo modo, paliativas. Demorei para entender que, antes de fazer algo, eu mesmo precisava passar por este caminho de santificação (e ainda estou nele), e como consequência deste mesmo processo, poderia oferecer algo para todas essas pessoas. Foi exatamente isso que aconteceu. Primeiro tive pessoas que me ajudaram a compreender a espiritualidade cristã e o chamado à santidade; depois, não querendo estacionar na teoria, parti para a vivência do que aprendi; e agora, num terceiro momento, vejo que posso colaborar para que outros jovens e pessoas no geral possam também conhecer este caminho de santificação.

Este pequeno livro surge assim, neste cenário, e pretendo com ele ajudar a muitos jovens e qualquer pessoa que necessite e esteja disposta a conhecer a espiritualidade católica e trilhar um caminho de santidade. Nele eu procuro ser objetivo, claro, e me valer de alguns autores, inclusive, muito melhores do que eu. Por isso também é importante prestar atenção nos autores em que fundamento o que estou transmitindo, pois neles o leitor poderá encontrar uma explicação muito mais detalhada e profunda sobre os assuntos tratados.

Não tenho a pretensão de esgotar o assunto sobre a espiritualidade, longe disso! O que quero é tão somente colocar quais seriam os primeiros passos de uma pessoa que deseja progredir numa intimidade com Deus e futuramente chegar à perfeição da caridade, ou seja, à santidade. Esta foi a maneira que encontrei para corresponder à colaboração que Deus me convocava a dar; e assim voltar a dormir em paz. Por isso o nome Lumen, que podemos traduzir como Luz ou algo que ilumina. A ideia é iluminar o que deve ser feito no princípio da vida espiritual.

Mergulhe de cabeça!

O

primeiro anúncio da boca

de Jesus, segundo o Evangelho de São Mateus, é exatamente este: Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo (cf. Mt 4,17). Até então, o evangelista Mateus estava narrando acontecimentos importantíssimos sobre a vida de Jesus, desde a sua genealogia, seu nascimento, a visita dos magos do oriente, a fuga para o Egito, o batismo e a provação no deserto. No entanto, com a prisão de João Batista, Jesus se retira para a Galileia. Ele deixa a cidade de Nazaré e passa a morar em Cafarnaum. É exatamente nessa ocasião que o evangelista usa a expressão Jesus começou a anunciar... (cf. Mt 4,17) e chega a mencionar o trecho da Sagrada Escritura: O povo que estava nas trevas viu uma grande luz; para os habitantes da região sombria da morte, uma luz surgiu (cf. Mt 4,16).

Jesus convida aqueles que O escutam para a conversão. Ele diz claramente: convertei-vos.... Não usa meias palavras, não tenta florear ou qualquer coisa do tipo. A primeira pregação de Jesus é incisiva, direta e concreta. Jesus é a Palavra encarnada que anuncia o Reino de Deus. É natural que, ao ouvir a Palavra, o nosso coração fique compungido. A pregação de Jesus provocava isso nas pessoas: um desejo profundo de conversão. E também pela Palavra a pessoa se sente convidada a entrar para o Reino de Deus.

Quando você entra numa casa, naturalmente, faz isso pela porta de entrada desta casa, certo? Convenhamos que entrar pela janela ou chaminé dá muito mais trabalho. Por isso, entenda o seguinte: quando Jesus convida aquele povo à conversão e para que entrem no Reino de Deus, convida-os também para entrarem na casa do Pai. Sendo que a porta de entrada para esta casa é o batismo. Isso mesmo, o batismo.

Vamos agora abordar, a partir dos ensinamentos de Jesus nos evangelhos, a Tradição da Igreja e o seu Magistério sobre esta afirmação. Ao longo do texto, vamos entender como podemos entrar nessa casa e sermos da família do Senhor.

Batismo, o exemplo a ser seguido

Toda vida cristã começa pelo batismo. Aliás, se formos observar, em todos os evangelhos encontramos a narração do batismo de Jesus. Antes mesmo de começar sua vida pública, Jesus quis ser batizado, e ao deixar isso acontecer, o Cristo cumpre o que a Sagrada Escritura já tinha prefigurado e ainda nos dá um exemplo a seguir. Ensina São Tomás que, neste momento, ao ser batizado no Jordão, Jesus purifica as águas e institui o batismo como um sacramento. Quando Jesus estava crucificado e o soldado rasgou o lado de Jesus com a lança, jorrou sangue e água do seu ferimento. Segundo o que a Igreja ensina, água significa justamente o sacramento do batismo. Ao ser batizada, a pessoa participa da morte de Cristo e também de sua ressurreição. A porta da eternidade nos é aberta.

Neste sacramento todos os pecados cometidos até então são perdoados. Isso não significa que a pessoa batizada não tem mais a inclinação para o mal proveniente do pecado original. Pelo contrário, a inclinação para o mal permanece. Contudo, veremos nas próximas linhas sobre o sentido e efeito deste sacramento na alma humana.

Quem batizou Jesus foi um homem chamado João Batista. Ele era um profeta; na verdade, o último dos profetas que pregava para os habitantes da Judeia dizendo: Depois de mim vem aquele que é mais forte do que eu. Eu nem sou digno de, abaixando-me, desatar a correia de suas sandálias (cf. Mc 1,7). Além de pregações como esta, ele também batizava as pessoas. Elas vinham até ele e eram batizadas no rio Jordão. O mesmo João Batista chegou a dizer: Eu vos batizo com água. Ele vos batizará com o Espírito Santo (cf. Mc 1,8). Foi exatamente em um desses dias em que João pregava para o povo e o batizava que Jesus apareceu: Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João, no rio Jordão (cf. Mc 1,9).

De início, João Batista, por não se achar digno de batizar Jesus, disse a Ele que não poderia fazer isso e que, na verdade, ele (João) é quem deveria ser batizado por Jesus. No entanto, Jesus insistiu: Por ora, deixa, é assim que devemos cumprir toda justiça (cf. Mt 3,15). Isso significa cumprir o que já prefigurava a Sagrada Escritura. Na medida em que Jesus é batizado por João Batista, o céu se abre e nós temos algo espetacular relatado. Do céu veio uma pomba e se ouviu uma voz que dizia: Eis o meu Filho amado, nele está o meu agrado. A pomba é justamente o Espírito Santo – como disse Mateus: ...o Espírito de Deus... como uma pomba. E a voz que aparece no relato do evangelho é o próprio Pai.

Portanto, temos neste momento manifesto a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Não vamos tratar desse mistério, mas é importante lembrar que existe um só Deus em três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Sendo assim, vamos continuar na reflexão a respeito do batismo.

Siga o Mestre

Quando Jesus ressuscitou dos mortos e apareceu aos discípulos, Ele deixou a seguinte missão: ide, pois, fazei discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (cf. Mt 28,19). Veja, Jesus deixa como ordem direta para a Igreja que ela faça discípulos e os batize. E no versículo seguinte a este, Ele continua a orientar: ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado (cf. Mt 28,20). Neste trecho, vemos que, juntamente com o batismo, a Igreja é ordenada por Jesus para que ensine esses discípulos. E não se trata de qualquer ensinamento ou de algo propriamente humano. Pelo contrário, o ensinamento é aquele que foi passado pelo próprio Cristo.

Seguindo a ordem de Jesus, fundador da Igreja, a mesma se dedicou a anunciar o Evangelho, a batizar as pessoas e ensiná-las a observar tudo o que o Senhor ordenou. Nós podemos constatar isso principalmente nos Atos dos Apóstolos e nas cartas de São Paulo, São Pedro, São João e outros. Inclusive, podemos recordar a primeira pregação de Pedro no episódio de Pentecostes, onde é narrado que o povo que escutava a sua pregação ficou com o coração compungido: Quando ouviram isso, ficaram com o coração compungido e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: ‘irmãos, que devemos fazer?’ (cf. At 2,37).

Vejam, eles fizeram uma experiência tão real e verdadeira que agora querem saber o que fazer com tudo isso. Ou seja, a vontade daquelas pessoas agora não é outra senão seguir a Verdade. Isso se concretiza de forma muito prática na vida daquele que acolhe a Boa-Nova, pois a pessoa busca, de todas as formas possíveis, viver a proposta apresentada. Porém, mais impressionante do que todo esse processo, é a resposta que Pedro dá para aqueles que perguntaram a ele sobre o que deveriam fazer. Fica bem claro, diante da resposta de Pedro, que o mesmo estava seguindo à risca aquilo que Jesus tinha orientado a toda Igreja. A resposta do apóstolo é: Convertei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E recebereis o dom do Espírito Santo (At 2,38).

No entanto, podemos verificar ainda outro caso da Sagrada Escritura. Quando Paulo e Silas estavam na cidade de Filipos e ali anunciavam o Evangelho para o povo pagão, foram humilhados, açoitados e presos. Narra o autor sagrado que, ao serem presos, os colocaram bem lá no fundo da prisão, ou seja, no pior dos lugares. E ainda prenderam os pés deles em troncos.

Enfim, mesmo com tudo isso, eles não deixaram se intimidar e, a plenos pulmões, louvavam a Deus pelo privilégio de todo aquele sofrimento. Se não bastasse o louvor, que já não é pouca coisa diante da situação em que eles estavam, na medida em que eles louvavam, todo o lugar começava a tremer. Você não entendeu errado, meu jovem, aconteceu um verdadeiro terremoto naquele local, ao ponto de sacudir os alicerces. E ainda fez com que todas as portas e correntes da prisão se abrissem.

O carcereiro, quando viu todas as celas abertas, imaginou que os presos tinham fugido. Ao ter essa percepção, sabendo que seria punido por isso, resolveu tirar a sua própria vida. Ele pegou sua espada e, quando ia se matar, ouviu um forte grito: Não faça isso!. Era a voz de Paulo no fundo de sua cela com Silas. Paulo continuou a dizer que todos ainda estavam ali e ninguém tinha fugido da prisão. Neste ponto, vem a parte mais bonita desta história. O carcereiro pergunta para Paulo e Silas:

– O que devo fazer para ser salvo?

– Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua família – respondeu Paulo.

A narração continua a dizer que o carcereiro levou Paulo e Silas até a sua casa e lá todos ouviram

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