National Kid: O Marcante Herói de uma Geração
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Sobre este e-book
Em vista desse grande impacto promovido em nossa cultura popular, não é de se estranhar que esse clássico japonês ainda diverte atualmente e traz tantas recordações nos cinquentões ou sessentões das mais variadas classes sociais. Visando o numeroso público saudosista e, ainda, os curiosos das novas gerações e os estudiosos da história da televisão, é escrito este livro, que adentra o grandioso universo em torno da série, promovendo uma abordagem inédita na pesquisa sobre um programa de TV.
O primeiro contato do autor com a série National Kid aconteceu em um determinado dia de 1965, quando seu pai ligou o televisor para assistir a um programa de esportes na TV Piratini de Porto Alegre. No entanto, a atração anterior ainda estava no ar e chamou a atenção do guri: National Kid, o herói vindo de Andrômeda. Tratava-se de uma série com características peculiares: o herói voava de braços abertos, diferente de outro que assistíamos na época, o Super-Homem. De repente, crianças saíam correndo pelas calçadas e gritavam "Nacional Kid!".
Há algumas décadas, o autor vinha acumulando, por curiosidade, informações minuciosas e até inéditas sobre a série. Todo esse vasto material informativo não poderia ficar acessível a poucos e assim foi transposto para o mundo literário. O rico volume de informações extrapola os limites da tela e relata a gênese da série, a escolha do nome, detalhes sobre o enredo e personagens, o impacto cultural no Brasil e um amplo levantamento das locações das filmagens, inclusive com mapas e imagens comparativas de como eram e como estão atualmente. Para tanto, o autor contou com informações de diversas fontes pelo mundo, como o Dr. Masashi Sakai, professor de uma universidade japonesa.
Sinopses dos episódios e preciosas informações técnicas da produção e do processo de dublagem no Brasil completam a narrativa do primeiro livro-reportagem brasileiro a contar a história de National Kid.
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National Kid - Marcus Anversa
Editora Appris Ltda.
1.ª Edição - Copyright© 2022 do autor
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.
Catalogação na Fonte
Elaborado por: Josefina A. S. Guedes
Bibliotecária CRB 9/870
Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT
Editora e Livraria Appris Ltda.
Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês
Curitiba/PR – CEP: 80810-002
Tel. (41) 3156 - 4731
www.editoraappris.com.br
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
AGRADECIMENTOS
Desejo agradecer aos participantes especiais: o Dr. Masashi Sakai, pois, graças à sua abnegada pesquisa, pude localizar e revisitar os muitos lugares que foram utilizados para as locações de filmagens da série National Kid, o que acabou por trazer curiosidades não imaginadas; ao Roberto Sesóstris, que, além da imprescindível ajuda na revisão e de proporcionar sugestões nos textos, foi o responsável, em grande parte, pelo Guia de Episódios
e pela Curiosidades Kid
, enriquecidos pelo seu dom na busca de detalhes. Também foi o responsável por coordenar o apoio provido pelo Grupo de Detetives Infantis (agora sênior) composto, além do próprio, por Humberto Cardoso e Silvio de Oliveira.
Um agradecimento aos amigos, sempre a postos para ajudar, amantes das séries de televisão, fornecendo seus relatos das impressões e do impacto que a série National Kid proporcionou em suas vidas, são eles: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos, Haydée de Oliveira, Zelândia Souza e, mais uma vez, o Grupo de Detetives Infantis (agora sênior). Também ao Maurício Viel pelo prefácio do livro e ao Prof. Ricardo Mário Gonçalves.
Quero estender ao desenhista Guilherme Gomes, responsável pela ilustração da capa.
À Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Rio de Janeiro na pessoa do Sr. Toshiya Asahi, um muito especial à Japan External Trade Organization – Jetro, nas pessoas do Sr. Kenji Kainuma e Sr.a Martina Hirose, fundamentais no contato e negociação dos direitos pertencentes à Toei Company, o que permitiu a viabilidade desta obra.
Ao Sr. Naoki Shinozaki, gerente de vendas internacionais da Toei Company, e à própria empresa, por nos proporcionar a série National Kid, pela sua aprovação do contexto para publicação do livro e do uso das imagens de sua propriedade, fundamentais para a realização desta obra.
Neste livro, há um pedaço de várias pessoas que, ao longo dos anos, forneceram-nos valiosas informações, impressões, avaliações sobre temas ligados à televisão e que, de alguma maneira, por mais simples que seja, ressoam na obra National Kid. Isso começou em nossas interações por meio de listas de discussões da internet, como as da lendária Revista TV Séries, de Fernanda Furquim, do site Retrô TV, de Maurício Viel, e História da Televisão, coordenado por Marcus Anversa, depois prosseguindo em outras plataformas eletrônicas.
O que está escrito nesta obra é
de opinião pessoal e exclusiva do autor,
não expressando a da Toei Company LTD.
À minha esposa, Elizabeth Congnasca Anversa,
aos meus, filhos Márcia Cristina Congnasca Anversa
e Marcus Rafael Congnasca Anversa,
aos meus pais, Vitalino João Anversa e Shirley Albrecht (in memoriam), ao meu irmão, Gerson Luís Albrecht Anversa,
à minha, sobrinha Marina Furtado Anversa
e à minha avó Marina Carvalho Albrecht (in memoriam).
PREFÁCIO
Mais veloz que o jato, mais duro que o aço,
super-homem invencível, cavaleiro da paz e da justiça, Nacional Kid!
Uma série japonesa que fez mais sucesso no Brasil do que em seu próprio país de origem! Com essa informação, dá para se ter uma ideia do tamanho do impacto causado pela série National Kid (Japão – 1960/61) na garotada brasileira dos anos 1960 e 1970. Quem não brincou de correr com os dedos em volta dos olhos, imitando o Kid
? Quem nunca ficou com medo dos incas venusianos e dos seres abissais? Ou, ainda, quem nunca cantou um trecho da música de abertura, cuja letra é corretamente apontada neste livro como Bokura no Kido – Kido! – Nashonaro Kiido
. Pioneira, a série foi um marco na televisão de nosso país e abriu caminho para que o mercado trouxesse, anos depois, tantas outras inesquecíveis séries e desenhos animados lá da Terra do Sol Nascente. Aliás, até os dias atuais, os desenhos japoneses, chamados de animes
, fazem a cabeça dos jovens brasileiros.
O autor Marcus Anversa nasceu em 1962, na cidade de Porto Alegre. Hoje é doutor em Geografia e foi uma das crianças que marcaram presença na hora do Kid
entrar no ar pela TV Piratini, afiliada da Rede Tupi. Carregando as boas lembranças da série e acumulando muitas informações durante anos, resolveu transpor para o mundo literário, pela primeira vez, tudo sobre o herói vindo de Andrômeda que se disfarçava como o pacato professor Massao Hata.
Quando fui começar a redigir este prefácio, entrei em contato com um amigo que reside no Japão há muitos anos e lhe fiz uma pergunta objetiva: Tem National Kid aí?
A resposta foi direta: Fala-se mais do Ultraman
. Justamente pelo fato de não ter
National Kid no próprio Japão, a pesquisa realizada por Marcus Anversa e seus colaboradores teve que ser ampla e minuciosa, principalmente sobre o elenco, juntando informações de diversas fontes. Anversa traz as sinopses dos episódios, detalhes sobre o enredo e os personagens. Há preciosas informações técnicas da produção e da memorável dublagem brasileira. Aliás, um bom trabalho de dublagem deixa a obra ainda melhor, e a Arte Industrial Cinematográfica – AIC (São Paulo) sabia fazer isso muito bem. A série foi heroicamente lançada em home vídeo no Brasil, durante anos 1990, mas com uma nova dublagem, algo que acabou descaracterizando a produção. Marcus Anversa contará, nas páginas seguintes, sobre o paradeiro daquele valioso áudio.
Aliás, você sabe quem eram os dubladores originais da série? Tens agora, em suas mãos, as informações mais completas — e muitas inéditas — sobre a série National Kid, com muitas curiosidades, entre elas, sua gênese e a escolha do seu nome. Ademais, o autor publica um material inédito, para nenhum fã colocar defeito, fruto da pesquisa de um de seus brilhantes colaboradores. Trata-se de um amplo levantamento das locações das filmagens de National Kid, inclusive com imagens comparativas de como eram e como estão atualmente.
E, já que falei da nova geração brasileira de fãs das produções japonesas, esta obra também visa a apresentar National Kid a esses que nunca ouviram falar a palavra Auíca!
, a saudação ao deus dos terríveis incas venusianos. Quem teve o prazer de ver o velho Kid
, na imagem preto e branca do televisor de sua casa (ou do vizinho), vivencia agora um gostoso reencontro com sua própria infância ou juventude!
Maurício Viel
Jornalista e editor do portal retrotv.com.br
Uma geração que ainda sonha
A II Guerra Mundial terminou em 1945, e o Japão ficou do lado infortuno do resultado, teve uma ocupação estrangeira que durou até 1952. Geralmente, uma grande adversidade proporciona a reflexão e o preparo para melhores conquistas, essas de real importância, um salto qualitativo. Quatorze anos depois, tínhamos a série National Kid em produção; o país estava em fase de reconstrução e desenvolvimento, como bem exemplifica o começo da implantação do trem-bala em 1957. Tudo estava sendo feito para tornar o Japão o que é hoje, uma consolidada potência mundial. Uma das receitas foi apostar no maior valor que cada nação possui, seu povo. Assim, foi proporcionada a educação de qualidade, com docentes valorizados, o que permitiu a criação dos tijolos do reerguimento e sustentabilidade da nação. Houve o consequente empenho em desenvolver a ciência, a tecnologia e a inovação, instrumentos, entre outros, necessários para o desenvolvimento. O povo japonês não menosprezou isso. A série National Kid tem como premissa criar o apego da juventude japonesa pela ciência, e assim ocorreu. O Japão devastado pela guerra acabou superando o Brasil no comércio internacional em 1965. É claro que o país teve forte apoio financeiro dos EUA e da conjuntura de seu papel estratégico na Guerra Fria, mas a parte do que lhe cabia fez com dedicação e esmero. Assim é desejado que trilhe também a nação brasileira.
Na série, as crianças cuidadas pelo professor Massao Hata (identidade secreta de National Kid) eram órfãs, parte da geração que o criador e desenhista Daiji Kazumine viu de perto no pós-guerra. Outro fato da época é que nem todos os japoneses tinham aparelhos de televisão, como se pode notar nos episódios da série em que as notícias são transmitidas, principalmente, pelos rádios ou jornais. A Matsushita Electric Industrial Co., Ltd. lançou o primeiro televisor fabricado no Japão em 1952, entretanto, ainda muito caro para parte da população. No Brasil dos anos 1960, os aparelhos de TV estavam restritos às famílias com certa renda, por isso, ainda prevalecia a figura dos televizinhos. Era uma época em que a televisão brasileira estava com o videoteipe sendo introduzido. Parte de sua audiência era composta da geração baby boomers, os nascidos após Segunda Guerra Mundial até a metade da década de 1960. Ali, conviveram com o Governo Militar, com as promessas de crescimento, com as possibilidades de trabalho ligadas à estabilidade dentro de grandes indústrias e de oportunidades no setor público. Era um período de otimismo financeiro (o chamado Milagre Econômico
), da possível ascensão social, das promessas vindas da revolução tecnológica atestadas pela própria televisão, dos rádios transistorizados, da ida do homem à Lua, da microeletrônica em evolução que nos levaria aos modernos computadores e ao ciberespaço que permeia a sociedade do século XXI. Acompanharam de perto as mudanças culturais e sociais, como o surgimento da música pop, da Jovem Guarda, do movimento hippie, das contestações aos valores, a política vigente etc. Passaram por mudanças políticas, graves crises econômicas, presenciaram o período da Guerra Fria, conflitos deflagrados como os do Vietnã e Oriente Médio, tudo os influenciando na vida em idade madura e sua visão de mundo.
Era uma geração que tinha o televisor como babá eletrônica, afortunadamente apresentando vários programas de qualidade, educativos. Dessa época, temos O Circo do Carequinha (George Savalla Gomes), Dozelândia – o Reino da Alegria (Vovô Joaquim – Hipólito Alves Garcia), TV de Brinquedo (Antônio Gabriel de Moura Coelho), Cirquinho Piratini (palhaços Bebeto, Cebolinha e Papagaio), Capitão Furacão (Pietro Mário), Clube do Capitão Aza (Wilson Vianna), Zás Trás (Aristides Molina & Márcia Cardeal), Clubinho da Tia Arlete e Seus Desenhos Animados (Arlete Ribeiro), Teatrinho Trol, Cinelândia Estrela. Muitos desses programas apresentavam desenhos e séries, entre eles, National Kid. Meu primeiro contato com o herói nipônico foi casual e com tenra idade, em 1965, numa exibição dentro do Cinelândia Estrela na TV Piratini de Porto Alegre. O contato aconteceu porque meu pai tinha selecionado o canal do Kid no televisor Standard Eletric para assistir às notícias do clube de futebol para o qual torce, isto é, o programa exibido após a série, o Repórter Esportivo. Tive a impressão, como quase todos, de ser uma série com características peculiares, original, pois era a primeira série japonesa apresentada na televisão brasileira. O herói voava de braços abertos, diferente do outro a que assistia, na época, ao Super-Homem. Os vilões, a mim naquela idade, eram os mesmos do outro programa exibido no período, "O Aranha Negra", no caso, os encapuzados seres abissais. Foram exibidas cenas que ficaram marcadas em minha memória, como o robô do National Kid sendo derretido pela pirometralhadora Alfa dos incas venusianos, o carro com o Dr. Nagano sendo levitado por um medonho ser abissal ao volante, outro abissal sendo morto numa cabine telefônica pelos subterrâneos e liquefazendo-se. Outra recordação é de meus colegas de infância comentando sobre o episódio do National Kid exibido, e os baixinhos correndo nas calçadas de Porto Alegre gritando Nacional Kid!
.
Não é de se estranhar que essa pioneira série japonesa no Brasil, ainda divertida, traga tantas recordações a diversas pessoas, hoje cinquentões ou sessentões, das mais variadas classes sociais, além do seu impacto em nossa cultura popular. Acumulei várias informações, durante os anos, obtidas pela curiosidade, entre elas, as preciosidades fornecidas pelo Sr. Masashi Sakai. Foram tantas informações, algumas inéditas, com lendas urbanas a seu respeito sendo refutadas, que não poderiam ficar retidas a mim, mas deveriam ser disseminadas, por