A grande angular é a lente mais usada na fotografia, disso não há dúvida. Por isso, ela parece não ter o mesmo charme que outras lentes, como a mítica 50 mm (a “normal”), o glamour das valorizadas meia-tele e teleobjetiva ou o mundo de descobertas das macros. Mas atire o primeiro cartão de memória (ou filme) quem nunca se encantou com uma grande angular. Fundamental para uma série de segmentos da fotografia, conhecida por ser a lente típica para quem se dedica a captar paisagens e astrofotografia, a grande angular pode ir além dos desígnios que normalmente dão a ela e desafiar a criatividade de muitos profissionais, caso do escocês David Yarrow, um popstar da fotografia de vida selvagem voltada para a arte, que quase nunca usa uma teleobjetiva para registrar leões, elefantes, rinocerontes e ursos. Vale-se na maioria das vezes de uma grande angular de 28 mm, colocando a câmera abaixo e próximo do animal.
Elefante fotografado por Yarrow no Parque Nacional Amboseli, no Quênia, com uma grande angular de 20 mm
Essa classe de lentes, assim conhecida por estar abaixo do ângulo de visão da 50 mm (veja box), também é companheira fiel de grandes fotógrafos brasileiros, como o carioca Márcio Shenny, inovador ao usar uma fisheye para ensaios de noivos. Ou o paulista Alexandre Urch, que prefere uma zoom grande angular 17-40 mm para caçar imagens nas ruas, contrariando a máxima de que lentes fixas, como a 35 mm e a 50 mm são as melhores para isso.
A eles se unem o maranhense Márcio Vasconcelos com seus trabalhos autorais, o também paulista Valdemir Cunha com seus documentários e o mineiro-capixaba João Araújo com seus ensaios de moda, todos buscando ser criativos ao olhar