Clicar comida de forma profissional envolve uma série de conhecimentos por parte do fotógrafo
Virou moda fazer fotos de um prato ou bebida com o smartphone e postar nas redes sociais para ganhar likes de amigos e seguidores. No entanto, entre um clique e outro descomprometido e uma foto profissional existe uma distância gigantesca. ao contrário do que possa parecer, a fotografia de alimentos e bebidas não é tarefa para amadores, pois exige bastante conhecimento técnico profissional, além dos desafios impostos pelo próprio mercado. Um fotógrafo especializado no assunto precisa ter muita preparação, experiência prática e até se tornar um gourmet, algo que se consegue com o tempo – não basta apenas fotografar e controlar a luz.
O segmento de alimentos e bebidas também recebe nomes mais pomposos, como fotografia de gastronomia ou de culinária, e não se resume à feitura de imagens de bem montados pratos de chefs famosos. Vai desde fotografar um hambúrguer para o cardápio de bar a uma produção mais sofisticada de imagens publicitárias para embalagens de produtos alimentícios ou para propagandas em jornais, revistas e sites. Historicamente, credita-se ao inglês William Henry Fox talbot a primeira imagem de alimento do mundo, feita em 1845 e que mostra duas cestas de fruta – na realidade, uma natureza-morta, gênero que recorre bastante a alimentos. Do ponto de vista profissional, o segmento teria se iniciado nos estados Unidos nos anos 1940 quando algumas empresas fabricantes de alimentos lançaram panfletos promocionais gratuitos para promover seus produtos, os chamados cookbooklets. Dessa época até chegar ao século 21, na era das redes sociais, a área foi se tornando cada vez mais relevante (veja box na pág. 29).
O fotógrafo mauro Holanda, um dos nomes mais respeitados da especialidade no Brasil e que soma 40 anos de carreira, ensina que um dos segredos para se dar bem na profissão está até saber as variedades de uvas que dominam uma carta de vinhos. para ele, a ignorância é inimiga da boa foto. Sem informação, o fotógrafo depende mais da sorte do que de perícia.