A série em quadrinhos Sandman, da DC, parece ser tão imune à passagem do tempo quanto seu protagonista Sonho, a entidade imortal que rege a vida onírica dos mortais. Isso porque além de a HQ concebida pelo britânico Neil Gaiman ter sido um dos maiores sucessos dos quadrinhos na época de sua publicação, entre o final da década de 1980 e meados dos anos 1990, ela tem se mantido atual até hoje, e sua base de fãs só aumenta.
Planejada para ter começo, meio e fim, a série é fruto de um movimento editorial surgido no início dos anos 1980, quando quadrinhistas britânicos fincaram o pé no mercado dos Estados Unidos e apresentaram HQs com conteúdo maduro e sofisticado em relação às histórias de super-heróis do período. Foi na segunda metade da década que Karen Berger, editora que estava por trás de vários lançamentos do tipo, convidou Neil Gaiman, roteirista que se aventurava na literatura e nos quadrinhos, a elaborar um título mensal para a DC.
O convite não veio à, que revitalizou a antiga personagem do título. O trabalho agradou Berger a ponto de, no mesmo ano, propor a Gaiman que repaginasse algum outro personagem das antigas. “Ela rejeitou todas as minhas sugestões iniciais”, lembrou Gaiman. “Em vez disso, fez com que eu me lembrasse de uma conversa que tivemos na última vez em que ela estivera na Inglaterra, na qual sugeri a retomada de um personagem quase esquecido, o Sandman, em uma história ambientada quase totalmente em sonhos”.