ARTE
Fotógrafos que se dedicam a projetos de longo estão geralmente ligados ao segmento documental, que pode servir de base para vários gêneros: fotojornalismo, natureza, arquitetura… É raro ver trabalhos assim voltados para a arte, com o cuidado de costurar memórias, instinto autoral e domínio técnico para chegar a um resultado impactante, capaz de capturar o olhar de qualquer pessoa que goste de fotografia. Pois Marcio Scavone fez isso e atingiu um patamar muito alto com seu recente livro Fuga, no qual usa e abusa de múltipla exposição. Para quem está começando na arte de fotografar, é uma aula de como essa técnica pode ser uma alternativa para gerar “colagens” instigantes, dispostas em camadas para contar uma história que trafega pelos caminhos do real e do onírico.
Durante oito anos, Scavone perambulou e flanou por sete megacidades que iriamse juntar à sua São Paulo natal para o projeto de livro e exposição, anteriormente batizado de City . O insight surgiu em Paris,Leica Monochrom, modelo da marca alemã que só registra imagens digitais em P&B – o teste da câmera saiu na edição 200 de com algumas dessas imagens feitas por ele. Nesse meio tempo veio a pandemia de covid-19, a descoberta de uma doença grave na próstata (já superada) e uma mudança no projeto que, passou a ser chamado de – as primeiras imagens do livro foram antecipadas na edição 305 de , em 2022.