Ainda não é o fim!: Encontrando esperança e consolo nas palavras de Jesus sobre os últimos dias
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Sobre este e-book
O SERMÃO ESCATOLÓGICO NO EVANGELHO DE MARCOS.
A volta de Jesus deveria ser um assunto abordado continuamente nos púlpitos das igrejas. Nem sempre falar do futuro deveria ser motivo de medo, mas de boa expectativa, pois falar do retorno do Senhor deve ser uma experiência renovadora da fé cristã. Este não é um livro maçante sobre escatologia, mas um tratado que ecoa esperança
e consolo, advindos das palavras de Jesus sobre os últimos dias.
Que o impacto da exposição das palavras do Senhor sobre o fim reascenda nossa fé num futuro promissor e nos leve a louvar a Deus pela certeza da vinda de seu Filho a este mundo com poder e glória.
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Ainda não é o fim! - Augustus Nicodemus
capítulo um
A destruição do templo
Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções! Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derrubada. No monte das Oliveiras, defronte do templo, achava-se Jesus assentado, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular: Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se (Marcos 13:1-4).
Introdução
Um dos sermões mais famosos de Jesus é aquele conhecido como o Sermão Escatológico. Registrado em Marcos 13, ele é assim chamado porque, nessa passagem, Jesus revela aos seus discípulos as últimas coisas que haverão de acontecer; e é isso que a palavra escatologia
significa: o estudo das últimas coisas. Nesse capítulo, mais do que em qualquer outra parte do Evangelho de Marcos, Jesus desvenda, de uma forma clara e sequenciada, as coisas que ainda haveriam de acontecer, a partir do ponto em que Ele se encontrava na História, até a sua segunda vinda.
Nesse sermão, Jesus fala a respeito dos seguintes assuntos: a destruição do templo de Jerusalém, que é o tema dos quatro primeiros versículos; as perseguições que hão de vir sobre seus discípulos, em geral (versículos 5-13), e, em particular, um período que é chamado de a grande tribulação
(versículos 14-23); a sua segunda vinda em glória para julgar o mundo (versículos 24-27); e a necessidade de vigilância da parte de seus discípulos (versículos 28-33). Para ilustrar esse ponto, Jesus conta duas parábolas: a parábola da figueira e a parábola do dono de casa que se ausentou por um tempo e deu ordens aos seus empregados quanto a vigiar (versículos 34-37).
Iniciemos com o relato do que Jesus disse quanto à destruição do templo de Jerusalém:
Ao sair Jesus do templo, disse-lhe um de seus discípulos: Mestre! Que pedras, que construções! Mas Jesus lhe disse: Vês estas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra, que não seja derribada. No monte das Oliveiras, defronte do templo, achava-se Jesus assentado, quando Pedro, Tiago, João e André lhe perguntaram em particular: Dize-nos quando sucederão estas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para cumprir-se (Marcos 13:1-4).¹
A exclamação dos discípulos
O que motivou a exclamação de um dos discípulos de Jesus sobre o templo? O texto nos diz que, quando Jesus saía do templo, um dos discípulos chegou até Ele e disse: Mestre! Que pedras, que construções!
(13:1). Por que o discípulo teria feito esta afirmação? Por que ele havia chamado a atenção de Jesus para a beleza e a grandiosidade do templo? Provavelmente, por causa das palavras que Jesus havia proferido poucos dias antes contra os fariseus, na sua última semana, quando esteve aqui neste mundo, ensinando no próprio templo de Jerusalém:
Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração (Mateus 23:33-36).
À semelhança de Marcos, Mateus registrou o ministério terreno de Jesus, como Ele entrou em Jerusalém, como começou a ensinar diariamente no templo, e como foi, a cada passo, obstaculizado pelos saduceus, pelos fariseus, pelos herodianos, pelos sacerdotes, enfim por toda liderança religiosa de Israel, que não aceitava que Ele fosse o Messias. Mateus ainda registrou os intensos debates e disputas de Jesus com eles. Durante esse período, Jesus proferiu algumas palavras que, provavelmente, ficaram ecoando na mente dos discípulos com relação ao templo. Palavras como a lamentação sobre a cidade santa:
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes! Eis que a vossa casa vos ficará deserta. Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor! (versículos 37-39).
Segundo Mateus, foi depois dessas palavras que Jesus saiu do templo: Tendo Jesus saído do templo, ia-se retirando, quando se aproximaram dele os seus discípulos para lhe mostrar as construções do templo
(24:1). Ou seja, Deus haveria de, naquela geração, enviar o castigo contra a nação de Israel, porque, historicamente, ela havia rejeitado todos os profetas, todos os sábios e todos os escribas que Deus havia enviado com uma mensagem de arrependimento. E, sobre isto, Jesus havia dito assim: Eis que a vossa casa vos ficará deserta
. Pode ser que os discípulos tenham começado a pensar: A nossa casa vai ficar deserta. Jesus está falando de Jerusalém. E o que vai ser do templo? Está Jesus querendo dizer que esse castigo que virá sobre a cidade irá incluir também o templo? O templo onde está a presença de Deus? Onde a arca da aliança costumava estar, o símbolo da presença de Deus no meio do seu povo?
Dessa maneira, a expressão a vossa casa vos ficará deserta
realmente alarmou os discípulos. Eles entenderam que casa
era Jerusalém, mas que incluía também o templo. Daí a exclamação de um deles, ainda no versículo primeiro: Que pedras, que construções!
Nós conhecemos bem a história do templo. Ele foi construído por Salomão, com grande suntuosidade, riqueza e pompa. Salomão não poupou recursos. Por isso, provavelmente, era um dos edifícios mais belos e caros do mundo antigo. O templo foi destruído, primeiro, por volta de 700 a.C., pelos babilônios, que invadiram a cidade, por ordem do rei Nabucodonosor. Foi reconstruído quando Neemias, juntamente com uma leva de judeus, retornou do cativeiro, ainda auxiliado por Esdras. A nova construção era acanhada em relação à primeira. Não se podia comparar com a glória do primeiro templo. Durante o período dos macabeus, relatado pelos livros apócrifos com esse nome, os judeus