Pai João De Minas
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Pai João De Minas - Marco Vazquez
Marco Vazquez
Pai João de Minas
Caminhos de um Preto Velho
1ª. Edição.
São Paulo
Edição do Autor
2018
Pai João de Minas ________________________________________________________
Capa: Marco Vazquez
Revisão ortográfica: Fernanda Fernandes Conceição Catalogação na Publicação (CPI)
Ficha catalográfica feita pelo autor V393d Vazquez, Marco, 2018.
Pai João de Minas / Marco Aurélio Nophal Vazquez.
São Paulo: edição do autor 2018. 121 págs.
ISBN
1. Religião de Umbanda 2. Romance umbandista 3.
Caminho espiritual.
I. Título II. Autor
CDD 200
CDU 299.672
82.03-31
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ÍNDICE
Prefácio ....................................................................................... 04
O começo de tudo ..................................................................... 06
Voltando ao plano terreno ...................................................... 26
Chegada de mãe Yemanjá ...................................................... 48
Senhor das Almas .................................................................... 66
Evoluindo sempre ................................................................... 85
Um ciclo que se encerra ......................................................... 99
Conclusão ............................................................................... 116
Oração aos pretos-velhos ..................................................... 118
Firmeza para preto-velho .................................................... 120
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Prefácio
Bom dia a todos meus filhos e todas minhas filhas, agradeço muito a Zambi esta oportunidade de poder estar levando um pouquinho de conhecimento para todos vocês.
O Divino pai em sua maior sabedoria nos revela mistérios através de diversos feitos, e um deles está ligado ao conhecimento que é transmitido através da escrita.
Uma forma bonita e cativante que faz com que seus eleitores vivam um processo de reforma íntima e reestruturação mental e espiritual muito antes não vista.
Por meio da leitura podemos abrir muito mais nossa consciência e expandir cada vez mais nossa mente para o entendimento e aceitação do que está para ser mostrado ou revelado, acredito que muitos de vocês ainda gostam da estória contada, da prosa
que antigamente era passada pelos anciões aos filhos mais novos, mas com o passar do tempo as coisas vão mudando, e cada vez 4
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mais o ser humano busca facilitar a sua vida com todas as ferramentas criadas, mas que na verdade acabam se tornando escravos delas, realizando muito mais feitos e tarefas do que ocorriam antigamente.
Mas, vamos deixar de prosa
por enquanto e preparemos para um caminho de luz e sabedoria.
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O começo de tudo
Tudo começou em uma linda região da África, conhecida como Elmina. Naquela região existia um povoado bem perto da costa que era muito unido e sempre se ajudava para que todos tivessem as mesmas chances e sorte de se alimentar e ter um local digno para descansar e cuidar de sua família. A nossa fonte de renda era pequena, apesar de ser uma terra com bastantes minérios, inclusive ouro e prata, mesmo assim ainda nossa forma de ter do que se alimentar ainda era através da colheita dos frutos, verduras e raízes que plantávamos por toda a área daquele povoado. Nesse campo de plantação no qual eu ficava junto de minha família, ajudando e trabalhando desde menino na realização do plantio e depois da colheita para alimentar toda minha família, além de contribuir para o sustento de todo nosso povoado na região da África onde hoje vocês conhecem como Costa da Mina.
Essa região que morava quando encarnado era, apesar de muito humilde, uma região muito próspera, 6
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onde diversas famílias habitavam e a harmonia era algo que estava bem acima das áreas mais interioranas da grande mãe África. Com o passar do tempo, tudo começou a mudar. Foi um tempo de muitas trevas e o medo estava presente em todos que ali moravam. Dia após dia percebíamos que muitas pessoas estavam sumindo e o desespero era muito grande.
Eu, ainda menino, não entendia muito bem o que realmente estava acontecendo e continuava meus afazeres como se fosse apenas algo momentâneo e que o tempo haveria de resolver qualquer problema. Não foi assim que aconteceu. Foram épocas de grandes amarguras e muito sofrimento que ocorriam todos os dias ao povo de minha gente, ao povo de meus ancestrais.
As coisas estavam agitadas na região e meus pais corriam constantemente para o macumbo. Uma típica cabana onde ficavam os anciões mais elevados de nosso povo. Muitas rezas e muitas orações eram oferecidas aos Orixás e mesmo assim tudo parecia não ter fim! Muitas pessoas de meu povo acabaram sendo aprisionadas e recolhidas para serem vendidas ao povo branco do além-mar, inclusive eu!
Até que ponto podemos ou conseguimos entender a destreza humana em buscar caminhos ou formas de crescer, obtendo ouro e prata à custa de muita dor e sofrimento. Até quanto isso vale?
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Sei que para muitos do povo africano nada de glorioso pode se dizer que foi feito, apenas a Fé e a certeza de que tudo, por pior que seja não será eterno e seu ciclo sempre chegará ao fim, com o amor e paz do nosso divino salvador, nosso Pai Oxalá.
Foram meses colocados em um porão de um navio, onde diversas pessoas conviviam como se fossem animais jogados em uma jaula, sem o mínimo de pudor e nem mesmo se preocupando como estaríamos sendo cuidados por todo esse longo período. Tempos de trevas que pareciam não ter fim, pessoas doentes, irmãos e parentes que ora vivíamos juntos em nosso povoado e agora todos colocados em um mesmo buraco, muitas vezes um em cima do outro devido ao espaço pequeno onde estávamos confinados.
Naquela época não existiam doutores como hoje e muito menos remédios apropriados à tamanha falta de higiene e ao contágio que se espalhava em muitos, decorrente da falta de ventilação adequada.
Em mais um dia dentro do navio, acabei não resistindo, fui acometido por uma febre muito intensa que fazia com que meu corpo tremesse por completo e o desespero de meus familiares me trazia maior angústia e temor sobre o que estaria por vir, o medo e o pavor de minha amada mãe que tentava de todas as formas me acalentar e manter meu corpo mais quente para cessar a 8
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tremedeira toda, mas foi em vão, com o espaço apertado e a falta de iluminação adequada não houve muito que fazer até o momento em que realizei a grande passagem de minha vida!
Pois sim! Fiz a passagem, pulei para o outro lado, fui encontrar com a grande mãe, fui rever meus ancestrais!!! Diversas formas de dizer a mesma coisa, uma situação difícil de entender e aceitar. Vi meus pais aflitos comigo e agora a sensação de paz era maior do que qualquer coisa e o alívio de não sofrer mais se confunde com a dor e o pesadelo que meus queridos ainda estavam passando no ambiente terreno.
Como aceitar e entender que toda aquela realidade vivida não era mais parte de minha vida e com tudo isso, me restabelecer e buscar novamente a harmonia de meu corpo espiritual e de minha alma. Será que é justo?
Pois bem, foi nesse momento que abri meus olhos e já me encontrava no outro plano, no plano divino espiritual, onde vocês conhecem como Aruanda, uma colônia espiritual que acolhe diversos espíritos, que de uma forma ou de outra sempre tiveram na sua religião o vislumbre e respeito pela natureza e os devidos Orixás.
Pois é, não existe limite para o número imenso de moradas que surgem nos domínios do divino Criador, cada uma com sua crença, seus dogmas, e a forma como consegue se religar a Deus faz com que vivamos cada qual 9
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nossa vida pós-encarne de forma