Razão para crer
De RC Sproul
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Sobre este e-book
• A ciência desmentiu a existência de Deus?
• Os não-cristãos que nunca ouviram falar de Cristo vão para o inferno?
• É tacanho e intolerante acreditar que Cristo é o único caminho para Deus?
• Por que as pessoas precisam de Deus quando a vida está indo bem?
• O cristianismo não é apenas uma muleta para pessoas que não conseguem lidar com as pressões da vida?
• O céu é real?
• Os cristãos têm uma resposta para o mal e o sofrimento?
• Como a igreja explica todos os seus hipócritas?
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Razão para crer - RC Sproul
Razão para Crer, de RC Sproul © 2023 Editora Cultura Cristã. Título original Reason to Believe © 1978 by Gospel Light Publications © 1982 by Zondervan (1ª ed.). Publicado mediante contrato firmado com The Zondervan Corporation L.L.C, uma divisão da HarperCollins Christian Publishing, Inc. Todos os direitos são reservados.
1ª edição 2023
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Sueli Costa CRB-8/5213
S771r
Sproul, R.C.
Razão para crer / RC Sproul; tradução Letícia Scotuzzi. – São Paulo : Cultura Cristã, 2023.
Recurso eletrônico (ePub)
Título original: Reason to believe
ISBN 978-65-5989-208-2
1. Apologética 2. Teologia I. Scotuzzi, Letícia II. Título
CDU-27
A posição doutrinária da Igreja Presbiteriana do Brasil é expressa em seus símbolos de fé
, que apresentam o modo Reformado e Presbiteriano de compreender a Escritura. São esses símbolos a Confissão de Fé de Westminster e seus catecismos, o Maior e o Breve. Como Editora oficial de uma denominação confessional, cuidamos para que as obras publicadas espelhem sempre essa posição. Existe a possibilidade, porém, de autores, às vezes, mencionarem ou mesmo defenderem aspectos que refletem a sua própria opinião, sem que o fato de sua publicação por esta Editora represente endosso integral, pela denominação e pela Editora, de todos os pontos de vista apresentados. A posição da denominação sobre pontos específicos porventura em debate poderá ser encontrada nos mencionados símbolos de fé.
Rua Miguel Teles Júnior, 394 – CEP 01540-040 – São Paulo – SP
Fones 0800-0141963 / (11) 3207-7099
www.editoraculturacrista.com.br – cep@cep.org.br
Superintendente: Clodoaldo Waldemar Furlan
Editor: Cláudio Antônio Batista Marra
Sumário
Prefácio
Prólogo
Agradecimentos
Introdução
Uma peregrinação pessoal
CAPÍTULO UM
A Bíblia contradiz a si mesma. É apenas um conto de fadas.
A Bíblia é cheia de mitos? / A Bíblia conflita com a ciência? / A Bíblia está cheia de contradições? / A Bíblia é historicamente imprecisa? / Por que algumas partes da Bíblia são ofensivas? / A Escritura é infalível? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO DOIS
Todas as religiões são boas. Não importa em que você creia.
As religiões não são basicamente todas iguais? / Por que Deus tem a mente tão fechada? / Por que os cristãos dizem que Cristo é Deus encarnado? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO TRÊS
E o pobre nativo que nunca ouviu falar de Cristo?
O que acontece com a pessoa inocente que nunca ouviu falar de Cristo? / E a pessoa que conhece sobre Deus? / Como os pagãos são julgados? / Como o nativo pode ouvir? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO QUATRO
O cristianismo é uma muleta para pessoas fracas.
A religião foi inventada para domar as forças naturais? / A religião é uma invenção dos ricos? / Se não há Deus, por que há religião? / Por que temos medo de Deus? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO CINCO
A igreja está cheia de hipócritas.
A igreja está cheia de pecadores? / A igreja está vazia de hipócritas? / Os ministros são hipócritas? / A hipocrisia é grave? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO SEIS
Eu não preciso de religião.
Qual é o problema com o humanismo? / Tentar fazer a coisa certa
não é o suficiente? / Nós não temos que fazer por merecer para entrar no céu? / O que é bom em ter livre-arbítrio? / Por que sou culpado por algo que não fiz? / Por que preciso da graça? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO SETE
Não existe Deus!
Você pode provar que Deus existe? / E a criação por acaso? / E a opção de um mundo eterno? / Qual é a lógica em um conceito de Deus autoexistente? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO OITO
Se existe um Deus, por que há tanto mal no mundo?
O mal é, na verdade, o bem disfarçado? / O mal vem de Satanás? / Precisamos ter o mal para apreciar o bem? / O mal não é relevante? / Afinal, eu sou apenas humano! / Por que devo sofrer pelo que Adão fez? / O que é o mal? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO NOVE
Por que Deus permite o sofrimento?
Por que temos que sofrer? / O que a Bíblia diz sobre o sofrimento? / Pontos importantes a serem lembrados
CAPÍTULO DEZ
Quando você morre, você morre! Não existe nada mais!
A natureza ensina que há vida após a morte? / Nós devemos viver como se houvesse um Deus? / E se a vida não tiver sentido? / Qual é a defesa bíblica para a vida após a morte? / Pontos importantes a serem lembrados
Bibliografia
Prefácio
Vou admitir: fui um cético espiritual por grande parte da minha vida.
Eu achava que os cristãos eram pessoas ingênuas que haviam sucumbido aos seus próprios pensamentos ilusórios. Por acaso Freud, Marx e Darwin não haviam desmantelado com sucesso o alicerce do cristianismo? Com certeza, se os cristãos pudessem aprender a usar um pouco de senso comum, veriam que sua fé está repleta de irracionalidade.
Pelo menos, era isso o que eu achava.
Então fui instigado pela conversão de minha esposa a analisar o cristianismo de maneira sistemática. Lancei mão do meu treinamento jornalístico e jurídico para investigar se havia, de fato, alguma verdade nas afirmações cristãs.
Este livro, sob um título anterior, foi um dos primeiros que li, e ele me deixou atônito. Forneceu respostas razoáveis a exatamente algumas das objeções que eu levantava. E defendeu a fé cristã com uma lógica convincente que ajudou a destruir a imagem que eu tinha de cristãos sendo fracos intelectuais. Em um sentido muito genuíno, Deus o usou para me levar até a verdade sobre ele.
Hoje eu sou um seguidor de Jesus Cristo. Em meu papel de evangelista, frequentemente dou aos céticos esse mesmo livro. Dê uma olhada nisso
, digo a eles, e depois conversamos
. Também recomendo o livro a cristãos, dizendo: Aqui está uma ótima forma de seguir 1Pedro 3.15, preparando-se para responder a perguntas sobre a fé.
Anos depois de me tornar cristão, tive a oportunidade de conhecer R. C. Sproul, e agradeci-lhe, sincera e calorosamente, por escrever um livro tão poderoso e persuasivo. E acredito que, depois de ler Razão para Crer – independentemente de ser um cético espiritual cujos questionamentos o mantêm longe de Deus ou um cristão que quer se preparar para confrontos evangelísticos – você também vai querer agradecer-lhe.
Lee Strobel
Willow Creek Community Church
Setembro de 1993
Prólogo
A fé cristã nunca ficou sem críticos. Críticas de todas as origens vem sendo levantadas contra o cristianismo desde a sua concepção. É espantoso que, depois de quase 2.000 anos de tais críticas, a fé cristã continua a prosperar como uma vida e cosmovisão viáveis. Filosofias e sistemas religiosos alternativos que buscaram suplantar o cristianismo tiveram início e fim. Os ismos
filosóficos atuais tendem a ter um tempo de vida muito curto. No entanto, objeções clássicas ao cristianismo continuam a ser levantadas. Algumas das objeções são levantadas em um espírito de preconceito e hostilidade. Outras, oriundas de uma genuína tentativa de solucionar questões e mistérios muito intrigantes.
O objetivo deste livro não é fornecer um estudo técnico na ciência da apologética, pois a ciência é concebida para prover uma defesa abrangente da credibilidade intelectual do cristianismo. Em vez disso, este livro é destinado a leigos; a oferecer respostas básicas às objeções mais comuns e frequentes que são levantadas sobre o cristianismo. Este livro trata de assuntos que vão desde questões filosóficas, como o problema do mal, até as frustrações muito práticas e pessoais que as pessoas encontram quando confrontadas com a hipocrisia. Em última análise, é a esperança do autor que estudantes e críticos da fé cristã direcionem sua atenção para as Escrituras do Antigo e do Novo Testamento em uma tentativa séria de descobrir respostas para os questionamentos da vida dentro de suas páginas.
Espero que este livro sirva como uma introdução e um trampolim para análises mais aprofundadas dos problemas que são discutidos. O cristão deve sempre estar preparado para dar respostas honestas a perguntas honestas. Fugas em direção a preferências privadas de crença ou asserções irracionais de dogmatismo não trazem honra a Cristo. É nossa responsabilidade dar uma razão da esperança que há em nós
(Veja 1Pe 3.15).
R.C. Sproul
Agradecimentos
Nossos agradecimentos especiais ao homem a quem este livro é dedicado, Archie Parrish. Foi por conta de sua preocupação em responder a perguntas levantadas em discussões sobre a fé cristã que este trabalho foi desencadeado. Por intermédio de seu ministério de formação de leigos para o evangelismo, estabeleceu-se a necessidade de um guia básico de treinamento. A lista de perguntas tratadas foi fornecida pelos aprendizes envolvidos com o ministério do Sr. Parrish. Eu, particularmente, espero que estes alunos considerem este livro útil.
Devo expressar minha gratidão pela assistência prestada pelo Sr. Stuart Boehmig, pela Sra. Alane Barron e pela Srta. Mary Semach, que ajudaram na preparação do manuscrito.
INTRODUÇÃO
Uma peregrinação pessoal
A busca pelo significado da vida era uma questão problemática para mim desde tenra idade. As perguntas de por que
foram as que dominaram a minha mente – não tanto questões físicas, mas questões metafísicas. Muitas crianças são fascinadas por como
as coisas funcionam. Elas podem até mesmo incomodar seus pais com perguntas como: O que faz um carro correr? Como funciona um relógio? Como uma semente se transforma em uma flor? Eu tinha amigos de infância assim, que estavam sempre mexendo com carros, cortadores de grama e esqueletos. Alguns se tornaram engenheiros; outros, médicos; um, geólogo e um, físico. Mas eu ficava entediado com essas perguntas. Eu sabia que eram questões muito importantes, mas elas simplesmente não eram as únicas em minha mente.
Em minha juventude, eu tive duas grandes paixões: os esportes e as perguntas de por que
. Eu não enxergava relação entre elas na época, mas, refletindo agora, acho que posso ver como elas se encaixam em minhas próprias circunstâncias.
Fui uma criança em tempos de guerra. A primeira pergunta que me atormentou foi a questão da guerra. Eu queria saber por que havia guerras. Elas pareciam muito bobas para mim, do alto de meus quatro anos. Eu não conseguia entender por que Roosevelt e Hitler não podiam se sentar à mesa e resolver suas diferenças sem usar tanques e bombas e navios. Claro que eu tinha um interesse pessoal na questão. O que a guerra significava para mim, de forma pessoal, era a ausência do meu pai. Dos dois aos seis anos, meu pai era a foto de um homem fardado. Era ele que enviava aerogramas para nós. Era dele que minha mãe falava. Era para ele que ela datilografava cartas todas as noites, e me deixava apertar as teclas para escrever beijinhos
ao final de cada carta. Por alguma estranha razão, nenhum dos pais dos meus amigos de infância estava longe, na guerra. Eu ficava me perguntando: Por que todos os outros garotos têm um pai em casa e eu, não?
A insolente pergunta da guerra se evaporou para mim com um final feliz. Enquanto eu jogava taco nas ruas de Chicago, fui surpreendido pelo barulho de pessoas gritando e batendo em panelas e frigideiras. Eu lhes assisti abraçando uns aos outros e comportando-se de maneira muito estranha. Fiquei chateado por suas travessuras terem interrompido o jogo até que entendi do que se tratava – o Dia da Vitória sobre o Japão, em 1945.
A amplitude do júbilo deles não me atingiu até estar de pé um terminal ferroviário que parecia ter sido preenchido com um milhão de homens uniformizados e muitas mulheres chorosas. Então os trens das tropas chegaram. Em meio a uma multidão de soldados que se pareciam todos iguais, um deles chamou a minha atenção. A quinze metros de distância, ele largou sua bolsa de viagem, caiu de joelhos e estendeu os braços abertos com um enorme sorriso no rosto. Soltei da mão da minha mãe e percorri os quinze metros em tempo de recorde do Guinness. Esquivando-me de militares e correndo ao redor de sacos militares, voei para dentro dos braços de meu pai. A guerra já não importava mais.
Então veio a escola. Desde o primeiro dia, eu não gostei da escola. Ainda é um mistério para mim como acabei em uma vocação acadêmica. Lembro-me de caminhar até a escola nas segundas-feiras, sonhando com as sextas-feiras. O pensamento que me atormentava era por que eu tenho que ir à escola cinco dias por semana e poder brincar somente em dois? Não fazia sentido para mim. Os horários do meu pai pareciam ainda piores. Parecia que ele estava sempre trabalhando. Eu me perguntava do que se tratava a vida, se você tinha que passar tanto tempo fazendo o que não gosta para que pudesse passar tão pouquinho tempo fazendo o que gosta.
Eu era um bom