Sobre este e-book
Sandra Furiosa apresenta uma coleção de contos cheios de humor, imaginação e aquele toque familiar que faz a gente se sentir em casa. Cada história nasce de situações simples do cotidiano, mas explode em aventuras divertidas, personagens inesquecíveis e momentos que arrancam risadas tanto das crianças quanto dos adultos.
Dentro destas páginas há irmãos curiosos, animais atrevidos, pequenas travessuras e grandes lições embaladas em bom humor. O tom é leve, afetuoso e sempre voltado a fortalecer a união familiar, mostrando como a criatividade pode transformar qualquer dia comum em algo especial.
Este livro foi pensado para ser lido em voz alta, compartilhado em família e apreciado por leitores de todas as idades. É uma porta aberta para um universo onde a alegria é o centro da história e onde, ao final de cada conto, fica a sensação de que a vida pode ser mais leve quando rimos juntos.
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Sandra Furiosa - Sandra Fernandez Vera
Prólogo
Sandra Furiosa nasceu quase por acaso... como uma piada doméstica, daquelas que surgem no meio das risadas em casa. Meu esposo começou a me chamar assim, Sandra Furiosa!
, de forma irônica, porque na verdade sou exatamente o oposto: tranquila, paciente, mais de apaziguar do que de explodir. Justamente por isso o apelido pegou — um jeito carinhoso e divertido de imaginar uma versão alternativa de mim.
Com o tempo, a brincadeira virou ideia. Apareceu Papá Estupidín, com suas trapalhadas tão exageradas que faziam todo mundo gargalhar, e aos poucos começamos a inventar situações, cenas, maluquices do dia a dia. E, como em qualquer casa de verdade, o caos não estaria completo sem nossas mascotes: a mandona Salchicha, a doce Canela e a independente Eliana. Elas simplesmente precisavam fazer parte desse mundo que começávamos a criar.
Assim nasceu esta família: um pouco fictícia, um pouco nossa. Repleta de risos, confusões, pequenos desastres domésticos e muito amor. Com filhos que se cruzam, que se perdem, que riem; com cachorras que aprontam sem parar; e com Sandra Furiosa no centro — uma mulher forte, decidida, que não desiste por nada. Ela representa aquela voz que não tem medo de dizer o que pensa, que encara o mundo com coragem e não deixa ninguém passar por cima. É uma versão de mim levada ao extremo da valentia... e do humor.
Este livro surgiu em um momento difícil da minha vida, quando eu precisava respirar, me afastar um pouco da realidade, encontrar um fio de luz. Foi um escape luminoso, uma faísca de alegria em meio à escuridão. E o mais bonito é que não nasceu como um trabalho solitário: é, desde o início, um projeto familiar. Algo criado entre todos nós, em casa, com amor, gargalhadas e imaginação.
Tomara que, ao ler estas páginas, você se sinta parte desta família também. Que ria, que se emocione, que reconheça aqui um pedacinho da deliciosa loucura de qualquer lar cheio de amor, mascotes e pequenas catástrofes cotidianas. Porque, no fundo, Sandra Furiosa também é você — é sua história, seu caos, sua força.
Seja bem-vindo a este mundo. Entre, ria, emocione-se... e sinta-se em casa.
Aproveite a experiência completa de Sandra Furiosa!
Este livro não traz apenas os 12 contos que te aguardam. Ele também inclui um PDF especial com todas as ilustrações e links para músicas criadas especialmente para acompanhar cada história.
Para acessar esse conteúdo extra, você encontrará o link de download ao final do livro.
Observação: é necessária conexão com a Internet para baixar e reproduzir os arquivos.
Que cada conto te envolva com sua arte e sua música!
O primeiro dia de aula... ou o último?
Era uma vez, numa cidade chamada Pampa do Inferno, onde o sol parecia incendiar os campos de girassóis e trigo com sua luz dourada.
Pampa do Inferno era um lugar lindo, mas o calor era impiedoso: tão forte que fazia o asfalto ferver e obrigava todos a correr para a sombra das árvores ou para o alívio de uma limonada bem gelada.
Nessa cidade escaldante, com seus telhados coloridos e ruas enfeitadas por arbustos floridos que desafiavam corajosamente a fúria do sol, vivia Sandra Furiosa. Ela não era uma mulher comum. Sandra era boa, de coração enorme, mas também era do tipo que não leva desaforo para casa. Seu temperamento lembrava uma tempestade de verão: barulhento, explosivo e, às vezes, levemente aterrorizante. Mas quando o estrondo passava, vinha a calmaria... e aquele frescor de carinho que só ela sabia dar. Resmungona e rápida nas respostas, sim, mas no fundo era justa e generosa. Só que... bom, nem sempre deixava isso claro de imediato.
Apesar do nome Furiosa
sugerir alguém completamente descontrolada, a verdade é que não tinha nada a ver com sua atitude — era simplesmente seu sobrenome. A família Furiosa carregava esse nome havia gerações e, embora alguns moradores se espantassem ao ouvi-lo pela primeira vez, todos sabiam que eram gente de bom coração. Sandra, como todos eles, era justa, amável e afetuosa; só tinha a infelicidade de carregar um sobrenome que, ao ser pronunciado, enganava quem não a conhecia.
Alberto, o marido de Sandra, era um homem trabalhador, bondoso e cheio de boas intenções. Mas possuía um dom especial: tudo o que ele tentava fazer terminava num desastre cômico. Se arrumava o carro, acabava com a cara coberta de graxa e o motor pior do que antes. Se tentava cozinhar, incendiava a torradeira ou trocava sal por açúcar. Sandra o chamava carinhosamente de Papá Estupidín porque, apesar de ser um homem de ouro, vivia metido em situações tão absurdas que parecia personagem de uma comédia.
Mesmo assim, ele nunca desistia. Cada tragédia doméstica era apenas o começo de uma nova tentativa heroicamente fracassada. E o mais incrível é que ele próprio reconhecia sua falta de habilidade: com um sorriso confiante, partia para a próxima missão impossível enquanto Sandra, de braços cruzados, observava resignada, aguardando o desastre inevitável.
Sandra e Alberto tinham dois filhos.
Mateo, de doze anos, era um furacão de energia e ideias malucas. Alegre e divertido, sempre procurava formas de fazer os outros rirem, mesmo que suas travessuras às vezes o colocassem em encrencas. Inventava jogos, corria para todo lado e transformava cada dia num palco de aventuras. Por trás daquela inquietação constante, tinha um carinho enorme pela família.
Martina, a menina algodão-doce, vivia numa realidade paralela onde tudo era lindo, as pessoas tinham boas intenções e até as tempestades existiam só para dar motivo a cantar na chuva. Aos dez anos, acreditava firmemente que o amor e a amizade resolviam qualquer problema — apesar de o mundo insistir em provar o contrário. Adorava filmes dramáticos e, contra toda lógica, sempre achava que todo mundo terminaria feliz no final. Para ela, o mundo era um conto de princesas: os vilões estavam apenas confusos e tudo se acertava com um abraço e uma xícara de chocolate quente.
Se Sandra Furiosa gritava e Mateo aprontava, Martina apenas suspirava e dizia, com doçura:
— Lá no fundo eles se amam... só mostram de um jeito esquisito.
E, como em qualquer família realmente normal, havia também três mascotes amorosas e absolutamente incorrigíveis.
A pequena cachorrinha salsicha era a criatura mais estabanada e absurda da casa. Andava com o peito estufado e olhar desafiador, achando-se a própria Sandra Furiosa — só que com patas curtas e orelhas compridas que balançavam como bandeiras ao vento. Se Sandra rosnava, ela rosnava. Se Sandra brigava com alguém, ela latia indignada, como se fosse guardiã da justiça. O pior era quando tentava imitar a postura autoritária de sua dona: subia nos móveis com expressão de líder... só para escorregar e cair de forma ridiculamente épica. Para ela, não havia dúvida de que era a chefe da casa... embora ninguém mais concordasse.
Depois havia a gata Eliana, que não caminhava — desfilava — como uma aristocrata francesa que acabou de sentir um cheiro desagradável. Do seu pedestal imaginário — geralmente a mesa de jantar ou o encosto do sofá — observava todos com a indulgência de uma rainha que tolera seus súditos apenas porque alguém precisa limpar a caixa de areia. Seus olhos, duas fendas de julgamento eterno, vasculhavam o ambiente à procura de uma nova vítima: Inferior
, parecia sussurrar toda vez que cruzava o olhar com um humano, um cachorro ou até seu próprio reflexo no espelho, que também não parecia estar à altura.
Na cabeça dela, era uma divindade incompreendida rodeada de criaturas de segunda categoria; na realidade, apenas um bolinho de pelos com autoestima exagerada e uma preocupante tendência a empurrar objetos da mesa só por desprezo.
Por último, Canela, a cachorra gordinha, era uma bola de desordem ambulante com o mesmo sigilo de um caminhão sem freios. Na cabeça dela, via-se como uma criatura ágil e elegante; na realidade, sua chegada equivalia a um terremoto nível reorganize toda a sala
. Caminhava com a graça de um elefante de patins e qualquer espaço por onde tentasse passar terminava com algo virado, quebrado ou misteriosamente deslocado.
Quando a salsichinha ou a gata Eliana tentavam explicar
alguma coisa, Canela fazia uma cara de profunda concentração, como se estivesse absorvendo a sabedoria do universo. Na prática, sua mente estava viajando para qualquer outro lugar — normalmente para a imagem de um osso suculento ou para maneiras de conseguir mais comida. Sua única resposta, não importava o contexto, era um solene wof
, pronunciado com a seriedade de um filósofo que acabou de compreender o sentido da vida... embora, no caso dela, esse sentido fosse comer, ocupar espaço demais e se surpreender toda vez que derrubava metade da casa.
E enquanto Canela filosofava sobre a vida com a boca cheia de ração, do outro lado da casa o verdadeiro caos estava prestes a explodir. O primeiro dia de aula sempre é um tumulto, mas na casa de Sandra Furiosa parecia um filme de ação. Desde cedo, ela corria de um lado para outro tentando aprontar Mateo e Martina que, por algum motivo indecifrável, pareciam se mover em câmera lenta. Enquanto ela penteava o cabelo deles, colocava as mochilas e impedia que saíssem com as meias trocadas, Papá Estupidín dava o seu melhor... que, como sempre, terminava em desastre. Tentando preparar o café da manhã, incendiou a torradeira, derramou o suco e terminou com um pedaço de pão colado na testa.
Mas justamente quando parecia que a missão estava cumprida e a família Furiosa finalmente pronta para sair, aconteceu o inevitável: a Turma Peluda decidiu que elas também iriam para a escola.
Desde o momento em que ouviram a palavra escola, a Turma Peluda interpretou tudo da única forma logicamente possível para elas: um parque de diversões exclusivo do qual, injustamente, não haviam sido convidadas a participar.
Canela, com sua imaginação simples e grandiosa, já se via usando um chapéu de festa e segurando algodão-doce na pata, balançando o rabinho com tanta empolgação que parecia um ventilador desgovernado.
Salchicha, com seu instinto de líder travessa, imaginava-se correndo entre barracas de comida, devorando iguarias impossíveis: um osso coberto de chocolate, um hot dog — convenientemente ignorando que era da sua própria espécie — e uma fonte infinita de salsichas brotando do nada.
Enquanto isso, Eliana, a gata esnobe, não conseguia conceber um parque de diversões sem um propósito digno: ser admirada. Em sua mente, visualizava um imenso pódio onde humanos a observavam com reverência, aplaudindo sua elegância enquanto ela desfilava por um tapete vermelho. Não havia dúvida alguma: elas precisavam fugir para esse paraíso.
Sandra, com seu olhar treinado de mãe exausta, percebeu imediatamente o brilho suspeito nos olhos de Salchicha, a pequena líder das encrencas. A salsichinha tinha aquele olhar que só podia significar uma coisa: algo ruim estava prestes a acontecer.
Canela, a enorme bóxer gordinha e feliz, balançava o rabinho animada, sem entender coisa alguma, mas pronta para a aventura. E Eliana, com complexo de rainha, observava tudo do sofá, como se a simples ideia de uma escola fosse mundana demais para o seu nível.
— Nem pensem — avisou Sandra, apontando o dedo para as três —. Hoje é um dia importante. Vocês ficam aqui. E nada de aprontar!
É claro que aprontar era inevitável.
Assim que Sandra e a família saíram pela porta, Salchicha, como a mente criminosa que era, iniciou seu plano de fuga. Com latidos motivacionais, convenceu Canela a empurrar a porta com seu peso, conseguindo abri-la de um jeito tão desastrado quanto eficiente.
A Turma Peluda estava livre!
Dispararam na direção da escola, convencidas de que era um parque de diversões do qual haviam sido injustamente excluídas.
Enquanto isso, Sandra mal tinha conseguido deixar Mateo e Martina em suas salas quando o caos começou. Primeiro, ouviram-se gritos no pátio. Depois, um estrondo na cafeteria. E antes mesmo que ela pudesse virar a cabeça, um grupo de crianças gritava:
— Tem cachorro na escola!
Um arrepio percorreu as costas de Sandra.
Não... não pode ser.
Mas sim.
Sim,
