O CANTO DO UIRAPURU
Inspirado no projeto da aeronave Falcão A-80, desenvolvido pelo engenheiro José Carlos de Sousa Reis no início da década de 1960, quando trabalhava para a Avibras Indústria Aeroespacial, em São José dos Campos, interior de São Paulo, o monomotor Uirapuru A-122 marcou época. Ele nasceu da parceria entre José Carlos com outro engenheiro, Carlos Gonçalves, este proprietário da Sociedade Aerotec, também sediada no Vale do Paraíba. Os projetistas criaram um avião monoplano de asa baixa biposto com assentos lado a lado e duplo comando. O primeiro protótipo, o PP-ZTF, realizou seu voo inaugural em 2 de junho de 1965. Mas a versão final ainda exigiria aprimoramentos, após um trágico contratempo.
Por ocasião de seus 77 anos de existência, o Aeroclube de Poços de Caldas, situado no sul do estado de Minas Gerais, responsável por manter em condições de voo um Uirapuru A-122B, o PP--KBO, organizou este ensaio em voo para demonstrar as virtudes de um dos clássicos da indústria nacional. Com o número de série A122 (uma bem-vinda coincidência), o avião foi fabricado em janeiro de 1978, último ano de produção do Uirapuru. Ele chegou ao aeroclube mineiro em fevereiro de 1993 e, desde então, participou da formação de centenas de pilotos na escola. Hoje, é um dos poucos Zarapas, como ficou conhecido na Academia da Força Aérea, em condições de voo no país.
INSPEÇÃO
O Uirapuru repousa imponente no pátio do aeroclube. Como é um avião side by side, subimos pela asa esquerda. Há uma trava em cima da capota. Ela
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