DO ÔNIBUS PARA O AVIÃO
O Brasil tem uma nova companhia aérea. Com chamativos jatos Airbus A320ceo pintados de amarelo, a Itapemirim Transportes Aéreos deu início a seus voos regulares depois de obter da Agência Nacional de Aviação Civil o Certificado de Operador Aéreo. Entre o final de junho e o início de julho últimos, as cenas de batismo se repetiram em diferentes aeroportos do país, que recebiam as aeronaves com arcos d´água esguichados de mangueiras de caminhões de bombeiros. Inscrita na deriva dos aviões, a designação ITA – como a empresa se tornou conhecida – suscita curiosidades e coincidências. Embora seja uma sigla com as letras iniciais das palavras que compõem o nome completo da companhia, o termo também poderia ser interpretado como uma abreviação de Itapemirim, além de remeter ao principal polo nacional de formação de engenheiros aeronáuticos, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ligado ao Comando da Aeronáutica.
A ITA pertence ao Grupo Itapemirim, que nasceu como Viação Itapemirim, em 1953, na cidade de Cachoeiro do Itape mirim, no sul do Espírito Santo, voltado ao transporte rodoviário com ônibus. Em mais uma coincidência, esta fúnebre, o fundador da empresa, o empresário capixaba Camilo Cola, combatente da Segunda Guerra pela Força Expedicionária Brasileira e ex-deputado federal, morreu dias depois do início das vendas das passagens aéreas para os voos da ITA, em maio último, aos 97 anos de idade. Ele ergueu um império, que chegou a ser um dos maiores da América Latina, mas sucumbiu, entre outros fatores, à popularização do transporte aéreo e à crise imobiliária norte--americana nos anos 2000. Com dívidas tributárias, trabalhistas e com fornecedores atingindo a cifra de 1,3 bilhão de reais, a empresa entrou em recuperação judicial e acabou vendida para o atual dono, o empresário Sidnei Piva de Jesus (além da também empresária Camila de Souza Valdívia), com quem os herdeiros
