Adega

Quando o todo é maior do que a soma das partes

A MAIORIA DOS VINHOS É FEITA

de misturas de uvas. Mesmo algumas garrafas rotuladas como varietais também são. Sim, as leis de rotulagem da maioria dos países permitem que, se cerca de 80% do vinho for de uma única variedade, isso basta para que o produtor possa estampar o nome da casta no rótulo como se fosse um “varietal”, mesmo que os outros 20% da bebida tenham sido feitos com outras cepas. E mesmo vinhos genuinamente varietais também podem ser blends. Como assim? Misturando a mesma variedade, mas de vinhedos diferentes, por exemplo.

Essa ideia pode soar estranha para alguns, mas é algo bastante comum e histórico. Por que isso ocorre? Como e quando se define o blend (mistura) de um vinho? O que um enólogo leva em consideração?

Vamos lembrar que, na antiguidade, os produtores cultivavam diversas variedades e as misturavam para criar um vinho. Acontecia o que hoje convencionamos chamar de field blend, ou seja, a mistura do campo, em que uvas indistintas eram jogadas na prensa para gerarem um mosto. Esse tipo de blend era o mais comum, pois as parreiras eram cultivadas também de forma indistinta e, mesmo quando se conhecia as diferenças, juntava-se tudo, pois, numa lógica de aproveitamento de volume e qualidade, uvas com maior maturação, ou quantidade, ou sanidade, compensavam outras que, por alguma razão, estivessem menos maduras, com rendimento menor ou então prejudicadas por doenças.

Mas também podemos lembrar que os blends, muitas vezes, não se resumem a variedades distintas sendo misturadas. Eles podem ser misturas de vinhos de safras diferentes. Essa é uma técnica

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