Cercas vivas são quase tão antigas quanto os próprios jardins. Acredita-se que o hábito surgiu na Europa Central ainda na Era do Bronze, ou seja, há cerca de 5 mil anos, tanto no continente quanto nas Ilhas Britânicas. Ao invés de serem plantadas, as primeiras cercas vivas eram tiras das florestas originais que eram deixadas para limitar terrenos. Como eram repetidamente podadas em suas bordas, adquiriam uma densidade impressionante de ramos e folhas.
Há quem diga que ainda existem resquícios destas cercas vivas, ainda em pé nos dias de hoje, e que se tornaram legítimas reservas de biodiversidade. De fato, tais cercas vivas são uma verdadeira instituição europeia e, há bem pouco tempo, elas eram tão densas e intrincadas que foram o maior obstáculo durante a invasão da Normandia na Segunda Guerra Mundial.
Com o aumento do conhecimento horticultural, as cercas vivas deixaram de ser tiras de floresta e passaram a ser plantadas, normalmente com as espécies disponíveis. Os antigos romanos, em seu profundo interesse pelo espaço urbano, estavam entre os primeiros povos a lançar mão de cercas vivas, que podiam ser harmonizadas entre as linhas de sua arquitetura.
Apesar de resquícios de jardins serem difíceis de perceber em antigas ruínas, nos jardins soterrados pelas cinzas vulcânicas em Pompeia e Herculano ficou mais fácil achar evidências de cercas vivas. Ao que tudo indica, cercas vivas não estavam restritas ao mundo romano, também sendo vistas nos antigos jardins persas, que acabaram se espalhando da Turquia até a Índia.
Lá pelo século 17, as cercas vivas também entraram para o ramo do entretenimento quando começaram a ser usadas para o estabelecimento dos labirintos, muito populares naquele período. Daí em diante, cercas vivas marcaram presença em uma infinidade de jardins.
PLANTANDO PARA O SUCESSO
Normalmente, por conta do estilo dos meus jardins, raramente faço plantios lineares ou minimamente regulares. As cercas vivas são sempre uma exceção gritante, já que demandam um plantio regular para garantir o fechamento completo sem que se use uma quantidade exorbitante de plantas.
A ideia é imaginar qual é a largura máxima que a planta tende a atingir lateralmente, e usar isso para espaçar as mudas no plantio. Uma espécie que costuma ter