O Dubai Air Show 2023 marcou a retomada do mercado de transporte aéreo, sobretudo no Oriente Médio, que foi bastante afetado durante a pandemia. A região, que se notabilizou por empresas aéreas globais, com ampla conectividade, foi duramente atingida pela crise sanitária, mas, já em 2021, o evento demonstrava a força das companhias árabes e o surgimento de novas forças, como a Arábia Saudita, que planeja criar uma grande companhia aérea.
ISRAEL
Apesar dos números positivos, o Dubai Air Show este ano ocorreu em meio a incertezas e inseguranças criadas pelo conflito entre Israel e Hamas, além da guerra entre Rússia e Ucrânia. Após vários anos de acordos internacionais, que permitiram a aproximação de Israel com os Emirados Árabes Unidos e havia chances de um amplo acordo com os sauditas, o conflito com o Hamas colocou a situação em xeque. Não por um acaso, as empresas israelenses que deveriam participar do Dubai Air Show não estiveram presentes. Para se ter uma ideia, o novo Big Twin, o cargueiro convertido do Boeing 777-300ER pela Israel Aircraft Industries em parceria com a GE, esteve em Dubai, mas sem qualquer representante israelense.
CHINA
Por outro lado, os chineses fizeram seu debute no evento com os Hongdu L-15. O avião de treinamento avançado, desenvolvido pela Hongdu Aviation Industry Corporation, é usado pela Força Aérea do Exército de Libertação Popular (força aérea chinesa) e estava exposto pela China National Aero-Techology Import and Export Corporation (CA-TIC). O jato leve mostra não apenas a força da indústria aeroespacial chinesa, mas sua ainda dependência da escola russa. O L-15 foi desenvolvido por meio de uma assistência da Yakovlev OKB, além de empregar os motores AI-222-25 da Ivchenko-Progress. Visualmente, o L-15 é bastante similar ao Yak-130, que deu origem ao projeto, mas conta com algumas melhorias, como controle e aviônica digital. A presença do avião em Dubai, que antes passou pelo Paquistão, um tradicional parceiro aeronáutico da China, mostra o avanço da indústria chinesa no segmento aeroespacial. A África e o Oriente Médio devem ser os primeiros grandes mercados para a indústria chinesa, que já conta com seis L-15 na Zambia, com grandes chances de exportação para a Etiópia e os Emirados Árabes. Existe a possibilidade