A Ira do Javali
De Steve Stone
4/5
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Sobre este e-book
A Ira do Javali é uma coletânea de histórias de um piloto de A-10 Warthog (Javali) em ação durante a Guerra no Afeganistão, operando a partir da Base Aérea de Bagram Airbase com a bela Cordilheira Afegã como pano de fundo. O A-10 está em atividade constante no Afeganistão, provando-se como uma plataforma extremamente eficiente. Esta versão revista e atualizada do livro tornou-se mais interessante agora que o F-35 tem a chance de assumir o papel desempenhado pelo A-10. O A-10 deve ficar em serviço até, pelo menos 2022 - com uma possível extensão até 2040. Equipado com o GAU-8 Avenger, um canhão de 30 mm, seus disparos atravessam facilmente as blindagens e as grossas paredes de lama tão tradicionais no Afeganistão em redutos de onde os insurgentes talebans lançam emboscadas contra as tropas da coalizão.O Warthog tem capacidade de sobrevivência muito acima da média, absorvendo danos de combate e possibilitando o retorno do piloto em segurança.
As histórias contidas no livro são baseadas em operações reais e dão ao leitor a possibilidade de sentir um pouco da emoção de pilotar um A-10.
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Avaliações de A Ira do Javali
1 avaliação1 avaliação
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5Boa leitura, rápida e poderia possuir mais detalhes. Recomendo para quem gosta da aeronave A10.
Pré-visualização do livro
A Ira do Javali - Steve Stone
A IRA DO JAVALI
O A-10 WARTHOG NO AFEGANISTÃO
STEVE STONE
© Steve Stone 2017
Steve Stone Steve Stone afirmou seus direitos sob a Lei de Direitos Autorais, Design e Patentes de 1988, a fim de ser identificado como autor desta obra.
Revisado e republicado pela Digital Dreams Publishing, 2018
Steve StoneSUMÁRIO
A HISTÓRIA DO WARTHOG
CAPÍTULO UM – PILOTO DE HOG
CAPÍTULO DOIS – NO CALOR DO AFEGANISTÃO
CAPÍTULO TRÊS – FOGO AMIGO
CAPÍTULO QUATRO – FERIMENTOS
CAPÍTULO CINCO – ZONA VERDE
CAPÍTULO SEIS – SUPORTE
CAPÍTULO SETE – EVASÃO
CAPÍTULO OITO – MISSÃO NAS MONTANHAS
CAPÍTULO NOVE – THUNDERBOLT
CAPÍTULO DEZ – O RESGATE DO EAGLE
CAPÍTULO ONZE – IED
CAPÍTULO DOZE – ALERTA DE TEMPESTADE
CAPÍTULO TREZE – PROBLEMAS
GLOSSÁRIO
A HISTÓRIA DO WARTHOG
O Republic Fairchild A-10 Thunderbolt II tornou-se um elemento importante de CAS (Suporte Aéreo de Combate) e de FAC (Controle Aéreo Avançado) após ter provado seu valor durante a Operação Desert Storm no Iraque. No Afeganistão, soldados em solo adoram a visão de um A-10 no ar tanto quanto o Taleban a odeia. A aeronave não teve facilidade para silenciar seus críticos e, mesmo agora, há aqueles que veem o Hog como uma aeronave obsoleta e que precisa ser substituída. A história da empresa que construiu o Hog é quase tão impressionante quanto a história do próprio avião.
A história começa com a Republic Aviation, surgida em 1939, depois que a Seversky Aircraft Corporation teve problemas financeiros e foi reformulada e renomeada. A empresa operava em Farmingdale, em Nova York, e depois de muitos contratempos projetou o P-47 atendendo a requisitos militares dos EUA para um caça de longo alcance. A USSAF recusou-se a financiar o desenvolvimento do P-47, então a Republic teve que arcar sozinha com este custo. No entanto, o Exército ficou satisfeito com o desempenho do P-47, embora, como também aconteceria com o Thunderbolt II, tenha acabado mais pesado do que a especificação original havia solicitado. Em junho de 1942 o Exército recebeu os primeiros P47Bs. Até o final da guerra, 15.660 P-47 foram produzidos, tornando-se o caça mais produzido dos EUA na guerra. Com o sucesso do P-47, a Republic desenvolveu outras aeronaves para atuação nas guerras da Coréia e do Vietnã. Com o F-84 e o F-104 Thunderchief, no entanto, a Republic estava sob pressão financeira novamente. No início dos anos 1960, a Fairchild, empresa aeroespacial de propriedade de Sherman Fairchild, começou a comprar ações da Republic e finalmente adquiriu a Republic Aviation em 1965. Em setembro do mesmo ano a Republic tornou-se a Republic Aviation Division da Fairchild Hiller e deixou de existir como uma empresa independente. Depois de adquirir os ativos civis da empresa alemã Dornier, a Fairchild Aerospace Corporation foi adquirida pela seguradora alemã Allianz AG e pelo grupo de investimentos Clayton, Dubilier & Rice Inc dos Estados Unidos, antes de os ativos da Fairchild serem adquiridos pela M7 Aerospace em 2003. Então, em 2010 A própria M7 foi comprada pela subsidiária dos Estados Unidos da Elbit Systems, empresa israelense de defesa.
O A-10 está sob fogo político pesado, e esta não é a primeira vez que isto acontece. O agora venerado A-10, depois de se provar em vários teatros de guerra, está servindo como suporte para o desenvolvimento de seu possível sucessor. O F-35 é uma aeronave muito manobrável e excelente, porém coloca-se mais como um aparelho da geração PlayStation do que o muito mais analógico A-10. O A-10 foi projetado para receber castigos estruturais, com sua banheira de titânio para proteger seu piloto, asas fortes e motores posicionados o mais fora de perigo possível. O F-35 tem durabilidade eletrônica e capacidade de sobrevivência, mas ainda precisa ser testado em combate em situações que envolvam o cheio de pólvora e mísseis, como aconteceu com o A-10 nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Muitos críticos afirmam que o F-35 não poderá igualar o A-10 como uma plataforma CAS, mesmo que o A-10, nos valores de hoje, custe apenas 1/6 do valor de um F-35. Uma série de testes comparativos entre o F-35 e o A-10, realizando as principais missões do Warthog, incluiu: suporte aéreo aproximado (CAS) de soldados no calor da batalha; busca de combate e resgate; e controle aéreo avançado. Apesar do desempenho do F-35 ser satisfatório, novamente a capacidade de sobrevivência e durabilidade, um dos principais valores do A-10, parece ter sido perdida.
Em outubro de 2016 o Comando de Material da Força Aérea colocou a linha de manutenção A-10 de volta à capacidade total em preparação para a modernização da frota. A isso se seguiu, em junho de 2017, um anúncio de que o A-10 agora será mantido no inventário da Força Aérea indefinidamente. Mais uma vez, o A-10 provou ser o único avião capaz de realizar o tipo de missão de apoio aéreo aproximado, trazendo uma nova reviravolta na História do Hog
.
Uma história típica do A-10 aconteceu em 24 de julho de 2013, quando um par de A-10 foi chamado para proteger um comboio que havia sido emboscado enquanto davam suporte a uma força de evacuação de soldados feridos sob fogo inimigo bastante pesado. As forças terrestres conseguiram comunicar uma localização estimada das forças inimigas aos pilotos nos A-10, e então o piloto da aeronave principal, baseando-se apenas em referências visuais, disparou dois foguetes para marcar a área a fim de guiar o fogo do canhão do segundo A- 10. O inimigo aproximou-se ainda mais da posição dos soldados – o que impediu a evacuação por helicópteros. Isso deixou o comandante do comboio sem outra escolha a não ser ordenar que os A-10s atirassem muito próximo de si para proteger o comboio. Os A-10 realizaram várias passagens, voando a menos de 25 metros acima da posição do inimigo e a 50 metros das forças terrestres amigas. Os A-10 e seus pilotos fizeram 15 passagens no total, disparando quase 2.300 tiros e lançando três bombas de 500 lb.
Este é exatamente o tipo de missão para a qual o A-10 foi projetado – missões realizadas com precisão cirúrgica – e a Força Aérea ainda não tem nada em seu inventário que possa realizar de forma completa as mesmas missões que o A-10. Por enquanto o Hog, juntamente com o Apache, forma a espinha dorsal do CAS para as forças aliadas no Afeganistão e em todo o mundo. Eles podem ser desdobrados para outros pontos críticos no Oriente Médio e na África nos próximos anos, dando continuidade à história de uma grande aeronave que permanece frequentemente nas sombras de seus pares mais ilustres e complexos.
Quando o último dos 716 A-10 foi construído em 1984, as tripulações e equipes que trabalhavam neste pesado avião acharam-no tão feio que o chamaram de Warthog
ou apenas Hog
(Javali – nota do tradutor). Hoje, após décadas de sangue, suor e lágrimas, Warthog
tornou-se um apelido de afeto e de respeito, mesmo que ainda existam inimigos do Warthog que mal podem esperar sua aposentadoria. Alguns deles estão no governo e outros até dentro da Força Aérea. O Warthog sempre pareceu agitar as emoções e gerar uma relação de amor e ódio com aqueles que não o voam ou fazem sua manutenção. Seus pilotos, no entanto, podem dar muitos exemplos de situações nas quais o A-10 desempenhou com sobra suas habilidades para salvar os militares em solo da desgraça iminente e não apenas retido ataques de inimigos obstinados, mas conduzido contra-ataques. O A-10 nasceu de uma necessidade de aeronaves de ataque especializadas, depois de muitas aeronaves menores e menos protegidas terem sido abatidas durante a Guerra do Vietnã. Os jatos rápidos na época eram rápidos demais para os pilotos conseguirem enquadrar os alvos terrestres, e sua autonomia limitada e tempo de permanência em combate os tornavam ineficazes. O A-1 Skyraider era o principal avião de suporte próximo disponível. Os pilotos de Skyraider foram questionados a opinar sobre as características desejadas para a elaboração de novas aeronaves de apoio terrestre. O tema comum era que a nova aeronave deveria ter um longo tempo de permanência sobre a área do objetivo, boa manobrabilidade em baixa velocidade, enorme poder de fogo de seu canhão e extrema capacidade de sobrevivência. Esses planos passaram a incluir uma plataforma que deveria ser capaz de abrigar um canhão de 30 mm e uma carga externa de 16.000 libras – cerca de 8 toneladas.
Duas aeronaves (a Northrop YA-9A e a Fairchild YA-10A) foram selecionadas para terem protótipos construídos e participarem de um 'fly