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GUERRA HUMANITÁRIA

Os alertas começaram em abril. No dia 26, a Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul já reportava previsão de “chuva intensa, vento forte, descargas elétricas, risco de granizo e alagamentos”, ampliando seus informes no dia 27 para “risco de inundação, rio em rápida elevação em Quaraí”. No dia 28, as autoridades alertavam para “chuva intensa, vento forte, descargas elétricas, risco de granizo e alagamentos” para “praticamente todo o território gaúcho”. Assim, no dia 29 de abril, as previsões se confirmaram e tinha início a maior tragédia climática do Rio Grande Sul, com efeitos ainda indeterminados, pois, até o fechamento desta edição, os alertas da defesa civil gaúcha seguiam severos, com avisos de “chuva intensa, com riscos de alagamentos, ventos fortes e descargas elétricas”, para todo o estado.

CRISE INSTALADA

A situação do Rio Grande do Sul no final de abril deste ano parecia dramática. Contudo, logo o país passou a perceber a dimensão da tragédia, perfeitamente comparável a uma situação de guerra. Assim, dos 497 municípios gaúchos, 463 declarariam emergência por conta das enchentes, o que resultou na perda, até o final de maio, de 157 vidas (mais 85 desaparecidos), 2.339.508 de pessoas afetadas pelas chuvas, 581.633 desalojadas e quase 70 mil em abrigos.

As perdas materiais na forma de bens, propriedades e animais talvez levem meses, ou anos, para serem apuradas. Houve recomendação para que cidades inteiras sejam reconstruídas em locais menos suscetíveis a alagamentos e com destruição de boa parte da infraestrutura, incluindo pontes, estradas, barragens, trilhos, redes elétricas e hidráulicas, além dos aeródromos, fazendo do aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, um símbolo do resultado da tragédia que se abate sobre os gaúchos.

Diante da catástrofe, a mobilização para ajudar os gaúchos se daria de forma espontânea, nacional e até internacionalmente, com milhares de

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