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E-book897 páginas13 horas

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EQUISMO

Todas as ciências, mesmo as chamadas exatas e principalmente as filosóficas e religiosas, têm demostrado que as dúvidas, as dificuldades e a necessidade da busca das origens, razões e destinos de todo o universo, incluindo-se aí também um criador ou criadores, começaram com os primeiros homens. Se o universo existe, há de haver um ou vários criadores. Como o universo é muito perfeito e eterno, o criador ou os criadores também devem ser muito perfeitos, e por que não dizer milagrosos. Como os homens são imperfeitos, foram logo excluídos de serem os criadores do universo, até porque também eram criaturas e deduziram que, quando o homem aqui chegou, já estava tudo pronto, se não, ele não teria nem aonde chegar. Foram buscar algo muito poderoso, muito magnânimo, bem longe da natureza humana. Como só é possível regredir com certa segurança dentro do histórico do próprio ciclo existencial humano, só conseguiram chegar à mitologia grega, que dá nomes a esses sentimentos e fatos ao narrar as epopeias do profano e do sagrado com muitas buscas, muitos sofrimentos, muitos encontros e desencontros entre Psique, uma moça humana muito bonita, e Eros, o deus sagrado do amor perfeito e eterno. O imaginário dos seres na busca desse amor perfeito se revelou tão importante que saiu do âmbito das mitologias e gerou a religiosidade, que encampou tudo que se relaciona com o amor perfeito, dos gozos aos sofrimentos.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jun. de 2016
ISBN9781310302541
Equi
Autor

Oides do Rosário Domingos, Sr

Oides é uma referência à língua do povo que, como um todo, horroriza-se com o extermínio de milhões de não arianos. Trata-se do maior genocídio de que se tem notícia, ocorrido até o século XX da era cristã – e, como todos os outros genocídios, grandes ou pequenos, ocorridos por todos os séculos, é uma demonstração de intolerância às diferenças de detalhes, evidenciadas para encobrir a verdadeira intolerância, que é a intolerância à igualdade como um todo. É a igualdade que o ser não tolera em si mesmo, que dirá nos outros, que teimam em se lhe mostrar (ver capítulo sobre intolerâncias) A intolerância é fruto do desequilíbrio equista entre os eus psíquico e físico. Esse povo, na sua maioria, como um todo, a exemplo de toda a humanidade, abomina qualquer tipo de intolerância humana. Ninguém é preconceituoso porque quer, tanto que a maioria busca a igualdade entre os seres na religiosidade, que diz que todos os seres são irmãos igualmente inferiores, só Deus ou deuses são superiores. É justamente na superioridade de Deus, que é o que há de mais perfeito no universo, o único modelo digno de ser imitado, que subconscientemente, nasce a maior fonte de desigualdades: “ em que uns se acham melhores do que os outros ou fazem os outros inferiores a eles”. O que as religiões não explicam é de onde vêm esses poderes, essas forças, essa perfeição de Deus que O faz superior. Assim os seres também não precisam explicar porque uns nascem superiores e outros inferiores. Como essas dúvidas não calam no subconsciente dos seres, as religiões impõem os dogmas, fazendo das dúvidas um grande pecado, cujo castigo para o descrente ou duvidoso é a eterna condenação ao inferno. São esses pontos fracos das religiões e a obrigação de acreditar e até de amar que fazem de Deus a verdadeira e perfeita paixão, nunca o verdadeiro e perfeito amor, que é espontâneo. São as mesmas dúvidas sobre as origens da desiqualdade entre os seres que não calam dentro deles e não os deixando amar uns aos outros, no máximo, apaixonarem-se. No Equismo, todos, criadores e criaturas, nascem iguais, de modo que a superioridade e a inferioridade são apenas questões numéricas ou matemáticas. Em cada etapa do desenvolvimento equista, cada psique é uma fração, chega-se a um denominador comum, somam-se os elementos, chegando-se assim a um elemento superior de cada etapa. Quanto mais desenvolvidos, quanto maior o número de elementos em cada grupo de ajudas mútuas nas diferentes etapas, maior a superioridade resultante da soma dos iguais. Assim, chega-se ao Equi, a mais perfeita, poderosa, onipresente, onisciente de todas as criaturas. O amor Quase-Que-Perfeito. Pratique Equismo: em memória das gerações passadas, em respeito à geração atual, em benefício das gerações futuras e por amor a todas elas.

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    Equi - Oides do Rosário Domingos, Sr

    EQUISMO

    Todas as ciências, mesmo as chamadas exatas e principalmente as filosóficas e religiosas, têm demostrado que as dúvidas, as dificuldades e a necessidade da busca das origens, razões e destinos de todo o universo, incluindo-se aí também um criador ou criadores, começaram com os primeiros homens. Se o universo existe, há de haver um ou vários criadores. Como o universo é muito perfeito e eterno, o criador ou os criadores também devem ser muito perfeitos, e por que não dizer milagrosos. Como os homens são imperfeitos, foram logo excluídos de serem os criadores do universo, até porque também eram criaturas e deduziram que, quando o homem aqui chegou, já estava tudo pronto, se não, ele não teria nem aonde chegar. Foram buscar algo muito poderoso, muito magnânimo, bem longe da natureza humana. Como só é possível regredir com certa segurança dentro do histórico do próprio ciclo existencial humano, só conseguiram chegar à mitologia grega, que dá nomes a esses sentimentos e fatos ao narrar as epopeias do profano e do sagrado com muitas buscas, muitos sofrimentos, muitos encontros e desencontros entre Psique, uma moça humana muito bonita, e Eros, o deus sagrado do amor perfeito e eterno. O imaginário dos seres na busca desse amor perfeito se revelou tão importante que saiu do âmbito das mitologias e gerou a religiosidade, que encampou tudo que se relaciona com o amor perfeito, dos gozos aos sofrimentos.

    A mitologia grega diz que Eros era um rei muito poderoso, que prometera amor eterno a Psique, desde que ela nunca visse seu rosto. Os dois foram morar em um palácio muito grande e belo. Era tão grande o amor que Eros dedicava a Psique que não lhe faltava nada, ela tinha tudo, sua vida era permeada de flores, de felicidade. Com o passar do tempo, Psique já não se contentava em apenas viver o grande amor, queria também conhecer a fonte deste grande amor. Uma noite, munida de um lampião, Psique iluminou o rosto do amado, mas uma gota de óleo quente pingou em seu rosto, acordando-o. Por causa da desobediência, Psique foi expulsa do palácio. Eros, que lhe dedicava muito amor, não a abandonou, mas impôs-lhe muitas provações, como obediência às leis, dedicações e arrependimentos, como provas do merecimento do seu amor e de sua volta ao palácio.

    Essa foi a fonte em que a religiosidade se inspirou para compor a relação entre o amor divino e o homem. A começar pela expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden, onde tinham de tudo, incluindo o amor do pai, e já que a terra dava de tudo, não precisavam trabalhar. Entretanto, também pela desobediência em busca do saber dos mistérios do pai, foram expulsos. Como Psique, não foram abandonados, mas se lhes impuseram obediência às leis, dedicação às coisas divinas e arrependimentos como prova de merecimento do amor divino e um lugar para suas almas no céu: a volta ao Jardim do Éden.

    As histórias se encaixam porque as duas expulsões ocorreram por desobediência na busca do saber, do conhecimento dos mistérios dos protetores, e nos dois casos foram exigidos obediências, dedicações e arrependimentos como prova do merecimento de amor, sempre unilateralmente. A religiosidade, que não consegue explicar a origem, o sentido e o destino nem do profano nem do sagrado, adorou e adotou a história. Dogmaticamente, mantém vivos e até amplia a grandeza do amor divino, a perfeição de Deus, as imperfeições dos seres, suas desobediências, e por isso o merecimento dos sofrimentos pelos pecados cometidos. Torna-se necessária, então, essa epopeica busca das psiques (almas) por Deus, o amor perfeito e eterno, e por um lugar no céu. Só se explica que as dúvidas e as desobediências são fraquezas impostas pelos diabos que disputam os seres com os deuses ou com Deus. Por serem ideias espetaculosas ou infantis, que trazem muitas esperanças quando se introduz o conceito de amor paterno incondicional e eterno – tão necessário a todos –, os resultados são tão espetaculares que nenhum ser, acreditando ou não, fica indiferente. É a comodidade de se permanecer na ideia infantil e o medo de crescer e perder a eterna proteção paterna; assim, ninguém precisa tomar para si as responsabilidades de seu próprio destino e do destino de todos. É só obedecer ao pai, e ninguém cresce nem amadurece as ideias. Para os religiosos, a felicidade eterna resume-se a ficar eternamente ocioso na casa do pai: o céu ou paraíso.

    O Equismo é a continuação ou o amadurecimento dessas ideias. Desmistifica tudo ao explicar as dúvidas das origens, as razões e o destino de tudo, as necessidades de um amor perfeito e o caminho mais curto para as psiques humanas chegarem ao estado de graças, ao Equi ou ao amor eterno. A diferença entre as religiões e o Equismo é que a religiosidade separa deuses e Deus dos homens, sendo que um, ou uns, é, ou são, os criadores, ou o criador, perfeitos, ou perfeito, e os outros são as criaturas imperfeitas. A religiosidade é a inversão da lógica: o perfeito, Deus, criando o imperfeito, os seres humanos. No Equismo os seres são ao mesmo tempo criadores e criaturas, e é esta a ordem natural da lógica evolutiva: o imperfeito buscando eternamente chegar à perfeição, por meio da criação do Equi, o único ser que tende à perfeição.

    O Equismo parte da ideia de que todos os seres humanos são igualmente diferentes ou diferentemente iguais. São iguais nas diferenças e diferentes nas igualdades, pois nos detalhes ninguém é igual a ninguém; no todo, ninguém é diferente de ninguém. É isso que faz da humanidade a criação mais suprema e melindrosa em todo o universo. É resistente e absorve facilmente as adaptações climáticas, geográficas e aquelas advindas de catástrofes como epidemias, pandemias, maremotos, terremotos e até a dilúvios – ainda que seja fisicamente cíclica, posto que tem como sua missão mais nobre e complexa de todo o universo a aceleração do desenvolvimento equista das psiques. Psiques que, em busca da inatingível perfeição, são eternamente evolutivas, o que faz perenes os prazeres puros e as felicidades plenas na eterna busca da perfeição.

    Por isso, conhecer o Equismo é um direito; exercê-lo, uma necessidade psicológica e física de todos os seres, pois a igualdade de oportunidades é a única maneira de melhorar a qualidade de vida, com mais reflexos de prazeres e de felicidades, mais amor, mais saúde do corpo e, principalmente, maior aceleração do desenvolvimento da psique na busca da perfeição, ou do prazer puro e da felicidade plena, ou do amor equistamente perfeito: razão da existência de tudo.

    Equismo é uma filosofia de vida, que tem como base a aquisição de conhecimentos, começando pelo autoconhecimento, ou seja, da própria alma e do próprio corpo, suas origens e destinos. Envolve todas as origens e destinos de todo o universo físico e abstrato, até chegar à criação do próprio Deus, para o Equismo – Equi.

    O Equismo, como filosofia de vida que é, deve ser adaptado e incluído em todos os níveis dos sistemas de ensino formal e informal. No início, no ensino fundamental, enquanto a criança não tem ideia do abstracionismo, quando ainda está no mundo unicamente concreto, o Equi deve ser introduzido como um pai de todos os seres, um protetor todo-poderoso que traz muita alegria, paz e amor para todos os seres, que por sua vez cumprem com alegria os seus deveres. Aqui a religiosidade cumpre com maestria este papel. Só no ensino médio, quando o jovem adquire a noção de que é um ser psicofísico, ou seja, abstrato e concreto, deve-se introduzir as teorias equistas.

    A religiosidade é a introdução dos seres ao mundo ou universo existencialista, enquanto os seres, por infantilidade, medo, paixão ou mesmo por falta de conhecimentos ainda não questionam nada e o Equismo é a conclusão; quando os seres adquirem um espírito crítico, exigem explicações para tudo, principalmente a respeito do mundo ou do universo existencialista. (Felix qui potuit rerum cognoscere causas – Feliz aquele que pôde conhecer as causas das coisas.).

    Ninguém deve emitir, pedir ou aceitar conceitos sobre o Equismo. Considerá-lo bom ou mau é tarefa de cada um, depois de ler o livro. Todo ser humano está no estágio epistemológico em que saber ler constitui-se um dos principais requisitos de igualdade no item epistemológico, por isso, a educação formal e informal é um dos principais direitos dos seres humanos. Enquanto houver uma criança em idade escolar fora da escola; enquanto houver um adulto analfabeto no mundo; enquanto a escola, os educadores e a educação em geral não forem prioridades de governos e da sociedade como um todo, não haverá igualdade entre os seres no mundo epistemológico e, assim, não se pode falar em Equismo. Pois todos os outros direitos ficam prejudicados, e isto faz da educação a única e verdadeira herança que se recebe e se deixa a quem se ama. Todo esse esforço já terá valido a pena se o assunto Equismo levar um analfabeto a buscar condições para ler este livro, pois esse é o primeiro passo para a igualdade entre os seres. Tudo isso demanda muito tempo, muitas gerações e muito trabalho, mas há quanto tempo o homem busca uma explicação para a origem e o destino de tudo neste mundo! Principalmente uma mudança fundamental, visando à melhoria de qualidade de vida neste mundo em todos os sentidos e, principalmente, uma explicação para as origens e destinos dos homens e das almas, psique! Pois o Equismo tem a explicação para o desenvolvimento das unidades materiais e sentimentais, passando pelo estágio racional ou epistemológico. Explica que é somente para a aceleração do desenvolvimento equista das psiques, no alcance certo e eterno dos prazeres puros e das felicidades plenas na busca eterna do amor perfeito, que os seres alcançam o estágio racional ou epistemológico. Mas, sem o Equismo, o estágio humano ou racional não tem nenhum sentido. Aliás, sem o Equismo, o raciocínio é um celeiro de dúvidas, egoísmo e altruísmo, manifestações de intolerâncias, ódios, desamores, que só trazem dúvidas, sofrimentos e infelicidades. É apenas uma eterna incerteza, que acarreta em muita ansiedade, muito medo do futuro, da morte e das muitas lutas do bem versus o mal, Deus versus o Diabo, o céu versus o inferno etc. E ninguém tem paz.

    PROMESSAS

    O Equismo promete mais amores e menos paixões, mais qualidade de vida, mais reflexos de felicidades e muita paz na parte psicológica; promete também mais reflexos de prazeres na parte física e, no geral, mais igualdade de oportunidades para que todos possam descobrir, desenvolver e exercer com muita satisfação o melhor dos seus talentos para melhor exercer seus deveres e gozarem também dos seus direitos e do melhor dos talentos dos outros.

    EQUISMO É

       A criação do universo partindo-se dos fluidos desequilibrados equistamente, passando pelo comando de energias, matérias minerais, matérias vegetais, animais irracionais, animais racionais, até chegar ao estado de graças das psiques, que coletivamente formam o Equi, um ser quase-que-perfeito e que tende à perfeição;

       O Equismo segue a ordem natural do desenvolvimento, partindo do imperfeito em busca da perfeição;

       A teoria da evolução psíquica e da estruturação cíclica física;

       A eterna busca do amor perfeito;

       A prova de que a incapacidade de amar dói tanto como a incapacidade de ser amado; ou seja, a incapacidade de dar dói tanto como a incapacidade de receber;

       A teoria da igualdade entre todos os seres da humanidade;

       A arte de dar e receber amor;

       O princípio, a verdade, a essência de tudo;

       A explicação da origem, do sentido e do destino do universo, incluindo os seres humanos e principalmente sua psique – para os religiosos, alma;

       A integração entre os micro e macroecossistemas;

       A harmonia entre os três reinos da natureza;

       O fim da dicotomia religiosa entre o bem e o mal;

       A busca do equilíbrio entre as forças egoísta e altruísta, ou seja, é o modo de harmonizar as energias psicológicas desde o equiconsciente, passando pelo inconsciente e pelo subconsciente até resultarem em ações conscientes as mais equistas possíveis;

       A crença na capacidade de os seres humanos criarem o universo e até um ser superior, com a soma das igualdades entre si;

       A aceleração do desenvolvimento da psique;

       A supremacia da vida coletiva sobre a vida individual;

       A união entre o ser psicofísico ou sacroprofano;

       O reconhecimento da necessidade epistemológica ou do saber, completando o quarteto das necessidades dos seres: amor, ar, alimento e saber;

       As condições de igualdade de oportunidades para todos;

       A rejeição do privilégio contido na ideia de deuses, ou de um só Deus, já nascidos perfeitos versus seres humanos já nascidos imperfeitos;

       A crença na proporção da superioridade dos grupos de ajudas mútuas à medida que agreguem mais seres cada vez mais desenvolvidos equistamente;

    A crença na superioridade do grupo de ajudas mútuas formado por toda a humanidade – Ser-Superior-Epistemológico-Planetário – sobre todos os outros grupos de ajudas mútuas de um planeta e na supremacia do Equi sobre todas as coisas;

       A crença na vida equista após a vida física;

       Um projeto de vida, em busca dos verdadeiros objetivos das vidas física e equista;

    O caminho mais reto para o ser alcançar reflexos de prazeres e de felicidades neste mundo e após a morte, o estado de graças ou o prazer puro e a felicidade plena e eterna, ou seja, o amor quase-que-perfeito.

    EQUI É

       Origem, destino e razão de tudo;

       A resposta definitiva para todas as dúvidas existenciais;

       O único e verdadeiro ser superior de todo o universo: onipotente, onipresente, onisciente, formado pela soma de todas as psiques em igualdade de estado de graças;

       O verdadeiro criador do universo e ao mesmo tempo criatura do universo;

    Começa com a união dos eus dentro de cada ser, passa pela formação da família, pela união de todos os povos, pela formação de todos os seres superiores racionais planetários – no caso do Planeta Terra – pela impossível, mas eterna busca da formação do ser superior racional ou terrestre;

       A formação deste ser superior racional ou grupo de ajudas mútuas, incluindo toda a humanidade, é a única maneira de atender a todas as necessidades físicas e psicológicas dos seres, proporcionando-lhes máxima qualidade de vida, além de acelerar o desenvolvimento equista dos seres. Mas, isso é uma utopia, sempre haverá seres precisando se desenvolver para alcançar o estado de dedicação. Mas a sua busca é o que há de mais subrime nesta vida.

    NOTAS DO COMPILADOR

    Na primeira parte, em que o livro trata de teorias e conceitos, o uso de palavras novas e neologismos fez-se necessário, na busca de um texto o mais fiel possível às ideias e aos ensinamentos de Zumbi e às tradições das famílias dos Negros do Congo e Domingos.

    Os nomes do criador dos conceitos e daqueles que os conservaram e os transmitiram, bem como do compilador, foram inseridos na autoria de acordo com a cronologia e, coincidentemente, com a importância na história do Equismo e na concepção desta obra: Zumbi, pela criação e pela primeira tentativa da prática do Equismo no mundo; os Congos e os Domingos, pela conservação e transmissão oral do Equismo; Oides do Rosário Domingos, pela compilação. Assim, sela-se a coautoria do Equismo e desta obra, com a contribuição de todos que, ao longo desses trezentos anos, criaram, praticaram, conservaram, transmitiram, lutaram, sofreram e até morreram pelas causas do Equismo. Por último, consta o nome do compilador, cujo trabalho consumiu mais de meio século de estudos acadêmicos, observações e muitas experiências pessoais empíricas de atos egoístas, altruístas e equistas, que fizeram de sua própria vida um laboratório.

    Aproveito para pedir desculpas e até perdão a todos que, sem o devido consentimento, usei como cobaias nos meus experimentos egoístas, altruístas e equistamente equilibrados. Mas, se assim não fosse, esses experimentos não surtiriam efeitos. Como o trabalho resultante desses experimentos não tem objetivos financeiros nem de promoção pessoal, não me sinto tão culpado.

    A todos, incluindo os futuros leitores,

    Muito obrigado.

    O PRINCÍPIO

    Tudo começa com a junção de fluidos formando pares e depois grupos de ajudas mútuas, para resolver as necessidades fluídicas. Passa pela ajuda mútua entre os eus psíquicos e físicos dentro de cada ser, para resolver os problemas de cada um e assim por diante. Passa pelas ajudas mútuas entre os casais, entre os seres das famílias, entre amigos etc. O ápice desta inclusão é a formação do ser superior racional planetário ou de um grupo de ajudas mútuas com a inclusão de toda a humanidade, sem um único ser excluído. No caso da Terra, este ser chama-se ser superior racional terrestre.

    A formação do ser superior racional terrestre atende à diversidade de necessidades dos seres racionais terrestres. É a resposta de todas as dúvidas existenciais e, ao mesmo tempo, é também a solução de todos os problemas existenciais dos terrestres. Pois as próprias diferenças psíquicas e físicas fazem todos os seres humanos igualmente dependentes entre si, além de suavizar as epidemias e até as pandemias.

    Cada inclusão no ser superior racional o torna mais poderoso, pois agrega mais deveres, mais direitos, mais talentos e, principalmente, traz mais forças de sentimentos de elaboração e exigências de ações equistas, além de forças de sentimentos de execução destas ações. O ser sozinho tem muito pouca força e o grupo, quanto maior, mais força tem – e, assim, atrai mais fluidos equistas emitidos por grupos de ajudas mútuas ou seres superiores dos mundos desencarnados –; o grupo, quanto maior e mais desenvolvido equistamente, melhor: recebe, elabora, exige e executa as ações mais equistamente.

    Tudo isso facilita o atendimento de todas as necessidades dos seres, trazendo mais reflexos de prazeres e de felicidades e mais saúde. São esses, os ingredientes básicos para uma melhor qualidade de vida, já que o ser experimenta ainda na vida física, o gosto da vida equista, aprendendo a amar e perdendo o medo da solidão que a morte física representa para os não equistas, já que estes últimos são autossuficientes para alcançar a salvação: é só obedecer a Deus. Para as religiões, os seres correm um risco muito grande de serem condenados aos infernos ou de ficarem isolados em grupos muito pequenos no céu; isolados até dos seus entes queridos daqui da Terra. Pois muitos serão os chamados e poucos serão os escolhidos.

    Para o Equismo, ninguém conservará a razão, só os sentimentos; ninguém será condenado, assim ninguém ficará sozinho ou isolado em pequenos grupos, todos chegarão ao estado de graças. Mas só se chega ao estado de graças com o desenvolvimento equista das psiques em grupos de ajudas mútuas, na busca da perfeição para sua inclusão no ser superior, onipresente, onisciente, a verdadeira criatura e o verdadeiro criador do universo, ou seja, O SER QUE TENDE À PERFEIÇÃO: O EQUI – o objetivo, a razão, o princípio e o fim de tudo.

    AGRADECIMENTOS

    A todos aqueles que desinteressados, direta ou indiretamente, colaboraram, colaboram ou venham a colaborar para a propagação destes conceitos e desta teoria. Agradecimentos extensivos a todos aqueles que, como prova de abertura a novos conhecimentos, mesmo que contra todos os seus princípios filosóficos, culturais e principalmente religiosos, se dispõem a estudar, refletir, discutir, ensinar e, por fim, pôr ou não em prática, mas sem emitir opiniões a favor ou contra, o Equismo.

    O Equismo não tem a pretensão de agradar, desagradar ou desafiar ninguém; quer apenas mostrar que não existem verdades absolutas. Tudo tem no mínimo dois lados, por isso, tudo é passivo de discussões, e as opiniões devem ser tomadas com conhecimento de causa e livres de qualquer pressão, principalmente de uma vigilância divina implacável, onisciente, onipresente e que represente ameaça de castigos terríveis nesta e, pior, eternos em outras vidas. Este é apenas um trabalho de compilação. Todo o seu conteúdo é de domínio público, não traz nenhuma grande novidade, nenhum novo conhecimento extraordinário. Ao lerem o que aqui se apresenta, todos descobrirão que, subconscientemente, já sabiam ou pelo menos pressentiam todo o exposto, de tão óbvio. Só faltava uma explicação mais contundente da origem e do destino de todo o universo, inclusive dos seres humanos e, principalmente, de Deus ou deuses e suas justiças, para que se abrissem as mentes entorpecidas por paixões que não deixam nem a razão nem o óbvio aflorarem.

    O leitor poderá verificar que há redundâncias de assuntos e procedimentos, e até mesmo a ocorrência de prolixidades em todo o livro. O intuito é unicamente fixar bem que tudo gira em torno de uma única necessidade: a de cada ser equilibrar a sua parte física com a sua parte psíquica, para harmonizar o ser consigo mesmo. Só com a prática do Equismo é que todos os seres do universo têm o mesmo objetivo, conseguem falar a mesma língua e juntos conseguem acelerar a busca da paz, do amor perfeito, na formação do Equi. O Equismo é muito simples, prega eternamente a paz, sem brigas, sem disputas, inclusive a do grande bem, Deus, versus o grande mal, Satanás, que, por ser eterna, nunca deixará o universo em paz.

    ABERTURA

    No princípio, eram só fluidos dotados de sentimentos puramente egoístas ou puramente altruístas. Vinham acompanhados de suas forças de exigências e de ações, também puramente egoístas ou altruístas.

    Atormentados pelos desgostos ou sofrimentos causados pelo desequilíbrio das forças emanadas por esses sentimentos, os fluidos começaram a buscar o desenvolvimento equista, ou seja, o equilíbrio de sentimentos e forças, por meio de formação de grupos de ajudas mútuas.

    Deu-se assim a origem de todo o universo, psíquico e físico, até a criação de um ser onipresente, onisciente, onipotente: o Equi. Ou seja, tudo aparentemente contrário ao que pregam o criacionismo teológico, o darwinismo e a ciência. Mas, no fundo, trata-se apenas de uma teoria diferente na busca das mesmas verdades. Uma tentativa de aplacar as dúvidas existenciais de todos os seres que as outras tentativas não conseguiram aplacar – ao contrário, aumentaram-nas. O Equismo é apenas um passo à frente, habilitado ou alicerçado pelos mesmos conceitos básicos.

    No Equismo, criaturas imperfeitas se desenvolveram, criaram o universo e, por fim, criaram um ser que tende à perfeição. O ser tende à perfeição porque é a soma de todas as psiques já em estado de graças ou que já praticam o amor em estado de graças, ou seja, amor quase-que-perfeito. No Equismo, há uma clara e eterna evolução psíquica e uma simples e também eterna e cíclica organização e desorganização (ou estruturação e desestruturação física), ou seja, tanto o psíquico como o físico são eternos. A diferença é que um é evolutivo; o outro, cíclico.

    A ideia ou conceito de um Deus perfeito, superior, preexistente a tudo, criador do universo, inclusive dele mesmo e dos seres humanos, um Deus perfeitamente ou equistamente equilibrado nas potências infinitas de altruísmo e egoísmo, pode, enquanto persistir o pensamento mágico ou infantil, atender às necessidades de amor e proteção dos seres, no seu mais alto grau de perfeição. Mas, com o passar do tempo, esse conceito se torna tão frágil que não resiste à mínima evolução do pensamento sem provocar dúvidas e demandar muita fé, dogmas, lavagem cerebral e até intolerâncias religiosas para se sustentar. Pois é o caminho inverso de todo e qualquer conceito evolutivo, preceito principal de todo e qualquer objetivo de vida física ou psíquica – ou para os religiosos, espiritual. Nesse caso, parte-se do perfeito Deus, o criador, e chega-se ao imperfeito, seres humanos, as criaturas, em uma clara involução física e até psíquica ou espiritual. Para o Equismo, isso é impossível. Pois o perfeito não pode criar o imperfeito.

    INTRODUÇÃO

    Todas as ideias e os conceitos que compõem este livro são tradições orais das famílias dos Negros do Congo, antigos moradores da Grota dos Congos, no arraial da Prata (antigo Vale do Gavião, depois distrito de São Manoel, atual município de Eugenópolis, em Minas Gerais).

    Pensou-se muito se valia a pena compilar as ideias e conceitos transmitidos pelos Negros do Congo e atribuídos aos seus antepassados, pois, no princípio, parecia uma teoria muito simples para explicar todo o universo.

    Foram anos e anos de observações, estudos e experimentos até chegar-se à conclusão de que realmente os Negros do Congo tinham razão. O universo metafísico, o psiquismo, a vida; o mundo físico, as energias, as ondas, as matérias: tudo que há no universo é muito simples, é só conhecer os seus princípios. Se tudo é muito simples, as teorias e conceitos para explicá-los também têm que ser muito simples, sem complicações, emaranhados e complexidades. Porém, também sem permanescer na ingenuidade religiosa.

    A primeira parte do livro, que trata das ideias de Zumbi e das teorias equistas, traz uma prolixa repetição do mesmo tema. Porque tudo se resume à mesma ideia, são variações dentro do mesmo tema: tudo muito simples. Na Torá, na Bíblia, no Corão etc., Deus passa todo o tempo lembrando a seu povo que Ele é seu único Deus e, para continuar salvando-o, exige fidelidade e sacrifícios, coisas que o seu povo tenta, mas não consegue nem entender, que dirá seguir. Todos os livros religiosos falam da mesma coisa, apenas mudando-se um pouco o foco, mas tudo se resume a responder às necessidades psicológicas que todos os seres têm de uma explicação e um sentido para tudo, inclusive para a vida e a morte. As religiões são as primeiras tentativas de explicação para essas dúvidas existenciais. Como nunca conseguiram convencer com argumentos e fatos reais, sempre se firmaram por meio de dogmas e impingindo muito medo, sem deixar alternativas: ou o ser acredita e está com Deus ou não acredita e está com o diabo. As coisas de Deus são grandiosas e perfeitas, e o homem, pequenino e imperfeito, jamais as entenderá; e, se não acreditar, será condenado ao fogo do inferno eternamente.

    As religiões se valem da psicologia porque todo ser, ao nascer, já traz equiconscientemente o sentimento tanto da superioridade equista, que é a busca da perfeição e eternidade evolutiva da psique, parte sagrada, quanto da inferioridade equista, que é a imperfeição e eternidade cíclica da parte física ou profana do corpo. Isso ajuda a religião, dando-lhe o status de necessidade psicológica, como se fora uma tabuinha salvadora. Sem a crença, o ser fica sem chão e sem a que se agarrar. Com a crença ele continua sem chão, mas tem em que se agarrar à espera da salvação definitiva. Isso é o que leva os seres a se autoconvencer, a buscar e a aceitar tudo que se refere à religião como a mais pura verdade. Eles têm muito medo de não acreditar. Por isso, não questionam, e para todas as suas dúvidas estão propensos a aceitar até dogmas como resposta. É a prova de que a necessidade de uma resposta para a origem, o destino e a razão de tudo, principalmente da vida e da morte, é psicológica. Apesar da aceitação dos dogmas, as dúvidas ficam martelando na cabeça e levam ao medo, à insegurança; ou seja, a aceitação dos dogmas não deixa a parte psicológica, o processo mental, evoluir no que tange a assuntos extrassensoriais, não importando o quão evoluído intelectualmente seja o ser em outros assuntos, até mesmo ou principalmente em religiões.

    Houve uma preocupação muito grande com a comprovação histórica e com o embasamento científico. Pensou-se também no porquê da compilação e no para quê compilá-las, se traria algum benefício e, se trouxesse, quais e para quem. O trabalho foi iniciado somente depois de todas essas considerações. Foi para atender a compromissos com a verdade e, principalmente, fazer justiça para com todos aqueles que acreditaram, conservaram, transmitiram oralmente de geração em geração essas ideias e conceitos, a ponto de viver, lutar, sofrer e até morrer por eles. Essa justiça estende-se também a todos aqueles religiosos bem-intencionados, que realmente têm fé e que, sem medir esforços e muitas vezes com o sacrifício da própria vida e sem olhar a quem, tentaram, tentam e venham a tentar salvar almas. Muito embora eles, traídos por suas paixões, geradas pelas próprias ideias e conceitos religiosos – e, portanto, mesmo imbuídos de boa bondade e até piedade –, acabem se confundindo e confundindo os fiéis. Assim, ao impor-lhes dogmas e fé, podem levá-los a discriminar, excomungar, segregar, aterrorizar, martirizar, guerrear e até matar em nome de um Deus, deuses, entidades ou da própria justiça divina. Pois as ideias e conceitos religiosos pregam diferenças no tratamento do Deus ou deuses, tratando com amor e proteção os seguidores ou crentes e com ira os nãos crentes ou, no mínimo, mandando-os para o purgatório, mas o destino mais provável mesmo é o inferno, para os nãos crentes.

    Os métodos de difundir ou defender entre os povos as ideias e conceitos religiosos, a famosa evangelização, são os maiores exemplos de intolerância, que geram violências e atrocidades, e de manobras impudicas de massas. Isso porque todas as religiões, seitas e entidades (polis ou monoteístas) atendem a todos os tipos de desequilibrados, por serem frutos do próprio desequilíbrio equista.

    O próprio fundamento de todas as religiões prega que as entidades, os deuses ou Deus são superiores ou superior, criadores ou criador, e têm ou tem que ser adorados ou adorado pelas criaturas que são inferiores. Quem não adorar ou amar os deuses superiores ou o Deus superior é castigado em vida com desgraças e, depois de morto, condenado a sofrimentos eternos nos fogos dos infernos. Deus ama quem nele acredita, teme-O, ama-O, adora-O; e é justo com quem não acredita nem O teme, não O ama nem O adora. Assim, há mais tementes que adoradores de Deus ou dos deuses. Acredite em Deus, tema-O, ame-O, adore-O, ou serás eternamente castigado. Esta se torna a maior violência que se pratica contra um ser que foi criado inferior e incapaz de entender os desígnios de Deus. Não se deixa nenhuma alternativa nem se dá nenhuma chance ao ser, já que tudo é pecado e nada escapa aos olhos do grande Pai. É o terrorismo do medo, e o pior deles é a tortura psicológica, já que ameaça o que de mais valioso, eterno ou sagrado o ser tem: sua alma – para o Equismo, psique. É a eternização do castigo por meio da alma. O pior castigo que se aplica a um ser não é a pena de morte, mas a prisão ou castigo perpétuo. Mesmo assim, trata-se de um nada comparado à condenação da alma, pois esta condenação, sim, é eterna: o inferno não tem porta de saída, a não ser para os capetas.

    Tudo isso mostra que os deuses são muito carentes de reconhecimentos de superioridade e de amor, ou seja, infinitamente inseguros, a ponto de obrigar os seres inferiores a amar, adorar e idolatrar somente a Ele ou a eles acima de tudo. Se assim não fosse, não seriam necessários castigos. Não se sabe quem é o modelo de quem, mas o princípio é o mesmo que rege as teocracias, as ditaduras e as monarquias, nas quais o poder é onipotente, onisciente, onipresente e, como um Deus, vigia e cobra tudo. A única diferença é que ditadura de Deus é pior, pois é eterna, rege os seres antes de nascerem, durante a sua vida e depois da sua morte, e ninguém pode escapar, não há como nem para aonde fugir.

    A ideia de um Deus poderoso, que atenda a todos, pois é infinitamente egoísta e ao mesmo tempo infinitamente altruísta, é o ideal, ou seja, este é o amor perfeito. Este é o ideal que cada um equiconscientemente busca para si, por isso, os deuses (ou Deus) são uma necessidade psíquica. Como ninguém é equista perfeitamente equilibrado, cada um consegue ver os deuses ou Deus segundo o seu (do ser) desequilíbrio. Assim, criaram deuses ou Deus para atender às necessidades de amor, equistamente perfeito, mas os deuses ou Deus acabam atendendo às necessidades de desequilíbrios equistas ou de paixão de cada um. Pois cada um quer imitar a Deus individualmente ou segundo o seu desequilíbrio, e isso é exatamente o contrário de amor.

    Para que os deuses ou Deus exerçam esta bondade infinita, chegam ao ponto de se doarem. Todos os deuses, em todas as religiões, doam as próprias vidas para salvar as almas. Como esta bondade toda não é de graça, ela é trocada: os deuses (ou Deus) precisam de muitos privilégios, ou seja, para eles (ou Ele) darem tudo, principalmente amor, precisam receber tudo, principalmente amor. Tudo isto é o que justifica os privilégios dos deuses ou de Deus em relação às criaturas imperfeitas, e são justamente esses privilégios que os afastam ou O afasta das criaturas, principalmente as monoteístas, para quem Deus é muito distante dos seres. Como é uma entidade muito difícil de ser alcançada, torna-se quase impossível negociar com Ele.

    Assim, Cristo é apresentado como o próprio Deus que se enviou na figura do filho e forma a Santíssima Trindade com o Espírito Santo; bem como Brahma, Vishnu e Shiva e as deusas menores. Isso quebra o monoteísmo e torna mais próximos Deus e os seres, já que Cristo é a parte humana de Deus ou a parte divina dos seres. É por meio Dele que se chega a Deus. Eu sou o caminho, só se chega ao Pai através de mim. Assim, das religiões monoteístas, o Cristianismo, embora muito longe, é a que mais se aproxima do Equismo, ao aproximar Deus e os seres, pois Cristo, Deus-Homem ou Homem-Deus, é o elo. Negociar com Deus só era possível em sonhos, por meio de sinais da natureza ou sob possessões; mesmo assim, só por intermédio dos profetas e dos iluminados, como Adão, Abraão, Jacó, Noé, passando por Moisés, Cristo, Maomé etc., ou representantes menores, como os papas, os teocratas, pajés, pais e mães de santos e outros religiosos iluminados, mas sempre escolhidos ou eleitos por Deus ou pelos deuses.

    O Cristianismo deu um rosto, uma identidade a Deus. Assim, fica mais fácil a comunicação entre os seres e Deus. Cristo é um Deus que foi, como todo ser humano, concebido e gerado no útero de uma mulher, foi embrião, bebê, criança, adolescente, adulto, tem uma imagem que o identifica, ele foi visível, de carne e osso, sentiu fome, sede, frio, calor, dor e gozos; morreu e é representado em símbolo, na cruz, em quadros, em imagens.

    Diferentemente de todos os seres humanos, ressuscitou dentre os mortos e está vivo. Por isso, é um Deus vivo que fala a língua dos seres. No Cristianismo, por conta da maior aproximação, ficou mais fácil negociar. É por isso que o Novo Testamento é uma nova visão do relacionamento de Deus com os seres, que pode ser feito por intermédio de Cristo, da mãe ou dos santos. Essa facilidade trouxe novas reivindicações, e é por isso que hoje os cristãos pedem desde a salvação das almas e saúde até bens materiais. Para conseguir estes últimos, são estimulados a desafiar Deus: o crente dá o dízimo (10% do que pretende ganhar). Assim, quanto mais o ser der como dízimo, mais ele receberá. Se não der certo, o culpado é sempre o desafiante, que não mereceu ou não teve fé suficiente. Foi assim que se abrandaram e multiplicaram as ofertas, trocando-se os sacrifícios da própria vida, autoflagelações, jejuns etc. por bens materiais. Então, se Deus é tão bom e os canais facilitam tanto a comunicação, por que ficar aqui sofrendo à espera de um benefício após a morte, se se pode começar a gozá-los desde já com felicidade, saúde, bens materiais e sem muitos esforços? Como a dúvida da existência de Deus continua, e a salvação não é lá muito garantida, muitos serão os chamados e poucos os escolhidos, é em busca destes benefícios mais imediatos, sem maiores sacrifícios, criaram até uma teologia da prosperidade, tudo proporcionado pela maior proximidade com Deus, por tudo isso que o cristianismo é a religião monoteísta mais aceita. Pois tem seu ponto mais alto na comunhão dos seres com o Deus, por meio das intercessões de um batalhão de santos. Os menos humildes já dispensam os intermediários e comunicam-se diretamente com Jesus, que é o próprio Deus, uma espécie de intercessão privilegiada. Isso por si só já configura uma megalomania.

    Cristo faz parte da Santíssima Trindade, uma espécie de curinga que não dá para separar, coisa muito difícil de entender – Santo Agostinho que o diga. Mas, existe sim uma proximidade dos seres com o Cristo. Pois os seres humanos também têm seus mistérios: é impossível separar nele o psíquico do físico, ou seja, o sagrado do profano. Na natureza, também é impossível separar o que é profano do que é sagrado. Por causa dessas dificuldades, os seres acabam confundindo tudo. Vem daí a ideia de Cristo ser ao mesmo tempo homem, Deus, filho e pai e de os humanos serem filhos diretos de Deus. Ao projetar todo seu egoísmo e altruísmo nos deuses ou em Deus, os seres dão grandiosidade às suas fraquezas, além de se igualar a eles ou a Ele. Eles podem imitar os deuses ou a Deus, sendo egoístas ou altruístas ao extremo e sem culpa. É assim que o ser e o ter se confundem: tudo é sagrado. O céu passa a ser o limite do que se pode ser e ter, um valor que traz no seu bojo a cobiça e, com ela, todas as infelicidades e doenças pensáveis e impensáveis. Por isso, todas as religiões comportam a teologia da prosperidade e, principalmente, o poder através da teocracia.

    Isso acontece porque a criação de um Deus, ou o Bem, é inerente à criação também do Diabo, ou o Mal. É a busca do equilíbrio. Assim, um só existe ou tem sentido com a existência do outro. No Velho Testamento, Deus já usava os inimigos do seu povo; Ele endurecia seus corações para que se cumprisse o que estava escrito. No Novo Testamento também, Deus endureceu os corações dos homens ou deixou que o diabo agisse para que Cristo passasse por tudo que estava escrito. Foi assim com Pôncio Pilatos, Herodes e todos os inimigos de Cristo, inclusive o Judas. A história precisava de um traidor! Mesmo Jesus sendo um homem público, que pregava livremente em lugares públicos, sempre seguido por multidões que diziam oh! a cada milagre, Jesus só foi preso depois de um desnecessário beijo traiçoeiro.

    As religiões pregam que, nesta vida, Deus quer sofrimentos passageiros em troca de gozos eternos depois da morte, e para isto precisa do mal e da obediência às leis. Elas pregam também que o Satanás, nesta vida, oferece gozos passageiros em troca de sofrimentos eternos depois da morte, e para isto precisa do bem: é o caminho estreito e espinhoso e ascendente dos céus (ele fica nas alturas) versus o caminho largo e florido e descendente do inferno (ele fica lá embaixo, nas profundezas).

    Como só os bons vão para o céu, e como ser bom não depende apenas dos seres, eles não têm livre-arbítrio para ser bons ou ruins. O único livre-arbítrio que a religiosidade oferece é o de se acreditar ou não nos deuses ou no Deus. Pois os seres foram feitos de carne, são imperfeitos e por isso muito fracos, não têm forças para enfrentar o mal que os tenta o tempo todo. Só os deuses têm poderes para enfrentá-lo. Para serem bons, os seres precisam dos deuses ou de Deus. Assim, para serem salvos, os seres são obrigados a acreditar em deuses ou em Deus e, mais do que isso, amá-los ou amá-Lo e seguir seus mandamentos. É por isso que os seres precisaram criar os deuses ou o Deus, e projetar neles ou n’Ele todo o seu ideal de perfeição, todas as suas esperanças. Todas as entidades, seitas e religiões pregam que todas as criaturas são inferiores, más e imperfeitamente iguais, desprovidas de qualquer poder e dependentes de deuses ou de Deus para tudo: desde nascer e viver aqui neste mundo, como para a salvação da alma, tudo depende da fé nos deuses ou no Deus.

    Mas ao criarem os deuses ou o Deus, os seres subconscientemente projetaram neles ou n’Ele também todas as suas carências. Por isso, os deuses (ou Deus) são tão carentes ou inseguros, e precisam tanto de crentes e adoradores para a afirmação de seus poderes. Como no universo tudo é relativo – está aí a lei da relatividade, como prova inconteste desta máxima –, os deuses (ou Deus) só são fortes e poderosos porque fizeram os seres fracos e não aceitam concorrência. Quando o homem comeu o fruto dos conhecimentos, na busca dos segredos de Deus, foi expulso do paraíso. Mais uma vez, os deuses, ou Deus, mostram que são tão carentes de amor e poderes que castigam eternamente quem não os ama ou os teme acima de tudo. Se assim não fossem, teriam feito os seres mais fortes e Satanás menos poderoso. Ou teriam feito como o diabo: colocado mais atrativos nos caminhos que levam aos céus. Mas todas essas dificuldades e sofrimentos colocados nos caminhos da salvação e atrativos colocados nos caminhos que levam ao inferno são apenas mecanismos de proteção psíquicos ou meios racionais de os seres não se desviarem da fé e se conformarem com os sofrimentos terrenos. Ou seja, os seres buscam, além de uma explicação, também alguma compensação para tantas desigualdades e tantos sofrimentos nesta vida terrestre. Isso vale também como lenitivo para aliviar o peso da culpa de gananciosos e preguiçosos. Nesses mesmos deuses, ou Deus, os seres vão buscar os privilégios que eles mesmos projetaram. Ao imitar os deuses, ou Deus, os seres tentam satisfazer suas necessidades equistas. Pois abaixo dos deuses, ou de Deus, todos são iguais, só os deuses, ou Deus, são superiores ou superior. Assim, os seres, ao imitar os deuses ou Deus, ficam à vontade para exercer seus desequilíbrios equistas, ou seja, para serem egoístas ou altruístas ao extremo, agora sem sofrer as consequências da culpa, já que Deus é a prova de que quem nasce superior pode tudo. A própria existência do Deus superior e dos seres inferiores é a prova de que, para a religião, é possível que nasçam seres individualmente superiores e inferiores ou de que, no mínimo, os seres não são iguais entre si, já que existem seres superiores capazes e inferiores incapazes de se fazerem merecedores do céu.

    Apesar de a criação dos deuses ou de Deus resolver muitos problemas, ela deixa muito a desejar, pois não responde às muitas perguntas existenciais – e no âmbito das que respondem, não convencem totalmente. Deixa em dúvida até quem tem muita fé; aliás, muita fé é resultado de muitas dúvidas. O próprio Jesus Cristo questionou o Pai, passando por São Tomé, Santo Agostinho: todos tiveram suas questões não respondidas. O único que, segundo as escrituras sagradas, teve suas dúvidas sanadas ou acreditou foi São José.

    Para que os milagres aconteçam as religiões pregam que é preciso ter fé inabalável. É preciso que não haja dúvidas, principalmente a respeito da existência dos poderes dos deuses ou de Deus. É aí que está o perigo da fé inabalável. A certeza inquestionável dos saberes fecha todas as oportunidades para o aprimoramento dos próprios saberes ou até para sua rejeição parcial ou total. Toda certeza entorpece a inteligência. São as dúvidas que levam ao conhecimento ou ao seu aprimoramento. Os seres sabem subconscientemente que falta alguma coisa, algum elo. É aí que entra a sabedoria ou a inteligência dos seres, criando-se mais um mecanismo de proteção: eles se colocam conscientemente inferiores aos deuses ou a Deus, e assim os deuses (ou Deus) ficam (ou fica) não incompreensíveis (ou incompreensível), mas inatingíveis (ou inatingível) nas suas perfeições dogmáticas, ou seja, os incompreensíveis viram dogmas inatingíveis. Quem são os seres humanos para compreender os mistérios ou desígnios dos deuses ou de Deus! Que o diga Santo Agostinho, que por isso é santo e um dos mais sábios doutores da fé cristã. As falhas deste mecanismo de proteção são inevitáveis, pois os seres subconscientemente sabem que tudo isso é uma estratégia. Eles podem agarrar-se com todas as suas forças aos fios de esperanças, tornando-se fanáticos em sua fé, ou podem perder toda sua fé e, com ela, todas as esperanças. Nos dois casos abrem-se as portas para a infelicidade e para as doenças psíquicas e físicas. As necessidades dos criadores e das criaturas são recíprocas. Os deuses precisam dos seres inferiores, imperfeitos e carentes, para existir (tanto que os seres foram criados assim, até para que os deuses ou o Deus possam praticar o bem). Sem as criaturas necessitadas, essa bondade divina toda seria inútil, pois não teria utilidade prática. Os seres imperfeitos, inferiores, também precisam de deuses fortes e poderosos, tanto que os seres criaram os deuses e o Deus assim, para que eles, os seres, possam projetar seu desequilíbrio equista em forma de fraquezas e inseguranças e, depois de fortalecidas e brindadas pelos poderes dos deuses ou de Deus, buscá-las em forma de amor perfeito e proteção divina.

    Na Bíblia, na Torá, no Corão etc. Deus está sempre cobrando amor, obediência, reconhecimento de sua autoridade e bondade. Está sempre lembrando a seu povo que foi Ele quem os tirou da escravidão; como Cristo, do julgo do pecado e só Ele é o salvador, o pai que sempre protege os fiéis e castiga os infiéis. Para isso, usa os próprios inimigos dos seres. Estes últimos sempre fazem o papel do Diabo. Aliás, o Diabo é sempre o aliado de Deus na busca dos Seus (de Deus) propósitos; foi para isso que ele (o Diabo) foi criado e é insistentemente lembrado. Um não existe sem o outro, Deus depende do Diabo para ter sentido em sua bondade e alcançar os seus propósitos, como o Diabo necessita de Deus também para ter sentido em sua maldade e alcançar os seus propósitos. Os dois precisam das maldades e dos pecados, tanto que todos os seres já nascem com o pecado original, ninguém escapa, só Cristo, que é o próprio Deus. Tudo isso prova e perpetua a necessidade dos deuses ou de Deus de que os seres humanos reconheçam os seus poderes. É esse reconhecimento e esse medo humano que garantem a existência dos deuses ou de Deus, como religiosamente definidos. Ao mesmo tempo perpetuam as necessidades dos seres em relação aos deuses (ou a Deus), que são seus criadores/criador, guias/guia, protetores/protetor e fontes/fonte de amor.

    Tudo isso aumenta os privilégios e dá legitimidade aos deuses e a Deus já que, ao mesmo tempo, impede qualquer criatura de se igualar aos criadores ou ao criador.

    Por ser fruto próprio do desequilíbrio equista, a religiosidade satisfaz todo tipo de desequilíbrio equista. Os egoístas podem, sem sentimento de culpa, dar vazão ao seu egoísmo, buscando tudo para si, bens materiais ou autoridade, para ser como os deuses ou como o Deus, superiores, considerando os outros inferiores. Os altruístas podem exercer o seu altruísmo e, ao imitar a bondade dos deuses ou de Deus, colocar-se sem sentimento de culpa em um plano superior aos outros seres necessitados. O que os dois buscam mesmo é sentirem-se superiores e merecedores de adorações como os deuses ou Deus. Ao posarem de deuses ou de Deus, os egoístas e os altruístas querem receber muito amor em forma de muita atenção dos outros seres. Os privilégios de que gozam os deuses são as fontes que inspiram os seres a querer serem filhos de deuses ou de Deus ou de Cristo, o Rei dos reis, e a buscar todos os privilégios – nem que, como os deuses ou Deus, tenham que atropelar todo e qualquer direito alheio, dentre eles o mais básico, o primeiro, que é a base de todos os outros: o direito à igualdade de oportunidades. Pois os deuses ou o Deus já nasceram superiores ou fizeram os seres inferiores. Esses privilégios, princípios e ideias criam todo tipo de violências e injustiças. Mas, no fundo, o que todos os seres buscam mesmo nas religiões e seitas é alcançar o amor perfeito, o ideal, coisa que todos os seres trazem no equiconsciente e que passa para o inconsciente e deste, já passa deturpado para o subconsciente e, infelizmente, assim acaba chegando deturpado no consciente. Tudo isso forma o caráter, a cultura e a ética dos seres: que ao aproximar-se ou imitar o que é bom e afastar-se do que é mau. Pois para isso, nada melhor do que ser como o próprio Deus, o melhor de todos, e fazer todos os outros igualmente inferiores a ele. A deturpação é consequência da dificuldade natural de conscientemente separar-se o sagrado do profano e o que é amor do que é paixão.

    O Equismo não aceita nenhum privilégio, elimina as figuras dos criadores ou do criador, superiores ou superior versus criaturas inferiores. Para o Equismo, os dois, criador e criatura, são a mesma pessoa. O poder de criação vem da soma das igualdades das unidades sentimentais em cada mundo através dos grupos de ajudas mútuas, em que todas as unidades sentimentais tornam-se criadores e as próprias criaturas. O Equismo concorda que todos os prazeres e felicidades emanam da arte de dar e receber amor e Deus é o modelo maior ou perfeito desta arte. Assim, todo ser precisa de Deus para ser feliz. Ninguém fica indiferente a Deus. Existe apenas um Deus capaz de emanar os prazeres e felicidades de que os seres precisam. Equiconscientemente ou psiquicamente, todos os seres têm a percepção e buscam este mesmo Deus superior e equistamente equilibrado no mais alto grau de egoísmo e altruísmo e, por isso, perfeito. Mas como as células do cérebro não são equistamente iguais para todos os seres, este Deus é modificado quando da passagem da função inconsciente para a subconsciente, área da percepção física. Por isso, temos um Deus cheio de privilégios, que já nasceu superior a tudo que existe no universo, um Deus que se fez ou foi feito perfeito, que todos têm a obrigação de amar acima de tudo. É este Deus que deveria ser percebido ou concebido no subconsciente dos seres. Mas não é assim que ocorre, e cada ser concebe um Deus segundo as necessidades do grau de desequilíbrio equista de suas células cerebrais. Existe um Deus diferente para cada ser, embora todos falem de um mesmo Deus, e quanto mais equistamente desequilibradas forem as células cerebrais, mais diferente do Deus original será o Deus percebido subconscientemente pelo ser. E é este Deus que chega ao consciente do ser, ou seja, é o Deus que ele consegue perceber. E é com a concepção ou modelo deste Deus que o ser tenta resolver todos os seus problemas existenciais e ser feliz com a prática da arte de dar e receber amor. Quanto mais diferente do original for o Deus percebido no subconsciente, mais dúvidas este Deus suscita no ser, inclusive de sua real capacidade de resolver todos os problemas existenciais. Mas, subconscientemente, o ser sabe que precisa de um Deus. Para ser feliz, ter paz, saúde, responder às dúvidas existenciais, salvar a alma, ele sabe que não pode ficar sem um Deus. Mas não é este Deus que o ser consegue perceber devido ao desequilíbrio de suas células cerebrais. Para não ficar louco, ele tem que se esforçar para acreditar que este Deus é fiel ao original, ou seja, o Deus que ele tem no equiconsciente e que chega ao seu inconsciente. Isso pode levá-lo ao fanatismo, com dedicação integral de tempo e da vida a este Deus, ou levá-lo à loucura do autoflagelo e até do matar ou morrer para provar para si mesmo que este Deus fisicamente percebido é fiel ao Deus psicológica ou equiconcientemente percebido e inconscientemente sentido. A própria repetição convicta de que Deus é fiel e de que Deus existe é a prova da não convicção da sua fidelidade com o Deus do equiconsciente e inconsciente e até da sua existência.

    Essas mesmas dúvidas podem levar os seres a comportamentos completamente inversos. Ou seja, ao ateísmo ou ao medo de acreditar na fidelidade desse Deus. As dúvidas não são da existência ou não de um criador do céu e da terra, isto é pacífico – o universo com o céu e a terra e até o ateu estão aí, portanto, houve, sim, um criador ou vários criadores. Para não ficar louco, o ateu tem que fazer muita força para não acreditar na existência, na fidelidade de Deus ou de deuses e na capacidade deste Deus ou destes deuses de resolver todos os seus problemas existenciais. Na sua descrença, pode também chegar ao fanatismo, com dedicação total de tempo e vida e até à loucura de matar ou morrer para provar para si mesmo que Deus não existe ou que este seu Deus, se existe, não é fiel, não é o verdadeiro Deus de que ele tanto precisa e procura. Como até os ateus se preocupam com Deus, até para provar para si mesmos que Deus não existe, esta é a prova de que Deus existe. O que não existe são os ateus, não as pessoas, mas as descrenças – no máximo, eles são agnósticos. Ninguém em sã consciência perde tempo com o que não existe.

    Em quaisquer dos casos, é apenas uma luta do eu físico equistamente desequilibrado com o eu psíquico equistamente equilibrado. Por isso, o Equismo não pede a ninguém para se esforçar na fidelidade, ou até na crença ou descrença de um Deus que inconscientemente o ser sente que é infiel ao Deus original ou psicológico. É por isso que o Equismo pede para o ser se esforçar e muito no treino ou exercício para equilibrar equistamente o subconsciente, equilibrando os dois eus, psíquico e físico. Assim, o ser treina o subconsciente, área da percepção física, a perceber um Deus cada vez mais fiel ao Deus original ou psíquico, aquele Deus que ele tem no equiconsciente. Um Deus cada vez mais capaz de responder a todas as suas dúvidas existenciais e a ajudar o ser a resolver todos os seus problemas psíquicos e físicos. Assim, o ser não precisa fazer força para crer ou descrer na fidelidade ou existência do seu Deus. É um processo progressivo de crença e natural. O Deus percebido pelo eu físico nunca será cem por cento igual ao Deus percebido pelo psíquico, pois o eu físico, por mais que o ser se esforce, nunca chegará ao nível de equilíbrio equista do eu psíquico. Por mais que o ser se esforce para equilibrar os dois eus, sempre haverá dúvidas acerca da fidelidade deste Deus percebido pelo eu físico em relação ao Deus percebido pelo eu psíquico e da capacidade deste Deus de responder a todas as dúvidas e de resolver todos os problemas existenciais do ser.

    Impor um Deus por meio de uma religião, cultura, costume, regime ditatorial ou teocrático ou equistamente só aparentemente é muito fácil se se partir da premissa de que os seres precisam de um Deus. Mas a dificuldade ocorre justamente por se partir da necessidade de um Deus psicológico, ou seja, comum a todos. Entretanto, cada ser só consegue perceber fisicamente o seu Deus, o Deus que melhor atenda o seu próprio nível de desequilíbrio equista, desequilíbrio que acaba levando a diferentes experiências de vida e a diferentes dúvidas existenciais.

    Isto posto, compreendem-se, mas não se justificam, as lavagens cerebrais, as mídias impressa, radiofônica e televisiva, as guerras religiosas, as cruzadas, os atentados terroristas, as inquisições, as fogueiras santas, os dogmas, as excomunhões, as indulgências, os dízimos, os templos religiosos etc. feitos pelas religiões, pelas alas religiosas, pelas culturas, pelos costumes e pelos regimes ditatoriais ou teocratas para conquistar e manter os fiéis. Tudo isso reforçou nossa percepção pela necessidade desta compilação, pois a opção pela não compilação das ideias e conceitos de Zumbi seria mais uma censura imposta aos seus ensinamentos, além de se privar a humanidade de um instrumento racional para entender o existencialismo e buscar o amor perfeito. A primeira censura aconteceu com a destruição de Palmares e de tudo aquilo que o lembrasse. A outra, com a tentativa de se diminuir a importância de Palmares para a história da humanidade. Seria também mais um atentado ao direito à informação (informar e ser informado). Somente a informação formal ou informal contribui para maiores e melhores opções em tudo na vida. A educação formal ou informal é a mais importante fonte, ao lado dos exemplos da família, para o aprendizado de bons costumes, como moral, ética e a amar e ser amado, além de ser a maior e mais importante fonte de culturas e de filosofias, o timão que leva a uma vida feliz.

    A compilação destina-se também a submeter as ideias e os conceitos de Zumbi ao único julgamento a que todos os conhecimentos devem ser submetidos: o do povo. Porém, de nada adianta esse julgamento se o povo não estiver apto a julgar. Primeiro, é necessário prepará-lo e treiná-lo a pensar, para melhor poder optar. Este processo contínuo de treinamento do pensar é o único meio de o ser encontrar o melhor caminho, que traga melhoria de qualidade de vida para os outros e principalmente para si próprio, além de prepará-lo para o pós-morte. Tais preparos e treinamentos são necessários porque ninguém é livre para pensar. Só se consegue pensar o que se percebe, e só se percebe o que se tem vontade, e só se tem vontade daquilo que se sente. O pensamento acaba dependendo da sensibilidade do subconsciente (ver capítulo sobre pensamentos).

    Se ninguém é livre para pensar, se não existe o livre-arbítrio ou a liberdade para escolher nada na vida, que pelo menos se abra o leque de possibilidades de pensar. Assim, o ser pode seguir um caminho oferecido por um modo mais racional ou intelectualmente amplo de pensar, e não seguir um caminho imposto por um modo instintivo e intelectualmente mais estreito de pensar. Por exemplo, ninguém perguntou de onde veio nem para onde foi tanta água do dilúvio. Tampouco indagou-se que não poderia ter sido salvo só um casal de cada espécie, já que os animais aquáticos e os anfíbios salvaram-se todos. E por que a primeira coisa que Adão e Eva fizeram foi cobrir os genitais com folhas de parreira, se só existiam os dois, com vergonha de Deus, ao se descobrirem nus? Esconder de Deus não adiantava, pois Deus vê através de tudo. Ninguém viu também que não fecha a conta, cientificamente comprovada pelos métodos atuais, de cerca de quatorze milhões de anos desde a origem da humanidade até os nossos dias, com a conta religiosa de 19 gerações desde Adão até Davi, somadas aos 19 séculos de Davi até Cristo etc. O que leva os seres a não questionar as incoerências religiosas é a necessidade de acreditar que, para Deus, nada é impossível. Além da satisfação ou megalomania de poder acreditar também que se é filho de alguém muito poderoso. O criacionismo religioso só aceitou a teoria do não geocentrismo quando se descobriu que o não geocentrismo fazia a criação de Deus infinitamente ou incalculavelmente mais grandiosa. Assim, o entendimento (ou interpretações) das escrituras sagradas pode ser mudado ao bel-prazer desde que seja para engrandecer os feitos de Deus, pois os seres também são engrandecidos como a principal obra deste fantástico e perfeito criador. O entendimento anterior será sempre creditado à incapacidade dos homens de interpretar as palavras, as vontades e as obras de Deus. Por isso é que se diz que o pensamento religioso é o pensamento ainda em fase infantil em que papai sabe tudo, papai pode tudo; eu não sei nada, eu não posso nada.

    Treinar a pensar não é somente acumular conhecimentos técnicos, científicos, religiosos e filosóficos. Todos esses conhecimentos são essenciais, mas todos ficam capengas e não trazem prazeres, felicidades nem melhora de qualidade de vida. Se o ser for egoísta ou altruistamente desequilibrado, independente da quantidade e qualidade dos conhecimentos acumulados, ele, o ser, continua com o modo de pensar estreito equistamente, sem vida, sem amor, por isso, infeliz.

    Ampliar a forma de pensar é equilibrar a forma de sentir. A parte psíquica

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