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Por que monges vivem mais: A sabedoria dos mosteiros para corpo, alma e espírito
Por que monges vivem mais: A sabedoria dos mosteiros para corpo, alma e espírito
Por que monges vivem mais: A sabedoria dos mosteiros para corpo, alma e espírito
E-book237 páginas2 horas

Por que monges vivem mais: A sabedoria dos mosteiros para corpo, alma e espírito

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Sobre este e-book

"Por que não assumir e semear o que, em nosso dia a dia de leigos, pode nos ajudar a crescer e amadurecer? Nós, homens do mundo, podemos aprender com as pessoas dos mosteiros!" A vida monástica é uma fonte de sabedoria e um guia prático para a saúde do corpo e da alma. A regra monástica de São Bento provém de uma espiritualidade holística, que preenche a vida de sentido. O teólogo Manfred Böhm apresenta um panorama do dia a dia e da espiritualidade dos monges e monjas, e mostra como podemos tirar proveito de um ritmo de vida constante, da proximidade da natureza e da vida comum e do equilíbrio entre trabalho e descanso para nossas vidas, para nossa saúde e bem-estar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de mar. de 2014
ISBN9788534937061
Por que monges vivem mais: A sabedoria dos mosteiros para corpo, alma e espírito

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    Por que monges vivem mais - Manfred Böhm

    Rosto

    Índice

    Prefácio

    Parte I

    Idoso e sadio – uma contradição?

    Monges vivem mais: estudos feitos em mosteiros

    Espiritualmente em forma, apesar da idade avançada: estudos com monjas

    Demência

    Viver sadio com a sabedoria dos mosteiros

    Parte II

    Regras de vida e de saúde: Regula Benedicti

    Regras de vida e normas para o mosteiro

    São Bento, o autor

    São Bento, o pai da vida monástica

    As fontes usadas por São Bento

    Uma forma de vida integral

    O caminho dos monges

    Renúncia – um caminho para a felicidade?

    Stabilitas

    Motivação através da comunidade

    Recuperar a saúde com a regra

    Psicoterapia do amor

    O cuidado dos doentes

    A arte da cura cristã

    Manter a saúde com a regra

    Saúde – o que é afinal?

    O que é saúde?

    Doença – consequência do pecado?

    Cultivo de um estilo de vida: dietética

    As forças do cosmos

    Desequilíbrio

    A era dos seguros

    Concentração: harmonia entre o homem e o universo

    Luz e ar (aer)

    Comida e bebida (cibus et potus)

    Moderação: chave para a saúde corporal e anímica

    A que hora? – Horário de refeições segundo São Bento

    Movimento e repouso (motus et quies)

    Sono e vigília (somnus et vigilia)

    Excreções (excreta et secreta)

    Paixões (affectus animi)

    Resumo

    Parte III

    A fórmula da arte de viver

    O caminho para a felicidade passa pelo silêncio

    Emoção positiva e saúde corporal

    A tendência à felicidade

    A oração do silêncio

    Aprender a se abrir

    Administração do estresse com as regras beneditinas

    Estresse: risco número um da saúde

    A mãe das virtudes: Discretio, a chave para a saúde

    Não julgar: Proteção para a saúde psíquica

    Alcançar o repouso das vozes interiores

    Resumo

    Parte IV

    Ora – reze!

    A espiritualidade da oração

    A prática da oração de São Bento

    A oração comunitária

    •Matutina

    Invitatório

    • Laudes

    Hino

    • Prima

    Introdução

    • Terça

    Hino

    • Sexta

    Hino

    • Nona

    Hino

    • Vésperas

    Lc 1,46 (Magnificat)

    • Completas

    Hino

    Por que rezar em comum?

    A oração pessoal

    A oração permanente

    O efeito sanador da jaculatória

    A oração de Jesus – instruções

    Formas

    Comecemos com a atenção à respiração

    Repetição do nome Jesus

    Labora – trabalhe!

    A psicologia do trabalho de São Bento

    Trabalho para o corpo e para o espírito

    Sobre o sentido do trabalho

    Meditação ao andar – instruções

    Comecemos com a atenção à respiração

    Meditação ao andar

    Lege – leia!

    Leitura como fator de proteção

    A leitura dos monges: a leitura espiritual

    Lectio divina – instruções breves

    Início:

    Et – e: Mais que uma palavrinha ao final

    Viver o dia a dia num ritmo – impulsos

    Impulsos:

    Bibliografia

    Fontes

    Bibliografia

    Seleção de links sobre o tema:

    Que homem não deseja a vida

    e não quer longevidade para ver a felicidade?

    RB, Prefácio 15 (Sl 34,13)

    Prefácio

    Arevist a das Missionárias Beneditinas de Santa Otília ( Missionsblätter ) publicou, no primeiro número de 2007, uma entrevista sobre um projeto de pesquisa chamado estudo dos mosteiros. Marc Luy, sociólogo coordenador do projeto, descreve o resultado dos estudos afirmando: monges vivem mais tempo e mais felizes. Essa informação desperta a curiosidade. Por que é assim? As perguntas que me surgiram ao ler essa notícia são o motivo que me levou a escrever este livro.

    A vida num mosteiro é um caminho para a felicidade? Para algumas pessoas é. Mas, em geral, o caminho para a felicidade não passa exclusivamente pelas portas dos mosteiros. Para tal é necessário ter vocação. O caminho para a felicidade está aberto para nós todos. Cada um pode trilhá-lo. Consiste no modelo de vida de Jesus Cristo e da comunidade de seus seguidores. A vida nos mosteiros permite imitá-lo. Copiar não é uma desfaçatez? Claro que não. Por que não ousar assumir o que se pode semear em nosso dia a dia no mundo, que pode aí desenvolver-se e amadurecer? Nós, homens no mundo, podemos aprender com os homens dos mosteiros!

    São Bento de Nursia, pai do monacato no Ocidente, pode nos proporcionar uma orientação bem fundamentada. Sua regra marcou a vida monacal durante séculos, e, por vezes, também a vida civil. Ainda hoje ela tem a nos transmitir coisas animadoras e úteis. Muitos não sabem: essa regra é um livro de saúde e de cura (Abade Christian Schütz, OSB), simultaneamente um livro de prevenção. Convido-o a descobrir esse e outros conhecimentos da vida monacal nas páginas que seguem!

    Manfred Böhm

    Parte I

    Idoso e sadio:

    alguns dados

    sobre a vida nos mosteiros

    1.

    Idoso e sadio – uma contradição?

    Ensinai-nos a contar os nossos dias,

    para que tenhamos coração sábio.

    Sl 89,12

    Na socie dade moderna não é raro que pessoas alcancem uma idade avançada. A expectativa de vida aumentou consideravelmente nos últimos cem anos. Nós atualmente vivemos o dobro de anos do que nossos antepassados do século XIX. Os departamentos de estatística dos países informam: o Departamento de Estatísticas de Wiesbaden calculou para os meninos da Alemanha, nascidos no ano de 2009, 77 anos e 4 meses, e para as meninas, 82 anos e 6 meses de expectativa de vida. Na Áustria e na Suíça, a expectativa de vida é de alguns meses acima da alemã. O tempo de vida restante para pessoas até 80 anos aumentou. Na Alemanha: para mulheres de 60 anos, mais 25; para homens de 60 anos, mais 21. O mesmo vale para a Áustria. Na Suíça se calcula 1 ano além disso para os homens e 5 anos para as mulheres.

    Trata-se, evidentemente, de médias estatísticas referentes ao desenvolvimento social geral. O tempo de vida de um indivíduo vai ser determinado por fatores específicos, como, por exemplo, acidentes, doenças ou resistência na velhice. Porém, também condições gerais de vida e de mortalidade o influenciam: o indivíduo se beneficia do progresso da medicina, da qualidade da alimentação, das condições adequadas de moradia e de trabalho. Por esses e outros fatores, a vida hoje é mais sadia do que antigamente, o que torna provável que o indivíduo se aproxime da expectativa de vida definida pela média estatística.

    Vivemos mais do que nossos antepassados, literalmente, aproveitamos mais a vida. Mas o envelhecimento tem também seu outro lado. A partir dos quarenta anos, mais ou menos, as funções biológicas do nosso corpo começam a diminuir. Isso não necessariamente significa doença. No entanto, as mudanças que a idade traz nos deixam menos resistentes e, com isso, mais propensos a contrair doenças. Com o envelhecimento, o risco de doenças aumenta, e doenças aceleram o envelhecimento, sobretudo se contrairmos várias simultaneamente, e quando se tornam crônicas, tais como osteoporose, artrose, reumatismo, doenças cardiovasculares, pressão alta, diabetes, câncer, demência, e outras que se poderiam acrescentar à lista.

    Não podemos impedir ou parar o processo de envelhecimento, nem as doenças. Tudo isso faz parte da vida – e tudo isso desaparece com a morte. Mas podemos encontrar meios que freiam a velocidade do envelhecimento. Quanto mais conseguirmos isso, tanto mais viveremos livres de doenças crônicas. Estas, então, se manifestarão na idade avançada e por isso terão menor duração.

    Dados empíricos provam que essa desaceleração do envelhecimento não é um mero desejo. De acordo com um parecer do grupo de cientistas e terapeutas que conduzem o projeto Envelhecer na Alemanha, de 2009, o rendimento de um alemão sexagenário de hoje corresponde, na média, a um alemão de 55 anos da geração passada. Frequência cardíaca, força muscular e capacidade respiratória melhoraram de uma geração para a outra. Idosos parecem cada vez mais jovens. Têm razão, assim, os que falam de jovens idosos.

    Neste livro trataremos de jovens idosos de caráter muito especial: monges e freiras. Eles se encontram numa tradição milenar que proporciona não apenas um direcionamento espiritual determinado, mas também um manejo atento e coerente da idade, e, portanto, também da velhice. Na tradição monacal, desaceleração do envelhecimento quer dizer o mesmo que: tudo na vida tem seu tempo. Estudos científicos mostram: quem sabe usar o tempo dessa forma vive mais.

    2.

    Monges vivem mais:

    estudos feitos em mosteiros

    Idade: m uitos associam a ela incômodas tribulações e doenças persistentes. Diminuição considerável da qualidade de vida, quanto mais velho, tanto mais. Pesquisas científicas mostram que essa conclusão é apressada. Quem vive mais não necessariamente vive mais tempo doente. Pode ser o contrário. O sociólogo Marc Luy ocupou-se com a questão.

    Com sua pesquisa, pôde mostrar que uma expectativa de vida elevada pode ser, num determinado grupo de pessoas, sinal de envelhecimento sadio. Ele pesquisou a expectativa de vida de 11.500 monges e monjas em doze mosteiros alemães, entre 1890 e 1995. Sua questão inicial foi: por que as mulheres vivem em média mais do que os homens? A avaliação de dados demográficos encontrados em arquivos de mosteiros levou a resultados surpreendentes: a expectativa de vida dos monges está quatro significativos anos acima da expectativa de vida dos homens fora dos mosteiros. Além disso, na vida dos mosteiros não há diferença entre a expectativa de vida de homens e mulheres, quer dizer, de monges e freiras. A expectativa de vida das monjas, no entanto, é superior àquela das mulheres fora dos mosteiros.

    A surpreendente conclusão de Luy, por conseguinte, é que – contrariando opinião corrente – os fatores biológicos e genéticos não podem ser os únicos a determinar a expectativa de vida. A expectativa de vida dos homens fora dos mosteiros menor do que a das mulheres não é, de nenhuma maneira, uma lei da natureza. A forma de vida é decisiva segundo as pesquisas de Luy. E nisso os monges diferem claramente dos homens fora dos mosteiros:

    • Comportamento em relação à saúde. Monges evitam comportamentos prejudiciais à saúde com mais frequência do que outros homens. Um exemplo: menos monges são fumantes. Com isso diminuem um relevante fator de risco para câncer de pulmão e insuficiência cardíaca.

    • Estilo de vida. Monges seguem um programa diário preestabelecido e regulamentado. Sobrecarga por causa da profissão, uma das fontes principais do estresse negativo, não tem chance entre eles. (estresse negativo provoca em muitos homens pressão alta, infartos e outras moléstias, e com isso contribui de forma elevada para a redução da expectativa de vida). Monges não se aposentam com 65 anos e não precisam, por isso, enfrentar as alterações que acontecem com essa mudança. Eles continuam ativos também na idade avançada, dentro das suas condições. Atividades físicas e espirituais escolhidas e regulares desaceleram o processo natural de envelhecimento.

    • Vida espiritual. Exercícios espirituais, oração, leitura espiritual, meditação, vida ascética e outras coisas semelhantes contribuem para reduzir o estresse na vida diária.

    • Sensibilidade. Monges, afirma Luy, vivem mais felizes, e pessoas felizes, é sabido por estudos de psicologia, têm uma expectativa de vida maior.

    Marc Luy não foi o primeiro a se ocupar com a expectativa de vida de religiosos. O estudo mais antigo sobre a vida nos mosteiros foi publicado em 1746, pelo matemático francês Antoine Deparcieux. Ele descobriu que a expectativa de vida estava em elevação em todos os mosteiros da França, e entre os religiosos mais jovens constatou índices de mortalidade menores do que na população civil. Outras pesquisas, que desde então e até os nossos dias foram realizadas em mosteiros de diversos países, confirmam o resultado dos estudos de Marc Luy de que monges e freiras têm uma vantagem em relação à população civil em termos de expectativa de vida.

    O que exatamente distingue a forma de vida monacal da civil? E como se pode aproveitar a vantagem dos monges, mesmo vivendo fora dos mosteiros? Uma primeira resposta a essas questões nos é oferecida por outra pesquisa, que estudou a forma de vida de monjas.

    3.

    Espiritualmente em forma,

    apesar da idade avançada:

    estudos com monjas

    Marc Luy se concentra na elevada expectativa de vida dos homens e nas suas causas. Mas, como anda a saúde de freiras de idade? Com essa questão se ocupou o médico epidemiologista americano David Snowdon em sua pesquisa com monjas (Nun-Study). Ele está em busca de explicação para os mistérios do envelhecimento,

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