Do lado de lá

De Lucia Leite de Carvalho Sodré Borges

Mensagens inéditas de grandes personalidades do Brasil e do mundo, como Santos Dumont, Getúlio Vargas, Papas, Santos, empresários, além de pessoas do convívio familiar da autora psicografadas por Lucia Leite de Carvalho Sodré Borges.

• Idioma: Português
• Editora: Vermelho Marinho
• Data de lançamento: 10 de mar. de 2022
• ISBN: 9788594861337

Pré-visualização do livro

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Copyright© 2011 Lucia Leite de Carvalho Sodré Borges

Título Original: Do Lado de Lá - Mensagens psicografadas por Lucia Leite de Carvalho Sodré Borges

Editor-chefe:

Tomaz Adour

Revisão:

Jornalista Raul Fernandes Sobrinho

Organização:

Flavio de Carvalho Borges

Editoração Eletrônica:

Juliana Albuquerque

Capa:

Eduardo Nunes

Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa

ISBN: 978-85-64298-50-7

EDITORA VERMELHO MARINHO USINA DE LETRAS LTDA

Rio de Janeiro – Departamento Editorial:

Rua Olga, 152 – Loja B – Bonsucesso – Rio de Janeiro

CEP: 21041-140

www.vermelhomarinho.com.br

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ESCLARECIMENTOS DE LUCIA

Foi num domingo.

Lauro e eu conversávamos na sala, quando ouvi um palavrão. Espantei-me e perguntei se ele ouvira. Surpreso, respondeu - o quê?

Eu, que nunca havia dito semelhante palavra, neguei-me a dizer e atribuí a alguém que passara na rua. Continuei a ouvir frases até em línguas estranhas, fiquei com medo e, agarrando-me ao Lauro, declarei que estava louca. Prossegui falando, falando sem parar e ele atônito, sem saber o que fazer, consolava-me, abraçando-me e dizendo ser impressão minha, pois ele nada ouvira.

Resolvemos telefonar para Andréa (irmã de Lauro), que tinha conhecimentos espíritas. Ela veio e vendo-me exausta, pois as vozes não paravam, lembrou que devíamos procurar alguém que pudesse nos ajudar. Telefonou então para Niterói, onde morava um grande médium, homem instruído e tido como grande espírita, Dr. Carlos Imbassay.

Lá íamos Lauro e eu, todas as manhãs, em sua casa, onde às vezes almoçávamos e eu levava passes de sua fina mulher, que me compreendia e consolava.

Guardo desse casal Maria e Carlos, já bem adiantados em anos, uma recordação de amizade que não posso esquecer. Dizendo ao Lauro que as suas sessões eram tardias e que nós, morando no Rio, não teríamos barca para voltar, indicou-nos um grande médium que fazia parte da Liga Espírita, morador no Flamengo e que ele nos apontaria onde buscar ajuda. Escreveu, então, ao médium, nos apresentando como amigos e pedindo muito por nós.

Ao procurar o médium no Flamengo, não fomos felizes. Perguntou-nos onde morávamos para indicar um Centro próximo e fomos parar no Bezerra de Menezes, considerado um grande Centro, dirigido por um cego que morreu pouco tempo depois. Lá, estivemos três vezes e em todas elas saí pior que entrara. Desistimos e fomos encaminhados por amigos de Andréa a um local de Umbanda Branca. Todos que lá estavam, se mostravam embevecidos com o sucesso da médium Valdiméa, mas eu não suportava o ambiente e ela mesma. Ninguém via o interesse que ela tinha por dinheiro. Só eu percebia tudo e dizia ao Lauro, que demorou a entender o que eu já tinha concluído. Penso que o Doutor (Lauro), como ela o chamava, gastava muito, mas não falava nada, pois só queria que eu me restabelecesse.

Paralelamente, Lauro, como médico, procurou outros colegas, que riam quando eu dizia que estava louca, pois me consideravam uma doente que nem doente estava. Mas não encontravam explicação para o caso .

Fui a um psicanalista, Dr. Ewald Mourão, que se interessou pelo que eu escrevia e quis ler. Disseme que eu era uma senhora inteligente e que esse fenômeno era comum - que no seu sofá sentavam uns que ouviam, outros que viam, e não eram loucos, mas inteligentes e perfeitos.

Iniciamos, então, o hábito de fazermos nossas sessões em casa, o que era reprovado por todos. Não havia proteção, era perigoso, diziam.

Salvei-me! Presença de Santa Clara (explicação abaixo)

Voltamos a ser alegres como antes e com nossas leituras e sessões íntimas, encontramos a paz.

Doutrinei todos os que vinham em falange, trazendo tantas amarguras aos nossos corações.

Lauro, que já tinha tempo de sobra de trabalho, aposentou-se em todas as suas funções de médico e ficou ao meu lado. Sofreu tanto como eu e considerava que ao meu lado seria mais necessário que junto aos seus doentes.

Vencemos a parada.

Toda segunda-feira fazíamos as nossas sessões, no nosso quarto.

OBSERVAÇÕES DE FLÁVIO, SEU FILHO, NASCIDO EM 07/08/1932.

PRESENÇA DO EWALD MOURÃO (PSICANALISTA)

Médico, psicanalista junguiano, tratou de Lucia. Faleceu em 19/09/1972. Amigo e colaborador da Dra. Nise da Silveira, que transformou os métodos de atendimento aos portadores de transtornos mentais no Brasil. Foi uma revolução, em sua época, na abordagem clínica dos pacientes psiquiátricos, principalmente os esquizofrênicos, que geralmente eram isolados e considerados como incompreensíveis.

Conheci Neuza, minha esposa, em 10/04/1970. Já frequentava o Bar Luiz, na Rua da Carioca, onde também ia o Mourão. Por esta época, ao ver minha mãe deitada na cama, em quarto escuro, ouvindo vozes, falando sozinha, perguntei a meu pai porque ela não tentava a psicanálise (eu fazia análise, então, com outro terapeuta). Ele perguntou-me se eu achava que daria certo.

- Você já tentou de tudo, porque não experimentar isso também?, disse eu. Concordou prontamente. Falei com meu amigo Alfredo Benjamim, cliente do Mourão, que pediu para que eu telefonasse para o analista. Assim o fiz. Mourão prontificou-se a iniciar o tratamento, que realizaria em sua hora de almoço, sem nada cobrar.

A primeira mensagem que consta no Livro, datada de 24/07/70, foi mostrada a ele. Tudo leva a crer, pelas datas, que Lucia começou a psicografar de forma organizada, durante o tratamento com o Mourão. Ela contava que as consultas começaram no inverno e terminaram no verão, provavelmente em fevereiro de 1971.

PRESENÇA DE SANTA CLARA

Em fins de 71, Lucinha, neta de Lucia, quis pagar uma promessa feita a Sta. Clara por ocasião de seu casamento, a qual já devia há um ano. Então, foi com Lucia e Lauro no convento das irmãs Clarissas, levando dúzias de ovos. Ao chegar, uma freira de pequena estatura os recebeu, dando aos três um santinho com a figura de Sta. Clara que no verso trazia um resumo de sua vida, onde era dito que ela ouvia vozes.

Na mesma noite, Lucia ouviu vozes. Chorando, rezou para Sta. Clara e conseguiu adormecer, num sono contínuo, o que era raro, com a mão sobre a santa. Ao amanhecer, a gravura tinha virado pó em sua mão fechada. Lauro e ela entenderam como explicação o fato do papel ser ordinário e quebradiço, além da ação do suor na mão.

Em 06/12/71, consta a primeira mensagem de Clara:

Que Deus se faça presente nos momentos difíceis. Que eu possa auxiliá-los nesses momentos - Graças ao Senhor.

Assinada como CLARA, Lucia pergunta se era Clara Carneiro de Mendonça e ela responde – não.

Lauro, ao lado dela, bate em seu ombro e diz :

-Lucia: Sta. Clara.

-Que é isso, Lauro? Santa Clara em nossa casa?

E continuando a psicografar, Lucia escreve:

- "Santa Clara é coisa dos homens. Chame-me irmã Clara ou simplesmente Clara" .

Nesta data, Lucia e Lauro resolveram fazer as sessões regularmente às segundas-feiras. A partir daí, o desenvolvimento de Lucia se acelerou e, aos poucos, as vozes ameaçadoras que tanto a martirizavam foram desaparecendo. Ela passou a se sentir mais protegida.

As reuniões eram realizadas pela manhã, ambiente escurecido em seu quarto, em torno de uma mesa, com a presença de Lucia e Lauro apenas. Lucia ficava em estado alterado de consciência, porém consciente. Ouvia ruídos de telefone e outros mais. Lauro atendia e ela continuava, não interrompendo as sessões.

A missão de Lucia como médium não era cuidar das pessoas aqui na Terra. Mas sim trabalhar em conjunto com as falanges espíritas, para esclarecer com explicações os necessitados que se encontram num plano paralelo ao nosso, visando a sua evolução espiritual. Ela fez parte de um grupo socorrista, atendendo os espíritos que necessitam de ajuda.

Durante a leitura do livro, vai-se observar a trama espiritual realizada pela falange de suicidas chefiada pelo parente Arthurzinho Leite Guimarães. Eles penetravam na intimidade de Lucia, nos seus momentos de privacidade. Ao ir, por exemplo, ao banheiro, era criticada, ridicularizada, ouvindo palavras grosseiras. Lauro, do lado de fora, sentindo a água do chuveiro cair no vazio, dizia:

- Lucia: você precisa tomar o banho.

Ela se negava, enrolada na toalha :

- Como posso, com pessoas me vendo?

Lucia Leite de Carvalho Sodré Borges nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 30 de Março de 1907, sendo filha de Horácio Gomes Leite de Carvalho e Maria Thereza Monteiro de Barros Leite de Carvalho.

Lucia faleceu em 04/01/2001, próxima dos 94 anos, em perfeitas condições mentais. Excelente memória para os fatos antigos e próximos.

Lauro Sodré Borges, médico, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 13 de Junho de 1903 e faleceu em 18 de Janeiro de 1987, sendo filho de Eugênio da Silva Borges e Maria da Glória de Azevedo Sodré Borges.

Lúcia psicografou de 24/07/70 a 16/09/2000 (30 anos) deixando 6 cadernos de 200 páginas e um 7º caderno inacabado. Foram 335 mensagens com a participação de 396 espíritos.

ALGUMAS CITAÇÕES DAS MENSAGENS RECEBIDAS POR LUCIA

Livro 2 - Mensagem 88

Sobre Lucia.

Aqui estamos em missão que nos foi dada de proteger a médium, que faz parte do nosso grupo de trabalho, porque age como parte ativa em todos os momentos de esclarecimento aos que chegam, e não se conformam com a transformação de suas vidas.

Auxílio pedimos aos irmãos terrenos e o recebemos dos irmãos fraternos. Conseguimos vitórias fáceis e difíceis que são divididas com os médiuns. Conta-se em dobro o trabalho mediúnico terreno onde há tanto prejuízo físico e tanto desprendimento.

É realmente o grande vitorioso!

JEREMIAS

(N. 650/640 a.C - M 580 A.C.) Profeta. Personagem bíblico notório. O

Livro de Jeremias é o segundo dos livros dos principais profetas da Bíblia.

Livro 2 - Mensagem 90

É sempre necessária uma explicação para que vocês aos poucos compreendam que a vida espiritual é bem parecida com a terrena.

Assim, vão percebendo o grande mistério da Reencarnação, que todos teremos de esperar que aconteça em nossas vidas; e quando isso se tornar necessário - que assim seja.

As missões cumpridas no além levam ao final da trajetória. Mas, quantas missões são necessárias para isso? Só Deus sabe.

Procuro sempre dizer algo que faça com que vocês possam receber um pequeno ensinamento.

CLARA

(N. 16/07/1194 - M.11/08/1253) Santa canonizada em 15/08/1255.

Fundou a Ordem Franciscana das Irmãs Clarissas. Diz ela: Santa é coisa dos homens. Chamame de irmã Clara, ou simplesmente Clara.

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MENSAGENS PSICOGRAFADAS POR LUCIA LEITE DE CARVALHO SODRÉ BORGES

LUCIA -— Resolvi começar a escrever o que ouvia. Vivia atormentada pela audição. Ignorava o que pudesse ser. E assim, nós dois, Lauro e eu, nos dispusemos a fazer as nossas sessões, sozinhos, orando muito para que houvesse uma proteção de Deus.

Pedimos conselhos a pessoas experientes - Dr. Carlos Imbassay, médium de Niterói, e outros - e ao ler os livros de Allan Kardec nos aprofundamos no assunto.

Solicitei aos nossos mentores espirituais que as mensagens fossem em linguagem de fácil compreensão, para que eu pudesse transmiti-las a qualquer pessoa simples, sem muita cultura. Pedi, porque leio livros que custo a decifrar, com mensagens elevadas, não bem explicadas e meio complicadas. Creio ser uma ignorante; por isso supliquei que assim fosse: simplicidade e autenticidade. Temia os enganos. Fui atendida. Nestes cadernos, a linguagem é simples e todos que gastarem tempo em lê-los entenderão com pouco esforço.

MENSAGEM 01 RECEBIDA EM 24/07/1970

Em resposta a perguntas feitas mentalmente .

André Luiz-Mediunidade

Desenvolvimento é necessário que se faça, com ajuda de Deus. Reze e peça luzes sobre o assunto.

Só Deus poderá ajudá-la, dando conselhos por via que ele resolve.

Porque não transformar os momentos de saudade em momentos de alegria? Medite sobre isso.

O que passou de felicidade deve ser lembrado; o que passou de tristeza deve ser apagado da memória.

As criaturas humanas não são iguais, mas devem procurar se aproximar umas das outras, para poderem viver em paz com as suas consciências. A má compreensão entre as criaturas acontece quando existem más influências