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Entre a Morte e a Vida
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E-book345 páginas4 horas

Entre a Morte e a Vida

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Sobre este e-book

O QUE ACONTECE NO MOMENTO DA MORTE?
Nossa personalidade sobrevive à morte? Para onde vamos depois? Estas são perguntas eternas.
Dolores Cannon acumulou informações sobre a experiência da morte e do além ao longo de 45 anos de pesquisas e de terapia de vidas passadas através da hipnose. Enquanto reviviam experiências de vidas passadas, centenas de pacientes relataram as mesmas recordações ao passarem pela morte, pelo plano espiritual e pelo renascimento.
Vivencie as sessões tal como aconteceram originalmente, gravadas e ditadas palavra por palavra. Nelas, os pacientes revelam com sabedoria instrutiva aquilo que está oculto no subconsciente de toda a humanidade.
Este livro explora:
•A experiência da morte
•Diversos níveis de existência do plano espiritual
•Guias e anjos da guarda
•Existem mesmo o Céu e o Inferno?
•Fantasmas e poltergeists
•Planejando a vida atual e relacionamentos kármicos antes do nascimento
•Percepção de Deus e do diabo
•O significado de vidas "ruins"
•Os diversos Conselhos e sua influência sobre a humanidade e o universo

IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de mar. de 2022
ISBN9781005723675
Entre a Morte e a Vida
Autor

Dolores Cannon

Dolores Cannon is recognized as a pioneer in the field of past-life regression. She is a hypnotherapist who specializes in the recovery and cataloging of “Lost Knowledge”. Her roots in hypnosis go back to the 1960s, and she has been specializing in past-life therapy since the 1970s. She has developed her own technique and has founded the Quantum Healing Hypnosis Academy. Traveling all over the world teaching this unique healing method she has trained over 4000 students since 2002. This is her main focus now. However, she has been active in UFO and Crop Circle investigations for over 27 years since Lou Farish got her involved in the subject. She has been involved with the Ozark Mountain UFO Conference since its inception 27 years ago by Lou Farish and Ed Mazur. After Lou died she inherited the conference and has been putting it on the past two years.Dolores has written 17 books about her research in hypnosis and UFO cases. These books are translated into over 20 languages. She founded her publishing company, Ozark Mountain Publishing, 22 years ago in 1992, and currently has over 50 authors that she publishes. In addition to the UFO conference she also puts on another conference, the Transformation Conference, which is a showcase for her authors.She has appeared on numerous TV shows and documentaries on all the major networks, and also throughout the world. She has spoken on over 1000 radio shows, including Art Bell’s Dreamland, George Noory’s Coast to Coast, and Shirley MacLaine, plus speaking at innumerable conferences worldwide. In addition she has had her own weekly radio show, the Metaphysical Hour, on BBS Radio for nine years. She has received numerous awards from organizations and hypnosis schools, including Outstanding Service and Lifetime Achievement awards. She was the first foreigner to receive the Orpheus Award in Bulgaria for the highest achievement in the field of psychic research.Dolores made her transition on October 18, 2014. She touched many and will be deeply missed.

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    Entre a Morte e a Vida - Dolores Cannon

    Entre a Morte

    e a Vida

    por

    Dolores Cannon

    Tradução: Marcello Borges

    ©1993 por Dolores Cannon

    1ª impressão por Ozark Mountain Publishing, Inc. - 1993

    Primeira tradução em português – 2022

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro, em parte ou no todo, pode ser reproduzida, transmitida ou utilizada por qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico, fotográfico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou por qualquer sistema de armazenamento e recuperação de informações, sem autorização prévia por escrito da editora Ozark Mountain Publishing, exceto no caso de breves citações incluídas em resenhas e artigos literários.

    Para permissão ou serialização, condensação, adaptações, ou para nosso catálogo com outras publicações, escreva para Ozark Mountain Publishers, P.O. Box 754, Huntsville, AR 72740-0754, USA, At.: Permissions Department.

    Dados de Catalogação na Fonte da Biblioteca do Congresso

    Cannon, Dolores, 1931-2014

    Entre a Morte e a Vida: Conversas com um Espírito; título anterior: Conversas com um Espírito: Entre a Morte e a Vida por Dolores Cannon

    O que acontece entre a morte e a vida, conforme revelam numerosos pacientes através de regressão hipnótica a vidas passadas.

    1. Hipnose 2. Reencarnação 3. Terapia de vidas passadas 4. Vida após a morte

    1. Cannon, Dolores, 1931-2014 II. Reencarnação III. Título

    Número do Cartão no Catálogo da Biblioteca do Congresso: 2022934421

    ISBN: 978-1-956945-09-6

    Tradução: Marcello Borges

    Arte da Capa: Jenelle Johannes

    Livro composto em Trump Mediaeval & Post Antiqua

    Design do Livro: Kris Kleeberg

    Publicado por: Ozark Mountain Publishing

    P.O. BOX 754

    Huntsville, AR 72740-0754

    Publicado nos Estados Unidos da América

    800-935-0045 ou 479-738-2348 fax: 479-738-2448

    WWW.OZARKMT.COM

    Este livro foi escrito originalmente no início da década de 1990 e resistiu ao teste do tempo. Naquela época, o assunto da vida após a morte não era discutido abertamente por causa do medo associado a ele. Hoje, as pessoas estão mais abertas para falar do tema e explorar o reino invisível. Em 2013, resolvi atualizar este livro por causa das questões que me foram apresentadas ao longo dos anos e de novas informações que surgiram. Nada do que escrevi desde que descobri esse assunto em 1968 foi contestado. Nos meus 45 anos de trabalho neste campo, foram apenas adicionadas novas informações à medida que prossegui trabalhando como repórter à procura de conhecimentos perdidos.

    Dolores Cannon

    Morte, não te orgulhes, embora alguns te chamem

    Poderosa e temível, pois não és assim;

    Pois aqueles que pensas que derrubaste

    Não morrem, pobre Morte; nem a mim poderás matar.

    John Donne

    [1573-1631]

    Soneto: Morte

    Capítulo 1

    A Experiência da Morte

    TENHO SIDO ACUSADA de conversar com os espíritos dos mortos e de comunicar-me com eles, algo que é definitivamente vedado nos círculos religiosos. Nunca pensei no assunto apenas dessa forma, mas suponho que seja real. A exceção é o fato de que os mortos com quem converso não estão mais mortos e sim vivendo novamente hoje, tocando suas vidas cotidianas. Pois, como sabem, sou regressionista. Esta expressão popular refere-se aos hipnotizadores que se especializam em regressões a vidas passadas e pesquisas históricas.

    Muita gente ainda tem dificuldade para aceitar a ideia de que sou capaz de voltar pelo tempo e conversar com as pessoas que revivem outras existências através da história. Não demorou para que eu me acostumasse com isso, algo fascinante para mim. Escrevi livros descrevendo algumas de minhas aventuras neste campo incrível.

    Para a maioria dos hipnotizadores, o trabalho com vidas passadas fica além de seus limites. Não entendo a razão, a menos que receiem o que podem encontrar e prefiram se ater a situações conhecidas e familiares com as quais podem lidar efetivamente. Um desses terapeutas me confidenciou, como se tivesse feito uma descoberta revolucionária: tentei fazer algumas regressões, e uma vez levei um paciente até a época em que era um bebê.

    Ele falou tão sério que foi quase impossível conter o riso quando respondi, É mesmo? Esse é o ponto onde eu começo.

    Mesmo entre regressionistas que praticam regularmente a terapia com memórias de vidas passadas, encontrei muitos que têm seus próprios receios sobre levar um paciente hipnotizado pela experiência da morte ou a aventurar-se nos períodos entre vidas, quando se supõe que a pessoa esteja morta. Eles temem que possa acontecer mesmo alguma coisa física ao corpo vivo do paciente em transe. Que de algum modo ele possa se prejudicar recordando essas memórias, especialmente se forem traumáticas. Após ter passado por esta experiência com centenas de pacientes, sei que não há problemas físicos, mesmo que a personalidade regredida tenha tido uma morte horrível. Naturalmente, sempre tomo precauções especiais para me assegurar de que não haverá efeitos físicos. O bem-estar de meu paciente é sempre minha preocupação mais imediata. Sinto que minha técnica protege completamente o paciente. Eu não tentaria fazer esse tipo de pesquisa se não fosse dessa maneira.

    Para mim, o plano entre vidas, também chamado de estado de morte, é a esfera de existência mais empolgante que já encontrei, pois acredito que há nele muitas informações que podem ser obtidas, trazendo grandes benefícios para a humanidade. Acredito que as pessoas podem perceber que a morte não é algo a se recear. Quando se defrontam com esse momento em suas vidas, percebem que não é uma experiência nova e sim algo com que estão bastante acostumadas. Elas já passaram várias vezes por isso. Não estarão diante de um grande e aterrorizante lugar desconhecido e sim um lugar familiar, que visitaram muitas e muitas vezes. Um lugar que muitos chamam de lar. Espero que as pessoas possam aprender a ver o nascimento e a morte como ciclos evolutivos pelos quais todos passam muitas vezes e que, por isto, são parte natural do crescimento de suas almas. Após a morte, há vida e existência noutros planos, tão reais quanto o mundo físico que veem ao seu redor. Talvez sejam até mais reais.

    Certa vez, conversando com uma mulher que se considerava iluminada, tentei lhe explicar algumas das coisas que eu havia descoberto. Disse-lhe que fazia pesquisas sobre como é a morte e para onde vamos depois. Ela me perguntou empolgada, Para onde você vai? Céu, Inferno ou Purgatório?

    Fiquei desapontada. Se essas eram as únicas opções que sua mente aceitava, obviamente ela não era tão iluminada quanto pensava.

    Irritada, respondi, Nenhum desses!

    Ela ficou chocada. Quer dizer que você vai ficar na terra?

    ASSIM, PERCEBI que para escrever este livro, preciso refazer minha caminhada até o ponto onde estava quando a porta se abriu pela primeira vez e tentar me lembrar das crenças e ideias que tinha antes que a luz entrasse. Não seria uma tarefa fácil, mas necessária se eu quisesse compreender aqueles que ainda procuram essa porta e essa luz, pondo-me no lugar deles. Devo conversar com eles com uma linguagem que possam entender, tentando conduzi-los suavemente pelo caminho da percepção. Assim, poderão viver plenamente suas vidas, sem temer o que o futuro trará.

    Para muitos, a palavra morte parece muito ameaçadora, muito terminal, muito desesperadora. Um vazio escuro de mistério e confusão, pois representa o rompimento com o mundo físico, que é o único lugar que conhecem e sabem definitivamente que existe. Como muitas coisas na vida, a morte é desconhecida, envolta em mistério, folclore e superstição, e por isso deve ser temida. Contudo, é uma coisa pela qual sabemos que todos deverão passar. Não importa quanto desejemos empurrá-la para o fundo da mente e não pensar nela; sabemos que o corpo é mortal e que um dia vai expirar. O que acontecerá? Será que essa personalidade que consideramos ser nós mesmos também perecerá com a casca física? Esta vida é tudo o que existe? Ou haverá alguma coisa a mais, algo raro e belo, além daquilo que consideramos como a vida? Talvez as igrejas tenham razão quando pregam o Céu para os bons e piedosos e o Inferno para os maus e condenados. Com minha curiosidade insaciável, estou sempre buscando respostas e creio que muitas outras pessoas também anseiam por esses conhecimentos. Se pudéssemos passar o tempo na felicidade e no amor, sem recear o que nos aguarda no final, a vida seria muito mais fácil.

    Quando comecei a pesquisar a regressão, não tinha ideia de que encontraria as respostas para todas essas questões. Como aficionada pela história, diverti-me muito voltando pelo tempo para conversar com pessoas em diversas eras. Adorei reviver a história sendo feita, tal como era vista por seus olhos enquanto se recordavam de outras vidas. Quis escrever livros sobre suas versões desses períodos históricos, pois cada pessoa, sem saber, corroborou as histórias das demais enquanto se achava sob transe profundo. São padrões que eu não esperava encontrar. Foi então que aconteceu uma coisa inesperada, que abriu um mundo completamente novo para minha exploração. Descobri o período entre vidas, o tão falado estado de morte, o lugar para onde as pessoas vão após suas vidas físicas aqui na Terra.

    Ainda me lembro da primeira vez que me deparei com a porta e conversei com os mortos. Foi durante uma regressão a vidas passadas, e quando o paciente morreu no transe, isso foi tão rápido e espontâneo que me pegou desprevenida. Não tive plena consciência do que estava acontecendo. Mas, como disse, foi tão rápido que não tive tempo de interromper o processo. A pessoa estava olhando para seu corpo abaixo dela, dizendo que era como um cadáver qualquer. Fiquei espantada ao ver que a personalidade tinha se mantido intacta – ela não mudara nada. Isto é importante. Este é um dos receios de algumas pessoas: que de algum modo a experiência da morte vai transformá-las, ou seus entes queridos, em alguma coisa diferente, estranha ou irreconhecível. Novamente, é o medo do desconhecido. Há outro motivo para termos medo de fantasmas e espíritos? Pensamos que o processo de travessia vai transformar a pessoa querida que conhecíamos em algo maligno e assustador. Mas descobri que a personalidade se mantém a mesma. Embora possa exibir alguma confusão temporária, às vezes, basicamente ela ainda é a mesma pessoa.

    Quando superei meu espanto e encanto diante da possibilidade de conversar com alguém após sua morte, minha curiosidade assumiu o comando e vi-me repleta de perguntas sobre questões que sempre me intrigaram. Daquele momento em diante, sempre que encontrava um paciente que conseguia atingir os estados mais profundos de hipnose, necessários para esse tipo de pesquisa, passei a fazer algumas dessas perguntas. As crenças religiosas não pareciam influenciar aquilo que contavam. Suas respostas eram basicamente idênticas, o tempo todo. Embora as palavras fossem diferentes, todas estavam contando a mesma coisa: um fenômeno em si mesmo.

    Desde que comecei meu trabalho, em 1979, vi centenas e centenas de pessoas passarem pela experiência da morte. Morreram de todas as maneiras concebíveis: acidentes, tiros, facadas, fogo, forca, decapitação, afogamento e até, num dos casos, uma explosão atômica, relatada em meu livro A Soul Remembers Hiroshima. Elas também morreram naturalmente, com ataques cardíacos, doenças, velhice e pacificamente durante o sono. Embora tenha encontrado muita diversidade, também encontrei certos padrões bem definidos. A forma de morrer pode ser diferente, mas aquilo que acontece depois é sempre igual. Assim, cheguei à conclusão de que não existe mesmo razão alguma para temer a morte. Subconscientemente, sabemos o que acontece e o que nos aguarda lá. Deveríamos saber; temos tido muita prática. Todos nós passamos incontáveis vezes por isso. Logo, ao estudar a morte, descobri a celebração da vida. Está longe de ser um assunto mórbido; é outro mundo, muito fascinante.

    Com a morte vem também a sabedoria. Acontece alguma coisa quando nos despojamos do corpo físico: abre-se uma dimensão de conhecimento totalmente nova. Aparentemente, o ser humano fica limitado e atrapalhado quando está na matéria. A personalidade ou o espírito que continua não sofre essas limitações e pode perceber muito mais coisas do que poderíamos imaginar. Assim, quando eu falava com essas pessoas após suas mortes, conseguia obter as respostas para muitas questões intrigantes e desconcertantes, questões que têm perseguido a humanidade desde o começo dos tempos. Aquilo que o espírito relatava dependia de seu crescimento espiritual e pessoal. Algumas tinham mais conhecimentos do que outras e conseguiam expressá-lo mais claramente, numa forma que nós, mortais, teríamos mais facilidade para compreender. Vou tentar descrever o que experimentaram, deixando que falem por si mesmas. Este livro é a compilação daquilo que muitas pessoas relataram.

    AS DESCRIÇÕES MAIS COMUNS que encontrei no momento em que ocorre a morte é que depois de uma sensação de frio, subitamente, o espírito está em pé ao lado da cama (ou noutro lugar qualquer), olhando para seu corpo. Geralmente, não consegue entender porque as outras pessoas no recinto estão perturbadas, pois ele se sente muito bem. A sensação geral é de alegria, não de temor.

    A descrição a seguir trata do momento da saída de uma mulher na faixa dos 80 anos que estava morrendo de velhice. É um exemplo típico e se repete constantemente.

    D: [Dolores] Você viveu bastante, não viveu?

    P: [Paciente] Ah, sim. Movo-me lentamente, leva certo tempo. (Gemendo) Não sinto mais alegria. Estou muito cansada.

    Como era óbvio que estava desconfortável, avancei-a pelo tempo até depois da morte. Quando acabei de contar, todo o corpo da paciente se agitou na cama e, subitamente, ela sorriu. Sua voz estava repleta de vida, não se parecia em nada com o jeito cansado de instantes atrás. Sinto-me livre! Estou leve! Ela pareceu muito feliz.

    D: Consegue ver seu corpo?

    P: (Enojada) Ahh! Aquela coisa velha? Está lá embaixo! Nossa! Não tinha ideia de que estava com essa aparência ruim! Estava enrugada, murcha. Sinto-me bem demais para estar enrugada desse jeito. Estava toda acabada. (Ela fazia sons de satisfação.) Puxa, puxa, estou muito feliz por estar aqui!

    Não pude deixar de rir. Sua expressão e seu tom de voz mostraram um contraste e tanto.

    D: Não é a toa que estava enrugado; esse corpo viveu muitos anos. Provavelmente, foi por isto que você morreu. Você disse que estava aqui, onde você está?

    P: Estou na luz, e… nossa, sinto-me muito bem! Sinto-me inteligente... sinto paz... sinto-me calma. Não preciso de nada.

    D: O que você vai fazer agora?

    P: Estão me dizendo para ir descansar. Mas detesto descansar quando tenho tanta coisa para fazer.

    D: Você precisa descansar se não quiser?

    P: Não, mas não quero me sentir limitada de novo. Quero crescer e aprender.

    Depois disto, não consegui mais respostas dela, exceto que ela estava flutuando. Por sua expressão e sua respiração, pude perceber que ela estava no lugar de descanso. Quando o paciente vai para lá, é como se tivesse entrado num sono profundo e não quisesse ser incomodado. É inútil tentar perguntar algo a ele, pois suas respostas serão incoerentes.

    Vou explicar em detalhes esse lugar especial num capítulo posterior deste livro.

    NOUTRO CASO, a mulher estava revivendo o nascimento de um bebê em casa. Sua respiração e seus movimentos corporais mostraram que ela estava vivenciando os sintomas físicos do parto. Isso costuma acontecer quando o corpo se recorda junto com a mente. Para não causar desconforto à paciente, levei-a a um momento posterior, quando o parto já deveria ter acabado.

    D: Você teve o bebê?

    P: Não. Tive dificuldades. Ele não nascia. Fiquei muito desgastada e deixei meu corpo.

    D: Você sabe o sexo do bebê?

    P: Não. Não faz diferença.

    D: Consegue ver seu corpo?

    P: Sim. Todos ficaram arrasados.

    D: E agora, o que você vai fazer?

    P: Acho que vou descansar. Mais cedo ou mais tarde, terei de voltar, mas vou ficar aqui por algum tempo. Estou na luz. É repousante.

    D: Pode me dizer onde fica essa luz?

    P: Onde todo conhecimento e tudo o mais é conhecido. Tudo é puro, simples. Há mais verdade pura aqui. Não temos as coisas do mundo para nos confundir. Você tem a verdade na Terra, mas não a vê.

    D: Mas você disse que teria de voltar mais cedo ou mais tarde. Como sabe disso?

    P: Eu fui fraca. Deveria ter conseguido tolerar a dor. Preciso aprender a suportá-la melhor. Eu poderia ter ficado se não tivesse sido tão fraca. Estou feliz por não me lembrar da dor. Sei que preciso voltar e me tornar completa, inteira. A dor é algo que preciso superar. Preciso superar todas as dores do mundo.

    D: Mas sentir dor é muito humano, e é sempre difícil quando estamos no corpo. Do lado onde você está agora, fica mais fácil observá-la de modo diferente. Você acha que é uma lição que deseja aprender?

    P: Acho que sim. Às vezes, levo algum tempo, mas consigo fazer qualquer coisa. Creio que eu deveria ter sido mais forte. Eu teria me saído melhor, mas acho que tive muito medo da doença que tive quando era criança. Eu achava que seria algo tão difícil quanto ela. E... desisti. A dor… quando você lida com o nível da consciência superior de sua mente e se afasta na direção da luz pura, do pensamento puro, a dor cessa. A dor é apenas uma lição. Quando aprendemos sobre a dor no nível humano, ficamos agitados e mostramos preocupação com aquele momento. Afastando-nos, concentrando-nos, indo mais fundo e tendo paciência, podemos nos elevar acima dela.

    D: A dor tem algum propósito?

    P: A dor é uma ferramenta de ensino. Às vezes, é usada para tornar algumas pessoas mais humildes. Às vezes, um espírito arrogante pode ser dobrado, aprendendo a ser mais sociável através do sofrimento. Este pode ensinar que mais cedo ou mais tarde ele terá de aprender a se elevar acima da dor, e então poderá lidar com ela. Às vezes, a simples compreensão da dor e de sua causa alivia a dor.

    D: Mas, como você disse, as pessoas ficam agitadas e acham que não conseguem lidar com ela.

    P: Elas ficam autocentradas demais. Precisam superar seus interesses pessoais e aquilo que estão sentindo naquele momento e atingir um nível espiritual mais elevado; assim, podem lidar com a dor. Algumas pessoas, porém, provocam a dor porque ela serve de abrigo. Podem usar a dor como desculpa ou como saída, e esse é o propósito. Depende do indivíduo. O que é a dor? Ela não pode atingi-lo se você não permitir. Se você admitir que vai sofrer, está dando força para a dor. Não a fortaleça. É desnecessário senti-la. Tudo está conectado ao homem. Lide com ela com seu espírito, sua mente superior; a dor não tem poder sobre você.

    D As pessoas podem se separar da dor?

    P: Claro, se desejarem. Nem sempre desejam. Desejam a simpatia, a autopunição e todo tipo de coisas. As pessoas são engraçadas. Todas sabem fazer essas coisas se quiserem. Precisam encontrar um caminho para elas mesmas porque não acreditariam se você lhes dissesse que existe um caminho mais fácil. Precisam descobrir sozinhas. Faz parte das lições que o levam lá.

    D: As pessoas têm muito medo de morrer. Pode me dizer como isso acontece?O que você sente?

    P: Bem, quando estou no corpo sinto-me pesada. Ele me puxa para baixo. É desconfortável. Mas quando você morre, o peso some. É relaxante. As pessoas carregam consigo um monte de problemas. E é como se estivessem carregando um peso, pois são coisas pesadas, carregadas. Quando você morre, é como se jogasse tudo pela janela e você se sente bem. É uma transição.

    D: Acho que as pessoas têm medo principalmente porque não sabem o que esperar.

    P: Elas temem o desconhecido. Elas precisam ter fé e confiar, pura e simplesmente.

    D: O que acontece quando alguém morre?

    P: Você simplesmente sobe e deixa o corpo. Você vai até lá. A luz.

    D: O que você faz quando está lá?

    P: Aperfeiçoa todas as coisas.

    D: E aonde você vai quando precisa se afastar da luz?

    P: De volta para a Terra.

    D: É incomum para nós falarmos com você através do tempo, como fazemos agora?

    P: O tempo não tem significado. Nesta estrutura, não existe tempo, todo o tempo é um só.

    D: Então, você não se incomoda por falarmos com você desde outro momento ou plano?

    P: Por quê eu deveria me incomodar?

    D: Bem, achamos que poderia incomodá-la e eu não queria fazer isso.

    P: Acho que você se incomoda mais com isso do que eu.

    OUTRO EXEMPLO diz respeito a uma garotinha que morreu com nove anos. Quando começamos a conversar, ela estava participando de um passeio de trator até um piquenique da escola, no final do século 19. Havia um córrego próximo do local do piquenique e os outros iriam nadar. Ela não sabia nadar muito bem e estava com medo da água, mas não queria que as outras crianças soubessem porque iriam provocá-la e fazer troça. Como algumas crianças levaram vara de pescar, ela resolveu que iria fingir que estava pescando para que ninguém soubesse que não sabia nadar. A menininha estava realmente preocupada com isso e não estava aproveitando nem um pouco o passeio. Disse-lhe para avançar até um momento importante quando estivesse mais velha. Quando acabei de contar, ela anunciou, toda feliz, Não estou mais aqui. Estou na luz. Isso me surpreendeu, e perguntei o que tinha acontecido.

    P: (Triste) Eu não sabia nadar. Foi ficando mais escuro sobre mim. Senti meu peito arder. Então, saí na luz e aquilo não teve mais importância.

    D: Você acha que o riacho era mais profundo do que pensava?

    P: Não pensei que fosse tão fundo. Fiquei muito assustada. Creio que meus joelhos se dobraram e eu não consegui me manter em pé. Fiquei muito assustada.

    D: Você sabe onde está?

    P: (Sua voz ainda era infantil.) Estou no sempre.

    D: Tem alguém aí com você?

    P: Estão trabalhando. Todos estão ocupados… pensando no que precisam fazer. Estou tentando entender tudo isto.

    D: Você acha que já esteve antes neste lugar?

    P: Sim, é bem pacífico aqui. Mas preciso voltar. Preciso superar o medo. O medo é uma coisa que trazemos e nos paralisa. Não sabia que o riacho era tão fundo. Acho que me dobrei porque estava com medo. Geralmente, a pior coisa que pode acontecer não é tão ruim quanto aquilo que tememos. (Sua voz estava mais madura agora.) É um monstro na mente das pessoas, e o medo só afeta quem está na Terra. É a mente encarnada. O espírito não é afetado.

    D: Você acha que quando as pessoas têm medo de certas coisas, elas as atraem para si?

    P: Ah, sim! Atraímos essas coisas para nós. O pensamento é energia; é criativo e faz acontecer coisas. É fácil ver como os receios das outras pessoas podem ser tolos e sem importância, e você pensa, por que elas têm medo disso? Mas quando se trata do seu medo, ele é tão profundo, tão pessoal e tão comovente que ele o envolve. Assim, se eu puder ver os medos de outras pessoas e tentar ajudá-las a compreendê-los, creio que em algum momento isso me ajudaria a entender os meus próprios medos.

    D: Isso faz muito sentido. Você sabia que um dos maiores medos das pessoas é o medo da morte?

    P: Ela não é tão ruim. É a coisa mais fácil pela qual já passei. É como o fim de toda confusão, até começarmos novamente e termos mais confusão.

    D: Então, por que as pessoas voltam sempre?

    P: Você precisa completar o ciclo. Precisa aprender tudo e superar todas as coisas do mundo para poder atingir a perfeição e uma vida perene.

    D: Tentar aprender tudo é um desafio e tanto.

    P: Sim. Às vezes é bem cansativo.

    D: Parece que deve levar um bom tempo.

    P: Bem, olhando deste lugar onde estou tudo parece muito simples. Estou no comando. Por exemplo, consigo entender o medo e o modo como me sinto agora; sinto que não poderia ser atingida por ele. Mas há alguma coisa na pessoa humana. Quando você está lá, isso o envolve. Sabe, torna-se parte de você, toca você, e então fica difícil afastar-se e ser objetivo.

    D: Não, pois você está envolvida emocionalmente. É sempre fácil para os outros olharem alguma coisa e dizer, Isso é simples.

    P: É como estudar os medos alheios. Preciso aprender a persistir e a me manter numa vida, sem deixá-la enquanto não puder assimilar o máximo que puder dessa vida. Creio que se tivesse uma vida na qual pudesse passar por muitas experiências, seria bem mais fácil do que ter tantas vidas curtas. Estou desperdiçando muito tempo. Assim, vou escolher com cuidado e procurar uma vida na qual posso experimentar muitas coisas, limitando assim minhas idas e vindas. Mas também acho que será mais difícil. Há certas coisas que você precisa resolver entre as pessoas em seus relacionamentos. Aquilo que fazemos volta para nós.

    Há muito que se usa certa expressão em nossa cultura: dizem que quando estamos morrendo, nossa vida passa como um filme diante de seus olhos. Isso aconteceu em alguns dos casos que investiguei. Acontece com mais frequência após a morte, quando o falecido faz um retrospecto de sua vida, analisando-a para saber o que aprendeu com ela. Isso costuma ser feito com a ajuda de mestres do lado de lá, que conseguem olhar para a vida com mais objetividade, com as emoções removidas.

    Uma de minhas pacientes conseguiu rever sua vida anterior de forma pouco convencional, embora seja difícil dizer o que é convencional e o que obedece

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