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Não Se Escapa das Leis da Vida
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Não Se Escapa das Leis da Vida
E-book201 páginas2 horas

Não Se Escapa das Leis da Vida

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Sobre este e-book

Reiteradamente, ao longo dos anos, Carlos feriu a cada uma das leis morais que regem a vida humana, sem importar-se jamais com o que causava aos outros e sem preocupar-se com as consequências que ele próprio teria que arcar, haja visto que os mecanismos de ação e reação jamais deixam de agir nos caminhos da materialidade.
Numa trama que envolve erros, desmandos, violações, crimes, arrogância, muito egocentrismo e exemplos riquíssimos de assuntos variados, as páginas guiarão o leitor até um final surpreendente, raramente visto na literatura espírita, mas extremamente necessário para que reflitamos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de ago. de 2022
ISBN9786588535318
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    Pré-visualização do livro

    Não Se Escapa das Leis da Vida - Rafaela Paes de Campos

    Agradecimentos

    Quando se adentra às sendas Espíritas, sabe-se que há mais pessoas a agradecer do que aquelas que estão fisicamente diante dos nossos olhos. Assim sendo, abro meus agradecimentos olhando para o Alto e reverenciando a Deus, ao nosso irmão mais velho Jesus, meu mentor, ao Espírito amigo que me acompanhou por essas páginas inspirando-me e guiando-me com disciplina para que o resultado trouxesse as valiosas lições que permeiam a história e a toda a Espiritualidade de luz, verdadeiros mensageiros da paz.

    Aos meus pais, estes que não medem esforços em relação a mim e me apoiam nos sonhos e empreitadas sempre traçadas na luz e no bem. Meu agradecimento por minha vida e pelo amparo sempre amoroso. À minha família, que nos bastidores me incentiva e impulsiona a seguir sempre em frente.

    Aos amigos que a encarnação me permitiu reencontrar e que fazem os meus dias mais coloridos e cheios de alegria. Especialmente à preciosa Priscila, que ao longo desse trabalho jamais se furtou ao meu socorro. Com honras, à amada Jackelline, artista primorosa que mais uma vez cuida da ilustração da capa de um livro meu, com amor, caridade e maestria (a minha gratidão jamais será suficiente).

    Ao Letra Espírita, essa casa de luz que me acolheu e me concedeu a inestimável oportunidade de trabalhar, evoluir e auxiliar aqueles que buscam as consolações que só o Espiritismo é capaz de oferecer.

    Aos seguidores, que são joias em meu dia a dia. O carinho e a presença, mesmo que virtual, de todos vocês, torna meu coração pleno de gratidão e certeza de que encontrei o caminho que por anos procurei!

    À vida, pois sem ela, a evolução jamais se perpetraria.

    CAPÍTULO 1

    Lei Natural

    Carlos nasceu em berço de ouro. Seus pais, Marcelo e Adriana, casaram-se jovens, aos 23 anos, e sempre desejaram muito ter um filho. O casal morava na cidade do Rio de Janeiro, em confortável apartamento no bairro do Leblon, mas Marcelo ficava mais no estado de Minas Gerais, onde possuía uma grande fazenda de criação de gado para venda.

    Adriana, por esse motivo, permanecia muito tempo sozinha, o que a fez insistir para que tivessem um filho logo, assim teria ocupação e companhia. Não demorou muito para que o casal anunciasse a todos a concretização da tão sonhada gravidez, que transcorreu sem sustos ou problemas.

    Carlos nascera numa fria manhã de agosto, quando seus pais contavam com 25 anos. Era uma linda criança, pele dourada, cabelos cheios e muito pretos, grandes olhos cor de mel e bastante calmo, não dava trabalho em excesso e era ótima companhia para sua mãe enquanto o pai trabalhava.

    Entretanto, logo que Carlos iniciou sua vida escolar, por volta dos 7 anos de idade, os pais perceberam que o garotinho demonstrava um egoísmo exacerbado, mas não deram muita atenção ao problema, justificando que esse era o comportamento típico de um filho único e que, ao crescer, ele melhoraria.

    Certa feita, Adriana recebe uma ligação:

    — Bom dia, Sra. Adriana, aqui quem fala é Sueli, diretora da escola do Carlinhos. O seu filho está bem, não se preocupe, mas preciso que a senhora venha até aqui, se possível agora.

    — Meu Deus, tem certeza de que não é nada grave? — Assustou-se Adriana.

    — Não, nada com a saúde ou a segurança de seu filho, mas gostaríamos que a senhora viesse até aqui para que pudéssemos conversar com calma a respeito do comportamento do Carlinhos. — Explicou a diretora.

    Adriana despediu-se da diretora prometendo que logo estaria na escola. Vestiu-se, pegou seu carro e seguiu pelo caminho pensando que talvez, tanto ela quanto o marido, devessem ter dado mais atenção às demonstrações de egoísmo do filho. No fundo, culpava-se por não ter tido outra criança, mas com o marido sempre fora de casa, julgara ser melhor ficar apenas com Carlinhos e dar-lhe atenção integral para compensar a ausência do pai.

    — Bom dia! Sou Adriana, mãe do aluno Carlos. Fui chamada pela diretora Sueli. Poderia avisá-la que cheguei? — Disse à secretária da escola.

    — Claro, aguarde só um instante. — Respondeu a simpática mulher.

    Não demorou para que Adriana fosse chamada a entrar e lá encontrou seu filho sentado em uma cadeira, ao lado de um outro menino que chorava bastante.

    — Bom dia, Sra. Adriana. Sente-se, por favor! — Disse a solícita diretora.

    — Obrigada, Sra. Sueli. Desculpe-me, mas estou assustada. O que houve?

    — Aconteceu um desentendimento entre esses mocinhos. — Num sinal, a diretora pediu que sua auxiliar os levasse para fora da sala e continuou. — Adriana, seu filho está apresentando um comportamento muito ruim. Há tempos já estamos observando que ele não se enturma e nem faz amizades, e hoje ele humilhou muito o menino que estava aqui na sala com ele, dizendo que ele era mais rico e essas coisas de criança, mas acredito tratar-se de um comportamento que precisa ser corrigido desde o início para não se tornar algo mais grave.

    — Meu Deus, que vergonha. A senhora está certa, precisamos mesmo ter uma conversa com ele para que nunca mais aja assim. Eu agradeço por ter me ligado. — Adriana despediu-se apressada, sentindo-se muito envergonhada.

    Adriana foi refletindo pelo caminho de volta à sua casa. Sentia verdadeiramente dentro de si mesma que ela e o marido haviam falhado na educação do filho. Marcelo, sempre ausente, delegava a ela todas essas funções, pois assim que chegava em casa, só queria saber de fazer as vontades do menino para suprir sua falta. Ela, por sua vez, orientava-o da melhor forma, mas também fazia suas vontades, pois, afinal de contas, eram apenas eles dois. Uma angústia muito grande lhe apertava o peito, como que um presságio de grandes consequências para o comportamento do menino.

    Mãe e pai conversaram muito com Carlos, mas ele jamais mudou. Parecia trazer enraizado em sua personalidade maus sentimentos como soberba, egoísmo, avareza, vaidade e orgulho. Na adolescência, esses desvios ficaram ainda mais evidentes e os pais tentaram de tudo, terapia, conversa, castigo, mas nada adiantou. Era muito frustrante para ambos não conseguir ajudar o rapazinho, e nem compreendiam como ele tinha esses sentimentos, pois eles mesmos nunca foram dados à falta de humildade e sempre trataram muito bem seus funcionários e amigos. Carlos era diferente, e isso era inegável, e os pais preocupavam-se, pois não era uma diferença boa. Sabiam, no fundo no fundo, que a vida, de alguma forma, iria lhe ensinar duras lições que eles não tiveram capacidade de ensinar.

    O casal era católico e todo domingo ia às missas. Durante a infância, Carlos sempre os acompanhava, mas com a adolescência, não ia mais, o que deixava os pais ainda mais apreensivos, pois, pelo menos ouvindo aos sermões da missa, ele poderia entender que precisava mudar algumas coisas em seu comportamento. Mas ele se negava e não havia quem o convencesse do contrário. Mais uma vez, os pais deixaram para lá.

    O jovem não tinha amigos, não se relacionava com ninguém de forma mais próxima e sua vida resumia-se a estudar. Sempre demonstrou grande apreço pelos estudos, e cada dia mais ficava claro que ele tinha uma personalidade atípica, absolutamente diferente dos demais jovens de sua idade. Não tinha hobbies, não saia para paquerar, não fazia absolutamente nada que não fosse ficar em casa e viver mergulhado nos livros. Os pais até que gostavam da dedicação do filho, mas ainda assim sabiam, mesmo que não assumissem em voz alta, que tal comportamento não era de todo normal.

    Carlos cresceu e passou no vestibular para Administração de Empresas numa conceituada Universidade na cidade carioca. Muito embora fosse estudar na mesma cidade que morava, insistiu até convencer os pais de que precisava morar sozinho para poder aproveitar melhor essa fase de sua vida. Seus pais, muito embora não achassem necessário, entregaram a ele as chaves de outro apartamento que possuíam e que estava desocupado, e para lá o jovem mudou-se.

    Apesar de não entender o porquê ele queria morar sozinho, já que não era afeito a festas ou amigos, pensaram que assim permitindo, talvez esse cenário mudasse. Na realidade, os pais nunca tiveram problemas graves com Carlos, que nunca se envolvera com drogas, bebidas ou más companhias. Era justamente isso que os preocupava, Carlos era solitário e recluso e demonstrava gostar de viver assim. Essa espécie de apatia e a ausência de amigos era o que causava estranheza no casal de pais, mas no fim das contas chegaram à conclusão de que este era apenas o jeito do filho, torcendo para que a faculdade e suas tantas tentações fizessem com que ele passasse a agir diferente.

    Na verdade, o que Carlos queria era ficar ainda mais sozinho. Muito embora se desse muito bem com os pais, eles o enchiam de perguntas, exigências, além de incomodá-lo nos estudos.

    Foi na Universidade que Carlos conheceu Simone. Ela estava na mesma turma que ele e o magnetismo entre eles se deu de forma instantânea. Carlos ia bem nos estudos, destacava-se dentre os outros colegas e mantinha a postura séria e solitária de sempre. Mas interessou-se por Simone e ambos passavam horas conversando, tanto na Universidade quanto pelo telefone.

    Simone era uma bela jovem. Loira, olhos verdes e corpo escultural. Não demoraram para se apaixonarem e ela passou a frequentar o apartamento onde seu amado morava sozinho. Passavam horas juntos, principalmente aos finais de semana, quando não tinham compromisso com as atividades universitárias.

    Era impossível para ambos conter aquela paixão avassaladora que tomava conta dos dois, como se ambos se conhecessem há muito tempo e estivessem destinados a ficar juntos. Ocorre que, não muito tempo depois, Carlos escutou uma conversa de Simone ao telefone, descobrindo que ela era bolsista da Universidade.

    Simone era mesmo de família humilde. Seus pais trabalhavam como professores da rede municipal de ensino e, vendo que a filha sempre se mostrou bastante dedicada aos estudos, fizeram de tudo para que ela pudesse realizar seus sonhos. Não tinham a menor condição de arcar com a mensalidade de uma faculdade particular, mas, infelizmente, ela não conseguira aprovação em um vestibular de Universidade Federal. Assim, a jovem fez de tudo até conseguir a bolsa que viabilizaria a concretização de seus objetivos. Os pais a ajudavam no básico para que ela não precisasse trabalhar e assim pudesse ter dedicação total ao que mudaria, com certeza, a sua vida no futuro. Assim, Simone se orgulhava muito de sua trajetória e era imensamente grata aos pais. Mas isso não causou admiração alguma em Carlos:

    — Meu Deus, como fui me apaixonar por uma pé-rapado? — Esbravejou Carlos em pensamento.

    Alheia aos pensamentos do amado, Simone aproximou-se, mas foi repelida com certa aspereza, o que ela estranhou.

    — Nossa, Carlos, o que é isso? Por que me afastou dessa forma bruta? Há cinco minutos estava tudo bem. — Questionou a jovem com lágrimas nos olhos.

    — Peço que me desculpe, mas recebi uma ligação de meus pais e eles estão com um problema. Preciso ir até a casa deles para ajudá-los. Vou chamar um táxi para te levar embora. — Esquivou-se o jovem.

    — Está bem. Espero que tudo se resolva. — Disse Simone, desconfiada e magoada.

    Tudo ocorreu em um sábado e aquele era um final de semana prolongado. Assim, Carlos não mais atendeu às ligações da moça e, tampouco, encontrou-a. Sozinho em seu apartamento, colocou-se a pensar e, apesar de ter muito firme dentro de si a convicção de que jamais assumiria um relacionamento público com Simone, ele não conseguia viver longe dela e da paixão que sentiam um pelo outro.

    Encontraram-se na faculdade logo após os feriados e Simone, aparentemente abatida, questionou o amado sobre os motivos de ter sumido todo o fim de semana.

    — Perdoe-me, meu amor, mas precisei ficar com meus pais e isso me tomou mais tempo do que eu gostaria. Fique tranquila, está tudo bem e após a aula iremos para o meu apartamento. — Explicou-se Carlos.

    Simone estava magoada, mas também não conseguia discutir ou impor determinados limites ao amado, pois não havia meios de frear a paixão que sentia por ele. Acabava se sujeitando ao jeito dele e assim seguia, achando que estava feliz, ou negando a si mesma que faltava algo.

    O tempo passou e ambos seguiram juntos. Carlos, após a descoberta sobre a condição social da amada, de forma bastante discreta, mas contundente, dizia sempre que não desejava apresentá-la aos pais, pois eles eram rígidos e intrometidos e ele queria que eles fossem livres para aproveitar aquele amor e aquela fase boa.

    Entretanto, Simone, apesar de entender, percebia que essa discrição não dizia respeito apenas aos pais de Carlos, mas também aos seus, que ela sempre insistia para que ele fosse conhecer, bem como amigos, que ele não tinha e ela quase não tinha mais, tamanho o isolamento do casal. Mas ela o amava e isso não era assim tão importante, pensava a jovem apaixonada tentando convencer a si mesma.

    Faltavam três meses para a formatura de Carlos e seus pais decidiram

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