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Sofrósina
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E-book100 páginas11 minutos

Sofrósina

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Sobre este e-book

Sofrósina é um conceito oriundo da filosofia grega cujo significado engloba auto conhecimento e sanidade moral. Nesse diário de viagem eu relato minhas experiências em um ashram de yoga na Argentina, e como as pessoas que eu lá conheci me ajudaram a entender melhor a mim mesmo e ao mundo. Um livro repleto de aprendizados e reflexões, escrito pela perspectiva de um jovem recém saído da faculdade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de jul. de 2019
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    Pré-visualização do livro

    Sofrósina - Adriano Calmon De Jesus

    INTRODUÇÃO 

    O  avião  aterrissa  em  Buenos  Aires.  Não 

    tenho  ideia  do  que  vim  fazer  aqui!  Estou  perdido 

    procurando  algo  que  ainda  não  sei  o  que  é.  Eu 

    queria  simplesmente  escapar  antes  que  minha 

    sanidade acabasse. 

     Todo dia era a mesma coisa: 6:00 da manhã 

    minha mãe me acordava, mas eu simplesmente não 

    levantava  da  cama.  Grogue  de  sono,  perdido  em 

    pensamentos  que  iam  embora  antes  de  estarem 

    concluídos,  sucedidos  por  devaneios  de  urgência 

    maior  (poucos  dos  quais  me  lembrava  após  5 

    minutos), me perguntava se vale a pena continuar 

    a  fazer  as  mesmas  coisas,  se  não  é  melhor  deixar 

    tudo de lado e aproveitar a vida.  

    Hedonista? Sim!  

    Seria mais feliz? Talvez...  

    Muita gente toma essa decisão? Não. 

    Por que não??  

    É  fácil  encontrar  uma  pessoa  com  muito 

    dinheiro  estressada,  preocupada  em  manter  seu 

    patrimônio,  sua  posição  social,  a  imagem  que 

    desconhecidos  têm  dele;  porém  tente  achar  um 

    pescador  em  qualquer  praia  fora  da  área  urbana 

    que não sorria com facilidade e frequência. É muito 

    mais  difícil  satisfazer  quem  está  acostumado  com 

    lençóis  de  seda  do  que  alguém  que  dorme  ao 

    relento olhando as estrelas. Todos poderiam viver 

    de  modo  muito  melhor,  em  contato  com  a 

    natureza, mas em vez disso, só conseguimos formar 

    formiguinhas  desesperadas  em  ganhar  dinheiro, 

    correndo de um lado para o outro sem aproveitar a 

    vida. O mundo tinha potencial, poderia ser um bom 

    lugar  para  morar...,  mas  não,  a  ganância  e  as 

    necessidades  inventadas  por  egos  inflados 

    arruínam  tudo.  Por  que  não  podemos  viver  em 

    comunidades  voltadas  ao  bem  comum  e  à 

    satisfação  geral?  Fácil:  porque  alguns  sempre 

    querem  se  achar  superiores  aos  outros,  ter  mais 

    que  os  outros,  não  se  contentam  com  a  lua  e  as 

    estrelas acima de suas cabeças, querem tê-las em 

    seus bolsos.  

    Mas  esse  pensamento  também  sumiu  tão 

    abruptamente quanto apareceu... 

    Eu ainda estava de olhos fechados, na cama, 

    e  minha  mãe  grita  dizendo  que  eu  vou  chegar 

    atrasado 

    para 

    aula. 

    Me 

    levanto, 

    não 

    instintivamente,  mais  para  manter  a  rotina  e  me 

    adequar ao que é considerada uma vida normal do 

    que para satisfazer minha vontade. Enquanto ainda 

    cambaleava  de  sono  e  procurava  pensar  no  que 

    tinha que fazer, sempre me vinha à cabeça a ideia 

    de  que  eu  sou  apenas  um  no  meio  de  7  bilhões, 

    qualquer  coisa  que  eu  faça  não  terá  grande 

    importância, depois de 100 anos de minha morte é 

    provável que ninguém se lembre de meu nome..., 

    mas o tempo passava, e eu tinha que me adiantar 

    se não quisesse chegar atrasado na aula. 

     Não sei se escolhi a faculdade certa, minha 

    primeira  opção  era  muito  concorrida  e  eu  não 

    consegui entrar, acabei me contentando com o que 

    era  meu  plano  b.  Na  verdade,  estava  apenas 

    sendo  levado  pela  correnteza.  Todos  que  eu 

    conhecia  estavam  na  faculdade,  eu  também 

    deveria estar, certo? Era o que meus pais achavam, 

    uma  das  poucas  coisas  com  a  qual  concordavam. 

    Era o que as pessoas que eu conhecia esperavam de 

    mim: conseguir um diploma e depois um emprego.  

    Pois bem, a faculdade acabou, consegui meu 

    diploma,  mas  não  tenho  emprego  a  vista,  então 

    pensei: antes de ser incorporado ao sistema e me 

    transformar em engrenagem quero refletir sobre o 

    que  devo  fazer  com  minha  vida.  Um  pouco  de 

    pesquisa  na  internet  de  temas  do  meu  interesse 

    (yoga, contato com a natureza) e achei o Ecovillage 

    Yoga Farm em Buenos Aires.  

    Não  conheço  a  Argentina,  não  tenho  nada 

    melhor  para  fazer.  Por  que  não  ir?  Entrei  em 

    contato  com  as  pessoas  que  administram  o  local, 

    informei  do  meu  interesse  e  os  dias  da  minha 

    estadia.  Comprei  as  passagens  depois  de  muita 

    pesquisa por um bom preço.  Um mês depois aqui 

    estou eu. 

    CAPITULO 1 

    Finalmente havia chegado ao meu destino. 

    Desço  do  avião  e  os  pensamentos  negativos  me 

    esperavam  ansiosamente.  Estou  sozinho  em  um 

    país  estranho,  não  domino  a  língua,  mandei  meu 

    último e-mail para o centro de yoga há 2 semanas. 

    Quem  vou  encontrar  lá?  Como  será  o  local?  (As 

    fotos  não  mostravam  muita  coisa).  Será  que  essa 

    viagem é a prova que enlouqueci de vez? 

    Me  acalmo  e  vou  para  a  fila  da  alfândega. 

    Agora  já  estou  aqui,  melhor  aproveitar  minha 

    estadia.  Depois  do  que  parece  uma  eternidade 

    chamam  a  pessoa  na  minha  frente.  Ela  vai  até  o 

    guichê e responde uma série de perguntas: quanto 

    tempo  fica,  aonde,  quanto  trouxe  de  dinheiro,  se 

    conhece alguém no país, se tem seguro viagem, se 

    tem alguma doença.... Na minha vez eu vou até o 

    outro  guichê  (já  que  o  primeiro  ainda  estava 

    ocupado),  o  atendente  pede  meu  passaporte, 

    pergunta  para  onde  estou  indo,  carimba  o  visto  e 

    me despacha!  

    Acho  que tenho  uma  cara  muito  confiável, 

    de rapaz sério, sem más intenções. O que é ótimo 

    nessas  situações,  mas  péssimo  para  conseguir 

    companhia feminina. As mulheres preferem os que 

    estão  mal-intencionados,  ou  pelo  menos  essa  é 

    minha experiência. Dois amigos meus me contaram 

    a  mesma  história:  ainda  jovens,  com  namoradas 

    mais  jovens  que  queriam  perder  a  virgindade, 

    perguntaram  se  elas  tinham  certeza,  que  eles 

    poderiam  esperar  o  momento  certo,  que  o 

    relacionamento  deles  era  forte...  o  namoro  de 

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