Nós Também Somos Os Outros
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Nós Também Somos Os Outros - Raphael H. Souza
NÓS TAMBÉM SOMOS OS
OUTROS
Raphael H. Souza
DEDICATÓRIA
Dedico esse livro para quem também sonha com uma sociedade mais agregadora.
Destino as próximas páginas para as pessoas que possuem o desejo de evoluir, profissionalmente e pessoalmente, vislumbrando tal melhoria na base da ética.
Dedico ainda essa obra para minha família. Minhas atitudes serão sempre em prol do bem estar dos mais próximos. Minha mãe Laura, minha esposa Daniela, minha irmã Carolina e meu afilhado Pedro. Desejo ser cada dia um pouco melhor para poder retribuir o carinho que recebo de cada um de vocês.
Por fim, dedico esse livro para você que se dispõe a reservar alguns dos seus preciosos minutos à essa leitura.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..............................................................5
1.
NÃO SOMO ESPECIAIS..................................................9
2.
A CORRENTE DO BEM.................................................15
3.
SUPERVALORIZANDO-SE ...........................................21
4.
DESCONTRUINDO ANTIPATIAS...................................26
5.
DO LADO CERTO DA LIGAÇÃO.....................................31
6.
RECONHECIMENTO....................................................37
7.
ENTRE O MAL E O BEM...............................................42
8.
FALSAS CORRELAÇÕES ...............................................49
9.
NO FIM DO DIA, A DISCÓRDIA....................................53
10.
A FORÇA DA NÃO IMPOSIÇÃO....................................60
11.
A ÉTICA......................................................................68
12.
OS PAPEIS DAS INSTITUIÇÕES.....................................75
13.
OS PESOS DOS ESTIGMAS...........................................83
14.
A PARTE PELO TODO...................................................92
15.
ARGUMENTO X FATOS .............................................101
16.
TER X SER .................................................................108
17.
EM BUSCA (ETERNA) DA FELICIDADE.........................115
CONCLUSÃO?...........................................................122
INTRODUÇÃO
Amor-próprio. Algo tão forte que nos faz negarmos certezas que ostentávamos sem qualquer ponderação. Faça este exercício. Recorda-se de ter mudado uma concepção a qual já havia bem formada apenas para justificar algo que fez? Quem sabe talvez assim tenha agido para defender uma ideologia que acredita ou mesmo apoiar terceiros cujos pensamentos são semelhantes ao seus. Será ainda que essa mudança de postura a qual por ora adotou pode ter aparecido apenas para contrariar quem se opunha à sua opinião?
Não me entenda errado. Não somos cristalinos, quadrados e imutáveis. Acredito que evoluir de todas as formas possíveis é um dos maiores objetivos das nossas vidas. Ninguém deseja se acomodar de tal modo que não consiga melhorar e evoluir como pessoa. Isso é benéfico em todos os sentidos e diz respeito sobretudo à pensamentos, conceitos e verdades
as quais evidenciamos na maneira em que vivemos e compreendemos esse viver. A grande questão são os contorcionismos para encaixar ou desencaixar esses conceitos a cada ato de nossas vidas, a cada situação que desafia as nossas crenças. Precisa ser dessa forma? Precisamos flertar constantemente com a incoerência?
5
É difícil realmente ser coerente integralmente as nossas crenças. Aproveito para me reconhecer aqui como errante e incomodado por cometer esta incoerência. Não me veja como esclarecedor ou indicador de um caminho correto. Eu não me enxergo dessa maneira e não é minha intenção ter posição semelhante. Minha humilde pretensão, se assim você permitir, é dar início a uma discussão na qual podemos identificar atitudes que cometemos e nos fazem distanciarmos uns dos outros.
De forma simples e com exemplos do dia a dia espero demonstrar algumas situações as quais me inquietam, justamente pela diferenciação social que elas viabilizam. Sempre me vi fazendo essa distinção e sendo alvo da mesma maneira de outras iniciativas separatistas. Essa constante divergência se deve à vários motivos, estratégias e conceitos que reforçam essa realidade polarizada na qual nos encontramos. Negar isso não resolve o problema, perpetuando esse ciclo nocivo à sociedade.
A ideia é discutir uma questão a qual percebo simples e objetiva: Nós também somos os outros!
É natural e inevitável a visão protagonista em que nos colocamos. A verdade é que todos estamos em um jogo de primeira pessoa, contando a nossa história. Faz parte escolhermos o enredo, enfatizar narrativas e decidir por qualquer plot twist que virá a ser introduzido em nossa trama. É
justo. Ninguém irá discordar disso, certo?
6
Será mesmo? A simples constatação de que existem outros jogadores já inviabiliza uma garantia egocêntrica.
Você já não julgou alguma atitude de algum conhecido?
Alguma vez você pode ter criticado escolhas de um amigo, por exemplo? Ou vamos por outro lado. Ao menos uma situação deve ter se compreendido superior onde não aceitou julgamentos. Existe até a chance de ter se resguardado ao afirmar: Ninguém sabe a minha visão! Como podem querer decidir por mim, me julgar e me criticar?
Essa postura defensiva pode ter lhe servido para auxiliar um amigo, um parente, enfim.
Esta estratégia não deve ser moldada de acordo com a conveniência.
Todo esse cenário em que estamos inseridos fica nítido quando compreendemos uma simples questão: A mesma visão protagonista que você se enxerga e posiciona a sua vida, todas as outras pessoas do mundo possuem essa mesma perspectiva egoísta! Da mesma forma, o distanciamento que você pode fazer com a vida das outras pessoas, estas podem assim te posicionar em suas visões individualistas. Torna-se viável um ciclo de rejeição onde não enxergamos as similaridades de outrem.
7
Talvez a grande sacada aqui seja a gente criar mais pontes e menos muros nessas relações. Pode ser que ao nos enxergamos no outro, a gente consiga compreender que de fato somos semelhantes. O que nos difere são adereços que vestimos durante a vida. No entanto, substancialmente, somos da mesma linha de montagem, independente da eventual crença que acredite. Mas, isso é assunto para mais à frente.
8
1.
NÃO SOMOS ESPECIAIS
Em 2018, Nick Fieller, um estatístico britânico, apresentou um estudo junto à BBC de Londres onde é defendido que existem pessoas exatamente
iguais a você vivendo por aí no mundo afora. Matematicamente falando, o cálculo que ele apresenta traz um número de 74 mil potenciais sósias para cada habitante da terra. Esse estudo aborda características físicas as quais nos fazem identificarmos semelhanças incríveis entre dois cidadãos que nunca antes se encontraram, mas tomaram decisões estéticas e opções comportamentais convergentes de tal modo que culminaram na criação de imagens praticamente espelhadas. Isso é realmente um balde de água fria para quem se acha a última bolacha do pacote. Um golpe no egocentrismo de quem se vale de uma premissa onde se encontra em posição diferenciada e elevada em relação à demais pessoas.
Quando me deparei com essa notícia, logo pensei em pessoas excepcionais. Aqueles pontos fora da curva. Estou falando de bilionários que fizeram seus nomes a partir de conquistas gigantescas, como Elon Musk. Criadores de empresas que quebraram paradigmas, como o Mark Zuckerberg.
Celebridades de filmes mundialmente conhecidos e premiados pela academia, como Anthony Hopkins. Esportistas que se destacam como os melhores em suas modalidades como 9
Michael Jordan. Mas, será que existem 74 mil potenciais Albert Einsten?
De fato, estamos em categorias diferentes quando comparamos meros mortais com personalidades que não precisam de qualquer tipo de apresentação. Ainda assim, cada cidadão que se dispõe a ler o parágrafo acima possui uma preferência dentre os nomes listados, culminando em prioridades sobre o reconhecimento divergentes dentro das predileções individuais de cada pessoa. Com certeza, existem ainda indivíduos no mundo que não sabem nem quem seja ao menos uma das pessoas desse grupo seleto. É importante ainda dizer, fui eu que escolhi os nomes nesta lista, por mero acaso. A exemplificação escolhida por mim seria inevitavelmente diferente quando trazida por outrem. Desse modo, um efeito colateral poderia ser compreendido modificando a reação em cadeia desencadeada por qualquer eventual mudança nesses nomes elencados. São várias personalidades que poderiam figurar essa lista. A escolha diz muito mais sobre mim do que qualquer outra questão.
Pois bem, o que acontece é que nós nos acostumamos a dividir a sociedade em grupos distintos. Essa característica nos afasta e cria um distanciamento natural entre pessoas que não diferem substancialmente. O