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No Labirinto
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E-book206 páginas27 minutos

No Labirinto

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Sobre este e-book

Envolto a alguns desaparecimentos e assassinatos é difícil agir e raciocinar quando não memoria do que fez. Talvez reconstituir seus passos, e refletir sobre seus próprios pensamentos e atitudes possa ser a melhor forma de entender o que esta havendo.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de jan. de 2019
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    Pré-visualização do livro

    No Labirinto - Frederico Albornoz

    No Labirinto 

    Albornoz. F 

    Índice 

    Prefácio.................................................................................... 4

    Apresentação ........................................................................... 7

    Ela ............................................................................................ 9

    O sonho .................................................................................. 36

    Conversando com um estranho ............................................ 43

    O Bar ..................................................................................... 59

    Gato Preto ............................................................................. 65

    Instinto selvagem .................................................................. 73

    A Morte ................................................................................. 85

    Os Outros .............................................................................. 97

    O Jogo.................................................................................. 106

    Solidão .................................................................................. 114

    Outra Vida ........................................................................... 121

    No labirinto ......................................................................... 132

    2 ] 

    Historias .............................................................................. 143

    Perseguição.......................................................................... 163

    Na Delegacia ........................................................................ 179

    A Longa Espera .................................................................. 185

    As verdades ......................................................................... 194

    O Outro no espelho ............................................................. 200

    O Fim da Jornada ............................................................... 221

    3 ] 

    Prefácio 

    De  fato,  não  sou  desta  época  contemporânea,  sou  mais 

    antigo que isso, até mesmo de antes de tudo ser criado. 

    Não  se  espante,  tão  pouco  sou  Deus,  muito  menos  a 

    Morte  ou  ate  mesmo  o  próprio  Tempo,  mas  garanto-lhe  que 

    venho em minha jornada caminhando junto a eles. 

    Meu nome?!  

    Vem  mudando  de  geração  em  geração,  de  forma  em 

    forma, vidas após vidas.  

    Hahaha!  

    Apenas  dou  risada,  se  crês  que  sou  o  Diabo,  pois  dele 

    nada  creio.  Sou  apenas  mais  um  homem,  assim  como  você,  e 

    como  todos  os  outros  que  nos  cercam.  Normal  por  ser  apenas 

    mais um homem, e diferente pelo simples fato de não ser igual 

    aos outros.  

    4 ] 

    Minhas  lembranças  se  iniciam  já  aqui  na  Terra,  no 

    mundo do Existir, quando aqui cheguei, em minha nova forma. 

    Um  homem,  moreno,  alto  para  alguns,  baixo  para  outros,  bem 

    afeiçoado, como me diziam, por vezes. Século XX era a época. 

    Não darei mais detalhes sobre o momento e muito menos 

    o  lugar  onde  se  passa  este  relato,  pois  o  momento  de  nada  te 

    adianta  saber,  leitor,  e  o  lugar,  podes  imaginar  qualquer  lugar 

    entre o Céu e a Terra, conforme vou relatando esta história. 

    Nem  com  minha  experiência,  nem  com  a  minha 

    sabedoria  ou  minha  inteligência,  posso  me  permitir  contar-lhes 

    meus  sentimentos  ou  meus  atuais  pensamentos.  Não  pelo  não 

    querer,  e  sim  por  não  encontrar  palavras.  Mas  posso  tentar 

    começar  contando  minha  história,  que  para  muitos  pode  ser 

    romântica,  melosa,  dramática,  chata  ate  de  mais  aos  seus 

    ouvidos  e  olhos.  Mas  garanto  que  não  só  se  verá  refletido 

    5 ] 

    (leitor),  em  algumas  linhas  destas  passagens,  como  também 

    pode se surpreender com este conto.   

    6 ] 

    Apresentação 

    Em  mais  uma  vez  me  vejo  perdido  em  meu  pequeno 

    mundinho,  rodeado  de  pensamentos  que  não  me  saem  da 

    cabeça.  

    Era uma tarde chuvosa de Outono.  

    Porque  será  que  todas  as  histórias  dramáticas  começam 

    em Outono?! 

    Drama este que espero, que assim como todos os outros 

    termine  em  final  feliz.  Da  mesma  foram  que  a  mocinha  da 

    novela  se  encontra  com  o  galã,  em  baixo  de  forte  chuva, 

    concluem sua saga selando-a com um beijo. 

    Sei  que  não  será  assim.  Pois  minha  saga  não  termina 

    simplesmente com um beijo, mas sim, apenas se inicia. Como a 

    busca de algo a mais, que me faça sentir vivo de novo, que faça 

    meu coração bater novamente, como fora em tempos idos.  

    7 ] 

    Assim  me  vejo,  extasiado,  com  uma  imagem  que  não 

    saia  de  minha  mente,  e  mexera  com  todo  o  meu  sistema 

    nervoso, desde o fio de cabelo, ate a ponta do meu dedo do pé, e 

    tivera efeito tão forte, que aqui estava eu, absorto em devaneios. 

    Uma mulher.  

    -  Ah!  Porque  tudo  começa  com  uma  mulher?  -  Tudo 

    parte delas!  

    Filmes. Peças de teatro. A vida. Tudo inicia delas e com 

    elas! 

    Mas  em  meu  caso,  é  nelas  em  que  me  acabo,  me 

    degenero,  me  extravio  e  esqueço-me  de  tudo  a  minha  volta.  É 

    nelas que vejo o Santo Graal, o Nirvana. 

    É  nelas  em  que  vejo  algo  em  que  me  apegar,  além  de 

    mim mesmo. E é com elas que inicio esta gélida tarde chuvosa 

    de Outono. 

    8 ] 

    Ela 

    Assim como em qualquer outro dia do ano, nunca gostei 

    de  ficar  em  casa.  Sentia-me  acorrentado,  preso,  por  vezes 

    sufocado pelas paredes.  

    Uhum! Sufocado pelas paredes de minha própria casa! 

    Casa esta que não era grande, modesta em sua natureza, 

    mas  que  chamava  muita  atenção  pela  sua  arquitetura.  Não 

    refinada,  mas  sim  com  um  toque  retroativo,  com  uma  lareira, 

    dois quartos, uma garagem, um banheiro, cozinha. Em fim! Para 

    que querer mais?! 

    Raramente  ficava  em  casa.  Contudo  quando  me  via 

    aprisionado, mantinha meu  hobby de ler em frente à lareira e 

    às vezes, ouvir uma musica ate cair no sono. 

    9 ] 

    Deves  estar  se  perguntando  (leitor).  O  que  faço  eu  da 

    vida,  para  que  a  leve  de  tão  boa  harmonia?  Que  emprego, 

    trabalho, profissão, terei eu?  

    Já deve ter percebido que nada direi eu sobre minha vida, 

    além do que creio que deva saber. Ou seja, além do que envolve 

    a  história  que  lês,  vou  contar.  Posso  ser  um  péssimo 

    personagem,  ou  até  mesmo  um  péssimo  autor,  mas,  o  que  me 

    difere de outros autores, como Machado de Assis? E até mesmo, 

    o que me difere de você, leitor, e de suas decisões? 

    Em toda minha vida, sempre observei as pessoas, e delas 

    aprendi a viver e a conviver com elas próprias, formando meus 

    pensamentos  e minhas  ações.  Chamam-me de egoísta, teimoso, 

    cético,  orgulhoso.  Por  vezes  estúpido  e  ignorante.  Mas  sempre 

    em  minhas  andanças  vejo  pessoas  iguais  a  mim,  diferentes  a 

    mim, e até mesmo que não são nem um e nem outro.  

    10 ] 

    Em  minhas  andanças!  Andanças  essas  que  iniciam  meu 

    caminho, meu tormento! 

    Certa  vez,  caminhava  eu,  como  era  de  praxe  todos  os 

    dias  –  até  mesmo  em  dias  chuvosos  de  Outono  –  pelas 

    redondezas da cidade onde vivia, e sempre vivi. Próximo a uma 

    das  vielas  que  existiam,  bem  perto  de  minha  casa,  onde  se 

    encontravam um lindo rio, um bosque, onde as pessoas em dias 

    de sol se reuniam para por a conversa em dia, já que suas vidas 

    agitadas não as permitiam parar. 

    Foi andando nessas proximidades que, a chuva que caia, 

    como  de  uma  hora  pra  outra  começou  a  ficar  mais  forte,  me 

    forçando a buscar abrigo.  

    Assim se sucedeu. Procurei por algum lugar coberto em 

    que  pudesse  me  abrigar,  ate  que  aquela  chuva  passasse.  Foi 

    então que - para encurta a história - do outro lado da rua, com o 

    11 ] 

    mesmo objetivo acredito, parada em baixo de um toldo erguido, 

    eu à vi pela primeira vez.      

     Ah era linda! 

    Assim como diria o poeta, uma mulher ideal, linda em 

    todas as suas curvas, jeitos e trejeitos, em seu caminhar.    

    Loira, olhos verdes, corpo de Venus, escultural.  

    Poucos  relatos  faço  dela,  por  não  a  conhecer  melhor. 

    Conhecimento  este  que  nada  além  de  um  único  beijo  e  uma 

    única noite me permite dizer.  

    Porque Loiras?! Porque sempre as Loiras são escolhidas 

    como  divas em  histórias  de romance?! Porque sempre as  loiras 

    martirizam os meus olhares e de mais outros tantos?! 

     Tímido como eu era, não gostava de me arriscar em algo 

    que  não  sabia  se  ia  dar  certo  ou  não;  mas  naquele  momento, 

    assim  que  a  avistei,  olhei  aos  dois  lados  da  rua,  e  como  por 

    12 ] 

    instinto ou impulso, me dirigi  em  baixo de  chuva, ate onde  ela 

    se abrigava. 

    Porque estou fazendo isso?! Eu não a conheço! 

    -  Mas  pode  conhecer!  –  dizia  alguma  coisa  em  minha 

    mente.  

    Foi então que comecei nossa conversa com uma simples 

    pergunta.  Contudo  gostaria  de  saber:  -  Porque  tudo  é  tão 

    simples? Porque tudo começa com uma simples pergunta? 

    - Estou achando que essa chuva não vai parar tão cedo!... 

    – Ela sorriu. 

     - Estava indo pra onde? – continuei. 

    - Estava voltando do trabalho – disse ela. 

    E  com  a  continuidade  desta  conversa,  que  aos  olhos  do 

    leitor,  e  aos  meus  naquele  momento,  pareceram  tão  amigáveis 

    quanto  de  duas  pessoas  que  se  conhecem  a  uns  cinco  anos, 

    fomos  desenrolando  comentários  atrás  de  comentários, 

    13 ] 

    perguntas  atrás  de  perguntas,  e  enquanto  a  chuva  não  passava, 

    fomos nos conhecendo. 

    Cada vez mais, me encantava dela. E ela, cada vez mais, 

    ria do que eu dizia. 

    Podia  ser  qualquer  coisa,  qualquer  piada,  qualquer 

    comentário! 

    Ah!  O  seu  sorriso!  Assim  como  ela,  lindo  em  todas  as 

    suas curvas. 

    Eu estava me enganando. Não poderia haver mulher tão 

    perfeita  como  aquela.  Linda,  inteligente,  simpática,  bem-

    humorada,  educada,  confiante,  o  tipo  de  mulher  ideal  a  qual  o 

    poeta fala.  

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