Noites Brancas
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Sobre este e-book
Fiódor Dostoiévski
Fiódor Mijailovich Dostoievski; Moscú, 1821 - San Petersburgo, 1881) Novelista ruso. Educado por su padre, un médico de carácter despótico y brutal, encontró protección y cariño en su madre, que murió prematuramente. Al quedar viudo, el padre se entregó al alcohol, y envió finalmente a su hijo a la Escuela de Ingenieros de San Petersburgo, lo que no impidió que el joven Dostoievski se apasionara por la literatura y empezara a desarrollar sus cualidades de escritor. En 1849 fue condenado a muerte por su colaboración con determinados grupos liberales y revolucionarios. Tras largo tiempo en Tver, recibió autorización para regresar a San Petersburgo, donde no encontró a ninguno de sus antiguos amigos, ni eco alguno de su fama.
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Avaliações de Noites Brancas
4 avaliações2 avaliações
- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Muito bom. De fato, faz jus ao nome do autor
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5Intenso, dramático. O romance é realista, sim realista. Muitos pares são o são até que um terceiro intervenha, mas as vezes o que acontece é o que relata Fiódor. Nem sempre há finais felizes. Contudo o que chama atenção é sensibilidade do autor que parece saber descrever, desenhar, entender as rotas de um coração feminino e juvenil, por outro lado, existe uma brecha para se pensar que a solidão e a dor da ausência de um amor na vida do Sonhador, seja na verdade a experiência do próprio autor, só isso justificaria um texto tão intenso, que senão a história contada da sua própria vida, ou um pedaço dela.
A obra agrada os românticos, os realistas, mas alegra mesmo os parnasianos.
Pré-visualização do livro
Noites Brancas - Fiódor Dostoiévski
Esta é uma publicação Principis, selo exclusivo da Ciranda Cultural
© 2019 Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda.
Traduzido do original em russo
Белые ночи
Texto
Fiódor Dostoiévski
Tradução
Robson Ortlibas
Preparação
Thais Henriques Souza Silva
Diagramação e revisão
Casa de ideias
Produção e projeto gráfico
Ciranda Cultural
Ebook
Jarbas C. Cerino
Imagens
Kamieshkova/Shutterstock.com; Gleb Guralnyk/Shutterstock.com; AKaiser/Shutterstock.com; Potapov Alexander Shutterstock.com; Vladimir Zadvinskii Shutterstock.com; Fona Shutterstock.com; alex74 Shutterstock.com;
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
D724n Dostoiévski, Fiodor
Noites brancas [recurso eletrônico] / Fiodor Dostoiévski ; traduzido por Robson Ortlibas. - Jandira, SP : Principis, 2020.
80 p. ; ePUB ; 3,4 MB. – (Literatura Clássica Mundial)
Inclui índice. ISBN: 978-65-5552-054-5 (Ebook)
1. Literatura russa. 2. Fiodor Dostoiévski. I. Robson Ortlibas. II. Título.
Elaborado por Odilio Hilario Moreira Junior - CRB-8/9949
Índice para catálogo sistemático:
1. Literatura russa 891.7
2. Literatura russa 821.161.1
1a edição em 2020
www.cirandacultural.com.br
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... Ou ele foi criado para ficar,
Nem que fosse por um momento,
Na vizinhança do seu coração?
Ivan Turguêniev
O romance sentimental Noites brancas é uma das obras mais líricas de Dostoiévski.
A prosa de Fiódor Mikhailovitch é extraordinariamente poética, musical e, hoje, mais uma vez, conduz o leitor ao encontro entre Nástienka e o Sonhador às margens do canal Fontanka...
Estava uma noite maravilhosa, dessas que só pode haver quando somos jovens, caro leitor. O céu estava tão estrelado, tão claro que, ao fitá-lo, naturalmente se fazia necessário perguntar: será possível sob um céu desses viver tanta gente amargurada e cheia de caprichos? Essa é uma pergunta juvenil, caro leitor, muito juvenil, mas Deus a envia frequentemente! Falando sobre os diversos senhores amargurados e caprichosos, eu não poderia deixar de lembrar da minha boa conduta durante esse dia. Logo pela manhã, uma estranha angústia começava a me atormentar. De maneira repentina, parecia-me que todos iriam me abandonar e me virar as costas. Claro, qualquer um está no direito de perguntar quem são esses todos. Pois moro em São Petersburgo já há oito anos e não fui capaz de fazer quase nenhuma amizade. Mas para que amizades? Mesmo com essa falta, toda Petersburgo é minha conhecida. Por essa razão, eu tinha a impressão de que me abandonavam: pelo fato de toda a cidade estar se aprontando para rapidamente partir à datcha¹. Comecei a temer a solidão e, por três dias inteiros, vaguei pela cidade em profunda angústia, definitivamente sem saber o que fazer de mim. Fosse eu à Nievski, ao jardim, ou andasse pela margem do canal, não havia sequer uma única pessoa daquelas que era costume encontrar no mesmo lugar e na mesma hora durante o ano. Claro, elas não me conheciam, mas eu as conhecia. Eu as conhecia intimamente, praticamente estudei suas fisionomias, me deleitava ao vê-las alegres e me punha melancólico por estarem entristecidas. Eu quase fiz amizade com um velhinho que encontrava todos os dias, sempre na mesma hora, no Fontanka². Uma fisionomia tão pomposa, pensativa, sempre falando baixinho, acenando com a mão esquerda e na direita levava uma longa bengala de madeira retorcida com um castão dourado. Ele até mesmo me notava e demonstrava um verdadeiro interesse por mim. Se acontecesse de eu não estar na mesma hora, naquele mesmo lugar no Fontanka, tenho a convicção de que ele ficaria melancólico. É por isso que, às vezes, ficávamos muito perto de nos cumprimentar, sobretudo quando ambos estávamos de bom humor. Recentemente, quando havia dois dias que não nos víamos e no terceiro nos encontramos, já estávamos determinados a nos cumprimentar, levando as mãos aos chapéus, mas abandonamos a ideia, refletimos a tempo de baixar as mãos e cordialmente passamos um pelo outro. As casas também são minhas conhecidas. Conforme eu caminho, é como se cada uma corresse à minha frente na rua, com todas as suas janelas a me observar, quase dizendo: Olá, como está a sua saúde? Graças a Deus, estou saudável e, em maio, ganharei mais um andar
, ou: Como está a sua saúde? Amanhã estarei em reforma
, ou: Quase fui destruída pelo fogo e fiquei tão assustada
, etc.
Dentre elas, tenho minhas preferidas, as amigas mais chegadas. Uma delas tem a intenção de tratar-se com um arquiteto no verão. Tenho a intenção de vir visitá-la todos os dias para que não a tratem de maneira qualquer, que Deus a proteja! Mas nunca me esquecerei da história com uma bela casinha cor-de-rosa claro. Era uma casinha de pedras tão graciosa, para mim olhava de modo tão afável e para as suas desajeitadas vizinhas de maneira tão altiva, que o meu coração se alegrava quando
acontecia de eu transitar por ali. Na semana passada,
quando andava pela rua, olhei para a minha amiga e ouvi
um grito lamentoso: Estão me pintando com tinha amarela!
. Canalhas! Bárbaros! Não pouparam nada: nem as colunas, nem os beirais e minha amiga ficou amarela feito um canário. Por pouco não transbordei de cólera diante dessa situação e, até agora, não tive forças para ir visitar a minha pobrezinha desfigurada, que pintaram da cor do Império Celestial³.
Entende então, leitor, como estou familiarizado com toda a Petersburgo?
Eu já disse que fiquei tomado de inquietação por