Poesias Avulsas
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Poesias Avulsas - Ricardo Junior Amorim
PALAVRAS AVULSAS
POESIAS AVULSAS
— Palavras Avulsas
Ricardo Junior de Amorim
Peço mil perdões aos meus leitores que me cobram romances casuais – sinto muito. Só escrevo canções de guerras...
Caro leitor, este não é comumente como uns dos meus livros que tu tens costumes de lê. Na verdade, isso não se implicaria no quadrante denominado livro, mas afinal, este letreiro estava empoeirado sobre minha estante e não tinha nada a se fazer com ele, então resolvi reescrevê-lo e assegurá-lo que teria sempre em mãos para jamais perdê-lo. Afinal, papel molha e dissolve e palavras avulsas são logo esquecidas e antes que o tempo o definha, o dissolva e esqueça-o, resolvi levá-lo até você...
Utopia
Quisera eu que o mundo estivesse em paz
Quisera eu que a vida nesta terra valesse mais
Quisera eu que as pessoas amassem umas as outras de formas iguais
Quisera eu pensar que tudo está bem
Que o sol nasce amanhã pra você e para mim também.
Quisera eu que os sonhos não fossem ilusão
Quisera eu que a tristeza fosse mera passageira
Quisera eu levar esperança pra nação
E provar que pra este mundo ainda existe solução
Quisera eu pensar que tudo está bem
Que a tempestade vai passar e o outro dia logo vêm.
Quisera eu desmascarar a face da sociedade
E que em meio a tanta treva mostrar que há honestidade
Quisera eu fiar-se o futuro da nação e que crê que
Depois das guerras não houvesse fome e destruição.
Quisera eu atestar que todos nós somos iguais
E que Deus é bem maior que uma nota de cem reais
Quisera eu pensar que tudo está bem
Que o tsunami já passou e que não matou ninguém.
Quisera eu provar que aquele Zé Ninguém
Mesmo sem ter nada ainda é alguém
Quisera eu pensar que não há escravidão
Que a abolição é como a aurora que amanhece e vai embora
E emancipa a solidão
Quisera eu acreditar na liberdade da regeneração
E que dissipassem as grades que separam animais
Da civilização.
Quisera eu pensar que tudo está bem
E que como eu amo meu país
Quisera Eu...
Q’ele me amasse também.
Última lágrima é por um filho
Já não sei quantas vezes vi à cena se repetir,
Perdi a conta esperando que alguém fosse agir.
Não dá mais, já não sei
Diga-me vocês o que vamos fazer?
Do quinto andar ela se jogou, para não morrer ele matou para não passar fome numa arma o livro ele trocou.
Pra sobreviver o corpo tem que se vender e a dor é demais.
São os pais que não entendem os filhos.
São os filhos que não compreendem os pais.
Somos uma corja de assassinos, cada vez mais famintos que não temos paz.
À culpa não é minha à culpa não é de ninguém, à culpa é de todo mundo e todo mundo tem culpa também.
Moramos em todo lugar e não moramos em lugar algum, tanto faz se os senhores são reis, mas para vocês sou mais um.
Não dá mais, já não sei
Diga-me vocês o que vamos fazer?
Têm que rezar para não morrer.
Esperar atitude de quem não se preocupa com você.
Acreditar que o governo alguma coisa vá fazer.
E esperar incessantemente pela paz.
A lei da natureza aqui se desfaz primeiro vão os filhos para depois irem os pais.
Vocês ocultam à verdade com esse trejeito sensível.
Vocês camuflam a ferida com um simples curativo.
Vocês têm medo do menino que atira com pólvora, mas quando ele estava na rua estendendo a mão vocês negavam à esmola.
Não tracejo teoria, pois não vendo hipocrisia.
É uma via de mão dupla nossos destinos e no castelo da dor a última lágrima é por um filho.
Lágrimas ao Vento
Quero ver o que você irá fazer quando ligar o noticiário e for seu filho na TV.
Ninguém vai estar lá quando você chorar, ninguém vai te ouvir quando você gritar.
E quando sentir dor, quando precisar quem vai lhe ajudar?
Dói agora, dói agora, dói agora...
Não há o que fazer, não tem pra onde correr, melhor deixar rolar, vê o que vai acontecer.
Os dias vêm e vão e respostas... Só vêm com o tempo, somos iguais no sofrimento.
É o fim dos tempos, andamos derramando lágrimas ao vento.
Não há ressurreição, não há conexão, só perguntas pelo ar,
Será como é a vida do lado de lá?
Apanhamos para aprender
Julgamos sem saber
Apontamos sem pensar
Mas chegará o dia que contas devemos prestar.
A lei da metafísica, dois pesos duas medidas, uma que te salva outra lhe tira a vida.
Ele não vai voltar... Ah... Ah...
Quero ver o que você irá fazer... À desunião, descaso e corrupção.
À veracidade, hipocrisia e desigualdade.
À difamação, à fome a destruição... Será que há?
Uma gota de esperança
Uma pomba branca
Um ramo de oliveira
A justiça contra as incertezas.
A luz do novo dia
Um sol que contagia
O princípio da vida...
À verdade vencerá a falsidade Se expandirá pelos quatro cantos.
Iluminará a face da terra
Levará luz