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Depressão! Onde está Deus?
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E-book180 páginas2 horas

Depressão! Onde está Deus?

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Sobre este e-book

Estamos vivendo em um ambiente cujo panorama é de excessos e cansaços (de emoções, de informação, de expectativas, de solicitações...).
Assistimos em nossas sociedades, em seu ritmo de vida, às suas tecnologias cada vez mais rápidas, ao favorecimento da depressão e à síndrome de exaustão e estresse chamada "burnout". Impactando ainda mais, temos as consequências da pandemia da Covid-19 e todo o quadro geral pós-pandêmico.
Depressão! Onde está Deus?, sem dúvida nenhuma, resume não somente um rico conteúdo baseado na experiência científica e na fé de um médico cristão, mas, sobretudo, expressa o espanto e o questionamento feito por todos aqueles que passam ou passaram pela terrível experiência da depressão, ou que estejam passando por problemas e por situações aparentemente insolúveis.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de mar. de 2023
ISBN9788594630940
Depressão! Onde está Deus?

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    Depressão! Onde está Deus? - Roque Marcos Savioli

    Dedicatória

    A Deus, criador de tudo e de todos, que pelo Seu Espírito inspirou-me a viver imitando o Seu Filho, Jesus Cristo, o Médico do s médicos.

    A Santa Teresinha do Menino Jesus de Lisieux, minha amiguinha de todos os momentos.

    Aos meus pacientes e familiares, cujo testemunho de vida vem fortalecendo ainda mais a minha fé nos caminhos do Senhor.

    Aos funcionários do Instituto do Coração do HC da FMUSP e da Fundação Zerbini, corresponsáveis pela existência deste trabalho.

    Aos meus filhos Caroline, Marcela e Roquinho, e aos meus netos Fernanda e Matheus.

    À minha querida e amada esposa Gisela, que de mãos dadas com Nossa Senhora trouxe-me para a Luz do Senhor, sendo a grande responsável por esse milagre.

    Novo Prefácio

    Depressão e Transcendência

    Por que estás triste, minha alma? Por que está tão perturbada dentro de mim? Espera em Deus, ainda poderei louvá-lo. Ele que é a salvação do meu rosto e meu Deus.

    (Sl 42,12)

    Em 06 de maio de 2003, o hoje Servo de Deus Pe. Léo de Bethânia assinava o prefácio do livro Depressão! Onde está Deus?, do amigo de tantas horas e competente médico cristão Dr. Roque Savioli. Na ocasião, Pe. Léo pedia o seguinte: " Leia com a delicadeza de quem recebeu um presente de Deus. Saboreie suas páginas. Leia também suas ent relinhas ".

    Eis o que me orientou diante da imensa honra de prefaciar esta nova edição do mesmo livro de nosso querido Dr. Roque, numa clara homenagem do autor ao nosso Servo de Deus, do qual ele é tão próximo. Mais que depressa, me debrucei novamente sobre o texto, agora seguindo a minuciosa orientação de nosso futuro santo, na certeza de que recebi um presente de Deus.

    É sabido que, depois de quase 20 anos, o texto de nosso médico do coração mantem-se extremamente atual e necessário, pois o homem e a mulher de nossa época pedem respostas que a leitura atenta nos oferece.

    O filósofo Byung-Chul Han, analisando o nosso tempo, sustenta em seu livro A sociedade do cansaço que todas as épocas têm suas patologias, que no fundo revelam as necessidades mais profundas dos homens e mulheres que a ela pertencem, proporcionando um verdadeiro diagnóstico do tempo em questão. O pensador coreano sustenta que os séculos anteriores foram marcados pelas doenças bacteriais e virais, e que, por sua vez, o século XXI, em relação às patologias marcantes, será fundamentalmente neuronal, cujos indicadores da cena contemporânea apontam para o sol negro da depressão, os transtornos de personalidade, as anomalias da atenção (seja por hiperatividade seja por neurastenia paralisante), sem contar a síndrome crescente do desgaste ocupacional que gera sentimentos de esvaziamento, destruição e perda do sentido, o grande drama do cansaço enquanto esgotamento total.

    O Cardeal José Tolentino Mendonça aponta na mesma direção, enquanto propõe sua Mística do Instante como proposta de reorganização da espiritualidade e da vida.

    Ele reforça que as grandes enfermidades de nossos dias evoluem para múltiplas modalidades vulneráveis de existência, fragmentação da identidade, incapacidade de integrar e refazer a experiência do vivido. Eis o panorama de uma sociedade de excessos e cansaços (de emoções, de informação, de expectativas, de solicitações...). Assistimos em nossas sociedades, em seu ritmo de vida, às suas tecnologias cada vez mais rápidas, ao favorecimento da depressão e à síndrome de exaustão e estresse chamada burnout.

    Impactando ainda mais, temos as consequências da pandemia da Covid-19 e todo o quadro geral pós-pandêmico, cujo quadro médico Dr. Roque retoma com extrema competência e propriedade, sublinhando seus multifacetados reflexos. Fato é que a pandemia deixou um saldo devastador, com milhões de mortes, retrocesso do cenário econômico e restrições sem precedentes na interação social, impedimentos de rituais religiosos e de cultos nas igrejas, o que, com certeza, trouxeram efeitos marcantes na saúde mental das pessoas.

    O Papa Francisco, em 03 de novembro de 2021, pediu orações pelas pessoas que sofrem com a depressão. Através de um vídeo na Rede Mundial de Oração do Papa, ele formalizou o pedido. Francisco sublinha a preocupação com o estresse e a depressão que alcança a muitos, resultado, sobretudo, dos excessos de trabalho. Disse que "a tristeza, a apatia, o cansaço espiritual acabam dominando a vida das pessoas que estão sobrecarregadas com o ritmo de vida atual. Rezemos para que as pessoas que sofrem de depressão ou esgotamento extremo recebam o apoio de todos e uma luz que as abram à vida". E acrescentou o chamado de Jesus: Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e vos darei descanso (Mt 11,28). A iniciativa teve o apoio da Associação de Ministros Católicos de Saúde Mental (Association of Catholic Mental Health Ministers), que oferece apoio espiritual a pessoas com doenças mentais e incentiva ações de prevenção de qualquer tipo de discriminação que as impeçam de participar plenamente na vida da Igreja.

    Frente a tamanho desafio, podemos novamente retomar o que outrora frisou o Servo de Deus Pe. Léo de Bethânia:

    Depressão! Onde está Deus? Sem dúvida nenhuma, a pergunta título desse livro resume não somente um rico conteúdo baseado na experiência científica e na fé de um médico cristão, mas, sobretudo, resume e expressa o espanto e o questionamento feito por todos aqueles que passam ou passaram pela terrível experiência da depressão, ou que estejam passando por problemas e por situações aparentemente insolúveis.

    Na citação acima, nosso saudoso Pe. Léo sustenta que há caminho, direção e rumo, e que, ao enfrentar um tema tão complexo, sem negligenciar a questão médico-psiquiátrica e o acompanhamento psicológico, seria temerário também abordar a situação sem levar em conta a fé e a espiritualidade.

    Pessoalmente acho bastante alentador, e ofereço a muitos a quem acompanho em meu ministério a passagem do profeta Elias, no deserto, perseguido por Jezabel. Em 1Rs 19,1-15 vemos Elias abatido pelo embate e perseguição sofrida, correndo risco de morte, cansado e sem boas perspectivas. O profeta caminha pelo deserto e, extenuado, pede a morte.

    Depois, adentrou o deserto e caminhou o dia todo. Sentou-se, finalmente, debaixo de um junípero e pediu para si a morte, dizendo: Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais. E deitando-se no chão, adormeceu à sombra do junípero. De repente, um anjo tocou-o e disse: Levanta-te e come!. Ele abriu os olhos e viu junto à sua cabeça um pão assado na pedra e um jarro de água. Comeu, bebeu e tornou a dormir. Mas o anjo do Senhor veio pela segunda vez, tocou-o e disse: Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer. Elias levantou-se, comeu e bebeu, e com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus (1Rs 19,4-8).

    Mesmo que estudos discutam se o que Elias teve foi estritamente depressão, o que transparece é o fato de que todo ser humano, ao passar por situações limites, sofre, e o profeta se encontra numa destas situações. Ei-lo com fortíssimos indícios de depressão e tendência de morte, a fim de aplacar a dor. O texto bíblico deixa entrever a intervenção Divina, ou seja, a força da presença de Deus evidenciada no anjo do Senhor que vem em socorro do profeta. Esta presença potente de Deus o alimenta e o fortalece. Como não fazer alusão à Santa Missa, onde nos alimentamos na mesa da Palavra e na mesa da Eucaristia. Não é sem significado termos a Eucaristia entre os Sacramentos de Cura, conforme lembra o Catecismo da Igreja Católica, nos números 1393-1394.

    Chama a atenção o fato de a restauração do profeta não acontecer de forma imediata, muito menos mágica, como muitas vezes se quer impor a Deus. Emerge uma mudança de forma processual, pois o anjo precisa insistir mais de uma vez com o profeta, até que ele retome o caminho. Vejo tal detalhe como realmente libertador para quem precisa lutar em situações semelhantes à do profeta. A cura é processual. E sei que, como médico, Dr. Roque constantemente acentua este aspecto na busca do tratamento.

    O restante do texto ressalta a experiência de Deus que o faz arder de zelo e o impulsiona a prosseguir, culminando mais adiante numa belíssima teofania, ou seja, numa manifestação de Deus, que será percebida no Monte do Senhor como brisa suave, verdadeiro sopro do Espírito (cf. 1Rs 19,10-15).

    É maravilhoso que o profeta experimente assim o infinito amor de Deus pelo seu servo, mas por que não dizer, por seu filho amado. Eis aqui um imperativo no trabalho de Bethânia. Esforçamo-nos para levar nossos filhos e filhas, e muito deles sofrendo severamente com a depressão, a um encontro/experiência com o infinito e incondicional amor de Deus por ele. O amor de Deus, divino-trinitário, é fonte de cura para o ser humano. Amor que precisa ser contemplado e experienciado através de nós mesmos, na natureza, nos fatos e acontecimentos da vida. Deus nos fala deste amor, através de palavras e por sinais intimamente ligados à nossa vida, conforme encontramos no Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática Dei Verbum, número 2. Quem experimenta este amor cresce na busca da oração e na prática da comunhão constante. Outro profeta que nos ajuda nesta direção, Isaías, assim se expressa:

    E agora, assim diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó, e aquele que te modelou, Israel: Não tenhas medo que fui eu que te resgatou, chamei-te pelo próprio nome, tu és meu! Se tiveres de atravessar pela água, estarei contigo e a inundação não vai te submergir! Se tiveres de andar sobre o fogo, não te vais queimar, as chamas não te atingirão! Pois eu sou o Senhor, o teu Deus, o Santo de Israel, o teu forte! Para pagar a tua liberdade dei o Egito! Para ficar contigo, entreguei a Etiópia e Sabá! Pois és muito precioso para mim, e mesmo que seja alto o teu preço, é a ti que eu quero! Para te comprar, eu dou, seja quem for; entrego nações, para te conquistar! Não tenhais medo, estou contigo! No Oriente vou buscar tua semente e do Ocidente vou reunir a tua gente (Is 43,1-5).

    Necessitamos desta experiência para alcançarmos uma vida saudável. O amor de Deus é fonte para uma vida sarada. Não é por acaso que a única definição de Deus em toda a Sagrada Escritura seja amor: "Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor" (1Jo 4,7-8).

    Temos pavimentada, então, a estrada da espiritualidade como via para vencer a depressão, enquanto grito de transcendência. Podemos retomar aqui o que, de forma brilhante, Pe. Léo destaca em seu prefácio sobre o significado de transcendência para sair do fosso da depressão:

    Afinal de contas, se depressão é a síndrome que nos empurra para baixo, seu único contrário, portanto, sua cura, é um puxar para cima. Aqui está a síntese do Cristianismo: Se, pois, ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Pensai nas coisas do Alto, e não nas da terra, pois morrestes e vossa vida está escondida com Cristo em Deus (Cl 3,1-2).

    O ser humano precisa descobrir, com urgência urgentíssima, sua vocação para o Alto. Foi o encardido que criou essa história de que a gente precisa se conformar com as coisas. O cristão é chamado a não se conformar com esse mundo (cf. Rm 12,1-2). E o jeito de não se conformar é ultrapassar, ir além, ou seja, transcender. Transcendência é uma palavra bonita e muito usada na Filosofia, Psicologia e em Teologia, e quer dizer: ultrapassar subindo! Isso mesmo: o único jeito de realmente resolver um problema é achar uma solução que nos impulsione para o alto. Nossa vocação é o céu, e isso não é para depois da morte, mas é um projeto que precisa ser construído em vida, com a vida.

    Termino pedindo a intercessão do Servo de Deus Pe. Léo de Bethânia por todos os que sofrem com tantas doenças psíquicas e especialmente com a depressão. São muitos os que têm se aproximado do Servo de Deus, principalmente com a Novena que acontece todos os meses e que se encerra sempre no dia 04, enfrentando com fé o flagelo da depressão.

    Mais uma vez me aproprio de suas palavras para dizer muito obrigado ao amigo querido Dr. Roque Savioli pelo convite para prefaciar o seu livro, tendo tanta gente mais bem preparada em torno dele, e ainda com a missão de estar no lugar onde o Pe. Léo esteve. Saiba, amigo, que a releitura do livro e do prefácio

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