Guia de Repertório da Música Brasileira para Piano

De Eduardo Conde Garcia Jr

O “Guia de Repertório da Música Brasileira para Piano” foi concebido tomando-se por base modelos pré-existentes de guia de repertório, como: “Guide to the Pianist's Repertoire”, de Maurice Hinson; “Pianists Guide to Standard Teaching and Performance Literature”, de Jane Magrath; “Masterwork Classics”, de Jane Magrath e Kim O'Reilly; “First Impressions”, de M`lou Dietzer. O diferencial neste livro reside no fato de todas as peças selecionadas serem da música brasileira para piano em nível intermediário. Exclui-se desta lista todo repertório de níveis básico e avançado. Mais especificamente, o nível intermediário aqui foi subdividido em 10 subníveis. Consideram-se peças do “nível intermediário 1” aquelas que se confundem com o fim do nível básico, mas que ambas as mãos tocam juntas, com alguma independência, e, de preferência, começam a sair da posição de pentacordes. Já no “nível intermediário 10”, as peças se assemelham ao início do nível avançado, com fluidez técnica, domínio de fraseado, polifonia a três vozes. Peças desse tipo se assemelham em dificuldade às Sinfonias mais difíceis de J. S. Bach e à Suíte Children`s Corner, de Debussy, por exemplo. Este guia jamais será conclusivo e deverá passar por atualizações frequentes a fim de contemplar um percentual razoável da música brasileira para piano. Peço desculpas àqueles compositores que ainda não tenham sido contemplados neste momento. Nesta edição, são contemplados 28 compositores e mais de 250 peças de nível intermediário. Os compositores estão organizados em ordem alfabética (pelo sobrenome) e, abaixo de cada peça, comenta-se sobre suas características técnico-musicais. Por fim, atribui-se um nível de dificuldade a cada peça. No fim do livro, há um índice remissivo, organizado por nível de dificuldade.

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 31 de mar. de 2023
• ISBN: 9786558724391

Pré-visualização do livro

Barbosa, Cacilda Borges

Diorama é uma forma de apresentação artística, geralmente uma pintura sobre uma tela de fundo curvo, que retrata, de maneira muito realista, cenas da vida real com finalidade didática. A iluminação dá uma ilusão de profundidade e de movimento, dando a impressão de tridimensionalidade.

De acordo com a própria autora,

Diorama é uma obra com 50 estudos para piano que antecedem tecnicamente os estudos brasileiros para piano, de transcendente execução. Escritos com o objetivo de conscientizar os alunos sobre a rítmica brasileira, procuramos dar ao trabalho um cunho didático- artístico.

Quando afirmamos os estudos brasileiros de ritmo e som à base de toda a nossa obra didático-artística, não o fizemos em vão.

Na presente obra, destinada aos iniciantes no estudo do piano, encontramos igualmente aquela linguagem tão nossa, tão brasileira (Cacilda Borges Barbosa, Diorama, Rio de Janeiro: 1988, 3).

Os estudos contidos nesta obra, de até uma página em extensão, estão escritos em ordem progressiva de dificuldade, desde a ampliação da tessitura até o aumento da complexidade rítmica e a independência entre as duas mãos.

Níveis 1-5

Escritos em semínimas, nota contra nota, têm, com exceção da mão esquerda do no4 (tríades em posição fundamental e primeira inversão), tessitura reduzida a uma quinta justa. Essas peças estão no limiar entre o nível básico e o intermediário.

Nível 1

Assim como nos Diorama n. 2 e 4, são escritos em semínimas, nota contra nota; porém, a ampliação da tessitura para uma oitava na mão direita exige passagens de polegar

Nível 2

Escritos com acompanhamento em intervalos harmônicos de duas notas, contra melodia da mão direita em notas simples e tessitura reduzida, com exceção do n. 14, onde a mão direita se expande até uma nona.

Nível 1-2

Estas duas peças são semelhantes no estilo de acompanhamento em saltos, em notas simples. Há mínimas pontuadas e semínimas na peça n. 8, com a adição de colcheias na n. 12. Nesta última, a tessitura (antes reduzida a uma 5a na direita e 6a na esquerda) da mão direita é ampliada para uma oitava.

Nível 2

Escrito em semínimas, colcheias e semicolcheias, com a presença de síncopes na melodia da mão direita. Há notas repetidas em terças, quartas e quintas no acompanhamento da mão esquerda.

Nível 3

Esta peça exige uma certa independência entre as mãos, com passagens de semicolcheia em movimento contrário.

Nível 4

O ritmo aqui se torna um pouco mais complexo que nas peças anteriores, tanto na mão esquerda quanto na mão direita. A mão esquerda toca o ritmo em intervalos harmônicos de duas notas.

Nível 5

Braga, Francisco

Esta peça é uma Valsa-Capricho com melodia cromática em colcheias e acompanhamento simples em acordes quebrados. O andamento vivo juntamente com o rubato e fraseado exigidos da melodia exigem maturidade interpretativa.

Nível 9

Trata-se de uma gavota com melodia expressiva e acompanhamento simples, em acordes quebrados. Para uma boa interpretação, faz-se necessário um bom controle de dinâmicas (pp a f), bem como o uso de articulações variadas. Expressões do tipo grazioso, dolce, animando, morrendo, scherzando e elegante dão uma ideia da maturidade interpretativa exigida.

Nível 7

Esta valsa possui polirritmia de duas notas contra três, sendo que o acompanhamento da mão esquerda alterna entre duas e três notas por compasso. A peça requer rubato e fraseado expressivos da melodia da mão direita, escrita em sua maior parte em semínimas e em tempo de valsa.

Nível 7

Esta obra, em andantino, tem uma página e apresenta trechos com polirritmia e polifonia a quatro vozes. Requer maturidade na escolha de um dedilhado que permita um legato refinado e expressividade na linha melódica.

Nível 8

Escrita em lá eólio, possui melodia e acompanhamento simples e dinâmica que varia do pp ao f. O andamento alterna entre Allegretto, na seção A, e Andantino, na seção B.

Nível 5

Esta peça possui melodia expressiva, com andamento moderato cantabile. A mão direita tem trechos a duas vozes e requer dedilhado que permita ligar suas linhas melódicas. O acompanhamento é simples,