Educando os Sentimentos: Com Joanna de Ângelis e Divaldo Pereira Franco
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Educando os Sentimentos - Maria Anita Rosas Batista
Agradecimentos
A minha eterna gratidão ao querido amigo, irmão, médium e tribuno espírita, Divaldo Franco, pelo seu apoio, atenção e dedicação constante, enriquecendo nossa existência com seus sublimes exemplos de amor, caridade, fraternidade e paz.
Agradecemos, cordialmente, aos queridos amigos diretores da Editora Lorenz pelo acolhimento e confiança, ao tempo que os parabenizamos pelas suas nobres realizações.
Agradeço aos caros confrades e amigos Paulo Salerno e Wilson Granella pela gentileza em cederem-nos as fotografias do périplo de Divaldo Franco pela Europa, onde proferiu palestras e seminários nos meses de maio e junho do corrente ano, e de diversos locais e atividades realizadas na Mansão do Caminho, respectivamente, que ilustram esta obra.
Ao querido Gilberto e filhos amados, Alexandre, Fernando e Daniella, por fazerem parte de minha vida, facultando à minha alma intensa alegria de viver.
Recebam o nosso fraternal abraço,
Maria Anita Rosas Batista
À educação, no seu sentido lato, está reservada, portanto, a grande tarefa de construir o homem e a mulher melhores e mais sociáveis, neles desenvolvendo os germes do amor e da dignidade, com os quais progride espiritualmente, tornando-se úteis à comunidade, após transcenderem os limites egoicos, quando lhes é possível adquirir a consciência de paz e dos valores éticos que constituem a vida pensante.
(Joanna de Ângelis. Psicologia da Gratidão.
Psicografia: Divaldo Franco, 2011.)
UM CÂNTICO DE LUZ ENVOLVENDO A TERRA
Divaldo Franco, às primeiras luzes da alvorada, despertou e pôs-se a semear o trigo divino, em flocos incessantes de luz, rasgando sulcos nas estradas da vida, abrindo clareiras, preparando a Terra do Cruzeiro para receber a Nova Era da paz, congregando o Universo.
E, desta maneira, na manhã doce do tempo, ainda com as bênçãos do orvalho e à luz das estrelas, já preparava o solo dos corações e até hoje, persevera no labor edificante, iluminando os corações, regando a seara com o suor da luta, com garra, com dinamismo, vibrante como sempre.
Divaldo prepara os tempos de paz... Os tempos novos do amor...
Desde a mais tenra juventude escolheu os caminhos do amor e jamais se desviou de sua sagrada rota.
É o maior divulgador da Doutrina Espírita no mundo. Já proferiu mais de 12.000 conferências em 64 países, levando a palavra iluminada da Doutrina do Consolador a mais de 2.000 cidades dos cinco continentes.
Com as mãos sempre perseverantes, psicografou mais de 250 títulos, de vários Espíritos. É, realmente, um cântico sublime de luz, iluminando a Terra.
O nosso querido médium Francisco Cândido Xavier, certa vez, exclamou comovido:
—Divaldo tem uma estrela na boca
.
E nós acrescentamos: — Divaldo é, realmente, uma estrela radiante, apontando-nos o rumo da felicidade.
Deus o abençoe, missionário da Paz, da Luz e do Amor.
Receba, irmão querido, nossa ternura e gratidão pelos seus 65 anos de mediunidade com Jesus e Kardec, o seu mediunato.
Salvador, março de 2012
Maria Anita Rosas Batista
DIVALDO FRANCO, MISSIONÁRIO DO AMOR E DA PAZ
Ainda jovem escolheu o amor em plenitude
Enternecido pelo ideal que o envolvia
Vê transbordar o próprio coração em divinas graças
Chama de luz que os aflitos abraça
Ergue, consola e conforta
Na sublime compaixão que o exorta.
A estrela da caridade em raios cintilantes
Chama-o, então, e, pleno de fé, arrebatado
pela sublime canção da esperança
Planta no solo da alma, ainda criança
A semente do sonho bom que o alimenta.
No momento abençoado da escolha
Entre tantos caminhos a se repartir
A via estreita do amor lhe acenava
Promessas, novas oportunidades
Tesouros infinitos e transcendentais
Como bênçãos espirituais
Elevando-o à fraternidade.
E nas asas deste sonho luminescente
Cenas de uma vida de real valor
Entre crianças, gente simples e tão carentes
Irradiando da alma o verdadeiro amor.
Corações queridos, com afinidade
Calmamente foram chegando, com bondade
Atraídos por essa proposta de inefável luz
Do nosso médium, apóstolo, irmão querido,
O peregrino de Jesus.
E Divaldo no labor persevera,
Levando adiante a mensagem desse sonho,
Transformando, com amor, toda Terra
Em bênçãos de sublime primavera.
Com as mãos, em luz, psicografando.
As almas com esmero educando.
Suas palavras se derramam... Lindas Flores
Esperança de um futuro mais risonho.
Recebe Divaldo, irmão querido,
De nosso coração, em festa agradecido
Sentimentos de ternura e gratidão imensas.
Parabéns, pelos seus 65 anos de mediunidade
com Jesus e Kardec,
A sua iluminada messe de Amor.
Salvador, 5 de maio de 2012.
Maria Anita Rosas Batista
À GUISA DE PREFÁCIO
O MENINO AGRESSIVO EM FACE DO AMOR
A aquisição de hábitos saudáveis, aqueles que são considerados edificantes e produzem harmonia emocional no grupo social, a transformação das tendências agressivas e dos sentimentos de baixa estima para melhor, o esforço para qualquer realização dão-se por intermédio dos processos educativos, especialmente aqueles de natureza moral, que são os exemplos, ao mesmo tempo que, mediante o estudo, ocorre o desenvolvimento cultural e intelectual, num somatório de valores que enobrecem o ser humano. (Joanna de Ângelis. Psicologia da gratidão. Psicografia: Divaldo Franco, 2011.)
Na Mansão do Caminho, na época das Casas-Lares, Divaldo Franco criou e educou mais de seiscentas e oitenta crianças órfãs ou socialmente órfãs, com o apoio e a dedicação de Nilson de Souza Pereira (Tio Nilson) e das tias que cuidavam das casas lares. Essas crianças conviviam, saudavelmente, com outras, como irmãos, exatamente como em uma família convencional.
Numa das Casas-Lares morava um menino rebelde com instintos agressivos. Desde a idade de quatro anos, por vários anos, entrou no gabinete de Divaldo levando-lhe uma arma confeccionada,artesanalmente, em madeira e lata, por ele mesmo. Nesses momentos dizia-lhe: — Tio, um dia quero matar alguém.
Seus olhos brilhavam e completava:
—Quero sentir o sangue escorrendo pelas minhas mãos depois de uma facada.
Confeccionou, assim, trinta e duas facas e um revólver, no decorrer desses anos, apresentando-os para o Tio Divaldo que os tomava, pacientemente, e os guardava. E, assim, o médium foi juntando-as e guarda-as até hoje.
Todas as vezes que brigava com um dos meninos, entrava raivoso no gabinete do Tio Divaldo, pedindo-lhe, ansiosamente, uma das armas.
Divaldo conversava com ele com ternura, tentando tocar aquele coração infantil:
—Sente-se um pouco... Por que você quer matar? Deixe isto para lá, ele não merece. Você tem uma vida bonita. Jesus ensinou-nos a perdoar sempre e assim devemos começar a perdoar... e procurava mostrar o lado bom, ético, sereno da vida. O menino, então, dizia: — Está bom, desta vez eu vou perdoar...
O tempo foi passando e foi-lhe oferecido mais amor, demonstrado através do carinho, da compreensão e da energia. Mas ele parecia insensível à essas manifestaçõesafetiva dos tios.
Quando atingiu a maioridade pediu para se emancipar, confidenciando que, na primeira oportunidade, iria matar alguém.
Divaldo, então, comunicou-lhe comovido:
—Meu filho, se você matar alguém é sinal que falhamos em nossa missão de educador. De qualquer forma estarei morrendo, também, nesse momento. Deus confiou-o a nós desde os dois meses. Nós cuidamos de você por 18 anos. Assim, quando pensar em tirar a vida de alguém, venha aqui, antes, e mate-me. Ele abraçou Divaldo chorando, e disse-lhe:
—O senhor somente terá notícias minhas quando eu triunfar.
Emancipou-se como desejava, porém Divaldo e os tios não receberam mais notícias do jovem.
Passaram-se os anos... O médium Divaldo foi homenageado na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, com o título honorífico de Cidadão Campineiro
e, estando na Câmara de Vereadores, um deles pediu-lhe que retornasse no dia seguinte, à tarde, pois receberia uma das homenagens mais valiosas de sua vida.
Chegando à Câmara Municipal, no horário aprazado, aquele vereador foi recebê-lo, adiantando-lhe que havia um artista plástico, muito famoso, que gostaria de vê-lo. Contou-lhe que este artista trabalhava materiais diferentes, em areia colorida, pedras preciosas e semipreciosas e possuía o dom de retratar a alma das pessoas em suas obras, produzindo quadros muito belos.
Quando Divaldo entrou na sala de reuniões, teve uma grande surpresa. O artista renomado abraçou-o e foi logo dizendo:
—Tio, lembra-se de mim?
Era o menino rebelde, filho da Mansão do Caminho, agora no apogeu da fama.
Como não lembrar! Divaldo comoveu-se ao vê-lo tão bem, irradiando paz e alegria.
Então o jovem confidenciou comovido:
—Eu resolvi que não iria matar ninguém, pois eu o amo, tio Divaldo. Todas as vezes que sentia tentação de fazê-lo, lembrava-me do senhor, dizendo-me: ‘‘Volte e mate-me, porque eu não tive capacidade de educá-lo’’. Eu não poderia matar o senhor e, assim, não matei ninguém. Decidi abraçar uma carreira e tentei a de artista plástico. Hoje sou um artista próspero, feliz e recordo-me sempre do senhor com gratidão. Ninguém o conhece como eu, que vivi tanto tempo na Mansão do Caminho. Criei então um quadro especial, procurando retratar nele a sua alma iluminada.
E apresentou o quadro ao tio querido, que estava muito comovido. Não era um simples quadro, era a belíssima e fulgurante alma de Divaldo ali desenhada.
O menino tornou-se um pintor psicológico, pois retratava a alma das pessoas. Transformou-se, maravilhosamente, em um pintor de almas.
Divaldo recebia assim um dos presentes mais marcantes de sua vida. Um filho adotivo, que parecia perdido, voltava renascido para o bem.
Divaldo, o grande e amoroso educador, investiu no amor. Mas no amor legítimo, verdadeiro, aquele amor que deseja ver o outro evoluir, crescer e ser feliz.
A criança, o jovem, quando sentem esse amor precioso, genuíno, conseguem soltar-se das cadeias do ódio, da mágoa, do crime, entregando-se a este sentimento salvador.
O amor não é somente mimar, nem satisfazer gostos, mas também é energia e estímulo para o bem.
A criança precisa sentir que é amada verdadeiramente, e então a semente já foi lançada – florescerá e frutificará um dia, abençoando a vida.
Divaldo, na monumental conferência Desafios da Educação
, leciona com propriedade que:
A educação é fundamental. A educação preventiva, como escreveu Allan Kardec em O Livro dos Espíritos
, a educação não formal, a educação moral, aquela que forma o caráter, que incentiva o ser a adquirir hábitos bons. E os pais devem aderir a este método educacional, demonstrando a sua eficácia.
A Doutrina Espírita é uma doutrina de educação, realmente.
Henrique Pestalozzi, o grande educador suíço, no final do século XVIII e início do XIX, apresentou uma diferente e adequada proposta educacional, que se chamou Pedagogia Nova. A educação antes dele era perversa, colocando as crianças sob castigos físicos, resultante da ignorância que dominava entre os encarregados de sua formação moral e cultural.
Pestalozzi estabeleceu métodos dignificantes e humanos, tomando como base a psicologia infantil. A criança não é um adulto em miniatura, requerendo métodos especializados com base na ternura, no respeito, educando os seus sentimentos à generosidade, à bondade, à compaixão, e à tolerância.
Deste modo, foi pioneiro na educação infantil, apresentando o amor, a compreensão das necessidades da criançacomo base de seu prodigioso método.
Logo depois chegou a Dra. Maria Montessori, criando as escolas infantis, propondo métodos eficientes de educação para as gerações novas, antecipando o período em que surgiriam as crianças índigo.
Recorda, também, em outra oportunidade, quando lecionou sobre as Crianças Índigo, em memorável conferência, que no final do século XIX, reencarnou na Europa, mais precisamente, na Áustria, um homem notável, Rudolf Steiner. Ele criou uma técnica de educação que revolucionou o século XX, também estruturada no amor em relação à criança. Trata-se da pedagogia Waldorf.
Não é importante somente transmitir informações, que são, realmente, necessárias, mas o fundamental é a doação do amor, ensinava Steiner. Equivale dizer, a função educativa não é somente a de instruir, mas também a de facultar o surgimento dos hábitos edificantes que somente o amor consegue insculpir no cerne do ser. Segundo Steiner, educar é harmonizar, arrancar do íntimo o conhecimento e condicionar os hábitos edificantes.
Os técnicos da psicologia índigo concordam que os Métodos Montessoriano e Waldorf são mais eficientes para a educação das crianças da Nova Era. E por quê? Porque as crianças índigo necessitam de mais ampla compreensão educacional, a fim de poderem desempenhar o seu papel na construção do novo mundo.
Os estudiosos das crianças índigo recomendam que seja feita com elas uma experiência educacional à base do amor profundo, porque, na cultura hodierna, pela necessidade de os pais trabalharem, perdem muito cedo o contato e o afeto com os filhos, delegando a tarefa a pessoas remuneradas, algumas competentes, outras menos, porém sem o sentimento profundo da afetividade. Mandam-nas às escolas muito cedo, contratam funcionários que nem sempre têm condições de os representar, nem paciência para lidar com essas crianças, que, facilmente, se rebelam, sentem-se desprotegidas, desamadas, quase sempre recorrendo à violência.
Através desses valiosos ensinos de Divaldo, recordamos que Rudolf Steiner sinaliza o papel primordial da autoridade paterna e materna, com as crianças de 7 a 14 anos, enfatizando que a mesma nunca deve ser imposta, todavia deveria ser o resultado natural de um relacionamento firmado no amor, no respeito e no reconhecimento das qualidades dos pais, sendo que estes devem realmente esforçar-se por as possuir. Ressalta que podemos, deste modo, aproveitar a riqueza das forças sentimentais que o jovem possui nessa faixa etária, quando deseja poder admirar, encontrar figuras ideais para amar.
Segundo Steiner, não poderia haver educação harmoniosa se os pais e os educadores não fossem admirados e aceitos como autoridades naturais, na base do amor.
Assim, se a criança não contar com estas características de autoridade amorosa em casa com os pais e na escola com