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Semiótica e psicanálise: Duas teorias do signo
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Semiótica e psicanálise: Duas teorias do signo
E-book232 páginas3 horas

Semiótica e psicanálise: Duas teorias do signo

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Sobre este e-book

Este livro discute sobre linguagem, matéria fundante tanto para a Semiótica como para a Psicanálise. A linguagem é uma zona de interseção entre os nossos sentidos e os fenômenos que nos circundam e provoca em nossas mentes representações, significações e interpretações. É por meio da linguagem que o real, a realidade e a ficção são conformados como emaranhados sensoriais e cognitivos, réplicas do mundo factual.

Enquanto a Semiótica está mais bem aparelhada para lidar com um presente fenomenal e observa os aspectos mais estruturalistas da linguagem, a psicanálise, além de observar aspectos estruturalistas, é capaz de entender como o indivíduo se implica na construção de um presente existencial. É justamente por causa da compreensão que a teoria psicanalítica tem sobre o papel do indivíduo no processo de significação que as duas teorias se tornam complementares.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de mai. de 2023
ISBN9786555067835
Semiótica e psicanálise: Duas teorias do signo

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    Pré-visualização do livro

    Semiótica e psicanálise - Olavo Bessa

    Agradecimentos

    Deixo uma palavra de reconhecimento à Universidade de Alfenas; à PUC-Minas, de Poços de Caldas; ao Politécnico de Milão e à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, onde atualmente estou sediado, pelo importante papel que tiveram na minha formação acadêmica. Meu reconhecimento vai também para as outras universidades por onde tive passagens mais breves, mas não menos importantes para minha experiência docente. Esses lugares de aprendizado são instituições abstratas, mas se apoiam em lugares físicos ideados e construídos por pessoas e que, principalmente, são frequentados por elas. Dirijo, portanto, o meu agradecimento a essas pessoas – professores, funcionários e alunos dessas instituições – que encontrei pelo caminho, pois sempre estiveram bem mais dispostas a abraçar do que a desferir golpes.

    Nunca fui alguém que gostasse ou quisesse trabalhar desacompanhado, por isso tenho que agradecer à Silvia Matos, que, na sua imensa generosidade, fez com que eu acreditasse que estive trabalhando sozinho para concluir este livro. Bem menos claro é meu entendimento sobre a importância, em Natal, de Helena Rugai e, em Milão, de Silvia Pizzocaro, pois, de alguma forma que não sei explicar muito bem, são responsáveis por eu encontrar um lugar acadêmico.

    Tenho muito a agradecer também ao Jhoelle, pois ele sempre cria as condições para que eu possa trabalhar e me concentrar naquilo que me importa. Ele sabe que tudo depende de um pouco de afeto.

    Pelas conversas iluminantes que tive com Gustavo Engel.

    Agradeço in memoriam a Roti Nielba Turin, que de forma brilhante ensinava a semiótica. Ela conseguia esclarecer os pontos mais intrincados do pensamento de Peirce, trazendo clareza aos complexos discursos dele, sem nunca reduzir sua teoria à simplicidade.

    Agradeço, também in memoriam, a Massimo A. Bonfantini, que de alguma forma plantou uma semente para que este livro nascesse, e estendo esses agradecimentos a Salvatore Zingale.

    Agradeço, ainda, o grande incentivo dado por Josimey Costa e Elizabeth Romani.

    Apresentação

    A base deste livro, Semiótica e Psicanálise: duas teorias do signo, é a semiótica e foi pautada principalmente pelos textos de Charles Sanders Peirce, examinado sobretudo por meio do material editado por Charles Hartshorne e Paul Weiss (Peirce, 1931-1935, 1958), mas outros textos provenientes de diversas outras fontes, sobretudo da psicanálise, foram amplamente acolhidos. A ideia principal é pensar uma teoria do signo que possa se conectar a uma atividade prática, mas que, especificamente, dê um aporte teórico sobre como operamos a linguagem. Algumas vezes apresento visões diferentes daquela proposta pela semiótica, e o faço tanto para reforçar ideias como para completar lacunas conceituais que considero sensíveis para um mais abrangente entendimento da estrutura e do funcionamento das linguagens. Haverá aquele leitor que se perguntará por qual motivo, então, este livro não tem um capítulo que fale especificamente sobre a linguagem, já que ela é matéria fundante tanto para a semiótica como para a psicanálise. Bem, todo este livro é sobre linguagem, e cada assunto tratado aqui serve para ajudar a esclarecer como a operamos. Parto do pressuposto psicanalítico de que só podemos manter uma relação de existência com o mundo por meio da linguagem. A linguagem é uma zona de interseção entre os sentidos humanos e os fenômenos que os circundam, sendo que os próprios sentidos e os próprios fenômenos se assentam sobre a linguagem e se estruturam com ela, pois nada daquilo que está fora da linguagem para nós pode existir. Assim, linguagem é entendida neste livro como a estrutura que abriga os mecanismos de transformação daquilo que para a gente ainda não existe em coisas que passam a existir. Dessa forma, os seres humanos enquanto cientes do mundo e de si mesmos são, eles mesmos, estruturados como linguagem, e isso lhes dá a faculdade de transformar o que ainda não é em algo que passa a ser.

    Muitas vezes me deparei com outros textos que pensam a semiótica aplicada. Se não estão citados neste livro é porque ou me escaparam, e por isso peço desculpas, ou apresentam uma proposição discrepante das concepções ora propostas e dão ao texto de Peirce interpretações incongruentes – às vezes conflituosas – àquelas apresentadas neste livro. Isso não quer dizer que o debate não seja bem-vindo, muito pelo contrário, é a base para a constituição de uma visão mais espraiada e ao mesmo tempo mais integrada do lugar da linguagem na compreensão e transformação do mundo que nos circunda.

    Temos ainda que alguns conceitos originários de fontes diversas serão apresentados umas vezes como propõe o autor, outras somente para sustentar uma fala em uma direção diferente daquela intencionada pelo texto original. Não sou, por exemplo, um expert no trabalho de Lacan, então algumas vezes vou cometer o pecado de me apropriar somente de compreensões segmentadas de seu trabalho, evitando a amplitude de sua obra, certamente necessária no contexto da psicanálise, mas negligenciável no contexto desta obra. A intenção aqui é contrastar – ou melhor, complementar – com a visão psicanalítica aquilo que eu imagino faltar à semiótica. A semiótica se concentra nos aspectos estruturais da experiência humana, enquanto a psicanálise, apesar de ser também estruturalista em alguns aspectos, é capaz de dar respostas também de cunho existencialista.

    Por fim, para lidar com as questões do sujeito pré-noético, foram trazidas algumas noções apontadas pela psicanálise e sistematicamente aprofundadas pela neurociência a partir das visões de Daniel Dennett, Antônio Damásio e Gerald Maurice Edelman. Se a semiótica e a psicanálise são capazes de dar um ótimo entendimento sobre os filtros sensoriais e cognitivos na aquisição das informações, a neurociência tem sido capaz de aprofundar uma questão crucial apontada pela psicanálise referente à atuação de filtros biofisioquímicos durante a aquisição da informação.

    1. Lidando com o mundo

    Um amigo físico me disse uma vez: Não conseguiremos nunca ter um diálogo razoável sobre qualquer assunto se antes não entrarmos em acordo sobre a definição que estamos dando às palavras. Ele me disse isso depois de uma breve discussão. Éramos professores na mesma instituição de ensino e estávamos conversando sobre mudanças ocorridas no nosso ambiente de trabalho. Eu, então, querendo melhorar o astral, disse que a vantagem do ser humano é que ele se adapta com muita facilidade às mudanças do ambiente. Ele disse que a capacidade de adaptação do homem era, se não exatamente a mesma, pelo menos idêntica à de qualquer outro animal. Eu tinha em mente as mudanças comportamentais imediatas, em função do ambiente; ele tinha em mente as transformações biológicas, também em função do ambiente. Depois de algumas trocas efusivas de palavras, um achando que o outro sustentava um conceito errado, entendemos que apenas tínhamos atribuído um valor diferente para a mesma palavra. Ponderamos e entramos no acordo de que a palavra que melhor se encaixaria no meu discurso, que melhor explicaria o que eu queria dizer e daria menos margem a dúvidas, seria ajuste. Entre nós e para aquele discurso decidimos que a palavra ajuste implicaria uma atividade deliberada de correção ou alteração do estado de algo, enquanto adaptação teria um caráter menos ativo, pois seria algo que poderia acontecer como consequência de uma mudança ou emergir a partir de novas circunstâncias. Na verdade, não importa se havíamos dado um significado correto às palavras, o importante é que, tendo entrado em acordo quanto à definição de cada vocábulo, pudemos prosseguir produtivamente a nossa conversa.

    Essa foi a motivação para criar este capítulo. Precisamos entrar em acordo sobre quais são os significados que estamos dando às palavras. Tratarei da questão do real e da realidade pela absoluta necessidade de destacar os fatos que acontecem no mundo concreto, como fenômeno, dos fatos que são reconstruídos em nossas mentes, a partir do fenômeno, e que podem ser chamados de realidade ou real interpretado. Não que o real possa existir fora de nossas mentes, mas ele é aquela parte formada em nossa mente sobre a qual não temos nenhum controle.

    Será explicada, também, a relação entre significante e significado, não somente pelo ponto de vista da semiótica, mas também pelas observações avançadas pela semiologia de Saussure e pela psicanálise com base principalmente no discurso de Jacques-Alain Miller proferido durante as conferências caraquenhas, mas também a partir de outras vozes, como Recalcati e Greco. A ideia não é entrar profundamente no argumento, mas relacioná-lo com o tópico que explica a diferença entre real e realidade, estabelecendo uma ligação entre significante e significado.

    Além de entrarmos em acordo sobre as definições dos termos centrais deste estudo, acho necessário explicar os termos presentes no discurso acerca do triângulo semiótico de Peirce, como primeiridade, secundidade e terceiridade. Esses três conceitos estão envolvidos em três momentos operacionais do pensamento, já que nosso processo de apropriação do real e sua transformação em realidade ocorrem por meio de leituras, análises e proposições que fazemos a partir do mundo fenomenológico. É na base desses três estádios do signo semiótico que se desenrola a semiose, ou seja, o processo de significação proposto pela semiótica.

    Real e realidade

    Esses são dois termos usualmente empregados de maneira indistinta. Ambos, no entanto, não podem ser exatamente a mesma coisa, visto que realidade é real somado ao sufixo -idade (real + (i)dade). Esse sufixo substantiva adjetivos, como acontece com o adjetivo feliz, que, substantivado, se torna felicidade ou belo, que se torna beldade. O termo realidade, portanto, é uma substantivação do adjetivo real.

    Acontece que a palavra real pode ser tanto um adjetivo como um substantivo. Que há distinção entre real adjetivo e realidade substantivo não se discute, além do mais, esse é um assunto que não interessa muito a este estudo. Temos, então, que confrontar real (o substantivo) com realidade (o adjetivo real, substantivado) e entender no que ambos os termos podem diferir um do outro.

    Simões (2009), na sua dissertação de mestrado intitulada Estudo semântico e diacrônico do sufixo -dade na língua portuguesa, demonstra sua preocupação com a falta de atenção a essa desinência e a seu significado. Podemos dizer que, por um lado, estamos perseguindo um significado intrínseco ao termo -dade, por outro, o significado somente poderá ser gerado se o fizermos a partir do sentido expresso pelos valores em uso naquele contexto de análise. Para Simões, o afixo -dade é detentor de um valor sistêmico depreendido do valor contextualizado do vocábulo derivado, e isso indica que a partícula -dade é polissêmica. A autora apresenta diversos estudos que consideram o sufixo -dade, sendo recorrente nas fontes consultadas a indicação de que o termo está ligado a uma qualidade abstrata, e conclui reafirmando essa ideia dizendo que são abstratos os termos que aludem às ações, aos estados e às propriedades. Diz também que certos conceitos abstratos têm uma face concreta por tendências de cunho figural (como o uso de metáforas e metonímias), que influenciam não apenas os produtos derivados, mas também as próprias bases de sua formação (p. 207). Originalmente, no latim, o termo -dade esteve relacionado à qualidade daquilo que está expresso na base do vocábulo. Então, enquanto metáfora ou metonímia, a realidade não é o real, mas a substituição daquilo que é real por uma qualidade abstrata. Realidade pode ser definida, também, em seu aspecto polissêmico, como: o fato de ser real; propriedade/qualidade de ser real; aquele ou aquilo que é real; e a partir do século XIX também pode ser entendida com o sentido de conjunto do que é real. Acostou-se a essas considerações lexicais a interpretação de Heidegger (1927/2002), que, mesmo não criando uma distinção entre as palavras real e realidade, explica com clareza, no seu livro Ser e tempo, a existência de algo que ocorre fora da mente (extra-mentis) e de algo que ocorre dentro da mente (intra-mentis).

    A discussão entre o que acontece dentro e fora da mente se complica quando factualmente ocorre a ilusão, pois, em si mesma, a ilusão é real e verdadeira, apesar de ocorrer na mente. Ainda que a ilusão seja algo que acontece intra-mentis, como ficção, é também algo que está extra-mentis, enquanto é um fenômeno que existe concretamente em forma de sinapses e não apenas no imaginário. De qualquer forma, o que interessa aqui é a compreensão de que há coisas que ocorrem extra-mentis, no mundo dos fenômenos, e por um processo de idealização essas coisas se tornam algo intra-mentis, no mundo das ideias. A tentação de correlacionar real e realidade à interpretação de Heidegger, mencionada no parágrafo anterior, é grande. Poderíamos propor que o termo real fosse empregado para designar o que é extra-mentis e realidade para definir o que é intra-mentis. Aqui a questão é bastante sutil, mas é fundamental precisar que o conceito de real que se está defendendo não é aquela parte que existe independentemente da minha mente ou da minha existência, mas é justamente aquela parte que minha mente não pode de forma alguma manipular. O real é aquela parte mentalmente introjetada sobre a qual não temos nenhum controle, e que, portanto, não podemos modificar, a menos que intervenhamos sobre a fisicidade das coisas. É provocado por elementos extra-mentis, condicionantes do pensamento que não podem ser interpretados de modos diferentes, pois simplesmente existem di per se.

    Um psicanalista italiano, Massimo Recalcati, em um brevíssimo artigo (Recalcati, 2012) que expõe uma clara crítica ao seu campo de atuação, explica a distinção entre real e realidade pelo ponto de vista psicanalítico. O autor diz que a psicanálise, por certas teorias, mas também por certas práticas, autoriza o terapeuta a ter uma espécie de delírio da interpretação. Ele cita três casos: um caso em que um famoso analista se precipita a interpretar a decisão de cortar a barba tomada por um paciente como um comportamento anal-agressivo, sinal de transferência negativa, que é a condensação de vivências dolorosas e projetadas, neste caso, sobre o próprio analista; um outro caso, com o protagonismo de Melaine Klein, que, não tendo suspendido seu trabalho de analista durante a Segunda Guerra Mundial, interpretou como defesa o terror de um menino que, no momento da sessão psicanalítica, procurou refúgio quando ouviu o barulho dos bombardeiros alemães nos céus de Londres; e, por último, cita um caso em que um importante analista italiano explica que, se durante a sessão um paciente conta que ficou entretido com sua caixa postal abarrotada de e-mails, isso significa que naquela sessão ele está com dificuldades para falar de si, significa que ele está sentindo que sua palavra está obstruída. Expostos tais eventos, para além de essas afirmações serem plausíveis ou não, Recalcati é bastante eficaz em explicar como o delírio hermenêutico dos psicanalistas contribui para dissolver a realidade concreta em um conjunto de projeções fantasmáticas do sujeito. O mundo interior cobiça integralmente o mundo exterior, e a realidade psíquica acaba coincidindo com a própria realidade. Recalcati menciona que Freud dizia que o psicanalista, na arte da interpretação, corria o risco de dar aval a uma versão paradoxal do jogo de cara ou coroa: se der cara eu venço, se der coroa você perde.

    O real, no entanto, não pode se confundir com a realidade, e tanto menos a realidade pode se confundir com a interpretação que damos dela. O que ocorre, porém, é que, muito frequentemente, não somente os psicanalistas substituem a realidade efetiva por uma realidade psíquica: nós também o fazemos. Todos nós cedemos à tentação de lidar com o mundo não por aquilo que ele objetivamente é, mas pela mediação das interpretações que damos a ele. Uma projeção autoritária do que eu sou e penso sobre aquilo que o mundo é, constrangendo-o a se tornar aquilo que eu projetei para ele ser.

    Em 2012, Recalcati fez menção a um termo cunhado por Maurizio de Ferraris: inemendabilidade. O texto mais antigo apresentando o termo criado por Ferraris que eu encontrei foi um artigo de 8 de agosto de 2011, escrito para o jornal italiano La Repubblica. Sobre o termo, Ferraris explica:

    Mas a água molha e o fogo queima, quer eu saiba disso, quer eu não saiba, independentemente da linguagem e da categoria. Até um certo ponto, tem alguma coisa que resiste. É aquilo que eu chamo de inemendabilidade, a característica saliente do real. O que pode ser certamente uma limitação, mas que, ao mesmo tempo, nos fornece exatamente aquele ponto de apoio que nos permite distinguir o sonho da realidade e a ciência da magia. (Ferraris, 2011)¹

    O autor denuncia que, muitas vezes, falta esse ponto de contato com o real, reduzindo o ato psicanalítico, sobretudo nas linhas anglófonas, que tendem a ser mais literais, de uma interpretação a uma mera ilação priva de sustentação. Em contrapartida, diz ainda Recalcati, existe outra versão da psicanálise que a quer não como uma teoria da interpretação dentre outras, mas como uma teoria e uma prática dos limites da interpretação. Sobre a questão da interpretação e de seus limites, recomendo dois livros de Umberto Eco (1990, 1992/1993) sobre o assunto ou o texto intitulado Lector in Fabula (Eco, 1979/1986). Por ora, é importante, como acusa Recalcati, dizer que os novos realistas e os hermeneutas se descuidam em discernir o real da realidade, acabando por usar esses dois termos como se fossem sinônimos, mas existe uma explicação psicanalítica abordada por Recalcati que os distingue. O real tem um caráter permanente, mas a realidade assume características dessa permanência, como se fosse independente da vontade do sujeito, mas na verdade envolve a própria pessoa que a constrói.

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