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Palavras Soltas ao Vento: Crônicas, Contos e Memórias
Palavras Soltas ao Vento: Crônicas, Contos e Memórias
Palavras Soltas ao Vento: Crônicas, Contos e Memórias
E-book105 páginas1 hora

Palavras Soltas ao Vento: Crônicas, Contos e Memórias

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Sobre este e-book

Este livro é uma pequena coletânea de crônicas, textos e contos que eu escrevi nos últimos anos. Todo o conteúdo diz muito sobre cada momento meu, angústias, descobertas, medos, alegrias e buscas. Todos eles são a minha forma, não de ensinar, mas de aprender.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de dez. de 2017
ISBN9781370406562
Palavras Soltas ao Vento: Crônicas, Contos e Memórias

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    Palavras Soltas ao Vento - Marco Paulo Chaves

    Há tempos eu venho ensaiando para desenvolver esse tema. Não que eu já o tivesse escrito e reescrito várias vezes, mas sim, pensado nele em vários momentos da vida. Desde a tenra infância, na escola, na faculdade, na vida profissional e na vida pessoal. Ele sempre aparece.

    Quem já não ouviu: Você precisa trabalhar melhor esse seu ponto fraco!. O foco sempre está onde você não é bom. A cobrança sempre vai para aquilo que você não faz bem. E o que você de fato faz bem, fica sempre relegado a segundo plano. Se você é bom em educação física, precisa dar foco em matemática. Se você é criativo, precisa dar foco no seu raciocínio lógico. Se trabalha melhor sozinho, precisa dar foco em trabalho em equipe. E assim vai.

    Eu sempre fui bom em artes, trabalhos que exigiam criatividade e raciocínio lógico. Sempre fui péssimo em física, química e biologia. Me dou bem com a palavra escrita, mas não com a oratória. Gosto do outono, não gosto do verão. Enfim, faço bem certas coisas e outras não. Como 100% da população mundial. Ninguém é bom em tudo, não existe isso.

    Dos meus 25 anos para cá, venho priorizando as coisas que eu faço bem, visando fazê-las melhor ainda. E eu entendo que essa é a busca da perdida Árvore da Vida. A busca do Dom que todo mundo tem. O que mais tenho visto são pessoas fazendo aquilo que não gostam. Pessoas que, ou estão tão perdidas para intuir o seu Dom, ou se acham velhas demais para começarem o que sempre gostaram de fazer. Não sei bem em qual dos dois casos eu me encaixo um pouco.

    A nossa sociedade não estimula o dom pessoal, mas estimula a competição mediana. Todos devem saber tudo. Não basta ser um Einstein na física se no vestibular você for um lixo em redação ou história. Não basta mais falar inglês, agora todos devem falar Espanhol, uma terceira ou quarta língua. Não basta ter curso superior, tem que ter MBA e de preferência no exterior!

    Enfim, tudo conspira para que todos sejamos iguais, pois, apesar de cada indivíduo ser único, temos que ter conhecimentos iguais. Ou seja, vamos todos nos tornar medianos, sabendo de tudo um pouco e não sabendo nada bem, pouco de muitas coisas ao invés de muito de poucas coisas.

    Eu sempre penso que a probabilidade de se ganhar dinheiro é inversamente proporcional àquilo que você odeia fazer. Quando se gosta do que faz, quando conseguimos enxergar onde somos bons e fortes, a gente faz melhor que todo mundo. E é aí que nos destacamos da multidão. E, pessoal: Não tem idade pra descobrir isso! Se você descobrir o que de fato gosta aos 20, melhor pra você. Mas você pode descobrir aos 30, 40, 50, 60, etc. Mas descubra antes de morrer.

    Conheci na vida profissional, mentes brilhantes que cursaram faculdades de segunda e mentes medíocres que cursaram faculdades de primeira. Não importa o quanto você sabe, mas sim o que você tem feito com o que sabe. Uma biblioteca fechada não é um espaço de conhecimento, mas sim um restaurante de traças.

    Sei que conselho, se fosse bom a gente vendia. Mesmo assim pelo menos reflita sobre isso: qual é o seu Dom? Uma dica: nos sentimos mal quando estamos longe dele e bem quando estamos perto.

    Aposte no que você faz bem, mesmo que todos digam o contrário. O prazer está em conseguir manifestar o seu Dom neste momento, nesta vida. Todo o resto é consequência.

    ******

    O TEMPO

    É impossível falar sobre o tempo, sem creditar a ele o eterno passar. Porque o tempo passa. E ele só cura porque passa, porque deixa para trás. Principalmente a partir dos 40, ele parece que passa mais rápido. Parece que quando se chega a essa idade é como uma preparação, tipo um ENEM para a próxima fase. Não que a gente fique velho de repente, mas as engrenagens começam a mostrar sinais de que estão desgastando. Nessa fase a gente começa a pensar bem de leve na finitude da vida. Sobre o que fizemos até agora e o que ainda queremos fazer.

    Nascemos, crescemos, começamos a ler e a aprender sobre as coisas da vida, sempre da perspectiva dos pais e das pessoas ao nosso redor, principalmente quando estamos em formação de caráter. E a perspectiva deles é a soma de suas experiências de vida, da perspectiva de seus próprios pais, avós e toda uma geração. É como um DNA que passa não pelo sangue, mas pela convivência, pela tradição. Fazemos coisas, tomamos decisões que talvez nossos avós também tomassem. Tudo isso cria nosso ego individual, mas paradoxalmente, coletivo. Então crescemos colecionando bagagens alheias.

    Vivemos em uma realidade paralela onde nos desenvolvemos. Podemos seguir determinada carreira por influência dos pais ou não. Podemos ser instruídos a desenvolver nossos dons e a seguir nosso coração ou não. Temos um emprego que podemos gostar ou não. Ganhamos um salário que achamos justo ou não. Podemos casar por puro amor ou por pura comodidade. Ou então podemos ficar solteiros, pois se relacionar com os outros já é muito complicado, afetivamente, então, nem se fala. Temos filhos por que os amamos ou porque a sociedade nos cobra à medida que constituímos uma família.

    Enfim, a vida vai passando, vamos enchendo a mochila de coisas, carregando bagagens que nem sempre são nossas. Mas chega um momento da vida, e aí voltamos aos 40, que tudo começa a ser questionado, a ser repensado. Cumprimos o nosso papel? Quer dizer, criamos a vida que nós queríamos criar para nós mesmos? Em que acreditamos de verdade? Começa aí, para muitos, a busca de uma razão de estar neste planeta vivendo essa experiência com plenitude. A espiritualidade começa a cobrar respostas que nem sempre temos. Muitas vezes nem pensamos nas perguntas...

    Muitas pessoas nessa faixa etária começam a buscar as respostas que faziam quando eram mais jovens, com seus 20 e poucos anos. Algumas não têm esse problema e são 100% realizadas. Lindo, mas são poucas, imagino. Isso é como a achar que o mundo é igual ao Facebook: todos são lindos, saudáveis, bem relacionados, felizes e sem problema algum. Porque será que a depressão é considerada o mal do século? Porque buscamos a felicidade fora de nós mesmos? E não estou aqui dando uma de guru ou escrevendo sobre autoajuda. Parafraseando Rubem Alves (sempre ele!): Tudo o que eu escrevo é sempre uma meditação sobre mim mesmo. Ou seja, estou no bolo também. Também estou em busca de algo.

    Do que as pessoas mais sofrem hoje em dia: depressão e ansiedade. Viver no passado gera depressão. Viver no futuro gera ansiedade. Porque não vivemos no aqui e agora? Na meditação se fala muito do momento presente, por isso mesmo todas as técnicas são feitas para trazer você para o agora. Uma dessas técnicas é prestar atenção na própria respiração: porque é impossível pensar nos seus problemas passados, presentes ou futuros se você estiver de fato focado no ato de inspirar e expirar.

    Conheço algumas pessoas nessa fase da vida que estão se reinventando, dando uma guinada na vida. Mudando completamente o rumo. Pois não está escrito em nenhum

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