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Pedra no Lago: Inspirando o Bem
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Pedra no Lago: Inspirando o Bem
E-book171 páginas1 hora

Pedra no Lago: Inspirando o Bem

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Sobre este e-book

Existe algo no âmago do ser que clama por se expressar. No silêncio, sentimos que o melhor de nós está encapsulado pela forma humana. É a alma, portadora do nosso propósito, que confere sentido e significado à vida, trazendo alegria genuína e paz constante.
Ao longo de nossa existência, depositamos várias camadas que inibem a plena manifestação de nosso ser, e o apelo da alma frequentemente fica sem resposta. Grande parte de nossa vida é consumida pelo foco no eu individual, moldado por sistemas de crenças e pela cultura do desejo e da satisfação das necessidades. Mais do que nunca, é essencial alinhar nossos pensamentos, sentimentos e ações ao "comandante da carruagem": nossa alma, nosso Eu Superior.
Quando embarcamos na sincera busca pelo autoconhecimento e pela harmonização com nosso mundo interno, algo nos permeia e transforma. Passamos a enxergar e analisar os fatos da vida, inclusive aqueles que nos desagradam, com a visão de um aprendiz, cujo desejo de aprimoramento nunca se enfraquece. Assim, as sementes do bem brotam e, gradualmente, percebemos a chegada da consciência de unidade, curando-nos do egoísmo e da ilusão da separação.
Este modesto livro contém artigos originais, experiências vividas e inúmeras citações de filósofos e espiritualistas, instrutores especiais que nos auxiliam na busca pela sabedoria e na tarefa de superar a nós mesmos, a mais complexa das batalhas.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento25 de ago. de 2023
ISBN9786525457253
Pedra no Lago: Inspirando o Bem

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    Pedra no Lago - Humberto Lemgruber

    Parte 1 -

    Artigos

    O dono da carruagem

    Em meio à batalha, não seja tu o guerreiro,

    mas deixe que o Guerreiro guerreie em ti

    — Zen-budismo

    É sempre importante enfatizar que existe uma região do nosso ser, um núcleo de consciência mais elevado ao qual precisamos acessar para poder viver alinhados com nosso propósito, com aquilo que o Pai idealizou para nós. Isso funciona como uma premissa, não motivada por fundamentalismos ou crenças, mas, sim, por experiências fugidias de uma alegria que transcende a compreensão mental. São vivências sutis que não cabem em palavras nem podem ser explicadas pela razão, mas que são compreendidas pelo coração.

    Sempre me vem à mente a analogia conosco e o oceano: em geral, temos apenas a consciência das ondas da superfície, nossa mente, e quase nunca acessamos a serenidade, a paz e o silêncio das profundezas desse oceano. Ficamos ao sabor das ondas e somos fortemente contaminados pelas correntes do pensamento coletivo. É preciso mergulhar no profundo de nós mesmos e encontrar a paz que excede todo entendimento.

    Outra analogia é a gaivota Jonathan, personagem do filme e do livro Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach. Inconformada com as limitações impostas pelo bando, ela decide experimentar voos mais altos com o objetivo de ganhar impulsão e velocidade para acessar uma região mais profunda do oceano em busca de espécies de peixes mais raras. Tornou-se, por isso, uma gaivota proscrita; o bando a expulsou, porque ela resolveu pensar fora da caixa e trouxe à tona, inconscientemente, as fraquezas do grupo. Mas o preço do isolamento foi amplamente recompensado pela maravilha de poder experimentar a renovação da vida, sentir a expansão de consciência que novos voos e mergulhos trouxeram. Um filme reflexivo, cheio de simbolismos e aprendizados. Imperdível.

    No entanto, é a parábola dos Upanixades da antiga Índia que representa mais claramente o salto que devemos dar para vivermos de forma íntegra com nosso Ser Interior, com nossa alma. Talvez esse seja nosso maior desafio como ser humano: migrar de uma consciência focada puramente na mente para vivermos a consciência superior, expressando a vontade do verdadeiro Dono da Carruagem. Essa aspiração pela transcendência é a verdadeira cura do egoísmo, a causa-raiz de toda infelicidade humana.

    Que possamos dar esse salto de consciência, de forma a expressarmos no dia a dia o amor e a verdade que sentimos nas profundezas de nós mesmos. No entanto precisamos escutar a voz silenciosa do nosso ser para finalmente conhecermos o que é estar unidos e irmanados com toda a vida manifestada. Nossa vida, assim, dará sempre certo, independentemente dos resultados e dos acontecimentos, os quais ficam por conta do destino e serão sempre oportunidades de equilíbrio, aprendizado e crescimento.

    Nos momentos de dificuldades, lembre-se: em meio à batalha, não seja tu o guerreiro, mas deixe que o Guerreiro guerreie em ti. O Guerreiro é a nossa alma e devemos entregar a ela a condução da nossa vida.

    Eis a parábola¹:

    Um cocheiro conduz uma parelha de cavalos, usando o chicote para que galopem cada vez mais depressa. O dia é ensolarado; ele está exaltado, como se fosse dono do mundo. De dentro da carruagem, soa uma voz longínqua: Pare". Em seu entusiasmo, o cocheiro ignora aquela voz; nem sabe ao certo se ouviu alguma coisa. De novo, a mesma voz suave ordena de dentro da carruagem: ‘Pare’.

    "Dessa vez o cocheiro sabe que ouviu uma ordem, o que o deixa raivoso, por isso chicoteia os cavalos para correrem ainda mais depressa. Mas a voz dentro da carruagem continua a repetir sua ordem, sem jamais aumentar o tom, até o cocheiro se lembrar de uma coisa. O passageiro é o dono da carruagem! O cocheiro puxa as rédeas, e, lentamente, os cavalos param de correr.

    "Nessa parábola, os cavalos são os cinco sentidos e a mente, sempre fustigados pelo ego para seguir adiante. O ego sente que controla tudo. Mas o dono da carruagem é a alma, cuja voz suave espera paciente ser ouvida.

    A mente reduz sua atividade frenética e, com o tempo, aprende a parar. Parar não é um fim em si mesmo; é a base para saber quem você realmente é: uma alma com seus atributos. Esses atributos são as características da consciência pura.

    "Quando o Sol se põe no recolhimento do crepúsculo calmo, todo o meu ser se prostra diante de Ti, ó Senhor, numa muda adoração e abandono completo.

    Depois, tornei-me a Terra inteira e a Terra inteira prostrou-se diante de Ti, implorando a bênção de Tua iluminação, a beatitude de Teu amor. Oh, a Terra ajoelhada que suplica por Ti, que depois se recolhe no silêncio da noite, esperando, com paciência e ansiedade, a iluminação tão desejada!

    Se há doçura em ser Teu divino amor trabalhando no mundo, há doçura igualmente grande em ser a infinita aspiração que se eleva para esse infinito amor.

    E poder mudar assim, ser sucessivamente, quase simultaneamente, o que recebe e o que dá, o que transfigura e o que é transfigurado, identificar-se com a obscuridade dolorosa e também com o esplendor todo-poderoso, e nessa dupla identificação descobrir o segredo de Tua unidade soberana, não é isso uma maneira de expressar, de cumprir Tua vontade suprema?"

    Mirra Alfassa, A Mãe


    1 Texto retirado da obra de CHOPRA, Deepak. Ciência x Espiritualidade. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. p. 286-287.

    Alinhamento do Ser

    A mente é qual um espelho; colhe pó enquanto reflete.

    São necessárias as suaves brisas da sabedoria da alma para

    limpar o pó de nossas ilusões. Procura, ó principiante, fundir tua mente e alma.

    — Helena Blavatsky

    Quando nos predispomos a fazer o alinhamento entre as emoções, o corpo físico e a mente com nossa alma, temos a ilusão de que não conseguiremos ficar em silêncio e alcançar, mesmo que por alguns instantes, um estado de quietude mental. A mente vagueia sem rumo, como uma voz dentro da cabeça, e a cada tentativa de parar os pensamentos, acabamos fortalecendo-os ainda mais.

    Parece que a chave está na simples observação dos pensamentos, permitindo que eles fluam, mas sem nos identificarmos com eles, sem julgamentos de qualquer tipo; apenas observando-os e deixando-os passar como nuvens no céu. À medida que a prática da auto-observação é consolidada, fica evidente o quanto não fomos habituados ao silêncio e à quietude. Por causa disso, reforçamos a crença de que somos aquilo que nossa mente nos diz que somos, e isso é um equívoco fatal.

    Por outro lado, os pensamentos coletivos e a energia que paira no astral planetário nos afetam profundamente, tornando os véus que nos separam do verdadeiro ser que somos em essência ainda mais densos. É necessário silêncio e alinhamento interior.

    Acreditar e dar voz à nossa mente é uma forma de escravidão, como se colocássemos uma pesada corrente amarrada aos nossos pés, que simplesmente nos imobiliza e fortalece o que deve ser transcendido. Não somos, de fato, prisioneiros de nossa mente, mas só alcançaremos a liberdade ao acessar essa região interna, aquilo que é imortal dentro de nós e não está contaminado pelos padrões mentais formados ao longo da vida.

    Em geral, você simplesmente não usa a mente. É ela que usa você.

    Essa é a doença. Você acredita que é a sua mente.

    Eis ai o delírio: o instrumento se apossou de você.

    — Eckhart Tolle

    Esse alinhamento é a chave que nos cura dos males das críticas, dos julgamentos, das culpas, dos ressentimentos, dos preconceitos e da eterna luta que travamos conosco mesmos, a batalha mais difícil de ser vencida. De um lado, há uma parte que nos atrai para o antigo, para aquilo que precisa morrer em nós; do outro, está o novo ser, encapsulado, cuja casca precisa ser rompida; dentro dele reside aquilo que dá sentido à vida.

    Geralmente, optamos por evitar as dores do parto, agindo sempre com livre-arbítrio, sem consultar nossa alma. O verdadeiro ser acaba permanecendo em constante estado de gestação, o que nos impede de cumprir nosso propósito no mundo. Assim, não manifestamos aquilo para o qual fomos destinados, nos afastando cada vez mais do nosso propósito.

    Após a fase crítica das tempestades mentais, que pode ser mais ou menos longa, dependendo da consistência na prática da auto-observação, direcionamos nossa atenção para a respiração como forma de criar estabilidade física, emocional e mental. Sentir a presença do ser e cultivar a atenção plena são formas de descanso e pacificação da mente.

    Qualquer que seja a direção que você tome, a agulha da bússola sempre aponta para o Norte. O mesmo deveria ser com você. O que quer que você faça e aonde quer que você vá, deixe que sua mente permaneça em seu coração.

    — Mooji

    A estabilização requer que deixemos de lado todo o passado e o futuro, assim como planos, metas, conceitos, desejos, julgamentos, sentimentos, ressentimentos e tudo mais. Apenas o presente importa. É como se entrássemos descalços em uma sala, deixando os sapatos sujos da lama dos pensamentos e sentimentos na porta. Dessa forma, poderíamos ouvir os sussurros que surgem desse estado de quietude.

    Essa prática não requer experiência anterior, nem conhecimentos prévios, não precisa ser perfeita e também não está ligada a crenças e dogmas. Apenas precisamos relaxar no Ser e sentir sua presença. Como tudo está interligado, o estado de quietude é um serviço que prestamos a nós mesmos e à humanidade. É como pequenas pedras lançadas no lago da vida, criando as condições para que esse bem tenha ressonância em toda a aura planetária.

    É verdade que nossas vidraças ainda estão bastante embaçadas, mas a cada dia em que nos alinhamos com nossa alma, é como se aplicássemos um dissolvente que limpa a poeira e nos aproxima do nosso Ser Real.

    Nesse contexto, cabe mencionar uma citação dos Upanixades sobre a auto-observação de nós

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