O que aprendi com a espiritualidade
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Sobre este e-book
O livro traz uma visão de que somos centelhas divinas, prontas para compreender a responsabilidade por tudo que ocorre em nossa vida, inclusive as consequências de cada direção que seguimos.
Há muitos caminhos até chegarmos ao grande despertamento, mas é por meio do nosso autoconhecimento que desenvolvemos as percepções, as sincronicidades e uma visão mais ampla do universo e seus sinais.
Que você possa encontrar neste livro um direcionamento espiritual, o seu papel no mundo e um novo sentido em sua existência terrena.
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O que aprendi com a espiritualidade - Tânia M. Silva
Introdução
Este livro tem por finalidade orientar o leitor a se descobrir enquanto criatura encarnada nesta vida. Como principal alvo, àqueles que de alguma forma sabem que são seres sensíveis e são convidados a participar de uma nova era divina.
São muitos os desafios que enfrentamos, somos muitas vezes autossabotadores, não permitindo que a comunicação divina estabeleça uma conexão conosco, porque somos criados para viver apenas o que vemos, muito pouco o que sentimos.
Tenho me perguntado até quando vamos nos fazer de crianças espirituais que se recusam a crescer e evoluir como seres multidimensionais que somos?
Muitas vezes, somos bombardeados com tantas informações que nos impedem de olharmos para as nossas vidas e focarmos naquilo que realmente viemos fazer aqui na Terra.
Esta nova era ou, se preferir, este novo século, veio nos chamar para essa conexão com o todo, há sinais por todos os lados, Anjos, Arcanjos, Guias, Mestres e Mentores que estão tão próximos de nós, porém a nossa falha é não se entregar para o divino que está em nós, chegando a recusar-se a olhar para dentro de si, onde estão todas as respostas que precisamos.
Espero que o leitor, a partir de minhas experiências sobre a espiritualidade, possa entender melhor aquilo que busca no seu mais profundo eu.
Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos.
(Mateus 22:14)
Boa leitura!
Breve relato
de minha vida
Nasci na cidade de Paranavaí-PR na qual não cheguei a morar, pois na cidade onde meus pais viviam não havia hospital e minha mãe corria o risco de morrer no parto normal, então vim ao mundo através de uma cesariana. Sou a segunda filha e caçula do casal, com diferença de sete anos de meu irmão. Minha mãe não queria outro filho, pelo parto tão difícil que teve, mas como minha vinda era importante, acabei vindo de uma situação inusitada.
Fui uma criança muito sensível e ao mesmo tempo muito protegida. Tive uma infância muito feliz, embora já percebesse desde pequenina que minha família tinha seus problemas, sentia que eles precisavam de mim e que eu precisava ser uma boa filha. Isso reverbera quando tinha cinco anos de idade, que já me preocupava em não afligir meus pais.
Naquela idade eu ainda chupava chupeta e, ao ouvir minha mãe reclamar para uma amiga que não conseguia me convencer a deixá-la, decidi naquele mesmo dia não mais usar chupeta. Minha mãe chegou até deixar no meu berço a chupeta, porém fiquei irredutível, embora quisesse muito. Foi, a primeira vez que precisei lidar com os meus conflitos internos e tomar uma decisão difícil para a minha idade, todavia fui muito eficaz na minha coragem de mudar.
Passei boa parte da minha infância e juventude numa cidade chamada Paranacity, sim, este é o nome dela, fomos morar lá quando eu tinha seis anos de idade. Naquela época, na cidade havia em torno de cinco mil habitantes. Foi nessa cidade que aprendi muito. Lá fiz ballet, que foi a minha grande paixão. Quando dançava sozinha, era aplaudida de pé por muitas pessoas. Eu dançava com a alma e sentia-me leve e feliz, minha professora querida dizia-me que eu já tinha nascido pronta para a dança. Foi um grande e inesquecível momento em minha vida. Infelizmente por conta da condição financeira de meus pais, tive que abandonar o meu grande sonho de ser uma bailarina clássica. Foi muito frustrante para mim na época, chorei muito, sentia um vazio inexplicável, porém no íntimo sabia que essa não era a minha missão de vida e segui na firmeza de que nem tudo dependia de mim.
Minha pré-adolescência foi muito conturbada e conflituosa, fui obrigada a amadurecer desde muito cedo, pois tivemos a infelicidade de ver meu irmão entrar nas drogas. Sem dúvida alguma, essa substância quando entra num lar, toda a estrutura dele é abalada. Triste demais ver o sofrimento de minha mãe, brigas e mais brigas, ninguém se entendia. Eu perguntava para Deus: O que eu estou fazendo aqui? Por que tenho que passar por isso?
. Trancava-me no quarto, chorava muito, rezava, entretanto, não via saída. Só o tempo foi capaz de amenizar aquela situação tão difícil e que, futuramente, encadearia a tantas outras atribulações: meu irmão acabou saindo de casa, indo para terras distantes e passou por momentos muito difíceis em sua vida, deixando minha mãe num sofrimento intenso.
Infelizmente essa substância ilícita, além de provocar transformações comportamentais e físicas num indivíduo, contribui significativamente para a desarmonia familiar. Cheguei a ler livros para que eu pudesse de alguma forma entender todo o processo pelo qual meu irmão passava e, por conta disso, percebi o quanto a droga é nociva ao usuário, à família e à sociedade. Ela causa danos irreversíveis à saúde, além de levar muitas pessoas à morte ou a um caminho sem volta. Nos anos 1980 ela ainda era mais fraca
. Nos dias atuais sabemos que esses entorpecentes estão muito piores por conta de tantas substâncias existentes que viciam mais rapidamente. Por sorte meu irmão acabou saindo das drogas, porém passou a optar pelo álcool e pelo tabagismo para suprir de alguma forma a falta delas. Infelizmente muitas pessoas com suas fraquezas humanas não conseguem livrar-se totalmente desses vícios, sejam ilícitos ou lícitos.
Diante de toda essa tribulação pela qual passei na minha infância e adolescência, continuava tentando ser a melhor filha possível, para não causar mais sofrimento aos meus pais.
Por volta dos dez anos de idade, num certo dia em que estava muito triste por conta de tudo que estava passando, adormeci, e lembro claramente de um sonho muito real que tive. Nesse sonho via-me correndo de seres malignos, eles me perseguiam de forma assustadora. Quando de repente uma luz muito forte apareceu diante de mim e naquele momento percebi que era um Anjo. Ele com toda a sua luz olhava para aqueles seres infelizes, levantou a sua mão e disse: Esta aqui não!
. Acordei com uma sensação de proteção e amor que aquele Anjo tinha por mim. Claro, como criança, ainda não havia notado que aquele foi o primeiro momento em que me senti conectada com os Seres de Luz.
Um certo dia, aos 11 anos de idade senti algo estranho, foi num momento de tristeza e angústia que ouvi uma voz falando dentro
de mim. No primeiro instante, achei que fossem os meus pensamentos, ou que estava ficando louca, mas a voz era masculina e fiquei muito impressionada com o que ouvia. Aconselhamentos, que para uma criança, eram muito complexos. Gostava do que ouvia, era tanto carinho nas palavras e aquilo fazia-me sentir mais leve e feliz. Foi aí que fui me deixando levar, com a certeza de que estava interagindo com alguém, mal sabia que era com o meu Mentor espiritual. Estranhamente esse contato iniciou quando assisti, pela primeira vez, a um filme da década de 1970 chamado: Meu pé de laranja lima, baseado no livro de José Mauro de Vasconcelos. Era muito triste a história daquele menino e, quando a tristeza o consumia, ele tinha o pé de laranja como seu melhor conselheiro. Pensava comigo, como seria bom ter alguém para desabafar. Foi aí que ele prontamente começou a se manifestar.
Conversava com ele quase todos os dias e, num determinado momento, perguntei o seu nome, e ele me respondeu com doçura:
– Dê-me o nome que você quiser.
Imediatamente, pensei na palavra Amigo
, ele aprovou e gostou. Então, é assim que o chamo até hoje.
Vim de uma família católica, não conhecia outra religião. Tentava seguir à risca o que aprendia, porém dentro de mim, sentia um vazio existencial, como se aquela religião não me trouxesse as respostas que queria. Não gostava muito de ir às missas, para mim era como se eu não me conectasse com o Divino, parecia que Deus estava distante de mim, eu falava palavras prontas que só saíam de minha boca e não do meu coração. Não era culpa da religião em si, mas, sim, porque eu ainda não estava conectada com o meu Eu sagrado. Eu questionava muito sobre as pessoas irem às missas, serem tão devotas