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Ensinando com Excelência na Escola Dominical: Recursos pedagógicos essenciais para professores
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Ensinando com Excelência na Escola Dominical: Recursos pedagógicos essenciais para professores
E-book291 páginas7 horas

Ensinando com Excelência na Escola Dominical: Recursos pedagógicos essenciais para professores

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Sobre este e-book

Deus espera de todo professor uma constante dedicação na
busca de conhecimentos bíblicos e pedagógicos, para que possa
ensinar com excelência e, assim, poder edificar a vida espiritual
dos seus alunos. Cada capítulo foi pensado e escrito visando dar
aos professores uma clara noção dos aspectos pessoais,
humanos, espirituais, técnicos e didáticos do seu trabalho e,
sobretudo, do seu compromisso de ensinar com excelência a
Palavra de Deus
IdiomaPortuguês
EditoraCPAD
Data de lançamento15 de dez. de 2023
ISBN9786559683246
Ensinando com Excelência na Escola Dominical: Recursos pedagógicos essenciais para professores

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    Ensinando com Excelência na Escola Dominical - Anderson Barreto

    Capítulo 1

    O PROFESSOR E O MINISTÉRIO DE ENSINO

    O Reino de Deus possui uma diversidade de ministérios como diz o apóstolo Paulo em 1 Coríntios 12.5: E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Dentre eles, e um dos mais essenciais, é o ministério de ensino. A palavra ministério na Bíblia tem o sentido de serviço. Ministrar significa servir. No grego, o termo é " diakonia . A palavra diácono, do grego diakonos , da mesma raiz de diakonia , pode ser compreendida como uma pessoa que tem a tarefa de servir às mesas (At 6.1,2). Pode-se dizer então que ensinar a Palavra de Deus significa servir alimento bíblico aos alunos para que eles cresçam e alcancem a maturidade espiritual. Nesse sentido, todo professor pode ser considerado um servo do céu" a serviço de Deus, servindo alimento espiritual aos seus alunos. E bem-aventurados são os alunos que possuem um bom apetite pela Palavra de Deus e estão sempre buscando se alimentar desse maná celestial (Êx 16.21; Jo 6.32-35; Cl 3.1,2; Jr 15.16; Mt 4.4).

    O ato de ensinar com certeza traz dentro de si uma missão. Uma missão que transforma e impacta vidas, pois a finalidade é que cada aprendente encontre sentido para o ser e existir neste mundo. E este sentido vem carregado de senso de missão. Há uma missão confiada para cada sujeito aprendente, mas esta missão deve ser identificada para ser vivida plenamente. (DOMINGUES, 2016, p. 91-92)

    O apóstolo Pedro, em sua Primeira Epístola, nos exortou a desejar afetuosamente a Palavra de Deus, que é o leite racional não falsificado (1 Pe 2.2; 2 Pe 3.18). É tarefa do professor, sobretudo da Escola Dominical, servir esse leite espiritual aos seus alunos, para que possam se alimentar dos nutrientes necessários a fim de crescerem, desenvolverem e alcançarem a medida da estatura completa de Cristo. Confira: [...] até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo (Ef 4.11-13). A Escola Dominical existe em função do aluno. É nela que ele se apropria de conhecimentos, desenvolve habilidades, adquire competências e aperfeiçoa o caráter [...] (GERMANO, 2018, p. 36).

    O pastor Antonio Gilberto em seu livro A Escola Dominical apresentou dois conceitos básicos da educação secular e religiosa:

    Toda criança normal é:

    Fisicamente imatura – precisa crescer.

    Mentalmente ignorante – precisa aprender.

    Todo cristão novamente nascido (Jo 3.5) é:

    Espiritualmente imaturo – precisa crescer (2 Pe 3.18).

    Espiritualmente ignorante – precisa aprender (Mt 11.29). (GILBERTO, 2013, p. 62)

    Deus deseja que o seu povo o ame e lhe obedeça. E, para isso, Ele deixou na terra o Livro dos livros (a Bíblia) contendo os seus estatutos, os seus mandamentos, os seus preceitos, os seus juízos, as suas leis, as suas ordenanças, etc. Ele também capacitou homens e mulheres, desde o princípio, para ensinar a sua Palavra ao seu povo (Êx 24.12; Dt 6.6-9; 31.9-13). Moisés, Josué, Esdras, Pedro, João, Paulo e muitos outros exerceram com êxito o ministério de ensino no seu tempo. Ainda hoje, Deus tem capacitado aqueles que se dispõem a ensinar a sua Palavra com amor, dedicação e excelência. Aproveito para parabenizá-lo pelo seu interesse em ler este livro que, com certeza, agregará muito valor em sua vida e em seu ministério. Creia que Deus está usando esta obra literária a fim de capacitá-lo a ministrar um ensino excelência!

    O fato de alguém ter tido um passado indigno e vergonhoso não o desqualifica para ensinar a Palavra de Deus na Escola Dominical ou em cursos teológicos. Vale frisar que se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; e eis que tudo se fez novo (2 Co 5.17). O homicídio cometido por Moisés no Egito não o desqualificou a ser um grande profeta, líder e mestre do povo de Israel. O fato de Pedro ter negado o Mestre por três vezes não o impediu de ser um grande apóstolo, escritor e líder da igreja do primeiro século. O passado de Paulo perseguindo, prendendo e matando os discípulos do Senhor em Jerusalém não o desabilitou a ser um profundo escritor, mestre e apóstolo dos gentios. (Confira 1 Co 1.26-29.) Se analisássemos a vida de todos os homens e mulheres chamados por Deus, observaríamos que cada um, aos olhos humanos, teria pelo menos um motivo para não ser escolhido [...] (GERMANO, 2018, p. 18).

    Lembremos que as pessoas nos veem apenas como nós somos no presente, e não como éramos antes, e portanto não sabem das lutas por que passamos; não sabem do processo de crescimento que vivenciamos. Mas, pela graça de Deus, nós sabemos que já nos modificamos bastante. Precisamos então descobrir formas de passar aos outros as lições que Deus nos ensinou por meio dessas experiências de crescimento, por meio de dolorosas falhas, pelas quais ele nos transformou no que somos hoje. (HENDRICKS, 2001, p. 103)

    Um ensino de excelência não é fruto do acaso, mas o resultado de uma vida de oração, espiritualidade, dedicação, esforço, estudo, habilidade, técnica, organização, pesquisa, planejamento, amor, paciência, humildade, simplicidade, seriedade, criatividade, zelo, sabedoria, perseverança, etc. Como disse o pastor Marcos Tuler, o modo de ser do professor, seu entusiasmo, dedicação, simpatia, empatia, amor pelo ensino, dinamismo, tolerância, paciência e compreensão podem despertar a motivação e o interesse dos alunos pelas aulas (TULER, 2005, p. 83). Portanto, todo aquele que deseja se dedicar no ministério de ensino precisa saber que, além dos desafios a serem superados, haverá muitas vitórias a serem celebradas.

    Ensinar bem exigirá sempre, como em qualquer outra atividade na qual se pretenda ter êxito, muito esforço pessoal e dedicação no preparo. Só com muito treinamento e prática exaustiva se chegará à excelência. Todo esforço em equipar-se melhor para os desafios de ensinar de maneira eficiente será recompensado, ou terá valido à pena, considerando a natureza desse ministério, pois envolve o cuidado com a alma e questões cuja influência se fará sentir aqui e agora, mas, também, até na eternidade". (CHAVES, 2012, p. 32)

    A tarefa de ensinar é um enorme privilégio e também uma grande responsabilidade. Privilégio pelo fato de poder cooperar com Deus na edificação da sua igreja, e responsabilidade por saber que a obra do Senhor não pode ser feita relaxadamente (Jr 48.10). Daí a necessidade de o professor se aprimorar, se dedicar e se esforçar para melhorar gradativamente o seu desempenho docente junto aos seus alunos. O professor, reconhecendo a importância e a dignidade de seu chamamento, deve propor-se, com a ajuda de Deus, a conseguir maior e melhor rendimento possível em seu trabalho, fazendo dele uma verdadeira vocação (PEARLMAN, 1995, p. 7). Além disso, A maior ameaça ao desempenho de um bom professor é estar satisfeito com seu trabalho; é não estar sempre se perguntando: ‘como posso melhorar meu ensino?’ A maior ameaça ao nosso ministério é nosso ministério (HENDRICKS, 2001, p. 36).

    A tarefa de ensinar a Palavra de Deus não é para qualquer pessoa, pois requer dedicação, comprometimento e preparo e nem todos estão dispostos a pagar o preço. Se o professor não se esforçar para adquirir conhecimento a fim de exercê-la com excelência, o seu trabalho educativo não surtirá nenhum efeito positivo. Um ensino de excelência exige seriedade, compromisso e dedicação. Aqueles que ignoram isso não estão nem um pouco empenhados; pelo contrário, estão fazendo um desserviço ao Reino de Deus. A Palavra de Deus não merece ser ensinada por professores negligentes, preguiçosos, desleixados e irresponsáveis, mas por aqueles que entendem a importância do seu chamado e que sabem os propósitos divinos para a vida dos seus alunos. O ensino é uma arte que pode ser adquirida porque é governada por leis definidas. Estude e domine essas leis, aplique-as com paciência, e você descobrirá que está ensinando bem. O bom êxito depende de ‘saber como fazê-lo’ (PEARLMAN, 1995, p. 10).

    Infelizmente, são poucos aqueles que querem abraçar esse ministério tão essencial para a edificação da igreja. Talvez seja pelo fato de não ter tanta visibilidade e prestígio como os demais. Pode ser também pelo fato de exigir muito estudo e preparo intelectual daqueles que o exercem. Há muito trabalho a ser feito na área do ensino, porém são poucos os professores que querem ensinar com excelência. Que Deus levante e capacite professores com esse propósito para a sua obra e que você seja um deles!

    Todo educador cristão deve manter uma rotina de leitura, estudo, pesquisa, enfim, de constante aprimoramento, para que seus alunos sejam profundamente influenciados pelo seu ensino (1 Tm 4.15,16). É importante frisar que Deus é o maior interessado na edificação da sua igreja por meio de um ensino de qualidade. Foi Ele quem derramou o Espírito Santo a fim de capacitar os seus servos no desempenho das suas tarefas educacionais. Sendo assim, todo aquele que aceita cooperar com Deus na edificação da sua igreja por meio do ensino da sua Palavra contará com a sua unção, capacitação e encorajamento, e ainda serão honrados por isso. (Confira 2 Co 3.5; Jo 12.26.)

    Dito isso, o ministério de ensino compreende: 1) o ensino no Antigo Testamento; 2) o ensino no Novo Testamento; 3) o caráter pedagógico das Escrituras Sagradas; e 4) o ensino na Atualidade. Veja agora cada tópico separadamente.

    1.1. O Ensino no Antigo Testamento

    Ao criar Adão e Eva, o próprio Deus (o primeiro professor) ensinou-lhes tudo que precisavam saber e obedecer para que vivessem no jardim e permanecessem em comunhão com o Criador. Mas, infelizmente, eles deram ouvidos à voz da serpente, comeram do fruto da árvore que Deus havia dito para não comerem, desobedeceram à sua ordenança e rebelaram-se. Por esse motivo, foram expulsos do jardim do Éden e passaram a sofrer na pele, na alma e no espírito as consequências da morte espiritual (Gn 2.15-17; 3.1-12; 2 Co 11.2). Confira: Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram (Rm 5.12). Confira também: Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23).

    O fato de o primeiro casal ter caído não significou que foi abandonado pelo Criador. Deus, que é riquíssimo em misericórdia, foi ao encontro de Adão e Eva, repreendeu-os por causa da desobediência, deixou-os cientes das consequências que sofreriam, vestiu-os com peles de animais e, por fim, expulsou-os do jardim. Tudo isso serviu para que eles refletissem e reconhecessem que não valeu a pena terem desobedecido aos mandamentos de Deus para fazerem a própria vontade (Sl 119.67,71). Confira o que o apóstolo Paulo disse:

    Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo. (2 Co 11.2,3)

    Com a expulsão de Adão e Eva do jardim do Éden, Deus estava lhes ensinando que o pecado causa vergonha, tristeza, desonra e grandes prejuízos àqueles que os praticam (Gl 6.7,8). A postura de Deus com o casal foi dura e ao mesmo tempo pedagógica, ou seja, ficou evidente para todos os seres humanos que Ele não tolera o pecado e exige de todo aquele que peca um sincero arrependimento, isso se quiser voltar à comunhão com Ele.

    Deus deu ao ser humano a capacidade de aprender, pois, sendo Ele o Educador divino, sempre desejou que o seu povo aprendesse e guardasse os seus mandamentos (Sl 119.1-4). Moisés testemunhou esse fato quando recebeu dEle as leis escritas em pedras, para que o povo de Israel ouvisse, aprendesse e praticasse cada uma das suas ordenanças (Êx 4.12,15; 24.12; Dt 31.9-13). O povo de Deus, infelizmente, aprendeu no Egito a adorar outros deuses. A adoração ao bezerro no deserto comprova isso. Os israelitas se deixaram corromper pela idolatria e pelos costumes da cultura e religião egípcia, e provocaram a ira de Deus no deserto repetidas vezes. (Confira: Sl 78; 81; 106; 107.) Essa influência causou muitos problemas a Moisés e Arão na condução do povo durante os quarenta anos de peregrinação (At 7.35-42; 1 Co 10.1-12). Depois de ter libertado o povo com braço forte da casa da servidão (Egito), Deus usou Moisés para ensinar os seus estatutos aos israelitas, para que vivessem em obediência e adoração a Ele todos os dias (Êx 19.1-9; 20.1,2). Moisés, repetidas vezes, disse ao povo que guardasse os mandamentos do Senhor e não se esquecesse da sua Lei. (Confira: Êx 20.1,2; Dt 4.1-10,39,40; 5.1-21; 6.1-25; 7.1-11; 8.1-20; 10.12-21; 11.1,13-25; 13.1-18; 28.1-14; 29.1-29; 30.1-20.) Se o povo de Israel não fosse capaz de aprender, Deus não daria a Moisés os seus mandamentos e estatutos para ensinar-lhes. Veja o que Antonio Tadeu Ayres disse acerca disso: [...] A responsabilidade de Deus, dada aos israelitas, envolvia ensinar homens, mulheres, pequeninos e estrangeiros [...] (AYRES, 1995, p. 14). (Confira Dt 17.8-13.)

    A maioria dos israelitas que saiu do Egito rumo a Canaã foi rebelde contra Deus e, consequentemente, perdeu o privilégio de entrar na terra que Ele prometera a Abraão e a sua descendência. Deus decretou que os incrédulos e murmuradores morreriam no deserto e que apenas os seus filhos entrariam na terra de Canaã. Moisés foi fiel em instruir o povo em todos os mandamentos do Senhor, mas eles repetidamente se rebelavam e aborreciam a Deus com suas rebeldias, idolatrias, prostituições, etc. (Hb 3.1-5; 1 Co 10.1-12; Nm 13.1-33; 14.1-45; Jz 2.1-4).

    A história do povo de Israel sempre foi marcada por períodos de negligência ao ensino da Lei de Deus. Muitos juízes, reis e sacerdotes que deveriam instruir o povo de Deus eram os primeiros a transgredir a Lei que ensinavam. Sempre que o líder era temente e obediente ao Senhor, o povo de Israel desfrutava de um período de prosperidade e vitória sobre os seus inimigos. Mas quando o líder se afastava de Deus e dos seus mandamentos para adorar aos ídolos, o povo não só amargava derrotas, como também o juízo divino sobre a terra e sobre tudo o que tinham (Ag 1.1-11; 2.1-9).

    Isso ocorreu inúmeras vezes na história de Israel, pois Deus sempre corrigiu o seu povo, como um pai corrige o seu filho, a fim de que reconhecesse os seus pecados e se voltasse pra Ele (Êx 4.22,23; Hb 12.5-8). (Confira: Js 23.1-16; 24.1-25; 24.31; 1 Sm 2.27-36; 12.1-15; 1 Rs 2.1-11; 9.1-9; 2 Rs 17.7-23; 18.1-7; 22.1-20; 2 Cr 20.1-25; 36.11-21; Ed 9.1-15; 10.1-19; Ne 1.1-11; 9.1-38; Sl 71.1-72; 79.1-13; 81.1-16; 106.1-48; Is 1.1-23; Jl 1.1-20; 2.1-27; Ml 1.1-14; 2.1-17; 3.1-18.)

    Infelizmente, Israel, no período dos juízes e dos reis, virou as costas para Deus e para os seus mandamentos. O povo de Deus se deixou influenciar pelos costumes religiosos das outras nações e fez o que era mau aos olhos do Senhor (Jz 2.1-4,7-15,20; 3.7,8,12; 4.1; 6.1; 10.6,7; 13.1; Dn 9.1-19). Deus usava os seus profetas para denunciar os pecados do seu povo e chamá-los ao arrependimento, mas o povo endurecia a sua cerviz e não dava ouvidos à Palavra do Senhor. Essa foi a causa das muitas derrotas ao longo de todo o Antigo Testamento (Os 14.1; Ne 9.1-38).

    Deus quis ensinar a Israel que a vitória sempre foi dada por Ele, mas o seu povo demorou a entender isso (Sl 81.8-16). Por não se sujeitar aos mandamentos de Deus, o Reino do Norte (Israel) foi invadido pelos assírios, que o levaram cativo para nunca mais voltar para sua terra. (Confira: 2 Rs 17.1-23.) Da mesma maneira, o Reino do Sul (Judá) foi invadido pelos babilônicos e levado cativo, ficando setenta anos longe da sua pátria, longe de Jerusalém, longe do Templo, a fim de aprender que só o Senhor é digno de ser adorado e glorificado. (Confira: 2 Cr 36.11-21; Dn 1.1,2; Sl 126.1-4.) Depois dos setenta anos, Deus os trouxe novamente para sua terra para que eles reedificassem a cidade de Jerusalém e o Templo. (Confira os livros de Esdras e Neemias.)

    O povo de Israel passou por vários períodos de crise espiritual em consequência do afastamento de Deus e da sua Palavra. Veja o que Deus falou por meio do profeta Oseias: O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento [...] (Os 4.6a). Os sacerdotes tinham a missão de ensinar a Lei de Deus ao povo, mas na época desse profeta isso não estava acontecendo. Ao ver a negligência dos sacerdotes, Deus os repreendeu duramente por haverem desprezado a sua ordenança e rejeitado o seu conhecimento. Confira: [...] porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esquecestes da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos (Os 4.6b).

    Deus continua desejoso de capacitar homens, mulheres e jovens para exercerem o ministério de ensino nessa geração tão necessitada de conhecimento. Que possamos dizer a Ele hoje: Eis-me aqui, Senhor. Quero ser um educador de excelência nessa geração.

    1.2. O Ensino no Novo Testamento

    Nas páginas do Novo Testamento podemos constatar a dedicação de Jesus ao ministério de ensino. Ele sempre aproveitava as oportunidades para ensinar a Palavra de Deus. A sua autoridade divina ficou evidente na ampliação que Ele fez aos mandamentos de Deus entregues a Moisés no deserto. No Sermão da Montanha, Jesus deixou claro que veio para cumprir a Lei e ensinar tudo o que o Pai lhe ordenara. (Confira: Mt 5.17-48.) Veja o que Ele mesmo afirmou: Porque eu não tenho falado de mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei de dizer e sobre o que hei de falar [...]. Portanto, o que falo, falo-o como o Pai mo tem dito (Jo 12.49,50). Essa autoridade pode ser comprovada em duas expressões usadas por Jesus: 1) Ouvistes o que foi dito aos antigos?; 2) Eu porém vos digo. (Confira: Mt 5.21,22,27,28,31-34,38,39,43,44.)

    O Mestre cumpriu à risca a missão de ensinar as Escrituras (Jo 17.8). O seu ensino mudou por completo a vida e a história das pessoas que o seguiam. Durante o seu ministério terreno de aproximadamente três anos e meio, Ele revolucionou a sociedade da época porque o seu ensino tinha o selo da autoridade. Sua vida era a própria essência da autoridade, pois jamais deu motivo para ser apontado ou acusado por alguém. Ele viveu irrepreensivelmente e glorificou ao Pai nesta Terra. Jesus obedeceu ao seu Pai e foi exaltado por Ele nas regiões celestiais. Hoje Cristo está assentado à destra de Deus Pai no Céu. Ele despediu-se deste mundo com a certeza da missão cumprida. (Confira: Jo 17.4; 19.30.)

    Antes de se tornar Mestre, Jesus dedicou-se ao aprendizado da Lei. Como todo menino judeu, Jesus tinha o costume de frequentar a sinagoga de Nazaré, cidade onde fora criado, aos sábados desde a sua infância e ouvia a leitura da Torá, a Lei dada por Deus a Moisés no monte (Lc 4.16). Seus pais, José e Maria, faziam questão de levá-lo todos os anos à cidade de Jerusalém, a fim de participarem da festa da Páscoa (Lc 2.41-43). Ele cresceu ouvindo as Escrituras e sabia de cor onde estavam os textos. Foi esse conhecimento das Escrituras que o habilitou a vencer as tentações de Satanás no deserto. Ele respondeu da seguinte maneira: Está escrito! (Mt 4.4,7,10).

    Jesus tinha consciência da sua missão de ensinar as verdades celestiais às multidões que viviam nas trevas da ignorância. Por isso, estava sempre percorrendo cidades e aldeias para cumpri-la. Ao estudarmos os evangelhos, encontramos o Mestre sempre ensinando, ora no Templo, ora no monte, ora nas casas, ora nas sinagogas, etc. Ele sempre teve prazer em ensinar e fazia isso com muita dedicação. (Confira: Mt 5.2; 7.29; 9.35; 11.1; 13.54; 21.23; 22.16; Mc 1.21,22; 2.13; 4.1,2; 6.2,6,34; 9.31,34; 10.1; 12.35,38; 14.49; Lc 4.15,31,32; 5.3,7; 6.6; 10.38-42; 13.10,22; 19.47; 20.1; 21.37,38; 23.5; Jo 6.59; 7.14,28; 8.2,20; 18.20.) A ênfase do ensino de Jesus não estava em reproduzir ou doutrinar pela massificação, mas em oportunizar a transformação de mentalidades — engessadas pela religiosidade e pelos rituais estabelecidos [...] (DOMINGUES, 2016, p. 40).

    [...] Os evangelhos revelam Jesus como o Mestre que, com seu exemplo e sua autoridade, veio transformar as pessoas de maneira total e absoluta (João 3:16-17) Para Jesus, o ensino era a ilustração do comportamento de Deus em relação aos homens na manifestação de seu Reino sobre a totalidade da vida do ser humano [...]. (CARVALHO, 2000, p. 14)

    O Mestre dos mestres deixou um valioso legado pedagógico a todos os seus discípulos. Eles viram de perto o empenho e a dedicação de Jesus na tarefa de ensinar. E esse legado foi tão influente e contagiante que seus discípulos fizeram o mesmo, ou seja, se dedicaram perseverantemente no ministério de ensino (At 4.13). O livro de Atos dos Apóstolos comprova bem isso. (Confira: At 2.42; 5.42; 6.4; 11.26.) A Bíblia diz que o povo perseverava na doutrina dos apóstolos, ou melhor, em tudo o que eles ensinavam a mando do Mestre. (Confira: Mt 28.19,20.) Eles passaram aproximadamente três anos e meio ao seu lado, e aprenderam com Ele a valorizar esse nobre ministério tão necessário para a edificação da igreja (1 Co 14.26).

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