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Seja homem: A busca pela masculinidade
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Seja homem: A busca pela masculinidade
E-book356 páginas5 horas

Seja homem: A busca pela masculinidade

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Sobre este e-book

"Seja homem" não é um chamado para reivindicar seus direitos em uma cultura feminizada. É um chamado, antes de tudo, para fixar seus olhos e sua esperança no Homem na cruz e, então, para encontrar em seu sacrifício abnegado o exemplo perfeito de masculinidade em uma sociedade autoindulgente e egocêntrica. O mundo afirma muitas coisas sobre o que é masculinidade, mas a Bíblia diz algo muito diferente. Deus deu aos homens responsabilidades que são distintas daquelas que deu às mulheres. Homens de verdade se alegram com a responsabilidade de cuidar dos outros, de sacrificar-se por aqueles que amam e de prover por suas famílias. Seja homem! silencia todo o barulho do mundo e volta ao que nosso Criador diz sobre ser homem em sua criação. Não tem a ver com derrubar as feministas ou reclamar seus direitos como homem. É sobre viver de acordo com o exemplo e a graça de Jesus. Junte-se ao autor Jeffrey Hemmer em sua busca para ser um homem melhor. A estrada é longa e desafiadora, e a sociedade tentará lhe dizer que você está errado – mas você segue o Homem que é exemplo perfeito de virilidade em uma sociedade autoindulgente e egocêntrica. Assim, fixe seus olhos no Homem sobre a cruz e embarque numa jornada para se tornar mais masculino (não é necessário levantar peso). Sobre o autor: Jeffrey Hemmer é marido da mais linda mulher do mundo (em sua opinião), pai das cinco crianças mais encantadoras que já conheceu e pastor da Igreja Evangélica Luterana Betânia, em Fairview Hights, Illinois. Também é aspirante a agricultor, cria algumas coisas, conserta outras, cultivador de barba e geralmente grosseiro. Sua grande camionete provavelmente é sinal de sua insegurança. "Tentei convencer o editor a embalar este livro com uma capa que você poderia usar para ocultar o conteúdo real, como ler uma história em quadrinhos dentro de seu livro de educação cívica – uma capa com um título mais machista com a qual você poderia enrolar o livro. Talvez 'Aperfeiçoando seu tiro mortal', 'Sobrevivendo ao apocalipse zumbi', 'Guia definitivo para autodefesa' ou 'Peitorais e abdominais esculpidos para clérigos comuns'. Mas você acabou com isto aqui, um livro cujo título é uma exortação que os homens dão a outros homens que estão agindo mais como meninos ou mulheres do que como homens. Seja homem! Desculpe por isso. Não vou julgá-lo por ler este livro se você não me julgar pelo fato de eu tê-lo escrito." Jeffrey Hemmer
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de nov. de 2023
ISBN9786555910810
Seja homem: A busca pela masculinidade

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    Seja homem - Jeffrey Hemmer

    PREFÁCIO

    O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

    "Toda a nossa vida deve ser máscula; devemos temer

    a Deus e colocar nossa confiança nele."

    Martinho Lutero, The Familiar Discourses of Dr. Martin Luther

    Não sei o que diz sobre você o fato de você ou ter comprado um livro sobre como ser homem ou ter ganho um livro sobre como ser homem. Na verdade, tal tomo não deveria existir. E, no entanto, você o comprou. Ou ele foi dado a você. E você começou a lê-lo. Essa é a evidência de que, como sociedade, simplesmente perdemos – ou esquecemos – o conhecimento coletivo do que significa ser homem. Que precisemos ler livros para aprender o que costumava ser ensinado por pais e avós é uma acusação contra nós. De alguma forma, perdemos esse conhecimento humano básico do que o homem é e faz.

    Tentei convencer o editor a embalar este livro com uma capa que você poderia usar para ocultar o conteúdo real, como ler uma história em quadrinhos dentro de seu livro de educação cívica – uma capa com um título mais machista com a qual você poderia enrolar o livro. Talvez Aperfeiçoando seu tiro mortal, Sobrevivendo ao apocalipse zumbi, Guia definitivo para autodefesa ou Peitorais e abdominais esculpidos para clérigos comuns. Mas você acabou com isto aqui, um livro cujo título é uma exortação que os homens dão a outros homens que estão agindo mais como meninos ou mulheres do que como homens. Seja homem! Desculpe por isso.

    Não vou julgá-lo por ler este livro se você não me julgar pelo fato de eu tê-lo escrito.

    Antes de começarmos nossa jornada juntos, tenho que admitir algumas coisas.

    Primeiro, só porque escrevi um livro sobre masculinidade não significa que sou um especialista. Nessa busca, não sirvo de exemplo de masculinidade; sou apenas o seu guia. Muitos tratamentos atuais de masculinidade equivalem a pouco mais do que: Aqui estão algumas coisas legais que eu faço; você deveria fazê-las também. Este livro não é isso. O conselho que você encontra nestas páginas não se baseia no que descobri que funciona na busca de me tornar um homem melhor; ao contrário, é baseado nas coisas que descobri que me desafiam nessa busca.

    E essa busca é realmente desafiadora, o que leva à minha segunda admissão: odeio este livro.

    Parte dele, pelo menos.

    Quero tirar sua ilusão de que você irá gostar muito deste livro. Realmente espero que não. Se este livro for fácil e agradável para ler, terei falhado em meu esforço. Não quero que estas páginas o levem a uma sensação de complacência sedentária, na qual você se dá um tapinha nas costas por um trabalho bem-feito e se pergunta por que todas essas outras pessoas não conseguem perceber o que você e eu obviamente já sabemos. Quero que este livro o desafie, o confronte, o encoraje a fazer algo mais – algo mais elevado, mais nobre, mais difícil e mais santo do que você está fazendo atualmente.

    Portanto, este livro vai marcar você. Provavelmente mais de uma vez. Nenhum cara gosta de ser corrigido, orientado sobre como fazer um trabalho melhor ou advertido sobre algo que realmente gosta de fazer. Nestas páginas, inevitavelmente direi coisas que você achará tão absurdas, tão desatualizadas, tão ridículas, que vai querer jogar o livro no chão e postar imediatamente uma avaliação de meia estrela na Amazon. (Mas mesmo que você queira, felizmente você não poderá dar menos de uma estrela. Haha!) Eu sei que isso vai irritá-lo, porque o chamado para uma masculinidade mais elevada e mais santa me irrita. Prefiro satisfazer minha natureza egoísta e participar de qualquer hedonismo du jour² que possa encontrar. Odeio o chamado destas páginas para algo mais elevado, algo fora de mim.

    Para ser honesto com você, não sou muito bom em nada do que digo para você fazer neste livro – pelo menos, não o tempo todo. Se houver aqui alguma lição adquirida com a experiência pessoal, provavelmente ela foi aprendida com os erros. Tudo o que você considerar lucrativo ou desafiador provavelmente veio de outra pessoa, de algum mentor que tive ou, mais provavelmente, do exemplo da masculinidade de Jesus.

    A terceira coisa que preciso admitir antes de embarcarmos juntos nessa busca é que este é um livro sobre Jesus. Isso vai frustrar você também. Se você esperava um livro para ensiná-lo a atirar com grandes armas, dirigir grandes caminhões e fazer com que sua mulher se submetesse a você, deveria ver se consegue um reembolso. Além disso, se você pensou que Jesus veio para lhe mostrar como ser uma pessoa melhor, novamente ficará muito desapontado. Sim, ele é o padrão de masculinidade ao longo deste livro, mas não é um padrão que você possa cumprir. É um padrão que vai zombar de você e fazer se sentir inferior. Você nunca poderá ser tão másculo quanto Jesus. (Se pensou que Jesus era doce e legal, vamos colocar essa falsa noção para dormir daqui a pouco.) Mas você também não precisa ser.

    Enquanto estamos nisso, aqui está outra coisa que deve saber: não há nada de novo nestas páginas. Não fiz nenhuma grande descoberta. Simplesmente encontrei algo atemporal escondido no canto mais distante do armário do cristianismo popular, tirei o pó, poli um pouco e o apresentei a você aqui: a masculinidade perfeita de Jesus. Descobri que ela é útil em minha própria luta para ser um homem bom. A masculinidade perfeita de Jesus me desafia. Ela me chama para algo fora de mim. E isso me encoraja para as lutas que estão diante de mim.

    Essa não é uma luta nova, com certeza. E não é exclusiva de nenhum de nós. Quase desde o tempo em que os homens estão deixando pegadas na lama, não temos certeza de como dar o próximo passo como homens. Adão – o ícone de Deus no mundo, o primeiro homem, criado com perfeição para ser o senhor da criação – tornou-se a fonte da nossa confusão moderna sobre a masculinidade. Desde a rebelião de Adão, cada um de seus filhos, netos, bisnetos, na verdade, cada homem e menino até hoje foi lançado no caos. Antes mesmo de os canais de notícias 24 horas começarem a relatar a desgraça dos homens em quem confiamos para nos mostrar o caminho da masculinidade, a Bíblia já estava repleta de histórias de homens que falharam em viver como homens, falhando em usar sua coragem e força para o bem dos outros, falhando em disciplinar seus desejos naturais e usá-los para o bem do mundo. Nossa confusão nada masculina não é nova.

    Essa perda de compreensão da masculinidade nos contagia a todos – do menino púbere com um corpo em rápida mudança que se depara com a luta para se identificar como homem; ao jovem cuja cabeça está cheia de esperanças e ambições, tentando esculpir seu papel no mundo; ao homem de meia-idade que olha em volta para o império que construiu e se pergunta se o que conquistou realmente vale alguma coisa; ao homem idoso, que vê os efeitos do desgaste da idade e sua virilidade diminuindo e precisa confiar cada vez mais nos outros – e questiona o que realmente significa ser homem.

    Espero apontar para você o único Homem cujo exemplo é exemplar – um Homem entre os homens que personifica a masculinidade perfeita e permite que você seja o homem que ele quer que você seja. "Seja homem" não é um chamado para reivindicar seus direitos em uma cultura feminizada. É um chamado, antes de tudo, para fixar seus olhos e sua esperança no Homem na cruz e, então, para encontrar em seu sacrifício abnegado o exemplo perfeito de masculinidade em uma sociedade autoindulgente e egocêntrica.

    Então, vamos juntos na jornada. Vai ser bom ter a sua companhia.

    CAPÍTULO 1

    O QUE É O HOMEM?

    "Não é o que ele tem, nem mesmo o que ele faz, que

    expressa o valor do homem, mas o que ele é."

    Henri-Frédéric Amiel (1821–1881)

    Nossa cultura confusa não é a primeira a perguntar: O que é o homem? O salmista se pergunta:

    Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos,

    a lua e as estrelas que estabeleceste,

    que é o homem, para que dele te lembres?

    E o filho do homem, para que o visites?

    Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus

    e de glória e de honra o coroaste.

    Deste-lhe domínio sobre as obras da tua mão

    e sob seus pés tudo lhe puseste. (Salmo 8.3-6)

    Então, o que é o homem? O que é o homem para que Deus, seu Criador, se importe com ele? Esse não é especificamente o homem, como o cara com cromossomos Y e genitália externa, o homem em contraste com a mulher, mas o homem em sentido amplo, como humanidade. O que é o homem? O que é a humanidade? A partir desses belos versículos que Davi escreveu, sabe-se o seguinte: o homem não é o Criador, não é exaltado ao mais alto pináculo da existência. Em vez disso, assume um papel inferior. Ele é limitado. O homem é uma criatura, dependente de seu Criador.

    A primeira lição de masculinidade não é quão poderoso e forte o homem pode ser, quanto ele merece ser exaltado, mas quão humilde ele é, quão pequeno e inferior é em comparação com seu Criador. Considere isto: há estrelas, planetas, sóis, luas, galáxias, nebulosas, matéria e matéria escura, poder e autoridade acima do homem. O homem não é o chefe supremo. Ele deve se submeter a uma Autoridade superior.

    E, no entanto, há algo na humanidade que Deus se preocupa com ele. Esta é a natureza do homem. Quando Deus criou a humanidade, a fez à sua própria imagem. Em toda a criação, nada mais é feito à imagem e semelhança de Deus. Apenas o homem. Portanto, a humanidade é única entre o restante da criação. E somente a humanidade, homens e mulheres juntos, foi incumbida de exercer domínio sobre a criação.

    Os teólogos têm discutido por milênios no que essa imagem de Deus implica. Como acontece com outras coisas de Deus, é fácil superespiritualizá-la e fazer da imagem de Deus algo puramente espiritual. Há uma dimensão espiritual, com certeza, na justiça original que o homem possuía antes de sua queda no pecado. Ele foi criado com justiça perfeita, assim como Deus tem bondade perfeita, obediência perfeita, saúde perfeita, sabedoria e conhecimento perfeitos, intelecto perfeito e muito mais.³ E quanto a esse negócio de semelhança? O homem se parece com Deus? Apesar das respostas da escola dominical que ensinaram o contrário – que Deus é exclusivamente espírito e não tem semelhança física – eu discordo.

    Deus tem semelhança humana. Ou, mais precisamente, a humanidade tem semelhança divina. Nós nos parecemos. Certamente, com Deus Pai e Deus Espírito Santo, que são puramente espírito, não temos nenhuma semelhança. Mas com Deus Filho, que respondeu à pergunta o que é o homem? em sua encarnação – quando se tornou carne, ou tornou-se homem – temos uma notável semelhança. Adão, o homem, se parece com Jesus, o Homem. A sombra da encarnação de Cristo lança seu modelo de volta ao jardim do Éden. O homem que Deus formou em Gênesis 1 e 2 é moldado pelo Homem que Deus se tornou em Mateus 1, Lucas 2 e João 1.

    Como você define o homem?

    Assim, a humanidade é distinta entre todas as criaturas, única na amplitude da obra de Deus. Mas e o homem? Como você define o homem? O que faz de um ser humano um homem?

    Muitas pessoas hoje acreditam que gênero é uma categoria fluida. Você pode se identificar com o gênero que quiser. Foi-se o simples e binário macho ou fêmea. No Facebook, por exemplo, existem dezenas de categorias diferentes que a pessoa pode usar para se definir (no sentido de masculino, feminino ou neutro, etc.). Quantos meninos foram inspirados pelo recorde estabelecido por Bruce Jenner no decatlo das Olimpíadas de 1976, disparando na última volta da final dos 1.500 metros? O que esses homens agora crescidos farão quarenta anos depois, quando Bruce acredita que agora é Caitlyn? A diferença entre homem e mulher é algo tão arbitrário que pode ser alterada (ou corrigida?) por meio de cirurgias? O homem com braços esculpidos e peito liso na caixa de cereal Wheaties se tornou uma mulher rechonchuda na capa da revista Vanity Fair com uma simples série de tratamentos hormonais e cirurgias de reconstrução corporal, uma onda da varinha mágica da medicina?

    Masculinidade é hardware ou software? Ou alguma outra coisa? O que faz um homem ser homem? A única diferença são as coisas de menino em oposição às coisas de menina?

    Lembre-se da aula de ciências da quinta série, quando as meninas tinham que sair da sala e os meninos aprendiam, pontuando com piadas imaturas e risadinhas, a diferença entre a anatomia masculina e a feminina? A diferença era simples. Os meninos tinham pênis e testículos. Com o passar do tempo, deixariam crescer a barba e teriam pelos no peito. As meninas tinham sua genitália do lado de dentro e com o passar do tempo desenvolveriam seios e quadris mais largos. Os meninos se tornariam homens e as meninas se tornariam mulheres.

    Então, na biologia dos novatos, essas diferenças externas eram explicadas pela programação interna. Havia um software – os cromossomos – que determinava as características masculinas e femininas. Todos os mamíferos machos têm cromossomos Y. Os genes ligados ao sexo no cromossomo Y fazem com que os homens desenvolvam testículos, falem com uma voz mais profunda, desenvolvam um pomo de Adão e desenvolvam músculos mais fortes do que as suas contrapartes femininas. Havia anomalias genéticas, como homens com cromossomos XXY, XYY ou ocasionalmente XX, e mulheres com cromossomos Y, XXX ou unicamente cromossomos X. Mas essas esquisitices genéticas foram as exceções que confirmaram a distinção biológica fundamental entre homens e mulheres. Os genes masculinos fizeram os homens; os genes femininos fizeram as mulheres. Mais uma vez, a diferença era simples.

    Questões modernas de identidade de gênero levam a questão além do hardware ou do software. Nem os cromossomos nem o pênis fizeram Bruce Jenner se sentir muito como um homem. Quantos outros sofrem do que costumava ser chamado de Transtorno de Identidade de Gênero, mas que agora é chamado apenas de Disforia de Gênero – uma confusão de tipos, mas não mais um distúrbio – imaginando se têm uma mente masculina em um corpo feminino ou uma mente feminina em um corpo masculino? Nossa cultura é confusa. Somos convidados a acreditar que o que Deus criou no útero e chamou pelo nome no santo batismo é um erro. Como ficamos confusos!

    Então, há uma diferença biológica entre homens e mulheres. Mas simplesmente ter genitália de menino e cromossomos Y não torna uma pessoa automaticamente muito máscula. Muitas mulheres estão condenando o homem imaturo, o menino-homem que, em sua quarta década de vida, ainda permanece fundamentalmente um menino imaturo. Os jovens se recusam a se casar por medo de perder o status de playboy. Homens com mais de trinta anos ainda estão apaixonados por Candy Crush Saga e Pokémon Go. Os pais da liga infantil gritam e repreendem os treinadores ou árbitros de seus filhos do lado de fora do campo. O que aconteceu? Lembra quando os meninos mal podiam esperar para crescer?

    O que é masculinidade?

    Transformar você em um homem, um homem maduro, é uma das funções principais da igreja, diz o apóstolo Paulo:

    E ele mesmo [Cristo] concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de pessoa madura, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para o outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro. (Efésios 4.11-14)

    Até que todos cheguemos à unidade da fé, […] ao estado de pessoa madura, […] para que não mais sejamos como crianças. Essa é uma tarefa difícil.

    O que é masculinidade madura? Qual é a verdadeira masculinidade? Como você pode saber quando se tornou homem? Aqui está o problema. A masculinidade não é uma característica única. É um estilo de vida, uma disciplina, um hábito cultivado pela prática. Simplesmente ter anatomia e genes que permitem que você fique de pé enquanto faz xixi não o torna másculo. A masculinidade real não é encontrada em nenhuma característica ou traço individual, mas na interseção das características masculinas com o exercício da virtude máscula. Masculinidade significa aproveitar o poder natural que o homem possui e usá-lo para o bem dos outros ao seu redor. A essência da masculinidade não é uma independência rude. É uma doação sacrificial.

    O que exatamente é a virtude máscula? Existem inúmeras fontes de virtude. Embora não sejam especificamente relacionadas em uma lista ordenada de sete nas Escrituras, as sete virtudes cardeais são um bom exemplo de um catálogo de hábitos a serem aprimorados. Cada uma das sete virtudes é o negativo fotográfico de um dos sete pecados capitais. Exercer uma dessas virtudes é opor-se a um dos vícios. A virtude da castidade é o oposto do vício da luxúria; a temperança é o oposto da gula; caridade da ganância; diligência da preguiça; paciência da ira; bondade da inveja; e a humildade é o oposto do orgulho. Ainda assim, essas não são virtudes esperadas exclusivamente dos homens, e simplesmente praticá-las ainda não o torna másculo.

    Brett McKay, um renomado especialista no florescente campo do renascimento da masculinidade, identifica sete virtudes masculinas clássicas: masculinidade, coragem, diligência, resolução, autoconfiança, disciplina e honra.⁴ Embora sejam benéficas para qualquer homem cultivar, ainda não fazem de você um homem se você as possuir. Se não forem praticadas para o bem das pessoas colocadas na vida do homem, para ele as proteger e prover, não produzem masculinidade genuína. A virtude por si só não é boa. O homem precisa de alguém para ser o destinatário da sua prática dessas (ou de quaisquer) virtudes.

    No meio do sexto dia da criação, tendo terminado cada um dos cinco dias anteriores com a observação de que tudo o que havia feito era bom, Deus interrompeu a cadência do era bom… era bom… era bom… era bom… com a declaração impressionante de que algo não é bom. Não é bom que o homem esteja só. (Gênesis 2.18) Pode ser possível fazer a coisa certa quando ninguém mais estiver lá para ver ou ser servido por você. Mas ser um homem virtuoso sozinho é impossível. Não é bom para o homem estar só. Sozinho, o homem não pode ser bom. Sozinho, o homem não pode ser totalmente um homem. Ele não tem ninguém para amar, ninguém para servir, ninguém para proteger, ninguém para quem prover. Sozinho, o homem pode ser corajoso, sábio, disciplinado, paciente, casto ou virtuoso de outra forma; mas, a menos que sua coragem, sabedoria, disciplina, paciência, castidade e quaisquer outras virtudes sirvam ao bem dos outros, não são virtudes verdadeiramente másculas e ele não é totalmente masculino.

    O oposto da masculinidade

    Isso não é simplesmente ser capaz de olhar para o seu reflexo no espelho e saber que você é um homem másculo. Há mais em jogo aqui do que isso. Em 1Coríntios 6, o apóstolo Paulo lista o oposto da masculinidade em um catálogo de pecados deliberados dos quais os cristãos foram libertos:

    Ou vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se enganem: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem afeminados, nem homossexuais, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus. Alguns de vocês eram assim. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. (1Coríntios 6.9-11)

    Enquanto o versículo 9, no original grego, apresenta outra classe de pecadores deliberados, os malakoi, algumas versões bíblicas omitem essa palavra que está entre adúlteros e homossexuais, simplesmente agrupando essa palavra peculiar com a seguinte e reduzindo a lista de dez para nove tipos de pessoas excluídas de herdar o Reino de Deus. No entanto, a maioria das traduções que a incluem traduz essa palavra como afeminados. É o oposto da masculinidade. E é quase universalmente condenado como um vício. De Aristóteles a Tomás de Aquino, malakia é um tipo de suavidade que os homens são menosprezados por possuírem.

    Essa suavidade é o oposto da perseverança na virtude. É a busca do prazer fácil em vez do dever e da responsabilidade. Muitas pessoas equiparam efeminação com homossexualidade, e essa parece ser a preferência dos tradutores que juntam as palavras. Mas nem todos os homens homossexuais são efeminados. Nem todos os homens heterossexuais são masculinos. Malakia é a suavidade moral da autoindulgência, do egocentrismo, da autopreservação. Centenas de anos antes de o Espírito Santo levar Paulo a incluir os efeminados na lista dos pecadores excluídos do Reino de Deus, Aristóteles descreveu essa suavidade em sua Ética a Nicômaco:

    Evitar deliberadamente a dor é, antes, uma espécie de suavidade [malakia]. […] Alguém que é deficiente no resistir às dores que a maioria dos homens suporta com sucesso é suave [malakos] ou efeminado (pois a luxúria é uma espécie de suavidade [malakia]): tal homem deixa arrastar seu manto pelo chão para evitar a fadiga e o problema de erguê-lo.

    Seguindo a linha de pensamento aristotélica, um dos filósofos peripatéticos que escreveu mais perto da época de Paulo, atribuiu essa suavidade ao domínio da covardia: "A covardia é acompanhada pela suavidade [malakia], pela falta de masculinidade [anandria], pela timidez, pela afeição à vida; e também tem um elemento de cautela e de submissão de caráter."⁶ Isso representa como o mundo em torno de Paulo pensava quando ele alertou os cristãos de Corinto sobre suas vidas passadas de malakia, entre outros pecados.

    Por que a suavidade no homem – a falta de masculinidade – é pecaminosa? Obviamente ela é diferente da homossexualidade (tão diferente quanto adultério ou roubo), já que Paulo a lista em separado. Se simplesmente entendida como se referindo a algumas características externas, efeminação não capta toda a realidade de malakia. O homem pode parecer exteriormente masculino – possuir todas os ornamentos externos da masculinidade – e ser rotulado como suave e pouco masculino por fugir de seu dever, por proteger a si mesmo em vez dos outros. A palavra era usada dessa forma com frequência para descrever soldados covardes, com medo de cumprir as funções que lhes eram dadas. Essa suavidade, então, é mais do que entendemos com a palavra efeminação. É efeminação interna. É suavidade moral. É amar a si mesmo acima dos outros. É buscar o prazer fácil em vez da dor de fazer o que é bom e certo para os outros, de acordo com seu chamado na vida.

    Observe que efeminação não é o mesmo que feminilidade. As mulheres devem ser femininas. Os homens devem ser masculinos. A feminilidade é tão desejável e louvável para a mulher quanto a masculinidade é para o homem. E, na medida em que está incluída em uma lista de pecados, malakia é tão pecaminosa para a mulher quanto para o homem. Malakia é a abdicação egoísta de um chamado superior para servir aos outros. Embora tanto homens quanto mulheres podem possuir esse defeito de caráter egoísta, propriamente falando, malakia é o oposto da masculinidade.

    Dessa suavidade, desse egoísmo nada másculo, você foi liberto. Após a litania de pessoas que se excluem do governo do Reino de Deus por causa de seu pecado obstinado e persistente – entre os quais ele inclui a suavidade da malakia – Paulo conclui: Alguns de vocês eram assim. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.

    Muitos de vocês costumavam ser pouco másculos, declara o apóstolo, mas agora foram lavados, santificados e justificados. Onde acontece a lavagem, a santificação (tornar santo) e a justificação (tornar justo diante de Deus)? No batismo. Ser lavado em nome do Deus Triúno não é um mero símbolo. É renascimento (João 3.3,5; Tito 3.5-7). É morte e ressurreição (Romanos 6.3-6). Perdoa pecados (Atos 2.38). Salva (1Pedro 3.21). Cobre você com a justiça de Jesus (Gálatas 3.27). O batismo é o renascimento na nova vida do cristão. Assim, como diz Paulo, o batismo é o início da busca pela masculinidade genuína. Você costumava ser suave, efeminado, egoísta; agora você foi lavado, batizado, salvo, tornado novo. Tornado um homem.

    Do útero aquoso da pia batismal, todos renascemos filhos de Deus. A vida cristã e a busca pela masculinidade guardam notável semelhança em suas trajetórias. E a igreja existe para ajudá-lo a desenvolver a masculinidade madura tanto de filho de Deus como de homem contemporâneo. Infelizmente, as chances são contra você em ambos os aspectos. Não apenas esquecemos em grande parte o que significa ser homem, mas também permitimos que a masculinidade fosse difamada como um vício na sociedade atual.

    O trabalho é duro, mas você foi lavado. O batismo colocou você nessa busca. Vá em frente.

    CAMPO DE TREINAMENTO

    O QUE É O HOMEM?

    1. A primeira lição de masculinidade não é quão poderoso e forte o homem pode ser, quanto ele merece ser exaltado, mas quão humilde ele é, quão pequeno e inferior é em comparação com seu Criador. O que isso significa para a vida e o trabalho diários do homem?

    2. A masculinidade real não é encontrada em nenhuma característica ou traço individual, mas na interseção das características masculinas com o exercício da virtude máscula. Masculinidade significa aproveitar o poder natural que um homem possui e usá-lo para o bem dos outros ao seu redor. A essência da masculinidade não é uma independência rude. É uma doação sacrificial. Como essa definição de masculinidade difere das descrições atuais do que significa ser homem?

    3. Quando homens questionam a masculinidade de outros homens, que características ou traços os levam a determinar que alguém é menos homem? O que o uso de malakia por Paulo, em seu catálogo de antigos estilos de vida pecaminosos, diz sobre o que é a verdadeira masculinidade?

    4. Em sua busca para ser um homem melhor, o que você pode fazer a cada dia para se lembrar o que Deus realizou por você no santo batismo? Como você pode se lembrar do seu batismo diariamente?

    CAPÍTULO 2

    NÃO FOI ASSIM DESDE O PRINCÍPIO

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