Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Cartas a um jovem gestor tributário: Reflexões sobre carreira
Cartas a um jovem gestor tributário: Reflexões sobre carreira
Cartas a um jovem gestor tributário: Reflexões sobre carreira
E-book180 páginas1 hora

Cartas a um jovem gestor tributário: Reflexões sobre carreira

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Você já se imaginou podendo reviver momentos da sua trajetória profissional trocando correspondências com o jovem que você foi, mas agora com a experiência de já ter enfrentado aquelas angústias do passado? Não que hoje não existem outras angústias, mas reviver o passado, com a experiência que você tem hoje, parece o sonho de qualquer pessoa, não é mesmo? Pois é exatamente esta a ousadia que o autor propõe neste seu novo livro, que traz como pano de fundo uma espécie de "cápsula do tempo", num reencontro consigo mesmo, suas inquietações, seus grandes desafios e suas grandes conquistas, por meio de uma troca de correspondências entre um estudante ambicioso e repleto de sonhos e um executivo sênior de multinacional, no qual se tornou.
Num diálogo tão necessário quanto delicioso, o autor descortina a sua trajetória profissional, ressignificando diversos momentos, aprendizados e superações, com as lentes da experiência de uma carreira bem sucedida. Numa era em que é comum ver apenas palcos de sucessos nas redes sociais, o autor nos brinda com seus bastidores de muita atitude e humildade, sobre como foi construindo um repertório de habilidades técnicas e comportamentais, ao longo dos últimos 30 anos.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento29 de mar. de 2024
ISBN9786525472928
Cartas a um jovem gestor tributário: Reflexões sobre carreira

Relacionado a Cartas a um jovem gestor tributário

Ebooks relacionados

Tributação para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Cartas a um jovem gestor tributário

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Cartas a um jovem gestor tributário - Augusto Flores

    Introdução

    A inspiração² para este livro surgiu no verão de 2022, quando li Cartas a um Jovem Terapeuta³, escrito pelo psicanalista Contardo Caligaris. O altruísmo do escritor naquelas páginas foi qualquer coisa de comovente para mim e me despertou algo entre a nostalgia dos meus 20 anos, com todas as minhas dúvidas e inquietações, e a necessidade de dividir um pouco do que aprendi nesses mais de 30 anos de trajetória, por meio de um livro, que pudesse descrever como foi essa jornada entre o Ensino Médio, ali na difícil escolha do curso para o vestibular, e os dias atuais. Assim, este livro é dedicado aos jovens que estão no início desta jornada. Jovens, como meus filhos, sobrinhos... as gerações vão nos sucedendo, numa maravilhosa roda da vida.

    Será que esses jovens gostam do que fazem? Será que estão dispostos a fazer um mergulho de 35, 40 anos, atuando na área de finanças, notadamente na área tributária? Aliás, será que atuar na área tributária significa fazer a mesma coisa, ao longo desses 35 ou 40 anos? Será que um jovem que começa hoje a carreira precisa ter o mesmo perfil que era exigido na época? Como crescer na carreira e se tornar aquele Gerente ou Diretor tão admirado? Como não cair na armadilha de seguir os passos daquele Gerente ou Diretor tão abominável? Pois é essa, exatamente essa, a pretensão deste livro!

    Eu fui um desses jovens há mais de 30 anos, quando, ainda, cursando o Ensino Médio, na Escola Estadual de 1º e 2º graus Rio Branco, meados de 1992, tive que preencher minha opção para o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Verdade seja dita: eu não tinha lá muitas opções ou, pelo menos, era assim que eu me sentia. Precisava passar na UFRGS, mesmo não tendo estudado nas incensadas escolas particulares de Porto Alegre. Eu sabia que, na corrida do vestibular, eu era o azarão, correndo por fora. Mas e daí? Correndo por dentro ou por fora, eu precisava correr, já que a inércia não costuma nos levar a lugar algum.

    Há um provérbio africano, de que gosto muito e que levo para onde vou, grudado na parede do meu escritório e que diz mais ou menos assim:

    Toda manhã, na África, a gazela acorda. Ela sabe que precisa correr mais rápido que o mais rápido dos leões para sobreviver. Toda manhã, também na África, um leão acorda. Ele sabe que precisa correr mais rápido que a mais lenta das gazelas, senão, morrerá de fome. Não importa se você é um leão ou uma gazela: quando o sol nascer, comece a correr.

    Eu acredito muito nisso! Sempre acreditei!! Essa frase me acompanha em algum lugar do meu espaço de trabalho, há muitos anos, para que, frente aos desafios, aos momentos de derrota, de atrasos, de desespero, eu possa ler e me revigorar para os enfrentamentos profissionais que se sucedem, dia após dia.

    Na época do vestibular, eu ainda não conhecia esse provérbio, mas já agia assim. Eu sabia que, em algum lugar, haveria, pelo menos, um dos 12⁴ concorrentes à minha vaga na UFRGS estudando enquanto eu jogava bola, namorava ou me divertia em algum boteco de Porto Alegre. Assim, ao longo daquele ano de 1993⁵, mesmo tendo sido um grande influencer da turma do fundão do colégio, eu me tornei um cara obsessivo e focado no meu objetivo: eu precisava passar no vestibular da UFRGS. Simplesmente não havia alternativa B. Era isso ou isso!

    Minha madrinha (que exigia ser chamada por todos de dinda), uma das grandes inspirações da minha vida, pagou meu cursinho pré-vestibular e isso fez toda a diferença na minha preparação. Sem o cursinho, passar na UFRGS teria se tornado ainda mais desafiador. Naquela época, eu tinha o hábito de sair para jantar com ela para conversar. Ela era aficionada pelo Henfil⁶ e me fez ler todos os livros dele, uma dádiva, um lufar de cultura e genialidade. Certa noite, entre uma garfada e outra no Prinz⁷, eu dividi com ela que precisava fazer duas redações naquela semana e que me sentia pouco inspirado. Ela me fulminou com os olhos (ela fazia isso como poucos!) e me veio com uma frase, supostamente dita pelo Henfil: "A inspiração é um cachorro preto, um doberman, correndo igual um louco, bem aí atrás de você!".

    Aquela frase foi um tijolão, atirado à queima roupa, bem no meio dos meus peitos! Eu absorvi aquilo quieto, sem falar nada nem respirar, e aquilo nunca mais saiu da minha cabeça⁸. Passei a ter, portanto, duas inspirações: olhando pra frente, para conquistar a minha vaga no vestibular da UFRGS, e olhando pra trás, imaginando um cachorro preto, um doberman, bem atrás de mim. Psicologicamente, o cachorro exercia a função dos meus concorrentes à vaga na UFRGS. Eu precisava seguir correndo para não ser devorado por ninguém.

    É esse Augusto, que neste livro chamarei de Augustão, que escreve as cartas ao Sr. Augusto, este que vos fala, nestas mal traçadas linhas de Introdução. O Augustão, que escreve perguntando, tem cerca de 16 anos quando escreve a primeira cartinha, ao passo que o Sr. Augusto, que escreve respondendo, tem 47 anos. São cartas que falam sobre as dúvidas, angústias, inquietações e inseguranças do Augustão, um esforçado estudante, em início de carreira e, que nas palavras de Nelson Rodrigues, tem um complexo de vira-lata⁹, e são respondidas pelo Sr. Augusto, um executivo de multinacional, que, também, atua como professor, escritor, mentor e palestrante. O Augustão é um filho; o Sr. Augusto é um pai. O Augustão tem namorada; o Sr. Augusto tem uma esposa, dois filhos e dois cachorros. O Augustão mal saiu de Porto Alegre; o Sr. Augusto conhece a América do Sul, América do Norte e Europa, com dezenas de carimbos no passaporte.

    Para além dessa autobiografia disfarçada, uma espécie de confesso que vivi¹⁰, vi-me realizando, ao longo da escrita, um grande sonho que qualquer pessoa adoraria realizar: reviver o passado com a experiência adquirida ao longo dos anos. Simplesmente isso não é possível, mas foi possível pra mim, por meio da literatura, da narrativa criada pelo livro. Será que eu teria percorrido, novamente, os mesmos caminhos? Feito os mesmos cursos? Agido da mesma forma? Será que eu teria melhores resultados? Piores? Aliás, o que seriam melhores ou piores resultados? Melhores e piores em que? O fato é que o que está feito está feito e me trouxe até aqui.

    Espero que esta narrativa, que nada tem de ficção, possa ajudar jovens, não apenas aqueles que trilham uma carreira em finanças, mas outros tantos jovens, que possuem as mesmas angústias, típicas da idade, mas que, com este livro, têm a oportunidade de aprender com os erros e acertos da minha jornada. Ora, jovens engenheiros, advogados, publicitários, administradores parecem ter, afinal de contas, dores semelhantes, não?

    De toda forma, cabe uma observação muito importante, até mesmo para equilibrar bem as expectativas do leitor: a troca de correspondências que se segue fala de uma trajetória, notadamente da minha trajetória. Assim, este livro não pode e não deve ser usado como uma espécie de manual, já que, dificilmente, algum leitor conseguiria reeditar o momento, o contexto, as ferramentas que eu dispunha à época, minhas relações interpessoais, as oportunidades que podem aparecer hoje, a própria metodologia de trabalho. Hoje é tudo diferente. Na época em que eu iniciei minha carreira, não havia trabalho remoto, ninguém falava em jornada híbrida, coisas que a pandemia acabou oportunizando. Jornal era em papel e sujava os dedos, não havia livros digitais e o telefone celular, que surgiu nessa época, pesava 250 gramas...

    Portanto, leia as trocas de correspondências com este cuidado e sem expectativas exageradas, pois não foi meu intuito (seria muita presunção da minha parte) criar um passo a passo para uma boa carreira na área tributária. Tudo que você lerá aqui é apenas um ponto de vista (o meu!), baseado em fatos reais. Leia para aprender sim, mas procure se

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1