DO VÊNETO AO MIOLO WINE GROUP
Os números impressionam: 950 hectares de vinhedos próprios, 10 milhões de litros de vinho produzidos por ano e quatro grandes vinícolas (Miolo, Quinta do Seival, Almadén e Terranova) sob o mesmo guarda-chuva, o Miolo Wine Group. Tudo isso construído em apenas 30 anos, período bastante curto para os padrões do mundo do vinho.
Na verdade, o tempo foi bem maior, 122 anos, se a contagem começar com a chegada de Giuseppe Miolo ao Brasil. Italiano da pequena Piombino Dese, no Vêneto, ele foi um dos muitos emigrantes que, no final do século XIX, trocaram o país natal e suas economias pelo longínquo sul do Brasil, atraídos por um futuro incerto, mas com uma promessa quase irresistível para quem vive do campo: terra. No caso de Giuseppe, uma parcela inexplorada no município de Bento Gonçalves, que, muito mais tarde, pelas mãos de seus netos e bisnetos, daria nome a um vinho famoso, o Lote 43.
Os 30 anos de existência que a Miolo comemora em 2019 têm uma explicação. Até 1989, a família apenas produzia uvas, que vendia para terceiros. Foi somente naquele ano que os três netos de Giuseppe (Darcy, Antônio e Paulo) decidiram construir uma pequena vinícola e engarrafar vinhos com marca própria, produzidos com uvas cultivadas nos 30 hectares que possuíam na época. O primeiro exemplar, um Miolo Reserva Merlot safra 1990, chegaria ao mercado em 1992. A partir daí, o crescimento foi praticamente constante, em que pesem os anos considerados difíceis, não por conta das safras, o que é normal no mundo do vinho, mas das condições econômicas do país, nem sempre favoráveis. E foi justamente um período de crise no mercado que determinou o nascimento do que é, hoje, o grupo Miolo.
SOLUÇÃO NA CRISE
Ao longo dos anos 1980, com boa demanda por produtores como a
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