ENTRE O MAR E O AR
A Marinha do Brasil acaba de vender seu único porta-aviões, o A12 São Paulo. Fora de serviço havia um bom tempo, a embarcação, arrematada em um leilão por pouco mais de dez milhões e meio de reais, drenava vultuosos recursos apenas para se manter em condições mínimas de segurança – trata-se de uma máquina flutuante fabricada no fim dos anos 1950. Mas, alheia à decisão, há uma história nem sempre amistosa em relação à operação de aeronaves militares no Brasil envolvendo as três forças armadas.
Apesar do que se vê em torno do Projeto H-XBR Caracal – o primeiro englobando Marinha, Exército e Aeronáutica na compra de um helicóptero novo capaz de atender, simultaneamente, aos interesses das três forças –, a integração operacional entre os militares brasileiros já teve solavancos. A atual sinergia nasceu depois de um longo processo de amadurecimento, e conflitos, com muitas diferenças, sobretudo entre Marinha e Aeronáutica, que protagonizaram episódios de extrema tensão por quase 25 anos, de 1941 a 1965.
O PRIMEIRO PILOTO MILITAR
O histórico voo de Alberto Santos Dumont com seu 14-bis, no Campo de Bagatelle, na França, em 1906, marcou o início de um desenvolvimento exponencial da aviação mundial. Em território nacional, apenas cinco anos depois, o próprio Santos Dumont criou e se tornou presidente do Aeroclube do Brasil. No mesmo ano, em 1911, por, tradicional escola de aviação da França, tornando-se o primeiro piloto militar latino--americano a receber um brevê. O feito do jovem oficial (que, em setembro próximo, completará 110 anos) abriu caminho para a aviação militar brasileira e culminou na criação da Escola de Aviação Naval, em 1916.
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