‘FIQUE TRANQUILO, ELE NUNCA SERÁ AVIADOR’
No dia 21 de janeiro de 1925, os aviadores Paul Vachet e Étienne Lafay, acompanhados de seus respectivos mecânicos, cada um pilotando um Breguet 14, partiram de Buenos Aires com destino ao Rio de Janeiro. Eles haviam cumprido, com êxito, um voo de exploração entre o Brasil e a Argentina em uma tentativa de implantar rotas aeropostais para as Lignes Aériennes Latécoère na América do Sul.
A meteorologia dificultou o retorno para a então capital brasileira. Navegando pelo litoral paulista, enfrentaram violentas borrascas e, ao atingir a cidade de Santos, viram-se obrigados a pousar em uma praia. Grupos de pessoas correram para ver de perto os aeroplanos, uma coisa incomum, jamais vista por aquelas bandas.
Dentre os curiosos, havia um casal com um garotinho de quatro anos de idade. Quando Vachet acionou o motor, a criança entrou em pânico e, aos gritos, precipitou-se nas pernas de seu pai. Vachet desligou a máquina e desceu do avião para consolar o garoto. Balançando a cabeça, disse ao pai. “Em todo o caso, caro senhor, fique tranquilo, ele nunca será aviador”.
Anos depois, Paul Vachet confessaria que jamais poderia imaginar que aquela criança, no futuro, se tornaria um famoso piloto de caça durante a Segunda Guerra Mundial. Sim, o pequeno garoto se chamava Pierre Henri Clostermann. Em uma entrevista ao escritor e documentarista Daniel Costelle, publicada no livro (Uma Guerra Sagrada - Paris. Flammarion, 1990), há esta confidência de P. Clostermann. “Muitos tópicos me ligam
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