“Uma estrela não significa nada, é um objeto, uma opinião. Não és melhor cozinheiro por teres uma estrela. O realmente importante é a ideia que há por trás dela. Significa que arriscaste, que és ambicioso, que queres sempre mais”. A citação, narrada por David Muñoz num anúncio a um automóvel tem uma conclusão sublime, mas vamos deixar essa parte para o final. Para o caso, serve para ilustrar a personalidade desta figura mediática e controversa do país vizinho e génio da cozinha mundial - apontado recentemente como o melhor chef do mundo na lista do Best Chefs Awards (cujo resultado resulta de uma eleição por profissionais do sector).
David, ou Dabiz Muñoz, como gosta de ser tratado, é uma espécie de meteorito que caiu no seio da alta cozinha espanhola. Não foi (ou ainda não é), tão disruptivo ou influente como Ferran Adrià (do elBulli), nem tão vanguardista de cunho intelectual como Andoni Aduriz (Mugaritz), ou mesmo inovador como Ángel Léon (Aponiente). Porém, é impressionante o impacto e a sua ascensão no meio, bem como a forma como se impôs com uma cozinha única que mistura a tradição espanhola com uma modernidade cosmopolita, muito influenciada pela cultura oriental, bem como a informalidade