Em aviação, estar preparado é questão de sobrevivência. No recente acidente com uma aeronave de pequeno porte na Amazônia colombiana, em que quatro crianças sobreviveram primeiro à queda e, depois, a vários dias no meio da mata, a questão do preparo ganhou destaque e não apenas em relação ao piloto. Talvez jamais venhamos a saber quanto a competência do piloto contribuiu para que a sobrevivência de alguns passageiros fosse possível. O mesmo se aplica à manutenção da aeronave, talvez também não seja possível determinar quanto poderia ter sido diferente. Mas, com certeza, o preparo, o conhecimento e a vivência daquelas crianças naquele ambiente foram determinantes à sobrevivência.
Sob todos os aspectos, quem está envolvido com aviões deve se manter sempre atualizado. Não apenas com, cumpriu boletins de manutenção e está segura para voar. Documentos pessoais e profissionais em dia permitem que o piloto esteja apto a voar. Porém, estar atualizado é muito mais do que isso. Não é porque um piloto cumpre requisitos legais, no sentido da legalidade, que está seguro, de fato. A legalidade não traz consigo os itens de segurança operacional necessários ao voo seguro. Da mesma forma que uma carteira de motorista não garante que seu portador seja um bom motorista, demonstrando apenas que legalmente ele está apto a dirigir um veículo especificado, a documentação em dia de um piloto diz que ele está apto a pilotar determinado avião. A qualidade mínima está garantida, mas um bom piloto precisa estar muito acima da qualidade mínima.