Chef no Dasian, no Baleia Rooftop, no Miya Wine Bar e no serviço de catering da Casa Miya, é no ato de cozinhar que Flavio Miyamura encontra espaço para expressar o que sente sem fazer uso de palavras. Sua veia criativa pulsa a cada vez que ele se vê entre facas, panelas, fogo. “Existem chefs que são estrategistas, planejadores, que gostam de administrar. Eu gosto de colocar a mão na massa, de criar”, diz.
Miyamura é curioso e está sempre em busca de conhecer novos modelos de negócios e outros estilos de restaurantes. Apesar de não ter nem 40 anos de idade, passou mais da metade da vida como cozinheiro e tem tanta história para contar que daria um livro.
CAPÍTULO 1: A DESCOBERTA
Miyamura tinha 15 anos quando teve o primeiro contato com a cozinha. Ele era o responsável por cuidar da avó, que estava doente, enquanto sua mãe e as tias trabalhavam. E tinha de fazer tarefas simples, tais como esquentar a comida ou preparar um chá. “Também assistíamos programas de culinária na TV, que a minha avó adorava, apesar de não poder cozinhar tanto e de não ser a pessoa que mais seguisse receitas. Era comum ela substituir ingredientes e o preparo não dar tão certo”, diz Miyamura, rindo.
Mas engana-se quem pensa que as refeições em sua casa tinham o toque oriental. A verdade é que ele não teve muito contato com a cultura japonesa em família. “Apesar dos meus avós terem nascido no Japão, nossa comida do dia a