Prazeres da Mesa

É UMA PORÇÃO DE PIQUE-PIQUE!

Dizem que as boas histórias começam sempre com “Era uma vez…”, então, nada mais justo do que assim fazer nesta reportagem. Era uma vez, um grupo de apaixonados por gastronomia que decidiu dividir essa paixão com todos que estivessem a sua volta. Juntos, cruzaram fronteiras e percorreram o país com objetivo único: difundir a culinária brasileira além do eixo Rio-São Paulo. Mantinham nas mãos bloquinhos de anotações, câmeras fotográficas, uma linda revista e muita, mas muita vontade de fazer acontecer. Ao longo do caminho, encontraram cozinheiros que foram se unindo a essa missão. Passaram por uma série de desafios, por altos e baixos, mas comemoraram a cada etapa vencida durante a expedição. Passados 17 anos, podem dizer que vivem felizes para sempre. E não por que a missão acabou ou atingiu o ápice, mas porque suas marcas já estão fixadas na história da gastronomia brasileira.

Pois é, Prazeres da Mesa está prestes a atingir a maioridade e a parte boa é que essa história ainda tem muitas páginas a ser escritas. Os tempos estão bastante diferentes de outrora, mas nem por isso nosso aniversário deixará de ser comemorado. Aqui, convidamos alguns dos fiéis escudeiros nessa jornada para que criassem receitas fáceis, práticas e muito saborosas para que você, leitor, possa montar a comemoração conosco.

Um exemplo disso é a confeiteira Mara Mello. Responsável por fazer o bolo de nosso aniversário de 15 anos, ela agora volta para criar uma receita repleta de afeto, ideal para saborear nos dias mais frios: torta de banana com tuile de cacau. “A PDM e eu estamos juntas há muito tempo e é um prazer acompanhar essa trajetória. Tenho grande admiração pela revista que conseguiu se reinventar e segue viva mesmo com todas as revoluções”, diz a chef.

Mara, que tem formação primeiro em administração, conta que cresceu na cozinha. Adorava acompanhar a avó no preparo de bolos, tortas e outros quitutes. “Inventava várias coisas desde pequena. E sempre fui para o lado do doce”, afirma. Por isso, quando pôde, logo mudou de ares e rumou para a cozinha. Apesar de ter trabalhado em grandes casas, como o extinto Roanne, em São Paulo, ou The Raphael e Nobu, em Nova York, ela diz que passava pouco tempo nos preparos salgados e logo pedia para ir para a confeitaria

Assim, quando voltou ao Brasil, em 1998, abriu o Café Pâtisserie, que depois se tornou a Maramello Pâtisserie. “Na época, os doces de autor não eram comuns”, afirma ela, que, além da confeitaria tradicional, mantém também a Sweet Fit, uma marca de doces sem açúcar refinado, glúten ou lactose. “Foi um desafio e não dá para comparar uma doceria com a outra. Mas acredito que esse movimento de usar outros tipos de açúcar e farinhas diferentes seja crescente. Além disso, aos poucos, as técnicas vão se aprimorando e vamos conseguindo melhores resultados.”

A HORA E A VEZ DOS LEGUMES

Se tem uma coisa que mudou ao longo dos últimos anos, esta é a cozinha sem carne. Antes tida como sem graça ou sem sabor e restrita apenas àqueles que seriam adeptos ao vegetarianismo ou veganismo, hoje ela está mais saborosa e democrática. Um exemplo é o Quincho, restaurante instalado na Vila Madalena e comandado por Mari Sciotti. Embora o cardápio não tenha carne, o menu não gira apenas em torno disso. “Eu não entendia por que uma casa vegetariana não tinha bebida alcoólica, por exemplo”, diz a chef, que, antes de profissionalizar seu hobby na cozinha, trabalhava com moda.

“Acho que o fato de os sócios não serem vegetarianos, contribuiu para esse conceito mais inclusivo no Quincho. Pensamos no espaço como um local de transição, para quem não está em dieta restritiva, mas

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