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As parábolas da misericórdia: Jubileu da Misericórdia - 2015 | 2016
As parábolas da misericórdia: Jubileu da Misericórdia - 2015 | 2016
As parábolas da misericórdia: Jubileu da Misericórdia - 2015 | 2016
E-book99 páginas1 hora

As parábolas da misericórdia: Jubileu da Misericórdia - 2015 | 2016

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Sobre este e-book

O livro apresenta e aprofunda, por meio de comentários sugestivos, as parábolas de Jesus que abraçam o tema da misericórdia. São oito parábolas do terceiro Evangelho que, neste Ano Jubilar, vale a pena conhecer e analisar. Provocativa, a obra não somente auxilia na compreensão do significado e na verdadeira mensagem das parábolas, mas também convida à reflexão sobre as relações que tecemos no dia a dia e sobre nossa própria postura como cristãos. 
IdiomaPortuguês
Data de lançamento5 de abr. de 2016
ISBN9788534943338
As parábolas da misericórdia: Jubileu da Misericórdia - 2015 | 2016

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    As parábolas da misericórdia - Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização

    Introdução Jesus, a misericórdia e as parábolas

    «Sejam misericordiosos, como o Pai de vocês é misericordioso» (Lc 6,36) é uma das afirmações mais audazes de Jesus. Que Deus Pai era misericordioso, o povo hebreu bem o sabia; era problemático pensar que os seres humanos pudessem ser como Ele. Poderá alguém ser misericordioso como o nosso Pai do Céu? E por que motivo se deverá ser como Ele? O evangelho da misericórdia, como é definido o texto de São Lucas, narra a vida de Jesus escolhendo a misericórdia como principal fio condutor.

    Antes de falar dela, Jesus fez tocar e ver a misericórdia. Um dos seus primeiros milagres foi em favor de um leproso por quem teve compaixão, estendeu a mão e tocou-o (cf. Mc 1,41). Movido de compaixão, Jesus não tem medo de se infectar. O grito do cego de Jericó é mais forte do que o de quem o obriga a calar-se: «Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim […]» (Lc 18,38).

    Os seus encontros com os doentes e os pecadores estão plenos de misericórdia. Pela compaixão, liberta uma prostituta destinada à lapidação (Jo 8,11). O modo pelo qual se deixa tocar por uma pecadora repugna Simão, o fariseu (Lc 7,36-50). Jesus não fala da misericórdia de modo abstrato, e mais do que a definir, narrou-a através de parábolas. Que parábolas? Por que, como e para quem a misericórdia em parábolas?

    1. Que parábolas da misericórdia?

    Para quem tem familiaridade com a Bíblia, as parábolas da misericórdia evocam as três narrações de Lucas 15,1-37: a ovelha perdida, a moeda encontrada e o filho pródigo. Na realidade, a misericórdia é aprofundada também noutras parábolas de Jesus: os dois devedores (Lc 7,41-43), o bom samaritano (Lc 10,29-37), o rico e o pobre Lázaro (Lc 16,19-31), o juiz injusto e a viúva insistente (Lc 18,2-14), o fariseu e o publicano no Templo (Lc 18,10-14).

    São oito as parábolas de Jesus que, a partir de vários pontos de vista, tocam a misericórdia no terceiro Evangelho. Sete delas foram contadas durante a viagem de Jesus para Jerusalém (Lc 9,51–19,46). Somente a breve parábola dos dois devedores (Lc 7, 41-43) foi narrada durante a sua pregação na Galileia. Porque, no Evangelho de Lucas, a grande viagem é mais interior do que física, foi necessária uma ação tão difusa sobre a misericórdia. A misericórdia não é uma virtude natural, que depende do caráter de uma pessoa – quem tem uma boa índole será mais misericordioso do que os outros –, mas, antes, uma disposição interior que amadurece estando junto de Jesus: a misericórdia aprende-se com a consequência! Naturalmente, nem todas as parábolas de Jesus abordam a misericórdia, nem esta é comunicada somente em parábolas. As parábolas da misericórdia, todavia, merecem um espaço distinto: a exortação a sermos misericordiosos, como é misericordioso o Pai celeste, é a sua geral chave de acesso.

    2. Por que em parábolas?

    Por que falar da misericórdia em parábolas e não servir-se de outros instrumentos de comunicação? E por que tantas parábolas sobre a misericórdia? Não bastaria a parábola do filho pródigo ou, como se prefere denominá-la hoje, do pai misericordioso? Ao elogio da caridade, da sapiência, podia acrescentar-se o da misericórdia. Pensando bem, se se deve ser misericordioso como (e porque) é o Pai do Céu, é impossível falar da misericórdia distinguindo-a das pessoas que a vivem ou a ignoram. Se Jesus prefere narrar a definir a misericórdia, é lógico que terá as suas razões, que aqui procuraremos evidenciar.

    2.1. O espelho da vida

    As parábolas de Jesus, incluindo as da misericórdia, estão ligadas à vida e interpretam-na. Seria errado pensar que, depois de se ler uma parábola sua, esta se deve interpretar. Pelo contrário: as parábolas interpretam a vida de cada um e a questionam!

    A parábola dos dois devedores (Lc 7,41-43) inspira-se na situação embaraçosa na casa de Simão, o fariseu: Jesus deixa-se lavar e beijar os pés por uma pecadora. A parábola ilustra que o devedor a quem se atribui a maior soma de dinheiro é mais grato ao credor do que aquele que tem uma quantidade menor a devolver. Se a pecadora lava os pés de Jesus é porque Ele lhe perdoou o pecado e porque foi perdoada para lhe lavar os pés.

    As três parábolas da misericórdia por definição (Lc 15,1-32) partem do fato de que Jesus come com os pecadores. Ora, elas esclarecem e impõem a quantos o criticam que repensem os seus juízos. A presunção de quem considera que se é exaltado perante Deus porque se vive no mundo (Lc 16,15) oferece a oportunidade para a parábola do rico e do pobre Lázaro. A parábola do juiz injusto e da viúva insistente (Lc 18,2-8) explica a importância da oração: se é constante, é também capaz de mudar o coração de Deus. A parábola do fariseu e do cobrador de impostos no Templo (Lc 18,10-14) nasce da presunção de alguns que desprezam os outros para se exaltarem.

    Nas parábolas de Jesus, é a vida real que se espelha: a da sua relação com Deus e com os pecadores. Por isso, as personagens das parábolas são anônimas e os ambientes onde atuam estão desfocados. Qualquer ouvinte sente-se envolvido nas parábolas de Jesus e nelas se reflete com uma verdade enternecedora, forçando-o a repensar-se nas relações que tece quotidianamente.

    2.2. Ele, eu e o outro

    Se a realidade da vida se espelha nas parábolas de Jesus, todas as da misericórdia são contadas segundo uma relação triangular. Convencionalmente, podemos falar de ele, eu e o outro. Em cena estão dois devedores e um credor; um sacerdote, um levita e um samaritano; o pastor com cem ovelhas, das quais uma se perdeu, mas foi encontrada; uma dona de casa com dez dracmas, uma das quais perdida e depois achada; um Pai e dois filhos, um dos quais morreu e regressou à vida; um anônimo rico, Lázaro e Abraão; um juiz injusto, Deus e uma viúva; um fariseu, um cobrador de impostos e Deus no Templo.

    Porque nos evangelhos se encontram também as parábolas que insistem num único elemento, como a do grão de mostarda que cresce por si mesmo (Lc 13, 18-19), ou dos dois interlocutores, como a da massa levedada e do fermento de farinha (Lc 13,20-21), o triângulo relacional nas parábolas da misericórdia é intencional. O esquema veicula um conteúdo essencial: a misericórdia de Deus não se decreta sozinha, nem somente através de uma relação entre mim e Deus, mas refere-se sempre às relação entre pessoas. «Sejam misericordiosos como (e porque) o Pai de vocês é misericordioso» (Lc 6,36) é a viga mestra da misericórdia nas parábolas.

    2.3. O reverso da medalha

    As parábolas da misericórdia não dão nada por certo, porque têm em vista o reverso das situações. Levam os ouvintes a questionar-se porque apresentam soluções contrárias e inesperadas de que ninguém está à espera.

    Perante a pergunta de Jesus sobre qual dos dois devedores amará mais o seu

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