Fique forte: Você pode superar o bullying

De Nicholas James Vujicic

Nick suportou o bullying de várias maneiras por ser "diferente". Entretanto, ele aprendeu que não se deve entrar no jogo de um bully — e nem você deve ser um. Em Fique Forte, Nick mostra algumas estratégias para criar "um sistema de defesa", que permitirá enfrentar os bullies e o motivará a desenvolver sua autoconfiança.
AFINAL, NENHUM BULLY PODE DEFINIR QUEM VOCÊ É.

• Idioma: Português
• Editora: Novas Ideias
• Data de lançamento: 14 de set. de 2015
• ISBN: 9788581637754

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Sumário

Capa

Sumário

Folha de Rosto

Folha de Créditos

Dedicatória

Um

Dois

Três

Quatro

Cinco

Seis

Sete

Oito

Nove

Dez

Onze

Sistema de Defesa Anti-bullying

Fontes

Agradecimentos

Notas

NICK VUJICIC

Você pode enfrentar o bullying

(e outras coisas que o deixam para baixo)

Tradução:

Paulo Polzonoff Junior

Publicado sob acordo com WaterBrook Press,

um selo da Crown Publishing Group, uma divisão

da Random House, LLC, Penguin Random House Company

Título original: Stand Strong

© 2014 Nicholas James Vujicic

© 2015 Editora Novo Conceito

Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação sem autorização por escrito da Editora.

Versão digital — 2015

Produção editorial:

Equipe Novo Conceito

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:

1. Autoestima : Vida cristã : Cristianismo 248.4

Parte da renda deste livro será doada para a Fundação Abrinq, que promove a defesa dos direitos e o exercício da cidadania de crianças e adolescentes.

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Este livro, que ambiciona pôr um fim na epidemia mundial de bullying, é dedicado ao meu filho, Kiyoshi, na esperança de que ele e os filhos dele cresçam num mundo melhor e mais terno.

Um

Por que Eu?

Por que Você?

Você não está sozinho.

O bullying é uma epidemia mundial.

---

Sou o sonho de todo bully[1], sem dúvida.

Sem braços. Sem pernas. Indefeso.

Apesar de nascer sem os membros, e de ter nascido assim sem nenhum motivo determinado, fui abençoado de várias outras formas. Minha maior bênção foi uma família amorosa que me deu muito apoio. Eles me abrigaram e me encorajaram nos primeiros anos da minha vida. Mas, assim que troquei o abrigo protegido da minha família pelos corredores e parquinhos do ensino fundamental, senti-me como se tivesse um enorme alvo em meu peito, com a inscrição: Bullies, estou aqui.

Sentia-me sozinho em meu medo dos bullies, entretanto eu não estava sozinho. E você tampouco está.

Se você foi vítima desse tipo de violência, a primeira coisa que precisa entender é que o ataque, as provocações e as maldades dos bullies não têm a ver com você, com as falhas que talvez você tenha ou com qualquer coisa que você possa ter feito. Os bullies têm lá seus próprios problemas. Eles o importunam porque isso os faz se sentirem melhor, alivia a raiva que sentem, deixa com que se sintam mais poderosos ou até porque eles são incapazes de pensar em coisa melhor para fazer.

Sei que é ridículo, mas é verdade.

Quando eu era adolescente, perdi muito tempo tentando descobrir por que os bullies me escolhiam como alvo. Havia um cara em específico que realmente me deixava louco. Ele provocava todo mundo, mas, por algum motivo, eu levava isso para o lado pessoal. Fiquei obcecado quanto às razões que ele tinha para me provocar. Por fim, percebi que sua atitude violenta não estava relacionada aos meus problemas. Mas relacionada aos dele.

Talvez você seja alvo de um bully que teve esse mesmo impacto sobre você, enlouquecendo-o, fazendo com que seu estômago fique revirado por causa do estresse e atormentando seus sonhos porque você não consegue entender por que é o alvo. Estou aqui para lhe dar conforto e aliviar seu fardo.

Os motivos da pessoa que o provoca não importam. Você é quem importa.

Sua segurança e felicidade são importantes para mim e para todos os que o amam e se importam com você; então, em vez de se ater ao motivo do bully o ter como alvo, vamos buscar ajudá-lo a se sentir seguro e feliz novamente.

Soa como um plano? Acho que sim!

Mas, antes de prosseguirmos, quero que você saiba que não há uma única estratégia infalível para lidar diretamente com os bullies. E certamente não recomendo que você recorra à violência! Jamais deixe que um valentão desses o chame para a briga. Se um bully o atacar, defenda-se, mas se afaste o mais rápido possível. Se você tem motivos para achar que um bully vai feri-lo fisicamente, você precisa conversar com alguém que possa ajudá-lo antes que isso aconteça.

A EPIDEMIA DE BULLYING

É importante compreender desde o início que muitas pessoas compartilham de sua dor em relação a esse problema. Ser vítima de violência física e moral, infelizmente, é algo tão comum quanto ter uma gripe. Viajo o mundo todo falando aos jovens sobre este tema. Não importa aonde eu vá, o bullying é um assunto da maior relevância. Adolescentes em todas as escolas, em todas as cidades de todos os países me dizem que sofrem mental, emocional, física e espiritualmente porque são vítimas de bullying.

Um adolescente na China me disse que tentou cometer suicídio oito vezes porque era vítima de violência na escola. Uma menina coreana muito bonita de Boise, Idaho, aproximou-se de mim chorando depois de eu dar uma palestra sobre bullying. Sou provocada todos os dias porque sou a única menina asiática da escola, disse ela.

Ouvi histórias semelhantes de vítimas de bullying no Chile, Brasil, Austrália, Rússia, Sérvia, no mundo todo. O bullying está em todos os lugares e assume várias formas. A maioria de nós está acostumada aos valentões e provocadores da infância que ameaçam nos espancar, tiram sarro da gente ou transformam nossos amigos em inimigos. Adultos podem sofrer bullying na forma de assédio sexual ou como discriminação de raça, religião, identidade sexual ou necessidades especiais. Os bullies podem ser seu chefe, colegas de trabalho, professores, treinadores, namorados ou namoradas — qualquer pessoa que abuse do poder que tem ou do cargo que exerce.

É triste dizer, mas pais podem ser bullies também. O suicídio é um grande problema entre muitos adolescentes na Ásia, e em parte o problema é que muitos adolescentes vivem sob uma inacreditável pressão para que tirem notas altas a fim de entrarem nas melhores escolas e conseguirem os empregos com os melhores salários. Os pais naturalmente querem que seus filhos sejam vencedores, mas, quando a mãe ou o pai dá amor e apoio apenas se o filho for bem-sucedido, isto é uma forma de bullying. Houve um caso no qual os pais queimaram a filha com cigarro porque as notas da menina não estavam à altura do que os pais esperavam. Esse é um caso extremo, claro, mas me deparei com histórias semelhantes no mundo inteiro.

O tipo mais comum de bullying é quando se é provocado ou ridicularizado por ser de alguma forma diferente. Eu era a criança perfeita para esse tipo de coisa. Durante a maior parte de minha vida, fui um ímã de bullies. Ouvi todos os comentários maldosos imagináveis quanto aos meus membros ausentes. Piadas cruéis. Até mesmo ameaças físicas.

Ainda assim, se você está sendo

vítima de bullying, dói.

E não me ajudou em nada o fato de a minha família ter se mudado algumas vezes enquanto eu estava na escola. Fomos de um extremo a outro da Austrália, depois nos mudamos para os Estados Unidos e voltamos. A cada escola nova, eu não era apenas a única criança sem braços nem pernas; eu geralmente era a única criança usando uma cadeira de rodas. Quando nos mudamos para os Estados Unidos, alcancei a tríplice coroa dos alvos de bullying: era a única criança da escola sem braços nem pernas, a única criança usando cadeira de rodas e a única criança com sotaque australiano!

Diferente? Quem, eu?

Claro que eu me destacava na multidão e o fato de ser geralmente o menino novo sem amigos fazia de mim um alvo ainda mais fácil. Mas logo percebi que os bullies encontrariam motivo para atacar qualquer um. Eles chamavam as crianças inteligentes de nerds, as crianças altas de girafas e as crianças baixas de anões. Se existissem pessoas perfeitas, os bullies provavelmente ririam delas por serem perfeitas demais.

Ainda assim, se você está sendo vítima de bullying, dói. É uma experiência horrível que geralmente parece não ter fim. Como alguém que passou por isso durante a adolescência e ainda se depara com esse tipo de violência de vez em quando, quero lhe dar esperança e paz. Você pode passar por isso e ir além.

PASSANDO POR CIMA

Deus o colocou neste mundo porque o ama e Ele tem um plano para você. Com a ajuda Dele e as orientações deste livro, você será capaz de colocar os bullies em seu devido lugar, de modo que as provocações e zombarias deles não o afetem. Minha experiência prova que qualquer pessoa pode passar por cima do bullying e ter uma vida incrivelmente maravilhosa. Sei que você consegue fazer o mesmo.

Para ajudá-lo a começar, quero plantar um pensamento em sua mente. É uma lavagem cerebral, claro; então, se você quiser bloqueá-la, siga em frente e cubra a cabeça com papel-alumínio. (Vai ficar ridículo, mas por mim tudo bem, se estiver tudo bem para você.) Quero que você pense que, apesar de ser horrível enfrentar o bullying, essa situação pode também ser uma ótima oportunidade.

Sei o que você está pensando: o Nick deve ter levado um soco de um canguru! Não, foi de um wallaby[2]. A despeito disso, acredito que você pode transformar o bully malvado numa fonte de coisas boas em sua vida. Em vez de permitir que seu antagonista o enlouqueça, o deixe deprimido, arruíne sua mente, destrua seu sono e invada todos seus sonhos, por que não virar o jogo?

Apesar de ser horrível enfrentar o bullying,

essa situação pode também ser

uma ótima oportunidade.

Os bullies querem abusar de você. Em vez de permitir isso, você pode usá-los como motivação. Respire fundo e deixe que os bullies o ataquem. Nas páginas que se seguem, vou ajudá-lo a criar anticorpos contra bullies. É um processo que funciona gerando resistência de dentro para fora, desde seus pensamentos e sentimentos mais íntimos — seu coração e sua alma — até a forma como você enxerga o mundo, toma decisões e age. Você constrói um sistema de defesa anti-bullying de dentro para fora:

entendendo quem você é a fim de que nenhum bully seja capaz de ressaltar suas diferenças ou fazê-lo se sentir mal;

assumindo a responsabilidade sobre seu comportamento e felicidade, de modo que os bullies não tenham poder sobre você;

estabelecendo valores sólidos que nenhum bully seja capaz de abalar;

criando uma zona de segurança mental dentro de você para dela tirar força e consolo;

criando relações sólidas e que lhe deem apoio para que você possa enfrentar os bullies;

aprendendo a monitorar e gerenciar suas reações aos sentimentos despertados pelos bullies;

desenvolvendo uma base espiritual para ajudá-lo a ficar em paz e ter forças contra o bullying;

aproveitando a oportunidade de aprender com o bullying, de modo que você fique mais forte, sábio, confiante, com mais fé e mais preparado para lidar com os desafios;

criando uma estratégia de defesa anti-bullying para você aprender a lidar com bullies de todos os tipos; e

dominando a arte da empatia para que você reconheça as necessidades dos outros e sempre que possível os ajude a superar o bullying.

Com todas essas coisas funcionando, você terá seu sistema de defesa anti-bullying. Depois você pode se juntar a mim na tarefa de erradicar a epidemia de bullying para que ninguém mais tenha de sofrer essa violência. Juntos, e com a ajuda de Deus, podemos pôr um ponto final à epidemia de bullying.

Geralmente as vítimas de violência física e moral se transformam também em bullies. É um círculo vicioso, e um dos meus objetivos ao escrever este livro é rompê-lo ajudando-o para que você possa depois me ajudar e ajudar as pessoas dedicadas a eliminar o bullying do mundo.

Podemos fazer isso. Podemos nos unir e